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História Quase Sem Querer - Queridinha de Odin


Escrita por: princetri

Capítulo 53 - Queridinha de Odin


Fanfic / Fanfiction Quase Sem Querer - Queridinha de Odin

Camila POV


 

 Depois de muito insistir com a Lauren, para saber do que se trata todos os papéis que não param de chegar até ela, e porquê ela não conversa com a Emma na minha frente, ela resolveu me contar, e agora acho que preferia ter continuado leiga a toda a situação, pois estou preocupada, e não posso ajudar de nenhuma forma, o que me faz se sentir inútil, até tentei, mas mais atrapalhei do que ajudei.


— Estou entediada. - Falei de pé perto da janela.


 Ultimamente esse é meu único contato com o lado de fora, a gente só sai quando vou comer, e depois Lauren novamente não me deixa sair, eu sei que é para o meu próprio bem, mas não deixa de ser chato e tedioso. 


— Você já disse isso umas trezentas vezes só nessa última hora. - Ela disse.


 Virei na intenção de olhá-la, ela está sentada na beirada da cama, amarrando os cadarços do coturno. 


— E vou continuar dizendo até você fazer alguma coisa. - Falei irritada.


— Tipo o que? - Perguntou se levantando, e andando pelo quarto, procurando sabe Deus o quê.


—  Não sei Lauren, eu estou entediada, você sabe o que é isso? 


 Ela parou e olhou pra mim.


— Certo. - Respirou fundo e veio na minha direção, colocou meu cabelo atrás da orelha e acariciou meu rosto. — Você quer sexo? - Perguntou simples, o que estorou o resto da minha paciência.


— Grrrh. - Grunhi e empurrei ela pra longe de mim. — Não, eu não quero!


— Por quê? Você não está entediada? - Perguntou confusa.


— E com raiva de você também, e se não quiser que ela triplique nem toca em mim. - Dei as costas pra ela e fui em direção ao outro lado daquela cabana minúscula, como em um passo de mágica ela já estava na minha frente, o que me fez bufar, odeio quando ela usa esses truques. — Sai logo daqui, você tá se arrumando pra sair, não é!? - Perguntei sem conter a raiva, o que a fez rir.


— Como eu não notei antes, é por isso que você está com raiva. - Disse como se tivesse descoberto os segredos do universo. — Não é como se tivéssemos na cidade, Camz, o que acha que vou fazer? Te trair com uma das várias árvores disponíveis? - Perguntou risonha.


— Vai pra porra! - Dei as costas e novamente ia me afastar, mas ela surgiu na minha frente. — O que você tá fazendo aqui ainda? A Emma deve tá te esperando. - Ela analisou meu rosto e semicerrou os olhos.


— Você tá com ciúmes dela? - Perguntou desconfiada.


— Eu não, mas você tá com ela toda hora agora, então vai logo e me deixa aqui sozinha.


 Ela pôs as mãos na minha cintura e me puxou pra perto.


— Eu amo você, você sabe disso. - Tentou colar os lábios nos meus, mas virei o rosto, o que fez ela suspirar. — Certo. - Me soltou. — Se veste que você vai comigo.


— Eu não quero ir.


— Mas agora eu quero que você vá. - Foi até a poltrona que tem um amontoado de roupas, puxou um sobretudo branco e jogou na minha direção. — Veste isso aí que tá frio, onde estão suas luvas?


— Eu não quero ir. - Falei e joguei o sobretudo em cima da cama, ela não falou nada, apenas continuou procurando as luvas, quando achou se aproximou novamente de mim, pegou minha mão e colocou. — Eu não quero ir. - Repeti em um tom mais ameno. — Eu só estou entediada, você não me entende.


— Eu sei, desculpa por isso, eu estou fazendo de tudo pra voltarmos logo pra nossa vida. - Terminou de colocar as luvas nas minhas mãos, então se afastou e foi pegar o sobretudo, me fazendo vestir ele.


— Desculpa, não queria descontar minha irritação em você, é porque não gosto daqui. - Falei triste.


 Como gostar de um lugar que ninguém gosta de mim?


— Eu sei, eu também não gosto. - Disse e me abraçou. — Logo logo vamos embora, só te peço mais um pouco de paciência, ok? - Apenas afirmei com cabeça. — Agora vamos.


— Não precisa me levar.


— Mas vou assim mesmo, quero exibir minha linda esposa pra todos. - Falou sorrindo, o que me fez rolar os olhos.


— Hmm, sei. - Falei em um falso tom desconfiado, o que fez ela rir.


 Então eu fui, fui e me arrependi, porque entre ficar com tédio na “minha casa” e ficar com tédio em uma biblioteca onde eu não tenho nada pra fazer, é pior, eu estou sentada no canto do sofá, Emma no outro extremo, e Lauren no chão, as duas falam sobre coisas que não sei o que é, e às vezes até em outra língua, o que quase está me irritando, mas eu não posso ser injusta, Lauren até tenta não me deixar muito por fora, mas a verdade é que não é meu mundo, até Emma, vez ou outra me direcionava alguma palavra, o que me fez se sentir um pouco melhor, porque anos atrás ela simplesmente me ignorava, e era terrível, visto que ela era a melhor amiga da Lauren, e ao meu ver isso não vai demorar a voltar a ser realidade, Lauren ainda tem muros levantados para impedir a total aproximação da Emma, ela diz que ainda a odeia, diz que quando tudo acabar vamos embora e ela não vai mais querer vê-la, mas ela não percebe que esses muros estão caindo, ela não percebe que ela já se permite sorrir pra ela, não percebe que aos poucos estão voltando. Depois de passar a namorar com a Lauren, eu me descobri uma pessoa super ciumenta, mas não consigo sentir ciúmes da Emma, o que sinto é quase uma satisfação por ela está ali, primeiro porque sei que ela nunca deixaria nada acontecer com Lauren, segundo porque Lauren fica melhor, menos irritada, com o sorriso mais leve, e a energia menos caótica.


— Camz, tá me ouvindo? - Tornei a realidade com a voz de Lauren um pouco mais alta.


 Olhei pra ela, que está no mesmo lugar, mas com o cenho franzido enquanto me olha, olhei pra Emma, e ela também me olhou, sorriu fraco e se levantou.


— Eu vou buscar algo pra vocês comerem. - Disse saindo da Biblioteca.


 Lauren também levantou e veio na minha direção, puxou o estofado que é usado para apoiar os pés e se sentou na minha frente.


— Ela esqueceu que você não come? - Perguntei.


— É só pra não dizer que é exclusivamente pra você. - Disse sorrindo, e eu neguei com a cabeça. — Tava pensando em quê? - Perguntou segurando minhas mãos.


— Em nada.


— Eu te chamei uma centena de vezes, você tava viajando real. - Com o polegar começou a fazer movimentos circulares nas minhas mãos.


— Não era nada mesmo. - Falei e ela semicerrou os olhos.


— Tá sentindo alguma coisa? Dor? Frio? Fome? Você sabe que pode me falar se quiser alguma coisa.


— Eu estou bem, prometo. - Soltei minhas mãos e acariciei o rosto dela. — E eu te amo muito, sempre, certo?


— Certo. - Sorriu largo.


 Ela olhou pra porta e se aproximou mais de mim, voltando a falar em um tom baixo.


— Tenho uma coisa pra te contar. - Disse com expectativa.


— O que?


— Eu descobri um jeito, e dessa vez acho que infalível, de encontrar sua irmã. - Disse e meu coração acelerou.


— Voc… vo… você vai fazer o que? Como? Agora? - Perguntei tropeçando nas palavras.


— Fala baixo. - Olhou novamente pra porta. — É um programa no computador da Emma, o que torna um pouco mais difícil, porque nossas reuniões são sempre aqui, e o computador fica no quarto dela, mas eu vou conseguir.


— Por que você não pede logo pra ela?


— Que? Claro que não. - Ajeitou a postura. — Não preciso pedir nada pra ela, eu vou conseguir sozinha, mas enfim, o problema é que a gente precisa de uma foto da Sofia.


— Ah. - Soltei desanimada e me encostei no sofá. — Onde vamos conseguir isso? Se a gente encontrar uma foto dela, encontra ela também.


— Não precisa ser recente. - Disse e minhas esperanças retornaram.


— Hã… então… então tem no meu celular, ele estava no meu bolso quando fomos trazidas pra cá, talvez ela tenha pegado, fala com ela.


— Eu já disse que não. - Disse séria. — Tem certeza que estava com você? - Afirmei com a cabeça. — Então eu vou acha-lo também.


— Obrigada. - Falei em uma mistura de emoção e animação antes de selar nossos lábios.


 Alguns segundos e a porta foi aberta.


— Argh! Respeitem as escrituras sagradas que tem nesse ambiente. - Emma disse vindo em nossa direção com os olhos fechados, o que me fez rir, ela está com uma caneca em uma mão e um prato com alguns biscoitos na outra.


— Claro que aqui não tem escrituras sagradas. - Lauren disse desacreditada. — Quem teria interesse nesse tipo de leitura aqui?


 Emma direcionou pra mim o prato e a caneca, que agora sei conter chá, depois se virou, e em uma velocidade fora do normal, alguns livros começaram a sair das prateleiras e cair no colo de Lauren, Lauren está com uma expressão assustada enquanto vários livros caem sobre suas pernas, eu só consigo rir, mais de 20 livros sobre ela, e ainda tem mais vindo.


— Para! - Lauren disse e empurrou os livros para o chão, pegou um deles e olhou pra capa.


— Tanakh. - Emma disse quando Lauren fez menção em ler o título.


 Lauren semicerrou os olhos e pegou outro.


— Vedas. - Emma novamente disse antes dela.


 E assim foi sucessivamente, Lauren não conseguiu falar o nome de nenhum sem ser interrompida por Emma, o que deixou ela irritada.


— Ah rá! Errou. - Lauren disse, e dessa vez animada. — Mitologia Nórdica não é uma escritura sagrada. - Disse convencida, mostrando a capa do livro pra Emma.


— E por que não?


— Porque não, o nome já diz tudo MITO.


— Mas era uma religião, as pessoas que habitavam a antiga Escandinávia seguiam esses “mitos”. - Fez aspas com as mãos. — Igual as pessoas atuais seguem qualquer religião, então continua sendo uma religião, só que agora intitulada de mito, o que talvez no futuro vá acontecer com as atuais também. - Deu de ombros.


 Lauren bufou e jogou o livro pra trás, mas ele flutuou antes de se chocar contra o chão.


— Esse seu jeito sabe tudo me irrita.


— Você não deveria jogar esse livro assim. - Emma disse fazendo o livro voltar para o colo da Lauren, e ignorando completamente o fato de Lauren supostamente odiar o seu jeito. — Porque se realmente algum desses deuses existem, tenho fortes indícios para acreditar que você é a queridinha de Odin.


 Lauren riu alto e pegou novamente o livro nas mãos.


— Queridinha de Odin? Esse lugar tá tirando sua sanidade. - Disse enquanto folheava o livro.


— Ah, qual é, você tem um longo histórico com corvos. - Emma disse antes de se sentar no sofá. — Vai dizer que não?


 Parei o biscoito a caminho da minha boca.


— Qual a relação entre corvo e Odin? - Perguntei curiosa, afinal, se não estou louca, aquele corvo estava me ajudando a chegar a casa da Dinah quando sai daqui.


— Eles voavam por Midgard, trazendo informações pra Odin. - Lauren respondeu fechando o livro.


— Olha, você conhece, já pode inclusive sair pregando a religião. - Emma disse rindo.


— Você não tem graça. - Lauren disse séria e colocou o livro de lado.


— Faria sentido, eu só consegui achar a casa da Dinah por causa de um corvo. - Falei séria e um pouco chocada.


 Emma olhou pra mim e depois pra Lauren, e dessa vez ela explodiu em uma gargalhada fora do normal.


— Não dá corda, Camz, ela não tem o que fazer, ai fica inventando formas de me irritar. - Pegou a xícara da minha mão e bebeu um pouco do chá, com uma facilidade que me deu inveja, porque quente como está é capaz de derreter meus órgãos se eu beber sem esperar esfriar.


— Mas faz sentido. - Continuei. 


— É, faz sentido. - Emma disse parando aos poucos de rir.


— Vai se foder Emma, e Camila para de falar. - Me entregou a xícara. — Termina logo que já deu nossa hora. - Disse séria, e se levantou, indo pra perto da parede de vidro, onde tem vista para o jardim.


— Você irritou ela de verdade. - Comentei olhando pra Emma.


— Essa era a intenção. - Disse simples e eu ergui uma sobrancelha. — Eu acho engraçado ela irritada, ela sempre foi assim, pensei que agora se irritava com menos facilidade, mas vejo que não.


— Vocês são bem estranhas, e pelo visto vão voltar a ser do mesmo jeito.


— Não, eu acho que…


— Dá pra vocês pararem de falar como se eu não estivesse aqui? Eu estou ouvindo. - Lauren disse virando pra gente. — Vai Camz, levanta, vamos embora.


— Deixa eu terminar. - Falei apontando para o prato, onde ainda tem um biscoito.


 Ela veio na minha direção, pegou o biscoito e enfiou na boca, Emma fez cara de nojo, e eu de indignação.


— Agora vamos. - Disse com a boca cheia, me estendendo a mão.


— Às vezes tenho vontade de bater em você. - Falei me levantando.


— Uma hora todos tem. - Emma disse, insistindo em irritar Lauren.


 Lauren voltou a bufar e eu tive que me segurar pra não rir, ela é tão estressada.


 Quando chegamos na nossa casa ela ainda estava irritada, menos que antes, mas ainda estava. 


— Ei. - Chamei, ela está de pé perto da cômoda, mexendo nas gavetas, enquanto eu estou sentada na cama, terminando de tirar os sapatos.


— Hum?


— Olha pra mim. - Falei por ela ter continuado de costas, ela olhou. — Vem cá. - Chamei, e percebi que ela ia contestar, então falei primeiro. — Agora. - Ela rolou os olhos e se aproximou de mim, parando na minha frente.


 Fiquei de pé, e coloquei as mãos na barra da blusa dela, para tirá-la.


— Eu estou estressada, Camila. - Tentou se afastar, mas segurei com mais firmeza na sua cintura.


— Eu sei como fazer você melhorar. - Falei baixo no seu ouvido. 


 Desci os lábios pelo seu pescoço e mordi devagar, beijando lentamente logo em seguida. Ela demorou um pouco pra começar a reagir, mas o fez, em um movimento brusco ela jogou as coisas de cima da cômoda no chão e me sentou lá em cima, mordi o lábio inferior, e enlacei a cintura dela com as pernas.


— A sua melhor versão no sexo é irritada. - Falei sem conter o sorriso. 


 Os olhos dela ficaram vermelhos no mesmo instante, ou melhor, quase vermelho, o verde ainda prevaleceu, mas aquilo me fez ter a certeza que essa noite eu estou fodida, e no total sentido da palavra.


Notas Finais


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