História Quase Sem Querer - Me ame perdidamente

Lauren POV

 Acho que posso dizer que a dor que estou sentindo agora é maior do que a que senti quando perdi a Alice. Eu estou triste e ao mesmo tempo com raiva, mas tentando ao máximo não deixar transparecer pra Emma, essa raiva. Como se não fosse o suficiente me deixar, ela ainda vai embora no mesmo dia que me comunicou isso. No momento estou deitada no sofá da sala, com a cabeça no colo da Camila, enquanto lá em cima, Emma termina de arrumar as malas dela, com a ajuda de Ezra e Logan, quando eles passaram pela minha porta a única vontade que eu tive foi de matar os dois, não é justo ela me deixar e ir com eles dois, não é. Senti os dedos de Camila deslizando pelo meu rosto e só então eu percebi que estava chorando de novo.

— Se a senhorita não parar de chorar, eu vou começar a chorar também, pra ver qual de nós têm mais lágrimas. - Ela disse sorrindo.

— Eu não consigo parar, Camz, é involuntário, tá doendo muito. - Passei a mão pelo rosto, na intenção de seca-lo.

— Eu sei que tá, meu amor, e me dói não poder fazer nada pra te ajudar, eu juro que estou pensando até na hipótese de subir lá em cima e amarrar ela no pé da cama, mas provavelmente eu vou levar um chute tão grande que vou sair voando.

 Acabei rindo imaginando a cena.

— Eu só tenho você agora. - Eu disse segurando na mão dela, que está parada em cima da minha barriga.

— E vai ter pra sempre. - Selou os lábios nos meus.

 Ouvi passos na escada e levantei um pouco a cabeça pra ver quem descia, Logan e Ezra com algumas malas na mão, não disseram nada, apenas seguiram para fora com as malas. Me levantei e segui eles até o lado de fora, depois de terem colocado as malas dentro do carro, ambos se viraram, ficando de frente pra mim.

— Eu nunca vou perdoar vocês por estarem me tirando uma das coisas mais importantes da minha vida, então eu acho bom vocês cuidarem bem dela, porque eu só estou procurando um único motivo pra arrancar a cabeça de vocês fora. - Falei, uma ameaça misturada de pedido. 

— Não estamos levando ela amarrada. - Ezra disse em um tom forçadamente engraçado e colocou uma mão no meu ombro.

 Segurei no seu pulso e empurrei a mão dele para o lado, ele rolou os olhos e levantou os dois braços pra cima, o que me deixou com ainda mais raiva, sim, eu queria descontar a minha raiva em alguém, mas eles não colaboram, bufei e girei nos calcanhares indo em direção a porta de entrada.

Camila POV

 Assim que Lauren saiu da sala, Emma apareceu descendo as escadas, mas ela não foi em direção a porta, ela veio até mim.

— Ela é a melhor pessoa que você poderia encontrar na sua vida, a melhor… - Fez uma pausa, claramente controlando seus sentimentos, ou tentando. — Às vezes ela tem uns surtos de se sentir a pior pessoa do mundo. - Soltou um riso fraco e negou com a cabeça. — Quando ela estiver assim, não deixa ela sozinha em hipótese alguma, certo?

— Pode deixar, vou dar sempre o meu melhor. - Eu disse e ela afirmou com a cabeça, pronta pra sair. — Boa sorte lá. - Completei.

 Ela olhou pra mim por cima do ombro.

— Obrigada, Camila. 

 Quando ela virou novamente pra frente, o corpo de Lauren colidiu contra o dela. As duas ficaram se olhando, sem dizer nada, Emma foi a primeira a quebrar o contato visual, puxando ela para um abraço, ela fala alguma coisa no ouvido da Lauren e ela apenas confirma continuamente com a cabeça. Quando se separaram, Emma colocou as mãos nas laterais do rosto da Lauren e selou os lábios no dela, imediatamente me virei pra frente, eu com certeza não precisava ter visto isso, desconfortável, bem desconfortável. Depois de alguns minutos finalmente ouvi a porta se fechando, olhei novamente naquela direção e dessa vez Lauren está sozinha, encarando a porta fechada a sua frente. Me levantei e fui até lá, segurei na sua cintura e a fiz girar, pra ficar de frente pra mim. O olhar dela está recaído sobre mim, mas eu sinto que ela não está realmente focada no que está a sua frente. 

— Você está bem? - Perguntei, fazendo um leve carinho no seu queixo, com a ponta do dedo.

— Não. - Passou a ponta da língua pelos lábios e suspirou. — Mas eu vou ficar. - Ela disse e finalmente senti que ela voltar para a realidade. 

— Eu vou tentar dar meu máximo, pra fazer você sentir o mínimo da falta dela. - Falei, tentando passar a confiança que ela precisa. 

 Ela sorriu fraco e prensou os lábios nos meus.

— Eu te amo. - Ela disse.

— Eu também te amo, Lauren, muito. - Segurei em sua mão. — Você precisa de um ar, vem.

 Fomos para o terraço próximo a piscina, já é noite, e como a maioria das luzes da casa estão apagadas, as estrelas se tornam ainda mais brilhantes e o contraste com as luzes das casas mais afastadas, torna tudo ainda mais bonito. Uma pena a gente ter que sair daqui. Olhei pra ela e ela está olhando para a mesma direção que eu, apertei a mão que ela ainda mantem na minha e ela desviou o olhar pra mim.

— Eu nunca vou deixar você. - Eu disse.

— Promete, Camz?

— Prometo, eu já não vejo... - Engasguei com as palavras. — Eu já não vejo a minha vida sem você, eu tive um medo absurdo de te amar e agora eu tenho medo de te perder.

— Então me ame perdidamente. - Ela disse, tentando fazer graça. 

 Girei o corpo dela, fazendo ela ficar de frente pra mim e selei nossos lábios. Deslizei a língua pelo seu lábio inferior, na intenção que ela abrisse a boca e assim ela fez, me dando a oportunidade de iniciar um beijo calmo. Segurei na barra da camisa que ela veste e puxei pra cima, ela se afastou um pouco e levantou os braços, quando tirei, aproveitei pra tirar a minha também. Olhei para os sofás que tem ali e deixei um gemido de insatisfação escapar dos meus lábios, por eles serem tão pequenos. Ela riu fraco e apontou para o tapete, mordi o lábio inferior e confirmei com a cabeça. Ela se deitou e eu fiquei de joelhos, só o tempo necessário para tirar o resto das minhas roupas e das delas, feito isso ela tentou inverter nossas posições e ficar por cima, mas impedi.

— Você está mal acostumada. - Ela disse.

 Como resposta, colei novamente nossos lábios, dessa vez em um beijo mais intenso. Desci com as mãos até os seus seios, quando os apertei ela soltou um gemido baixo, passei a língua por toda a extensão do seu maxilar e fui descendo, até alcançar o seio direito, fiquei fazendo movimentos circulares com a ponta da língua no bico, ela segurou na minha nuca e pressionou mais a minha cabeça pra baixo, então de imediato comecei a chupa-lo, enquanto massageava o outro com a mão. Passei para o outro e enquanto isso, coloquei minha mão pra ir descendo até o meio de suas pernas, ela já está tão molhada que meus dedos deslizaram facilmente, coloquei só a pontinha na sua entrada e puxei de volta, o que fez ela se contorcer debaixo de mim, ela segurou na minha mão e tentou me fazer introduzir meus dedos nela, mas não o fiz.

— Porra Camila, não faz isso. - Ela disse, com a voz beirando a irritação.

 Sorri e desci até ficar com o rosto entre as suas pernas, deslizei minha língua pelo seu sexo, debaixo para cima. Com o apoio das pernas, ela levantou o quadril, fazendo o contato da minha boca ser maior, enquanto movimentava a língua sobre o seu clitóris, empurrei dois dedos em seu sexo, ela soltou um gemido alto e levou uma das mãos até os meus cabelos, me fazendo manter a cabeça no mesmo lugar e com a outra mão, ela começou a arranhar a lateral do meu ombro.

 Quando ela finalmente chegou ao orgasmo, subi dando leves mordidas pelo seu corpo, até chegar a boca. Depois me deitei, mantendo metade do meu corpo sobre o dela.

— Eu acho que tá virando algum tipo de costume a gente transar em locais abertos. - Ela disse e eu acabei rindo.

— Claramente todas essas vezes foram culpa sua. - Eu disse, deslizando levemente as unhas por toda a extensão do seu abdômen.

— Você é muito cínica. - Rebateu com um leve sorriso no rosto.

— Eu sei. - Levantei um pouco a cabeça pra poder selar meu lábios no dela.

 Depois disso ela ficou em silêncio, cheguei até a cogitar a hipótese que ela tinha dormido, mas quando olhei pra seu rosto, ela estava com os olhos abertos.

— Sabe o que eu não entendo? - Perguntei e ela negou com a cabeça. — O porquê de você ter começado a trabalhar pra mim, óbvio que pelo dinheiro não foi, olha essa casa. - Fiz um gesto com as mãos, apontando o ambiente. — Então, por quê?

— Eu vi você em uma revista e te achei bastante parecida com minha ex namorada, por algum motivo eu quis te ver de perto, mas mesmo depois de ter percebido que não tinha a menor condição de vocês duas serem a mesma pessoa, eu não consegui mais ir embora, eu… acabei me apaixonando sem querer por você. - Ela disse e virou ficando por cima de mim.

— Então não foi sem querer. - Aproximei meus lábios do dela, mas antes de os selar completamente, falei: — Foi Quase Sem Querer.

 O amor é uma incógnita, pelo menos para mim, é tão estranha a forma que nos tornamos tão dependente de uma pessoa, do seu cheiro, do seu toque, a gente passa uma porrada de tempo sem essa pessoa, mas daí os caminhos se cruzam, e você já esqueceu como era uma vida sem ela, você esqueceu como é acordar sem um bom dia dessa pessoa, você esqueceu como é não ter essa pessoa para escutar sobre seu dia, você esqueceu como é a boca de outra pessoa contra a sua, sua mente só lembra de uma, só deseja uma, a gente esquece todo o antes, aparentemente não era real, real é agora, com aquela pessoa, só com aquela pessoa. Eu sempre tive medo do fim de um amor, e com a Lauren, parece que esse sentimento veio 10 vezes mais forte, eu olho pra ela, e só a quero para sempre ao meu lado, não quero nunca ter que me lembrar como é uma vida sem ela. Eu não acredito em destino, mas peço todos os dias para que ela seja o meu.

                                                                                                                                                                                 FIM.