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História Quase Sem Querer - Não sou modelo


Escrita por: princetri

Capítulo 31 - Não sou modelo


Lauren POV



1 semana depois.



 Estacionei o carro em frente ao prédio de Camila e fiquei esperando ela descer, essa é a primeira vez que estou voltando a casa dela, desde o dia em que ela teve uma crise de consciência e me mandou embora.


— Bom dia. - Eu disse, quando ela entrou no carro.


— Só vai ficar bom, quando ele terminar e eu tiver a certeza que ocorreu tudo bem.


— Até parece que é a primeira vez que você vai fotografar.


— Pra capa da Vogue é. - Respondeu inquieta.


— Vai dar tudo certo, só relaxe. 



 O tamanho do nervosismo da Camila pode ser medido, se levarmos em conta que durante todo o trajeto ela foi calada, e ela nunca se cala.


 Eu nunca pensei que veria isso, mas Camila simplesmente não está conseguindo fazer o que o fotógrafo pede e pra piorar ele não tem nenhum pingo de paciência. Já perdi as contas de quantas vezes ela pediu uma pausa, mas retorna do mesmo jeito. A pedido do fotógrafo, o presidente está descendo até aqui.


— Qual o problema? - Ele perguntou ao fotógrafo, quando passou pela porta.


— Não tá indo senhor, a modelo simplesmente não consegue. - Respondeu o fotógrafo, impaciente. 


 Ele olhou na direção de Camila e foi até lá.


— Você está se sentindo bem, querida? Você quer uma água, um champanhe? - Perguntou, atencioso.


— Não, eu… eu só estou um pouco nervosa, mas eu vou conseguir. - Camila disse.


 Ele sorriu e assentiu com a cabeça.


— Eu vou buscar algo pra você beber, vai ajudar você a se soltar mais. - Disse o homem de meia idade.


 Quando ele saiu da sala aproveitei pra ir falar com ela.


— Eu não estou conseguindo, Lauren. - Ela disse, quando me viu se aproximar.


 Segurei seu rosto entre as mãos e a fiz olhar nos meus olhos.


— Eu tenho certeza que você vai conseguir, eles não escolheram você à toa, tem milhares de outras modelos por aí, mas você foi a escolhida, porque você é boa no que faz e eles sabem disso, então respira fundo, você consegue, você sempre consegue. - Falei, com seus olhos totalmente atentos a mim.


 Ouvi vários “clicks” sucessivos e quando olhei pra o lado o fotógrafo estava fotografando a mim e a Camila.


— O que você está fazendo? - Perguntei franzindo o cenho.


 Quem respondeu não foi ele, e sim o presidente, que só agora eu percebi que tinha retornado a sala.


— Mudanças de plano. - Disse empolgado. — Eu quero fotografar você com ela.


— O quê? - Eu e Camila perguntamos em uníssono.


— Química, vocês têm química e eu quero isso na minha capa, já posso até ouvir os burburinhos. - Ele colocou a mão no queixo e ficou alternando o olhar entre nós duas. — Inovação, é disso que estamos precisando, como não pensei nisso antes?


— Eu não quero ser modelo. - Falei.


— Eu tenho namorado. - Camila falou.


 O presidente rolou os olhos, e quase o fiz também. 


— Não estou pedindo pra você seguir carreira. - Ele disse olhando pra mim e depois olhou pra Camila. — Eu sei que você tem namorado, Austin Butler, ele é ator, tenho certeza que não vai ver problema nisso.


— É, você tem razão. - Camila disse.


— Não, ele não tem razão, eu não quero fazer isso. - Cruzei os braços.


— Eu vou dar 15 minutinhos para vocês conversarem. - Ele disse e estalou o dedo, fazendo sinal, para que o fotógrafo o acompanhe.


 Quando eles saíram fiquei de frente pra Camila.


— Por que você concordou?


— Porque eu sei que não tenho a menor condição de fotografar pra essas fotos hoje e eu não quero perder essa capa, então por favor, pelo menos tenta. - Pediu, com carinha de choro. — Por mim.


 Não, eu não queria fazer essas fotos, mas também não conseguia dizer “não” pra ela. Concordei e ela saiu pra chamar o presidente de volta a sala, quando ele entrou estava com um sorriso de orelha a orelha, me mandou trocar de roupa e depois chamou um homem, que me passou maquiagem e ajeitou meu cabelo.


— Ótimo, vamos começar, eu quero as duas no mesmo clima que estavam antes, pode ser? Como se estivessem conversando, olho no olho. - O presidente falou, gesticulando exageradamente com as mãos. 


 Pelo visto vamos ter um diretor.


 Camila foi a primeira a se movimentar, ela se aproximou de mim e colocou as mãos no meu rosto. Eu pensei que ela pretendia falar alguma coisa, mas ela estava apenas entrando na posse solicitada. Quando ouvi os vários “clicks” não consegui evitar e acabei olhando pra câmera.


— Olhando pra Camila, você não vai olhar pra câmera. - O presidente disse.


— Foca em mim. - Camila disse, quase em um sussurro.


 Tinha como não focar? Com ela parada a centímetros de mim?  Sussurrando? Desci uma das mãos e a puxei levemente pela cintura, pra mais perto, o tempo parece ter parado ao meu redor, os olhos dela fixamente nos meus, sua respiração quente se misturando com a minha.


— Isso garota, tá indo muito bem. - O presidente falou animado, alguém manda ele calar a boca, por favor. — Agora fiquem de costas uma pra outra, deita a cabeça pra trás, até encostar no ombro da outra, mas deixem o corpo um pouco mais distantes, isso mesmo.


 Até que as fotos não foram tão difíceis quanto eu imaginei, o difícil mesmo foi controlar meus desejos tão próxima a Camila, uma das poses solicitadas, Camila, que é mais baixa que eu, ficou com a cabeça um pouco erguida, e eu tive que baixar a minha, até nosso lábios ficarem próximos, infelizmente tive que obedecer a voz do presidente falando para "encostar, mas não tanto", enquanto tudo dentro de mim vibrava pedindo por isso. Depois de longas horas nesse torturante encosta/não encosta, ele me dispensou para ir trocar de roupa e ficou fazendo algumas fotos da Camila sozinha.


— Droga. - Falei pra mim mesma, colocando minhas roupas.


 Eu estou com raiva, raiva não, frustrada, eu estou com saudades da Camila, saudades do seu corpo, do seu beijo, do seu toque. Eu não quero ser só amiga dela, merda.


 Quando terminei de trocar de roupa, retornei para o estúdio onde Camila se encontra fotografando, o presidente não está mais lá, e com apenas mais alguns poucos minutos o fotógrafo encerrou o ensaio. Observei Camila seguindo pelo corredor, indo até o camarim, em um gesto totalmente impulsivo fui atrás dela, e ao passar pela porta eu passei a chave na mesma, ela franziu o cenho. Lentamente eu me aproximei, ela percebendo meu movimento, deu alguns passos vacilantes para trás, até seu corpo colidir contra a parede.


— O que você está fazendo? - Perguntou.


 Parei com meu rosto a centímetros do dela.


— Me deixa beijar você, Camz. - Pedi, em uma quase súplica. 


— Isso… - Pigarreou. — Isso não é certo. - Ela disse, mas não conseguiu manter o olhar no meu, logo ele desceu para minha boca.


— Eu… eu me apaixonei por você. - Confessei, em um fio de voz.



 Seus olhos subiram novamente para os meus, não sei se é impressão minha, mas acredito até ter visto sua pupila dilatando, depois de alguns segundos ou minutos, não faço a mínima ideia de tempo exato, ela finalmente falou alguma coisa.


— Eu acho que eu tam… - Ela cortou a frase pela metade, levou uma mão até minha nuca e me puxou, fazendo com que nossos lábios finalmente se encontrassem.


 Senti todo o meu corpo relaxar, ele ansiava por esse contato a tarde inteira, sentir mais uma vez sua boca contra a minha, não um foi um beijo calmo, ela me beijou com intensidade, como se estivesse com raiva, mas ainda assim, não parei de corresponder. No final, ela prendeu meu lábio inferior com os dentes, mas não foi uma mordida de leve, ele mordeu com força, tanto que senti o gosto de sangue.


— Ai, Camila! - Reclamei, levando a mão até a boca.


 Me afastei, mas rapidamente ela me puxou para perto outra vez, abaixou minha mão e deslizou a língua por toda a extensão do meu lábio inferior ainda dolorido.


— Desculpa. - Encostou a testa na minha. — É que eu fico com tanta raiva  por não conseguir resistir a você, não conseguir parar de pensar em você, ficar contando as horas pra te ver, eu não estou sabendo lidar com isso, Lauren. - Confessou, com os olhos fechados. 


— Eu não quero que você se afaste de mim, Camz.


 Ela sorriu fraco e se afastou um pouco para me olhar.


— Vou proibir você de me chamar assim, dessa forma você é capaz de me convencer a roubar um banco. - Fez um carinho de leve no meu rosto, com a ponta dos dedos. — Vamos sair daqui.


 No caminho para o estacionamento, encontramos com o presidente, que ao meu ver, está colocando muita fé nessa edição, me fez assinar alguns papéis e depois do que se pareceram horas falando, nos deixou sair. Me surpreendi quando sai da sede da revista e o céu já estava escuro, hoje o dia definitivamente correu. 


 Quando entramos no carro, Camila colocou o cinto e encostou a cabeça na janela.


— Tá cansada? - Perguntei, colocando uma mão em sua perna.


 Ela colocou a mão sobre a minha e fez um carinho de leve, com o polegar.


— Muito. - Olhou pra mim. — Fisicamente e mentalmente.


— Eu vou deixar você em casa então.


 Ela apenas afirmou com a cabeça, antes de soltar a mão dela, a segurei e levantei um pouco, pra que eu pudesse depositar um beijo. Ela sorriu e se inclinou um pouco em minha direção, pra me dar um selinho.


— Você é uma das melhores coisas que já me aconteceu, Lauren Jauregui.


Notas Finais


Gente, o número de pessoas que querem a Emma com a Lauren tá crescendo, senta aqui comigo pessoinhas, vamos fazer uma rodinha e conversar sobre isso, porque não tô sabendo lidar.


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