História Quase Sem Querer - Praia

Lauren POV

 Hoje já é sexta-feira, e também o último dia de evento aqui em Miami. Desde que chegamos ao local que acontecerá o desfile, está tudo uma correria, vários modelos para as últimas provas de roupas, fotos, entrevistas. No momento um costureiro faz os últimos retoques das roupas que Camila irá desfilar, eu já perdi a conta das vezes que ela reclamou, por ele ter furado ela com a agulha.

— Você não está prestando atenção, eu vou sair daqui igual uma peneira. - Ela disse, irritada. 

— Eu tô prestando atenção sim, minha linda, você que não para de se mexer. - Ele disse com uma falsa paciência e olhou pra mim por cima do ombro. — Você ai, cosplay da Megan Fox, fique parada em um só lugar, porque toda vez que você se movimenta, ela fica se mexendo pra olhar pra você. - Ele disse pra mim e eu pude ver o rosto de Camila corando, o que me fez rir.

— Vê se você termina logo seu trabalho e para de ficar inventando coisa. - Bufou.

 Depois de mais uns 20 minutos de ajustes e debate entre os dois, ele finalmente terminou.

— Graças a Deus. - Os dois disseram ao mesmo tempo.

 Ele pegou as coisas dele e se levantou. Antes de sair, ele parou perto de mim e sussurrou no meu ouvido:

— Corre pra o abraço, Fox, porque ela tá te querendo. - Piscou o olho e saiu.

 Não consegui conter a risada, o que fez Camila fechar a cara pra o meu lado.

— O que ele disse? - Ela perguntou cruzando os braços.

— Que você deveria se acalmar um pouco, porque tá muito estressada.

— Eu tô é calma, pra quem tava fazendo acupuntura contra vontade.

 Eu ri.

 Ela tirou a roupa ajustada e ficou de costas pra mim, na intenção de pegar o roupão, sorri pela visão a mim concedida. 

— As fotos são agora? - Virou novamente pra mim.

— Sim, tem um modelo sendo fotografado, mas já deve estar terminando, vamos pra la.

 Quando chegamos na sala que o fotógrafo está, encontrei com Ally, é o modelo que ela assessora que está sendo fotografado.

— Lauren! - Ela disse com um sorriso largo no rosto vindo na minha direção. — Eu não sabia que você estava aqui. - Me abraçou. 

 — A semana toda. - Respondi quando nos separamos. —Todos os trabalhos voltados para esse desfile.

 — Ainda bem que só precisei vir hoje. - Ela disse rindo.  — O Arthur só vai desfilar mesmo, não participou das campanhas que se antecederam.

 Ela olhou pra trás de mim e arregalou os olhos, provavelmente só viu Camila agora.

— Ai meu Deus, desculpa Camila, nem cumprimentei você. - Ela disse e deu um abraço rápido nela.

— Tudo bem. - Camila disse com um sorriso simpático.

— Próximo. - O fotógrafo chamou. 

 — Licença. - Camila disse e saiu.

 — Eu vou ter que ir agora, porque o Arthur tem uma entrevista, mas se você não for voltar pra L.A. amanhã, me liga, que a gente pode marcar de sair. - Ela disse tirando um cartão da bolsa e o colocando na minha mão. — Quero saber se você já aprendeu tudo direitinho.

— Tá certo, vou ligar sim. - Respondi e dei outro abraço nela, antes que ela saísse.

 Durante todo o decorrer do dia, foi a mesma correria, teve várias coisas para serem feitas. 

 3 horas da manhã, foi o horário que saímos de lá, quando chegamos na casa de Camila, ela só fez tirar a roupa e se jogou na cama.

*****

 Na manhã de sábado eu acordei com a Sofia cutucando o meu rosto.

— Quase que você não acorda. - Ela sussurrou quando me viu abrir os olhos.

 Fiz uma nota mental pra me lembrar de sair pra me alimentar, esse sono em excesso é falta de sangue.

— Bom dia pra você tam… - Antes que eu completasse a frase, ela colocou a mão na minha boca.

— Xiu! A Mila vai acordar. - Sussurrou, ainda mais baixo do que na primeira vez.  — Eu preciso da sua ajuda, vou esperar você na cozinha. - Ela disse e virou para sair do quarto, mas voltou na metade do caminho. — Bom dia. - Deu um beijo na minha bochecha e saiu.

 Neguei com a cabeça e levantei, fiz minha higiene matinal e sai do quarto.

— Do que a senhorita precisa? - Eu perguntei entrando na cozinha.

— Como hoje é o último dia da Mila aqui, eu resolvi levar café da manhã na cama pra ela, mas eu não sei como fazer.

— Acredito que eu não seja uma boa ajuda. - Cocei a cabeça. 

 Ela franziu o cenho e depois bateu com a própria mão na testa.

— Eu esqueci. - Riu baixo. —  Mas você é mais velha, com certeza sabe mais que eu, quantos anos você tem?

— Um bom vampiro, nunca revela sua verdadeira idade. - Eu disse piscando um olho pra ela. — Mas eu acho que posso ajudar você sim, vamos tentar. - Disse abrindo o armário.

— Eu pensei em ovos com bacon, eu gosto muito de ovos com bacon.

— Eu não sei fritar ovos. - Virei pra ela. — Nem bacon.

 — Não deve ser tão difícil. - Abriu a geladeira. — Vamos tentar.

 Ela colocou os ingredientes em cima da pia, e olhou pra mim, respirei fundo e fui pra perto do fogão, a minha maior dificuldade foi conseguir ligar o fogo, o que me fez queimar o dedo várias vezes e Sofia quase morrer de rir.

— Para de rir da minha falta de habilidade e vai arrumando as outras coisas.

 Ela foi, mas ainda continuo rindo, o que me fez acabar rindo também.

— Pronto. - Eu disse desligando o fogo. — É desse jeito mesmo que fica? - Eu perguntei pra Sofia, abaixando a frigideira pra que ela pudesse ver.

 Ela fez uma careta e ficou alternando o olhar entre eu e a frigideira.

— A aparência não importa, o que importa é se tá bom, coloca aqui. - Ela disse, apontando para o prato em cima da bandeja que ela arrumou. 

— Experimenta. - Mandei.

— Hã… eu… acho melhor deixar pra Mila, o café é pra ela e não pra mim. - Pegou a bandeja em cima da mesa. — Vamos.

 Ao retornar para o quarto, Camila já estava de pé, e pra variar, apenas de roupas íntimas. 

— A gente trouxe café pra você. - Sofia disse, colocando a bandeja em cima da cama.

 Ela sorriu largo, alternou o olhar entre nós duas e a bandeja, deu a volta na cama e se aproximou da irmã. 

— Obrigada princesa. - Deu um beijo demorado na bochecha dela.

 Se ergueu novamente e parou de frente pra mim.

— Obrigada. - Propositalmente deixou um beijo no canto da minha boca. — Agora vamos comer. - Disse indo sentar na cama.

— Eu já comi. - Eu e Sofia dissemos em uníssono.

 Ela olhou pra nós duas e franziu o cenho, deu de ombros e sentou na cama, colocando a bandeja no colo.

— Sobra mais. - Ela disse pegando o garfo, e levando um pouco de ovos com bacon pra boca.

 Prendi o riso, quando ela parou de mastigar e ficou alternando o olhar entre eu e Sofia. Ela voltou a mastigar e depois engoliu.

— Gostou? - Sofia perguntou com expectativa.

— Hm… tá muito… como posso dizer? - Ela ficou alternando o olhar entre Sofia e a bandeja. — O bacon está cru e os ovos estão queimados. - Ela disse tudo de uma vez.

 Sofia soltou uma gargalhada tão alta, que acho que acordou o quarteirão inteiro.

— Ainda bem que não experimentei. - Ela disse com a mão na barriga de tanto rir.

— Você rir? - Ela perguntou incrédula, pegou a maçã em cima da bandeja e mordeu. — Pra tirar o gosto. - Explicou, mastigando. 

— Não fala assim, porque foi a Lolo que fez. - Sofia disse, tentando controlar a risada.

 Camila arregalou os olhos e olhou pra mim.

— Desculpa. - Ela disse com um sorriso sem graça.

— Tudo bem. - Eu disse dando de ombros. 

 Ela colocou a bandeja do lado e se levantou, parou bem na minha frente, me abraçou e sussurrou no meu ouvido:

— Desculpa, você é muito gostosa, mas sua comida não.

 Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo, não sendo suficiente está grudada em mim apenas de roupa íntima, ela ainda veio susurrar em meu ouvido. Empurrei ela delicadamente e olhei pra Sofia, que está alheia a cena, comendo a comida que da bandeja, menos os ovos com bacon, claro.

— Você tem que parar de fazer essas coisas na frente da sua irmã. - Eu disse em um tom baixo, pra que Sofia não ouça. 

— Sem ser na frente dela, pode? - Sorriu cinicamente. — Por que você sempre dá um jeito de quebrar o clima? - Aproximou o rosto do meu e prendeu meu lábio inferior entre os dentes. 

 Afastei ela novamente, e respirei fundo, na tentativa de organizar as ideias na cabeça. 

— Você tem algum plano pra hoje? - Perguntei, me afastando mais um pouco. 

 Ela apenas negou com a cabeça olhando nos meus olhos.

— Eu estava pensando em chamar a Ally para um passeio hoje, você topa ir com a gente?

— Quem é Ally? - Perguntou, se sentando de novo na cama.

— A assessora do Arthur, que estávamos conversando ontem.

— Ah, sei quem é, você é amiga dela? - Perguntou e pegou a maçã que tinha largado há alguns minutos.

— Não, quer dizer, mais ou menos, ela me ajudou muito no meu primeiro dia na agência… e eu gostei dela, mas se você não quiser ir tudo bem.

— Quero sim, mas vamos pra uma praia, pode ser? - Ela perguntou e eu apenas afirmei com a cabeça.

— Eu vou também? - Sofia perguntou olhando pra Camila.

— Claro que sim, você acha que vou desperdiçar minhas últimas horas, longe da minha irmãzinha favorita?

 Sofia pulou no pescoço da irmã e começou a distribuir beijos pelo rosto dela.

*****

 Quando chegamos à praia combinada, Ally já estava lá, sentada em uma das mesas que tem espalhada pelo local. Nos cumprimentamos rapidamente para poder nos sentar. 

— Você já pediu alguma coisa? - Camila perguntou, pegando o cardápio.

— Não, eu resolvi esperar vocês chegarem primeiro.

— Se importa se pedirmos agora? Tô morrendo de fome, digamos que meu café hoje não foi muito apetitoso. - Ela disse me olhando de soslaio.

— Você só sabe reclamar. - Eu disse revirando os olhos. — Pode pedir. - Eu disse e virei pra Ally. — Você vai embora essa semana ainda?

— Amanhã de noite, era pra irmos hoje, mas o Arthur tá… com alguns trabalhos pra fazer ainda.

— O trabalho que você quer dizer, é comer alguém? - Camila perguntou erguendo uma sobrancelha. — Eu sei que ele é metido a pegador, já tentou me levar pra cama.

 Ally soltou uma risada e confirmou com a cabeça.

— É, é isso mesmo.

  Um dos rapazes que estão servindo as mesas, embaixo desse sol de matar, parou perto da nossa.

— Vocês já escolheram? - Ele perguntou tirando a caneta de trás da orelha e pegando um bloquinho de papel do bolso da camisa.

 Ele anotou os pedidos e depois saiu.

— Mila, a gente pode entrar agora no mar? - Sofi perguntou ansiosa.

— Podemos. - Ela disse se levantando. — Vocês vem? - Perguntou, enquanto Sofia já tira a roupa.

— Não, eu passo. - Respondi.

— Eu também. - Ally disse.

— Certo. - Camila disse.

 Ela começou a tirar a roupa que está vestida. Senti minha boca salivar, quando ela ficou apenas de biquíni, e um biquíni minúsculo, diga-se de passagem. Ela mal terminou de se despedir e Sofia puxou ela pela mão. 

— Se você não fechar a boca, a baba vai escorrer. - Ally disse.

— Oi?

— Isso mesmo que você ouviu. - Ela disse erguendo uma sobrancelha.

— Eu só tô… hã… apreciando a anatomia feminina. - Eu disse com um sorriso de lado, o que fez ela rir e negar com a cabeça.

— Fico feliz que você tenha conseguido se sair bem, você estava tão perdida no primeiro dia.

— Suas dicas ajudaram muito, obrigada. - Eu disse com um sorriso sincero.

— De nada, eu só te mostrei o essencial, mas se aproximar dessa forma da Camila, o mérito é todo seu.

— Como você sabe se somos realmente próximas? - Perguntei curiosa. 

— Bom, eu trabalho na agência há um bom tempo, Camila não é muito de se envolver com ninguém de lá, é sempre algo bastante profissional, até mesmo com os assessores que ela já teve, e olhe que eu conheci todos.

  O garçom que agora pouco saiu da nossa mesa, retornou com uma bandeja em mãos, colocou nossos pedidos lá e saiu. Ally continuou o que estava falando:

— E só pelo fato dela estar aqui com você hoje, prova que você conseguiu um contato além do profissional com ela. - Ela disse, servindo suco em meu copo e no seu.

— Eu sinto que conheço ela há muito tempo. - Confessei, pegando o copo. — Mas e você, me fala um pouco sobre você.

 Ficamos um bom tempo conversando e eu achei impressionante, como a conversa com ela apenas fluí, ela é dona de uma animação fora do comum. O retorno das meninas para a mesa, tomou nossa atenção. 

— Eu tô com muita, muita fome. - Sofi disse se aproximando da mesa, com o queixo tremendo de frio.

— Então senta pra comer. - Camila disse colocando uma toalha em volta dela.

 Minha vontade era ficar aproveitando aquela visão de Camila toda molhada, apenas de biquíni, mas percebi Ally olhando pra mim e segurando a risada, então resolvi desviar o olhar.

— Do que vocês estavam falando? - Camila perguntou sentando na cadeira.

 Ally voltou a contar a história que ela estava contando, de um mico que ela pagou assim que começou a trabalhar de assessora, mas depois que Camila retornou a mesa, eu não consegui mais prestar atenção, então enquanto ela conta eu olho pra Camila, que morre de rir da história. Senti meu celular vibrando no bolso do meu short, peguei ele e olhei o visor, Emma.

— Oi, pensei que tinha me esquecido. - Eu disse quando atendi.

— Você sabe que não sou uma pessoa de muita sorte. - Ela disse do outro lado da linha.

— Suas demonstrações de afeto me comovem. - Falei.

— Só liguei pra avisar que vou buscar você no aeroporto amanhã, vocês na verdade. - Ela disse, e conhecendo ela como eu conheco, tenho certeza que rolou os olhos.

 Antes que eu pudesse responder, vi tudo na minha frente girar, respirei fundo pra tentar voltar ao normal.

— Está me ouvindo, Lauren? - Emma perguntou, pela falta de resposta. 

— É… tô sim. - Me levantei da mesa e me afastei. — Só estou com fome.

 No mesmo instante, ela iniciou um sermão do outro lado da linha.

— Emma. - Eu disse, cortando a fala dela. — Eu vou me alimentar, não se preocupa, agora eu tenho que desligar, mas vai mesmo buscar a gente no aeroporto, tá? Eu te amo.

 Não deu tempo esperar a resposta dela, eu encerrei a ligação e coloquei o celular no bolso do meu short, olhei ao redor procurando um banheiro, esse calor piora a minha situação, e vou acabar caindo aqui.

— Onde tem um banheiro aqui, amigo? - Perguntei a um garçom que passava.

 Fui até o local indicado, para um banheiro de praia até que é limpinho. Liguei a torneira da pia e joguei água no rosto, respirando profundamente, quando eu ia repetir o processo, ouvi alguém batendo na porta.

— Tem gente. - Avisei, mas mesmo assim vi a porta se abrindo, já ia xingar a pessoa, mas a pessoa é a Camila.

— Você tá bem? - Ela perguntou, entrando e fechando a porta novamente.

 Detalhe: o banheiro é minúsculo, só tem uma pia e um vaso sanitário, o que nos obriga a ficar bem perto uma da outra, o banheiro é projetado para uso individual.

— Tô sim, é só um mal estar, por causa do calor. - Eu disse, tentando ao máximo não descer o olhar para o corpo dela vestido apenas de biquíni. 

— Realmente, está muito quente aqui. - Ela disse, quebrando a pouca distância que tinha entre nossos corpos. — Talvez resolva se você tirar essa roupa. - Ela disse, levantando um pouco a minha blusa.

 Nesse processo, propositalmente ela deslizou as unhas pelo meu corpo, levei uma mão até a nuca dela e a puxei para um beijo, ao qual ela correspondeu de imediato, minha outra mão foi até a sua cintura, puxei ela ainda mais contra mim, ouvi meu celular tocando, ela parou e me olhou.

— Você não vai me deixar na vontade de novo? - Ela perguntou, com a respiração ofegante, olhando nos meus olhos.

 Não respondi nada, só encostei ela contra a pia e voltei a beijá la, quando o ar nos faltou desci o beijo pelo seu pescoço, no mesmo instante ela começou a roçar seu sexo, contra a minha perna que está entre as suas, como resposta mordi seu pescoço, o que a fez soltar um gemido baixo, coloquei uma mão em sua cintura e com a outra afastei um pouco seu biquíni para o lado, me surpreendi com o quanto ela já esta molhada, fazendo meus dedos deslizarem facilmente pelo seu sexo, com o polegar fiz movimentos circulares no seu clitóris, ela soltou um gemido um pouco mais alto quando introduzi dois dedos nela. Sorri. Ela segurou na minha nuca me puxando pra outro beijo e começou a rebolar em meus dedos.

— Porra, Lauren! - Ela soltou entre gemidos.

 Aumentei mais a velocidade, e em poucos minutos, senti seu líquido escorrendo pelos meus dedos, ela se apoiou em mim, respirando fundo na tentativa de regularizar novamente a respiração, tirei meus dedos de dentro dela e ia levar até minha boca, mas ela me impediu, segurou meus dedos e levou até sua boca, os chupando com volúpia, sem quebrar o nosso contato visual. Minha visão começou a embaçar, e eu não consegui distinguir se é por causa da falta de alimento, ou se eu estou ficando literalmente cega de tesão.

— Acho melhor a gente voltar. - Falei.

 Sim, eu estou me concentrando ao máximo pra não cair ali.

— Não antes de outro beijo. - Ela disse me puxando pela blusa.

*****

— Pensei que tinham sido sequestradas. - Ally disse quando retornamos à mesa.

 Camila corou no mesmo instante, e eu só agradeci por ser biologicamente incapaz de corar. Como desculpa, Camila saiu arrastando Sofia de volta para o mar, me deixando pra responder Ally.

— Fila grande no banheiro. - Menti.

— Claro, fila. - Ela disse, olhando nos meus olhos.

 Olhei pra ela, e acabei rindo, ela negou com a cabeça. 

— Acho melhor a gente pedir logo a conta. - Falei, mudando de assunto. —  Já tá anoitecendo.

 Ela fez sinal para um garçom e ele trouxe a conta.

— Deu quanto? - Ela perguntou abrindo a bolsa dela.

— Deixa que eu pago. - Abri a carteira e peguei algumas notas. 

— Claro que não, a gente vai dividir. 

 Chamei o garçom que tinha atendido a nossa mesa, enquanto isso Ally fala que não é justo e blá blá blá, fingi não ouvir, e quando o garçom chegou na nossa mesa, entreguei a conta e o dinheiro pra ele.

 — Pode ficar com o troco. - Eu disse, ele agradeceu e saiu.

Ela bufou irritada. 

— Na próxima eu pago então. - Apontou pra mim.

— Vou pensar nisso. - Falei. 

 Não demorou muito e Camila já estava voltando pra mesa.

— Já pediu a conta? - Ela perguntou, secando Sofia com a toalha.

— Sim, e Lauren, contra a minha vontade, pagou tudo. - Ally disse revirando os olhos.

— Ela tem essa mania, temos que ser mais rápidas do que ela.

— Impossível vocês serem mais rápidas do que a Lolo. - Sofi disse.

— Impossível por quê? - Camila perguntou.

 Travei, olhando pra Sofia.

— Porque sim. - Respondeu olhando pra mim e sorrindo.

 Soltei a respiração, que eu tinha prendido sem perceber, com medo da resposta dela. Como Ally estava sem carro, deixei ela no hotel antes de irmos pra casa de Camila.

— Gostei dela, já tinhamos nos encontrando antes, mas nunca tinha tido uma conversa mais íntima. - Camima disse, quando ela desceu. 

— Ouvi boatos que você não é muito sociável com seus colegas de trabalho. - Eu disse e ela me olhou. 

— Você não sabe o quanto de pessoas falsas tem nesse meio, prefiro evitar a fadiga.

Neguei com a cabeça.

— Posso dormir com vocês hoje?. - Sofia perguntou do banco de trás.

— Pode sim. - Camila respondeu sorrindo, olhando para ela pelo retrovisor.