História Quase Sem Querer - Meu Namorado

Lauren POV

— Por favor, me diz que a agenda da semana que vem está menos agitada. - Camila pediu, entrando no carro.

 Com o adiamento dos trabalhos da semana da viagem, pra essa, a agenda dela ficou bem movimentada, hoje já é sexta-feira e o dia foi como todos os outros que o antecederam: sem pausa.

— Veja pelo lado bom, pelo menos estou sendo sua motorista particular, qual dos seus assessores buscavam e levavam você para casa?

— Só você mesmo, você é a melhor assessora de todas, mas poderia ser bem melhor, se colocasse menos trabalho na minha agenda e deixasse um tempo livre pra gente.

 Neguei com a cabeça e tirei a visão do trânsito por alguns segundos, só para olhá-la. 

— Você sabe que não sou eu, sua agência exige metas e você precisa alcançá-las. 

— É, eu sei, estava brincando, mas já fazem quatro dias, que a única coisa que ganho de você são beijos, não mereço mais que isso? - Ela perguntou, pousando sua mão estrategicamente na minha coxa.

— Camila, eu tô dirigindo. - Eu disse, segurando a mão dela, para que não  avance muito. — E durante toda essa semana, eu chamei você pra sair comigo a noite, hoje também não posso, vou ao cinema com Emma.

— Mas não dava Lauren, Austin estava na cidade ainda, ele viajou hoje.

— Então vai reclamar com ele. - Dei de ombros.

 Ela tirou o cinto e se curvou o máximo que pode na minha direção, passou os lábios pelo meu pescoço com certa urgência, finalizando com uma mordida.

— Camila, você vai me fazer causar um acidente, volta para o seu lugar. - Tentei empurrá-la de volta ao assento, mas em vão. 

— Então encosta o carro. - Pediu.

— O quê? - Olhei pra ela.

— Encosta o carro. - Repetiu. 

— Eu estou atrasada, Camila, vou só deixar você em casa e me encontrar com ela.

— Encosta logo! - Ela disse, colocando a mão no volante e fazendo o carro sair um pouco da pista

 O carro que vinha atrás passou quase 1 minuto buzinando, mesmo depois do meu carro já ter retornado pra pista.

— Tá querendo morrer? - Perguntei exaltada.

— Não, e por isso que fiz isso. - Se sentou no seu devido lugar. — Não tô querendo morrer de vontade, Lauren!

— Hoje não dá, fica pra amanhã. - Continuei. 

 Ela ficou calada, não estou olhando pra ela, devido ao trânsito, mas sei que ela está olhando pra mim.

— Lembra que em Miami, eu não perdoei você por fazer complô com a Sofi? - Olhei pra ela mais uma vez. — Sua sentença é essa, encosta o carro!

— Você tá brincando comigo?

— Não, encosta logo.

 Bufei, e um pouco a contragosto tirei o carro da avenida principal e o encostei em uma das ruas adjacentes, com pouco movimento. 

— Você é muito teimosa, eu já falei diversas vezes que esto...

 Ela não me deixou completar a frase, e com uma velocidade extrema, para um lugar tão pequeno como esse, ela já estava sentada no meu colo de frente pra mim.

— Você sai com ela outro dia. - Ela disse e sem me dar tempo pra responder, prensou seus lábios nos meus.

— Cami… - Tentei falar, mas ela não deixou, prendeu meu lábio inferior entre os seus dentes e o mordeu com certa força.

 Perdi o pouco raciocínio que ainda tinha quando senti sua língua quente adentrar minha boca, então correspondi ao beijo, e quando o fiz ela sorriu, o que me fez acabar sorrindo também. Enquanto nos beijamos, ela vez ou outra da uma rebolada no meu colo, eu não sei se é involuntário ou proposital, mas está me deixando louca, porque isso faz seu sexo esfregar quase que diretamente na minha perna, já que ela está de saia e a essa altura do campeonato já esta fora do lugar, a única coisa que impede o contato direto é a sua calcinha. 

— Camila! - Repreendi, colocando as duas mãos em sua cintura, para mantê-la quieta. — Fica parada.

— Por quê? - Ela perguntou, qualquer pessoa olhando de fora, acreditaria que ela de fato não sabe o porquê, mas eu a conheço. — Não gosta quando faço isso? - Fez o movimento novamente.

— Não quando estamos dentro de um carro, em uma rua que a qualquer momento pode aparecer alguém.

— Você tá falando demais. - Ela disse, e grudou a boca na minha. — Assim é melhor.

— Camil… - Tentei falar.

— Shhhh, não fala, só faz. - Segurou minha mão que ainda repousava sobre sua cintura e a guiou até o meio de suas pernas. — Você vai me deixar nessa situação?

 Eu fui capaz de sentir sua pulsação em minha mão, afastei sua calcinha para o lado e deslizei dois dedos por sua intimidade, ela está tão molhada que meus dedos deslizaram com facilidade, ela soltou um gemido baixo, em uma rebolada de cintura, ela se encaixou em meus dedos, que entraram sem a menor sutileza, ela soltou uma risadinha baixa, carregada de tesão, mordeu o lábio inferior e jogou a cabeça pra trás. Levei minha mão livre até seus cabelos e puxei, fazendo ela me olhar. 

— Olhando nos meus olhos. - Exigi. 

 Ela sorriu de lado e começou a rebolar ainda mais, fazendo com que o contato dos meus dedos na sua intimidade se intensificassem. Mais algumas investidas e a sua respiração começou a se alterar, deslizei meus dedos para fora do seu sexo, e a frustração tomou conta do seu rosto. 

— Porra! - Gemeu irritada. — Não para, Lauren!

 Ao ouvir ela gemendo meu nome, desisti de fazer joguinhos. Desci minha mão do seu cabelo e a posicionei em sua nuca, puxei ela mais pra frente, até juntar nossas bocas e voltei a movimentar meus dedos dentro dela, com mais força e velocidade dessa vez. Em pouco tempo seu líquido escorreu entre meus dedos. Eu sorri. Enquanto regulariza a respiração, ela levou os lábios até meu pescoço e ficou mordendo levemente.

— Nós acabamos de transar dentro de um carro a céu aberto, você tem ideia de quanto uma foto sua nessa situação valeria? - Perguntei, quando ela olhou pra mim.

— Culpa sua, que me faz perder a cabeça e virar um bicho irracional.

— Culpa minha? - Ergui a sobrancelha. 

— Toda sua. - Sorriu e ajeitou sua roupa. — Dorme comigo hoje?

— Onde? - Perguntei, assistindo ela retornar para o banco do passageiro. 

— Eu estava pensando na minha casa, mas se você quiser ficar com dor no corpo, pode ser aaqui dentro mesmo. - Sugeriu.

— Então o que estamos fazendo aqui ainda?

 Ela sorriu, me deu um beijo rápido e então colocou o cinto. Não estávamos muito longe da casa dela, em questão de minutos chegamos lá. Mal cruzei a porta do quarto, e ela já me empurrou para cima da cama. 

— Não foi você que passou o dia reclamando que estava cansada? - Perguntei, vendo ela subir em cima de mim.

— Foi, mas passou. - Ela disse, e deslizou a língua lentamente pelo meu lábio inferior.

— Ótimo. - Inverti nossas posições. — Porque a noite acabou de começar, e eu estou insaciável. 

Camila POV

 Acordei com o barulho estridente do meu celular, coloquei a mão debaixo do meu travesseiro e o peguei, olhei no visor, é o Austin ligando, olhei para o lado e Lauren dorme com o braço sobre o rosto.

— Oi. - Atendi a ligação, me sentando na cama.

— Esse carro aqui na sua garagem, é o da Lauren?

 Senti meus pulmões pararem de puxar o ar.

— O quê? Onde você tá?

— Tô aqui embaixo né Camila, ia colocar meu carro atrás do seu, como sempre, mas o da Lauren já está aqui. - Fez uma pausa, ou esperou por uma resposta, que não veio. — Por que ela tá aqui na sua casa tão cedo? — Continuou. 

— Hã… é… coloca seu carro lá fora que ela já tá descendo, aí depois você coloca pra dentro.

 Ele não respondeu nada, apenas encerrou a ligação.

— Lauren! - Chamei, andando pelo quarto, pegando as peças de roupa dela e jogando sobre a cama. — O Austin tá aqui, levanta, rápido

 Enquanto eu estou desesperada chamando por ela, ela parece que nem me ouvir, bufei, e parei ao lado da cama.

— Lauren. - Chamei balançando ela. — Levanta, por favor. - Pedi, ela abriu os olhos e ficou me fitando, com o semblante confuso.

— O que foi? - Perguntou com a voz rouca.

— O Austin tá subindo, veste suas roupas.

— Manda ele embora, deixa eu passar o dia com você. - Mordeu o lábio inferior e se sentou na cama, esperando por uma resposta.

— Desculpa Lauren, mas não posso simplesmente mandar ele embora, ele é meu namorado.

— Entendo. - Disse séria e se levantou. 

 Vendo ela se vestir, só então percebi que estou só de roupa íntima, sai em disparada para o meu closet e coloquei uma camiseta grande, que eu geralmente uso pra dormir e um short de algodão, quando retornei para o quarto, deixei meu queixo cair, Lauren já está completamente vestida e com o cabelo tão impecável, que nem parece que ela acabou de acordar.

— Como você se arrumou tão rápido? Quase morro só pra colocar essa roupa simples e você já colocou esse tanto de roupa e ainda ajeitou o cabelo. 

 Ela apenas deu de ombros, pegou as chaves na cabeceira da cama e fez o trajeto até a porta.

— Ei. - Chamei e ela parou, mas continuou de costas pra mim, me aproximei e entrei na sua frente. — Você tá com raiva?

— Não. - Respondeu secamente, e tentou passar por mim.

— Desculpa, não era pra ele ter chegado hoje, deve ter acontecido alguma coisa. - Justifiquei. 

— Você não me deve explicação Camila, como você falou, ele é o seu namorado, agora por favor, sai da minha frente que quero passar.

 Antes de sair tentei dar um selinho nela, mas ela virou o rosto, o que me fez beijar seu rosto, ela desviou de mim e saiu pela porta.

— Sete horas da manhã ainda Jauregui, o que você veio fazer aqui? - Ouvi a voz de Austin no corredor.

— Pergunta pra sua namorada. - Lauren respondeu, e pelos sons dos seus passos, passou direto por ele.

 Austin apareceu na porta do quarto e ficou olhando para o corredor, provavelmente esperando Lauren sair, quando a porta bateu ele virou pra mim.

— Ela dormiu aqui? - Perguntou, com o semblante sério.

— Não, ela… - Engoli em seco. — Ela só veio trazer uns papéis pra eu assinar.

— Essa hora?

— Também não entendi o porquê tão cedo. - Menti. — E ela não tá com cara de quem acordou agora, né?

— Verdade. - Fechou a porta do quarto. — Você percebeu o chupão enorme no pescoço dela?

— Não. - Disse, tentando falar o menos possível pra não começar a gaguejar.

— Mas eu vi, provavelmente passou a noite transando com alguém e depois passou por aqui.

— É, deve ter sido. Você não ia gravar esse final de semana? - Perguntei, na intenção de mudar logo de assunto.

— Sim. - Tirou a camisa. — Mas deu problema no lugar que locaram para as gravações, aí foi adiado. - Se aproximou de mim.

— Ah! - Confirmei com a cabeça.

— Que tal a gente seguir o exemplo da Jauregui e aproveitar nosso tempo livre? - Perguntou, me puxando pela cintura.

— Acho uma boa ideia. - Respondi sorrindo, ele sorriu também e cortou a distância entre nossos lábios.

Lauren POV

 Quando entrei no meu carro, só então percebi que tinha esquecido meu celular aqui dentro, têm 49 chamadas perdidas, todas da Emma. Droga! Além de ter furado com ela, ainda esqueci de avisar. Ao sair da garagem do prédio de Camila, notei o carro do namoradinho dela estacionado lá na frente, tive vontade de bater contra o carro dele, mas o meu não merece isso, então só segui em frente.

— Emma? - Chamei, entrando em casa.

 Como não obtive resposta, subi até o quarto dela, ela está se arrumando em frente ao espelho, pelo reflexo olhou pra mim.

— Custava ter avisado? - Perguntou, encarando meu reflexo.

— Desculpa. - Passei a mão pelo rosto. — Eu esqueci, eu estava com a Camila.

— É, eu sei, ela me disse quando liguei a sua procura hoje de madrugada.

— A gente pode ir pro cinema agora, o que acha?

— Eu vou sair, fica pra outro dia. - Respondeu secamente.

 Saiu da frente do espelho e veio em direção a porta, onde eu continuo parada, antes que ela se afastasse, segurei em sua mão, a fazendo parar.

— Não me deixa só. - Pedi, sentindo um nó na garganta. — Hoje não, por favor.

 Seus olhos que até o momento estavam focados em meu rosto, desceu em direção ao meu pescoço, ela puxou sua mão da minha imediatamente.

— Eu marquei com uns amigos da faculdade Lauren, não vou furar.

 Quando ela fez menção em se afastar, a puxei novamente pela mão, com ela agora de frente pra mim, prendi meus lábios nos seus, preciso convencê-la a ficar a qualquer custo, não sei porquê dessa maneira, mas foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Beijá-la para fazê-la ficar. 

— Por favor. - Pedi, fitando seus olhos. 

 Ela levou uma mão até meu rosto e só então eu percebi que tinha deixado uma lágrima descer.

— Você é meu fim e meu começo. - Ela disse, antes de me envolver com seus braços.