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História Quase Sem Querer - Alejandro


Escrita por: princetri

Capítulo 15 - Alejandro


Camila POV


 

 Acordei com o despertador do meu celular, me levantei o mais rápido possível, pra não acordar a Sofia nem a Lauren, o que resultou no meu pé preso no edredom e eu caindo de cara no chão.



— Porra. - Xinguei. Ainda no chão, puxei a minha bolsa para pegar meu celular. — Ótima maneira de começar o dia. - Eu disse pra mim mesma, me levantando do chão. 

 


 Quando tornei a ficar de pé, olhei pra cama e elas continuam dormindo. Coloquei a primeira roupa que encontrei no meu guarda-roupa e sai do quarto, a missão era ir pra cozinha, mas o sofá da sala me pareceu tão convidativo que me joguei nele. Já estava quase dormindo novamente, quando comecei a sentir cheiro de café vindo da cozinha, me levantei e fui até lá, tudo que eu preciso no momento é de um café pra me manter acordada.



— Pai? - Perguntei surpresa por ele estar ali.


 

— Oi, minha princesa. - Veio até mim, e me deu um abraço apertado. — Não sabia que você está aqui. - Ele disse quando nos separamos.


 

— E eu não sabia que o senhor iria voltar hoje, mamãe disse que você só voltaria no final do mês.

 


— Preciso de uns papéis que estão aqui, mas volto ainda hoje. - Puxou uma cadeira da mesa e fez sinal para que eu sente. — Mas vamos falar de você, como tá a vida em Los Angeles?


 

— Na mesma, o senhor sabe que odeio ficar longe da Sofia. - Fiz uma pausa antes de completar. — E de vocês também.


 

— E eu já disse pra você enfrentar a sua mãe e dizer pra ela que isso não é o que você quer. - Colocou o café na mesa.


 

— Falar é fácil. - Eu disse soltando o ar dos pulmões.


 

 Ele apenas negou com a cabeça e puxou uma cadeira para se sentar também.


 

— E o Austin, como ele está?


 

 Minha relação com o meu pai não é perfeita, já foi, mas depois dessas viagens de trabalho dele, muito tempo fora de casa acabou nos distanciado, e piorou ainda mais depois que fui morar em LA, mas ainda assim, é melhor do que a relação que tenho com a minha mãe, porque não importa o que eu faça, ela só enxerga a Camila modelo, e nunca a Camila que é filha dela. Fiquei um bom tempo conversando com meu pai, até eu olhar pra parede da cozinha e ver a hora.


 

— Puta merda. - Me levantei de sobressalto. — Já estou atrasada, e provavelmente a Lauren ainda está dormindo. - Levei meu prato até a pia 


 

— Quem é Lauren? - Perguntou, me acompanhando com o olhar.


 

— Minha nova assessora.


 

— Manda ela vim aqui, quero conhecê-la, depois do Nathan não confio muito nesses assessores que essa agência arruma.  - Escutei ele dizendo enquanto eu saía da cozinha.



 No meio do corredor dei de cara com a Sofia, já arrumada pra escola, é, ela com certeza é mais responsável do que eu.


 

— Bom dia, Mila. - Ela disse me abraçando.


 

— Bom dia, meu amor. - Dei um beijo em sua cabeça. — Eu já estou atrasada, então não posso falar direito com você agora, mas o papai tá lá na cozinha.


 

 Ela fez cara de surpresa e saiu correndo pra cozinha. Quando abri a porta do quarto, pude constatar que Lauren realmente ainda dorme.


 

— Lauren, nós já est… - Cortei minha fala ao meio.


 

 Mordi meu lábio inferior, pensando se faço ou não o que eu estou pensando, olhei a hora no meu celular que ainda está na minha mão. 


 

— Já atrasei mesmo. - Eu disse, jogando o celular em cima da cama.


 

 Puxei o mais devagar possível o edredom que estava sobre ela e o joguei para o lado, me deitei sobre as suas costas, aproximei minha boca da sua orelha e dei leves mordidinhas, suspendi um pouco o meu corpo, só pra conseguir colocar a mão por dentro da sua blusa, acariciando suas costas com as unhas. 


 

— Hhhm, eu tô cansada. - Ela resmungou com a voz abafada pelo travesseiro. — Você sabe o quanto nosso sono é preciso, Emma.


 

— Emma? - Eu perguntei me sentando. — Você não disse que vocês eram só amigas?


 

 Ela abriu os olhos na mesma hora em que ouviu minha voz.


 

— Camila? Mas… - Ela parece confusa, ergueu um pouco a cabeça e olhou pra mim, ainda sentada sobre as suas costas, ela se virou bruscamente o que me fez cair no espaço vazio da cama.


 

— Desculpa, não quis te… - Fez uma pausa, olhou pra mim mais uma vez, ainda sem entender.  — É que… a gente às vezes… é…


 

— Não precisa se explicar. - Rolei os olhos e me levantei. — Estamos atrasadas e meu pai ainda quer te conhecer. - Falei. 


 

— O quê? Seu pai? Me conhecer? Ele tá aqui? - Se sentou na cama em uma velocidade fora do normal.

 


— Ei, calma, você ficou realmente impressionada com essa história, né? Não se preocupe, ele não é nenhum louco ou assassino em série, ele só acredita nessas coisas aí, mas se não tocar no assunto, ele também não vai.



Lauren POV

 


 Não consegui ficar muito tempo prestando atenção ao que Camila falava, eu só conseguia pensar em uma desculpa pra sair logo dali, mas não consegui pensar em nada que não levantasse suspeita.


 

— Lauren! - Camila chamou, e eu me surpreendi por ela já estar perto de mim e eu nem ter notado ela se aproximando. — Você tá me ouvindo?


 

— Tô… quer dizer… não, repete.


 

— Eu vou tomar banho no banheiro da casa, você toma aqui, certo?


 

 Apenas afirmei com a cabeça e ela saiu do quarto claramente confusa. Me levantei da cama e fiquei um tempo andando de um lado para o outro no quarto, pensando no que fazer, não consegui pensar em nada, então fui logo tomar meu banho. Terminei de me arrumar mais rápido do que o normal, mas ainda estou travada no meio quarto. Tudo bem Lauren, é só você agir naturalmente, ele não vai perceber nada, ele é só um caçador normal, se você agir naturalmente ele nem vai perceber. 



Respirei fundo e abri a porta do quarto.


 

— Você deve ser a Lauren. - Ouvi uma voz falando, quando eu estava passando pela sala.


 

 Virei bem a tempo de ver ele levantar do sofá e vir em minha direção, com um sorriso simpático no rosto,


 

— Sou eu sim. - Respondi, tentando soar o mais natural possível.

 


— Prazer, eu sou Alejandro, pai de Camila. - Ele disse, estendendo a mão para me comprimentar.


 

 Pessoas normais eu até poderia enganar, dizendo que a frieza da minha pele é frio ou qualquer outra desculpa que me viesse na hora, mas se eu disser isso pra ele, no calor que faz aqui, com certeza ele não vai engolir. Meio a contragosto tirei a mão de dentro do bolso da jaqueta, mas, antes que pudesse tocá-lo, Sofia surgiu do nada na sala e segurou na mão dele.


 

— Papai, eu preciso te mostrar uma coisa. - Ela disse, o empurrando, enquanto ele resmunga alguma coisa sobre falta de educação. 


 

 Quando eles já estavam virando o corredor, ela olhou na minha direção e piscou o olho. Será que, não, não pode ser, será que ela… sabe? Sacudi a cabeça e resolvi agir antes que ele volte, fui até a cozinha e enchi uma xícara de café, entornei todo o conteúdo de uma vez. Coloquei a xícara vazia na pia e retornei para sala. Me peguei rezando para que Camila apareça antes do pai, mas acho que alguém do andar lá de cima não vai muito com a cara da nossa raça, porque quem apareceu primeiro foi ele, Alejandro. 


 

— Desculpa a falta de educação, Sofia está um pouco eufórica por eu estar em casa. - Ele disse negando com a cabeça e se sentando ao meu lado. — Mas voltando ao assunto, eu sou Alejandro, pai de Camila, como já disse. - Ele estendeu a mão novamente.


 

— Lauren Jauregui. - Apertei a mão dele, com um breve sorriso. 


 

— Faz tempo que você trabalha nessa profissão?

 


 Antes que eu pudesse responder, Camila surgiu na sala, e eu tive vontade de me ajoelhar aos pés dela, por mesmo que sem intenção ela me livrar do interrogatório que viria.

 


— Acho que a nossa conversa vai ter que ficar pra outra hora, já estamos atrasadas. - Eu disse me levantando.

 


— Claro, sem problemas. - Se levantou também. 

 


— Tchau pai. - Camila disse abraçando ele. — Boa viagem, acho que quando eu chegar o senhor já vai ter ido, então…

 


 Pra atrapalhar o momento, e para fugir, eu saí da sala e fui esperar Camila no carro. Alguns minutos e ela já estava dentro do carro. 


 

— Ainda acha ele assustador? - Perguntou, afivelando o cinto de segurança. 


 

— Não era isso, Camila. - Soltei o ar dos pulmões. — A Sofia, ela tem muito contato com esse mundo do seu pai?


 

— Muito diferente da Sinu e eu, ela sempre gostou das histórias do papai, mas nada muito além disso, por quê?

 


— Nada, só curiosidade mesmo.


 

*****


 

 Quando toda a agenda do dia foi concluída, já passava das 23h, e se eu disser que não fiquei feliz com isso, vou estar mentindo, quanto mais tarde, menores as chances do pai dela ainda está em casa quando chegarmos.


 

— Como que depois de um dia corrido como esse, você ainda tá com essa cara de “posso correr 3 maratonas se quiser”? - Ela perguntou com um leve sorriso no rosto, e com a cabeça recostada no banco do carro.


 

— É porque eu ainda estou bem jovem, entende? - Falei séria, e tive que me segurar pra não rir da cara ela fez. — Já você, uma idosa...


 

— Se eu não estivesse tão cansada, ia te mostrar a idosa, sua sorte é que no momento, meu sono tá sendo mais forte do que eu. - Ela disse, claramente travando uma guerra com seus olhos, para mantê-los abertos.


 

— Dorme, quando a gente chegar eu te chamo.


 

 Ela murmurou alguma coisa, mas não  consegui entender direito, logo ela já estava dormindo. Quando paramos em um sinal, minha atenção foi voltada pra ela, respiração calma, mas semblante cansado, sem conseguir me conter, ergui uma das mãos, e levei ao seu rosto, acariciando delicadamente, ela é tão bonita, seu rosto é uma mistura de mulher com menina e isso é tão… Puxei minha mão rapidamente, quando ouvi o carro que detrás buzinar.


 

*****


 

 Assim que chegamos, notei que o carro do pai da Camila não está mais na garagem, agradeci mentalmente, por não ter que dar de cara com ele de novo. Camila foi tomar banho no outro banheiro, enquanto eu tomava no do quarto, vesti minhas roupas lá dentro mesmo, porque já está virando regra nos pegarmos em momentos constrangedores. Ao entrar no quarto, encontrei Camila já deitada na cama.


 

— Que rápida, tomou banho mesmo ou tá só fingindo? - Perguntei, pra provocá-la. 

 


— Só tô fingindo, não gosto muito de banho. - Disse, não se deixando irritar. 


 

— Então acho melhor eu ir dormir lá no sofá. - Continuei.


 

 Ela pegou o travesseiro e jogou na minha direção, ou ao menos tentou, porque ele passou longe de mim.


 

— Quem sabe um dia, você fique boa de mira. - Peguei o travesseiro de volta no chão e joguei em cima da cama.


 

— Eu sou boa de mira. - Disse me acompanhando com o olhar. 


 

— Percebi já. - Me deitei na cama.

 


 Ela estava deitada de barriga pra cima, mas quando me deitei ela virou pra mim, o que fez nossos rostos ficarem um pouco próximos, nosso olhares se encontram, ficamos algum tempo assim, até ela quebrar o silêncio.


 

— Boa noite, Jauregui. - Disse, com a voz sonolenta. 


 

 Ela claramente luta uma batalha interna para manter os olhos abertos. 


 

— Boa noite, Cabello. - Falei, e ela finalmente se entregou ao sono.


Notas Finais


Esse Alejandro tem cheiro de treta.


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