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História Quase Sem Querer - Mal, por não me sentir mal


Escrita por: princetri

Notas do Autor


Alguém me segura, porque tô tentado postar só um cap por semana, mas não estou conseguindo.

:/

Capítulo 35 - Mal, por não me sentir mal


Camila POV



 Infelizmente o que Emma me disse ficou na minha cabeça o resto do dia, quando saí da casa da Lauren com a Sofia, fui direto para o meu apartamento, e diferente de quando eu saí, agora Austin também está lá, junto com a minha mãe.


— Oi, meu amor. - Ele disse, veio até mim e me deu um selinho.


 Olhei para os lados e não vi mais a Sofia, provavelmente já correu pra pedir comida pra Maria.


— Eu quero conversar com você. - Eu disse para o Austin, fazendo sinal com a cabeça, pra ele me seguir até meu quarto.


 Quando eu fechei a porta ele colocou um sorriso no rosto e me puxou pra perto dele.


— Acho que você não poderia arranjar uma desculpa melhor. - Ele disse e veio com o rosto na minha direção, mas antes que seus lábios tocassem os meus eu virei o rosto.


— Não entendi. - Ele disse, me olhando confuso.


 Respirei fundo e me afastei um pouco, ficando de costas pra ele e já sentindo as lágrimas arderem nos meus olhos. Ele parou novamente na minha frente e segurou meu rosto entre as mãos.


— Por que você está chorando, amor? Eu fiz alguma coisa? - Perguntou, preocupado.


— Eu… eu… quero. - Respirei fundo. — Eu quero terminar… com você.


 Ele ficou sério e se afastou de mim, dando alguns passos para trás.


— O quê?


— Desculpa Austin, eu não posso mais ficar com você… me perdoa. - Falei, sentindo todo meu corpo me puxar pra o chão, como se estivesse prestes a cair.


— Por que isso agora, Camila? Foi alguma coisa que eu fiz? - Jogou o cabelo para trás, nervoso. — Você tá brincando comigo?


— Não, você não fez nada, sou eu, eu não posso mais ficar com você. - As lágrimas finalmente desceram pelo meu rosto.


— Não pode ou não quer? - Esbravejou.


— Os dois. - Respondi cabisbaixa e ele soltou uma risada carregada de deboche.


— Você me traiu, porra?


— Por favor, não deixa as coisas mais difíceis pra mim, só tenta entender que não dá mais. - Pedi, sentindo um nó na minha garganta, cada palavra saí arrastada, obrigada. 


— Não deixar as coisas mais difíceis pra você, claro, me responda de uma vez. - Parou na minha frente, com os olhos faiscando de raiva. — VOCÊ ME TRAIU?



 O que mais eu poderia fazer além de contar a verdade? Eu já me sinto mal o suficiente por ter feito isso com ele, não vou mentir. Afirmei com a cabeça, no mesmo instante ele levantou uma das mãos, por instinto acabei fechando os olhos, mas não veio nada em seguida, tornei a olhar pra ele, agora ele está de costas para mim e com uma das mãos na cabeça. 


— Eu sinto muito. - Falei.


 Ergui uma mão para tocá-lo, mas desisti antes do contato. 


— Não Camila, você não sente, quem sempre sentiu alguma coisa nessa merda de relação fui eu. - Virou novamente pra mim, claramente tentando se acalmar. —  Mas eu perdoo você, Camila, tudo bem, podemos passar por isso juntos, mas não termina comigo, por favor, a gente pode superar isso, vamos viajar, qualquer lugar que você quiser, mas não desiste da gente. - Pediu, com os olhos cheios de lágrimas. 


— Austin… - Neguei com a cabeça. — Eu não te amo mais. - Confessei.


 Falar aqui em voz alta, parece ter trazido uma nova compreensão, até mesmo para mim, é isso, eu não o amo mais, só estava acomodada ao nosso relacionamento, mas amor deixou de ser há muito tempo. 


— Você ainda tá com esse filho da puta, né? - Segurou meu rosto entre suas mãos, com certa força. — Vai me deixar pra ficar com ele, quem é ele Camila, me diz!


— Isso não importa, por favor, vai embora. - Com dificuldade consegui tirar as mãos dele do meu rosto.


— Sabe  o que você é, Camila? Uma vadiazinha da pior qualidade, uma puta desgraçada. - Soltou tudo de uma vez.


  As palavras me atingiram feito vidro.


— Você não tem o direito de falar assim comigo na minha casa, vai embora, AGORA! - Falei mais alto do que gostaria. 


— Eu vou embora sim, sua vadia. - Foi em direção a porta e parou. — Mas eu vou descobrir quem é esse filho da puta e vou acabar com a vida dele. - Bateu a porta e saiu.


 No mesmo instante que ele bateu a porta, meu corpo caiu sobre a cama, meu rosto que já estava todo molhado de lágrimas, ficou 10 vezes mais, porque uma quantidade assustadora de lágrimas começou a descer pelo meu rosto, senti tudo em mim doer, fisicamente e mentalmente. Eu não lembro a última vez que chorei tanto, parece que esse choro estava guardado há tempos, esperando para ser colocado pra fora, não apenas pelo Austin, mas por tudo que aceito na minha vida, para agradar as pessoas. Ouvi a porta se abrindo, mas não me dei ao trabalho de olhar quem é.


— Aconteceu alguma coisa? - Ouvi a voz da minha mãe. — O Austin passou transtornado pela sala.


— Eu terminei com ele. - Respondi, com o rosto enfiado no travesseiro e a voz abafada.


— Por quê?


 Sequei as lágrimas com o edredom da minha cama e olhei pra ela, com seu olhar julgador de sempre, ela nunca me enxerga além da minha profissão, parece que não se lembra que seu útero quem me gerou, ela quem me deu vida, mas parece querer a tomar de volta a todo instante. 




— Eu estou apaixonada pela, Lauren. - Falei.


— A sua assessora?


 Afirmei com a cabeça.


— Você… - Riu. — Você não pode. 


— Por que não, mãe? Por ela ser uma mulher?


— Não, porque isso vai acabar com a sua carreira, minha filha. 


 Neguei com a cabeça, nada novo.

 

— Foda-se essa carreira, mãe, eu odeio ela, esse nunca foi o meu sonho, sempre foi o seu sonho. - Apontei pra ela. — E eu não aguento mais, eu não quero mais isso, não quero mais ser infeliz, eu quero viver a vida que eu escolher, você não vai perceber nunca que isso não me faz feliz? Essa profissão me destrói, eu estou aqui por sua causa, pra não decepcionar você, eu sempre tento agradar todo mundo e acho que esse é o meu erro, mas já chega, agora eu vou pensar em mim, eu não posso mais viver pelos outros, não posso.


 Ela abriu a boca várias vezes, na clara intenção de falar alguma coisa, mas nenhuma palavra saiu, então ela apenas se virou e saiu do quarto. Continuei sentada na cama, encarando a porta pela qual minha mãe acabou de passar e que há alguns minutos o Austin também tinha passado, e dessa vez para sempre, ele não irá voltar, o pensamento de ter deixado ele ir para sempre, não está me fazendo tão mal, como eu achei que faria, e isso me parece tão... errado, eu me sinto mal por não me sentir tão mal como achei que me sentiria, eu quase desejei que meu coração estivesse partido, mas não está, não por ele, e tudo que eu quero agora é seguir em frente.


 Pulei da cama e fui atrás do meu celular na sala, que ficou dentro da minha bolsa, agradeci mentalmente quando não encontrei ninguém pelo meu caminho, peguei a bolsa e retornei rapidamente para o quarto. Liguei pra o número da Lauren umas cinco vezes, mas nenhuma das vezes foi atendida, o relógio marca 20 horas, não é tão tarde, mas também não é cedo, resolvi agir por instinto, entrei rapidamente no meu closet para trocar de roupa, vesti um conjunto moleton na cor rosa bebê e voltei para o meu quarto. Peguei a chave do meu carro, e sai o mais rápido possível do meu apartamento.


 Já no caminho comecei a sentir um certo constrangimento por ir sem avisar, mas já estou no caminho, então vou continuar. 


 Desde que saí da garagem do meu prédio, vejo um táxi atrás do meu carro, já diminui a velocidade umas mil vezes, pra ver se ele ultrapassa, mas nada acontece, quando eu estava chegando perto da casa da Lauren, ele sumiu de vista, sacudi a cabeça.


— Eu estou ficando louca. - Disse pra mim mesma, no silêncio do carro.


 Estacionei meu carro em frente a casa da Lauren, as luzes do andar de baixo estão todas apagadas, mas pude ver uma luz acesa no andar de cima, abri a porta e fui subindo até o andar que está parcialmente iluminado, já no corredor pude ouvir a voz dela e da Emma, estão no banheiro.


— Puta que pariu, é sangue ou ouro? - Ouvi a voz da Lauren.


— O que você queria, Lauren? Foi no hospital central, mas nada demais. Amanhã você já está melhor e… 


Silêncio, ninguém falou mais nada. Continuei meus passos até parar em frente a porta do banheiro, as duas fixaram os olhos em mim, elas já estavam olhando para a porta, só esperando eu aparecer. Olhei pelo ambiente iluminado, têm várias bolsas de sangue espalhadas pelo chão do banheiro, algumas cheias e outras vazias, a lateral da boca de Lauren está levemente vermelha, claramente é sangue, no antebraço ela tem uma faixa enrolada, mas especificamente um curativo. Dei alguns passos para trás até sentir minhas costas colidirem contra a parede, as duas parecem ter saído ao mesmo tempo do transe de me ver ali, Emma começou a recolher as embalagens do chão e Lauren veio em minha direção.


— Não se aproxima. - Eu disse, e ela parou de imediato.


— Camila, eu posso te explicar.


— Explicar o quê, Lauren? Eu não quero entender, isso não é real, isso é só um pesadelo e eu vou acordar em segundos. - Eu disse e apertei os olhos, mas quando tornei a abrir ela ainda estava parada no mesmo lugar.


— Camz, me perdoa por não ter te contado antes, eu… eu estava esperando a hora certa. - Passou rapidamente a mão pela boca, tirando o resquício de sangue.


— Hora certa? Você é a porra de um… meu Deus, isso não pode ser real, isso não existe. - Encostei a cabeça na parede e comecei a bater continuamente.


— CAMILA! - Ouvi a voz de Lauren e dessa vez próxima a mim, ela segurou minha cabeça entre as mãos, impedindo que eu continuasse a bater com ela na parede. — Não faz isso, você vai se machucar. - Ela disse, com uma voz que ao mesmo tempo que está calma, transmite um certo desespero.


— Isso não pode ser real, Lauren, vampiros não existem, isso é só coisa de ficção, não existe, não existe, não existe, não existe, não existe… - Fiquei repetindo diversas vezes, como se precisasse disso pra continuar a viver.


— Existe. - Lauren disse, com a voz firme. — E eu sou a prova disso.


 Nesse momento ouvi um barulho nas escadas, como se alguém tivesse caído dela, Emma passou por nós e desceu, em poucos segundos ela voltou.


— O cheiro é o do Austin, mas não tenho certeza. - Ela disse, olhando pra Lauren.


— Quê? Como assim? - Perguntei confusa.


— Tinha alguém aqui e ela acha que era o Austin. - Lauren explicou. 


— O táxi. - Eu disse em voz baixa, mais pra mim do que pra elas.


— Que táxi? - As duas perguntaram em uníssono.


— Quando eu estava vindo pra cá, eu tive a impressão que estava sendo seguida por um táxi, mas agora sei que não foi apenas uma impressão.


 As duas se olharam.


Notas Finais


Digam o que vocês acham que vai acontecer.


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