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História Quase Sem Querer - C.A.V. Parte 2


Escrita por: princetri

Capítulo 38 - C.A.V. Parte 2


Lauren POV



 Ainda era noite, quando Dinah entrou novamente na nossa cabana.


— Vocês passam tanto tempo com os humanos que estão perdendo as práticas, o que diabos estão fazendo deitada? - Colocou as mãos na cintura. — Se estivessem transando eu até perdoava, mas só deitadas, me poupem né, levantem-se agora.


 Eu ouvi o apelo dela e me levantei, mas Emma se manteve deitada de bruços na cama. Dinah semicerrou os olhos e deu a volta na cama, parando ao lado dela, quando vi ela levando o dedo até a lateral do ombro da Emma, preparei meus ouvidos para o grito, assim que o dedo dela entrou em contato com a pele da Emma, o corpo dela sacudiu violentamente sobre a cama.


— Ahh… porra, caralho, caceteee, ahhh…  que merda, Dinah! Já falei pra você não usar essa caralha em mim, sua filha da puta. - Ela se sentou na cama e afastou os dois braços para o lado, como se estivesse com medo de se tocar. — Eu tô com dor de cabeça, eu não vou sair daqui, porra, podem ir, sumam. - Falou totalmente irritada. 


  Emma odeia quando Dinah faz isso, o que faz ela fazer ainda mais. 


 Sim, eu estava morrendo de vontade de rir da cara dela, principalmente quando ela estava falando e dava uma tremida de leve, mas resolvi me conter, para não irritá-la ainda mais. 


— Nunca ouvi tanto palavrão por metro quadrado. - Dinah disse.


— Doeu muito essa porcaria. - Emma disse, ainda irritada.


— Então levanta logo dessa cama se não quiser levar outro. - Dinah disse e se aproximou, ameaçando tocá-la, ignorando tudo que foi dito. 


 Emma pulou da cama e parou de pé ao meu lado.


— Faz alguma coisa, Lauren. - Disse e me empurrou na direção da Dinah.


 Soltei um grito involuntário, quando vi que meu corpo tava se aproximando do dela, mas por sorte consegui parar antes que nossos corpos colidissem.


— Olha, eu já concordei em ir com você. - Levantei as mãos pra cima. — Vai dar esses choques na Emma, em mim não.


— Não! - Emma disse e Dinah que já estava indo na direção dela parou. — Não se aproxima de mim, eu vou com vocês, mas se por acaso minha cabeça estourar e voar miolos para todos os lados a culpa vai ser inteiramente sua.


— Quando você passou a ser esse poço de drama, Watson? - Negou com a cabeça. — Isso não vai acontecer, só se alguém der um tiro na sua cabeça, o que também não vai acontecer. - Dinah completou. 


 Quando saímos da cabana, só então me concentrei no enorme barulho que está aqui fora, têm vampiros espalhados por todos os lados, conversando, tocando e têm até um grupinho atracado que está rolando pelo chão, e sinceramente não consegui distinguir se eles estão brigando ou brincando. Neguei com a cabeça e fui seguindo Dinah e Emma, que estão caminhando lado a lado na minha frente.


 Tem uma rodinha de pessoas mais a frente e eu pude notar que Normani está lá, então provavelmente é pra lá que estamos indo, infelizmente, já que entre eles também se encontra Alexa, Brandom e praticamente toda a escória dos Aceldama, se bem que quase todo o clã é composto por escórias.


— Eu ouvi isso, Jauregui. - A voz de Normani me tirou dos meus pensamentos e só então eu percebi que já chegamos até eles e que Normani está parada bem na minha frente, olhando fixamente nos meu olhos.


— Que falta de educação, entrar nos pensamentos alheios sem pedir licença. - Eu disse, com uma falsa indignação.


 Ela riu e me puxou pra um abraço.


— Sente aqui conosco e nos explique o porquê você nos acha uma escória. - Normani disse, apontando pra um dos troncos de árvore, que está servindo como assento.


— Antes de contar quem você estava chamando de escória, quero lhe parabenizar pelo belo corpo, se eu tivesse um corpão desses eu não usava nem roupas, inclusive pode postar mais, Emma. - Brandom disse, com seu tom de babaca de sempre.


 O copo de bebida que ele segurava na mão entornou sobre ele, que revirou os olhos e olhou pra Emma.


— Obrigada Watson, eu realmente estava precisando de um banho de cerveja. - Sorriu falsamente.


 Parei de prestar atenção nele e olhei em volta, vendo se ainda tem alguém que vale a pena comprimentar, ao constatar que não, finalmente me sentei ao lado de Normani, Dinah sentou do outro lado e Emma se sentou de frente pra nós, ao lado da Alexa.


— Então Lauren, agora já pode nos contar o porquê. - Normani disse, com uma sobrancelha erguida, enquanto mantêm a cabeça deitada no ombro da Dinah.


— Não foi isso que eu quis dizer, quer dizer, pensar, é só que vocês se acham demais e isso meio que me dá tédio. - Falei sincera. 


— Por que diz isso? Nós não nos achamos, só somos realistas. - Normani disse e todos riram.


— Você sabe o porquê, essa mania de se achar superior aos humanos, nós somos iguais, não há melhor e nem pior. - Continuei. 


— Claro que somos, olha a fragilidade deles, Lauren, eles é quem deveriam ser caçados e chamados de aberração, não a gente, somos infinitamente melhores. - Alexa rebateu. — Eles são desprezíveis, não conseguem se manter de pé nem por um século inteiro, não deveriam nem existir, pra falar a verdade.


— Com certeza no futuro eles não vão mais existir, mas não porque são desprezíveis ou qualquer coisa do tipo e sim porque nós somos a evolução deles, no futuro vamos ser todos iguais, o que nós somos? Apenas seres humanos iguais a eles, porém mais evoluídos. - Eu disse e Alexa revirou os olhos.


— Até lá eles se mantêm nos caçando, até não restar mais nem um de nós pra contar a história, e assim somos extintos nós e eles! - Normani disse, em um tom mais alto.


— Troquem o script, sempre essa mesma conversa, vocês não cansam? - Dinah perguntou.


 Normani virou a cabeça para olhar diretamente pra namorada.


— Você sabe que eu estou certa, nós…


 Não fiquei pra ouvir o resto, só me levantei e me afastei dali, até eu já estou cansada desse mesmo script, eu não vou convencer ela do contrário, nem ela vai me convencer também, simples.


 Fiquei irritada quando olhei para trás e vi que Emma não me seguiu, continuou lá sentada entre eles. Passei pela cabana e peguei meu celular, indo com ele em direção às proximidades da mansão dos anciãos, já que é o único lugar que as vezes pega sinal. O sinal eu consegui, o que eu não consegui foi falar com Camila, chamou várias vezes e depois ficou caindo apenas na caixa postal.


— Ótimo! - Soltei o celular no chão e me encostei no enorme muro que tem atrás de mim, fui deslizando até estar sentada no chão.


Não gosto daqui, o clima nunca me trás boas vibrações, gosto de viver uma vida normal, sem esse peso da nossa existência. Ouvi um barulho e olhei naquela direção, é um dos vigias que fica circulando nessa área, a maioria dos que trabalham para os anciões são do clã Nosferatu, as más línguas dizem que eles só aceitam porque não tem mais nada de útil pra se fazer, já que uma vida normal com “aquela aparência”, eles não iriam conseguir, o que eu acho uma pena, todos merecem uma vida normal, pena que os humanos não estão preparados para a aparência deles.


— Se já terminou sua ligação pode sair daqui. - Ele disse, com a cabeça baixa, sem levantar o olhar pra mim.


— Desculpa. - Apanhei meu celular no chão e me levantei.


— Boa sorte. - Ele disse quando eu passei e eu franzi o cenho.


— Boa sorte? - Virei pra ele.


— Maus tempos se aproximam, garota, uma nuvem escura já paira sobre você. - Ele levantou uma mão e ficou passando pelo ar, como se pudesse sentir a tal nuvem.


— É… - Engoli em seco. — Obrigada, hã… eu acho… - Fui dando passos pra trás, com ele ainda olhando pra mim.


 Olhei para o alto de uma árvore quando ouvi um bater de asas vindo de lá, é um corvo, desviei a atenção dele e tornei a olhar pra frente, o homem não está mais lá, mas o corvo continua no alto da árvore, olhando pra direção onde eu estou, como se estivesse me analisando. Quando dei por mim, eu já estava com a mesma forma física daquele animal, voei o máximo que me foi permitido por cima das árvores, e quando senti meu corpo querendo voltar ao estado normal, eu pousei no galho de uma árvore e aos poucos minha forma física original foi retornando. Me assustei quando o corvo que eu tinha visto a pouco tempo pousou ao meu lado, ele me seguiu.


 Na França, acreditava-se que os corvos eram as almas de padres e freiras perversos. Já na Suécia, os corvos que grasnavam durante a noite, eram considerados as almas das pessoas assassinadas, que não tiveram direito a um funeral católico. Na maioria das culturas eles são associados a mau presságio, exceto na nórdica, que segundo a mitologia deles, o deus Odin, tinha dois corvos: Hugin (pensamento) e Munin (memória), que voavam ao redor do mundo durante o dia e, à noite contavam ao deus tudo o que tinham visto, e para um Nórdico, a presença de um corvo em qualquer lugar é o sinal de que possivelmente Odin poderá estar lhe observando. Olhei nos olhos do bicho, estaria um Deus me olhando?


 Meus pensamentos foram interrompidos quando a ave alçou voo pra longe, o céu já está com resquícios de raio de sol, o dia está amanhecendo. 


— São só animais. - Falei, pra mim mesmo vendo a ave sumir no céu.


 Pulei do alto da árvore e voltei caminhando para a cabana, algo me diz que esses maus tempos envolvem a Camila.


Notas Finais


Tenho duas coisas pra dizer:

1 A fic é dividida em duas fases.

2 A primeira fase já está perto do fim.


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