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História Quase Sem Querer - Uma chance


Escrita por: princetri

Capítulo 57 - Uma chance


Emma POV


 Eu marquei uma reunião hoje com Lauren, que vai acontecer na casa da Dinah, já que eu preciso falar com ela também, então no momento estamos eu, Camila, Normani, Dinah e Lauren na sala, Normani e Lauren estão de pé, e o resto de nós espalhadas no sofá. Na última reunião com os anciões foi tomada uma decisão, a qual eu me sinto na obrigação de contar pra elas, embora mais cedo ou mais tarde elas iriam saber, mas prefiro que seja eu a falar.


— Então Emma? Fala logo que o cheiro desse ambiente está me dando náuseas. - Normani falou impaciente.


 Com toda certeza ela está se referindo ao cheiro da Camila, rolei os olhos, e neguei com a cabeça, como Dinah consegue ser casada com essa criatura? O ego dela não cabe dentro de si.


— Você pode se retirar se quiser. - Lauren disse olhando pra ela, aparentemente irritada.


— Essa é minha casa. - Normani respondeu no mesmo tom.


— Eu estou cansada de brigas, então se vocês puderem me poupar me poupem. - Dinah disse olhando pra esposa e pra Lauren. — Que saco!


 Resolvi falar logo, antes que cabeças começassem a rolar, e literalmente.


— Bom, foi tomada uma decisão, em relação a doença, a pesquisa vai parar, e…


— Como assim vai parar? Vocês não podem desistir. - Camila disse em tom preocupado.


— Na verdade ela já parou hoje pela manhã, ela só está tomando nosso tempo, e continuamos na estaca zero, mas enfim, tem outra coisa também, e em relação a isso, eu sinceramente não sei o que pensar, se é bom, ou se é ruim. - Fiz uma pausa. — Quem adquirir a doença, ou ao menos prestar sintomas de qualquer doença, será morto.


— Que? Como assim? - Lauren perguntou com o cenho franzido.


— Chegaram ao consenso que devemos evitar o aumento de contágio, sendo assi...


— “Chegaram” não fale como se você não fizesse parte de toda aquela merda. - Lauren disse me interrompendo, suspirei e tentei não me estressar com ela.


— CHEGAMOS… - Falei enfatizando a palavra, já que ela precisa disso, o que fez ela fechar a cara. — Ao consenso de que, se talvez, as pessoas que aderirem à praga, forem mortas logo no início, a doença vai se espalhar menos, inibindo todo aquele processo de morte aos poucos, que leva dias, e que faz mais pessoas adoecerem.


— Péssima ideia, horrível. - Normani disse. — A gente não pode simplesmente sair matando uns aos outros.


— Concordo. - Lauren disse. — Isso só pode ser brincadeira.


— Não podemos simplesmente correr o risco de sermos extintos, é a nossa melhor opção. - Falei tentando convencê-las, e também me auto convencer.


— Eu discordo. - Uma voz estranha disse e eu me virei na direção do quarto, que é de onde a voz veio, de lá saiu uma garota, que eu nunca vi na vida, franzi o cenho. — Desculpa, eu não me segurei. - Disse olhando pra Camila e pra Lauren. — Essa é uma decisão bem idiota. - Disse a garota olhando diretamente pra mim.


— E quem é você? - Perguntei analisando ela dos pés a cabeça. — Me dê um bom motivo pra não colocar você pra fora nesse exato momento e tirar todas as suas chances de ver o próximo nascer do sol. - Falei irritada, as bochechas dela ganharam uma coloração avermelhada, o que me fez levantar de sobressalto, me aproximei dela puxando o ar para os pulmões.


 Como pode? Como ela corou dessa forma? Nem um de nós tem circulação sanguínea o suficiente pra isso, levei uma mão até a bochecha dela, quente, e muito, percebi o exato momento que ela fixou o olhar no meu.


— Mas… que porra? - Eu definitivamente só posso estar sonhando.


— A gente já se conhece. - Ela disse em um tom confiante, até prepotente eu diria. — Sofia Cabello. - Estendeu uma mão pra mim, dei dois passos pra trás.


 Virei olhando na direção de Lauren, que já se aproxima da gente.


— Me explica o que porra a irmã da sua esposa está fazendo aqui, e por que diabos o cheiro dela está imperceptível?


— Eu disse pra você não sair de lá. - Lauren disse repreendendo a garota. — Eu ia te contar. - Disse voltando a olhar pra mim.


— Ah, você ia me contar? - Passei as mãos no cabelo, tentando conter a raiva. — Puta que pariu, Lauren, eu estou fazendo a porra do impossível pra que você consiga sair logo daqui, e você atrás de mais problemas?


— Me escuta, eu sei que não deveria ter trazido ela aqui, inclusive já era pra ela ter ido, mas você precisa saber de uma coisa. - Falou um pouco agitada. — Ela é a médica.


— Como assim? - Olhei pra garota por alguns segundos, ela continua olhando fixamente pra mim, sorriu de lado, mas não correspondi, voltei a focar na Lauren bem na minha frente.


— A médica que você não conseguiu achar, é ela. - Continuou.


 Ri ironicamente.


— Quantos anos você tem? - Perguntei diretamente pra garota.


— 17, quase 18 já. - Respondeu com um sorriso idiota.


 Ela não para de sorrir não?


— Sim Lauren, claramente uma médica, com a porra de 17 anos, isso só pode ser um pesadelo. - Ia me afastar delas, mas Lauren segurou no meu braço, me fazendo voltar.


— Eu não sou uma idiota, se eu estou falando isso é porque tenho certeza, como você acha que ela está imperceptível? Você lembra do Alejandro, né?! - Afirmei com a cabeça. — Quando o…


— Quando o meu pai foi preso, eu passei a frequentar o escritório dele escondido da minha mãe, eu vi coisas, eu li coisas, que nem em cem anos eu imaginaria saber, o primeiro dia que entrei lá, eu vi algumas fotos que… que me fizeram chorar por horas seguidas, muitos de vocês mortos, naquela noite antes de dormir, eu me prometi que iria fazer alguma coisa pra tentar redimir pelo menos metade do que meu pai fez, eu passei a ler todos os livros, artigos, e tudo que tinha naquela sala eu tentava entender, com apenas 12 anos eu já conhecia toda a anatomia de vocês como a palma da minha mão, nos anos seguintes eu comecei a fazer pesquisas além dos arquivos do meu pai, o funcionamento do organismo de vocês é uma coisa impressionante, há dois anos eu tive a chance de ver se tudo o que aprendi se aplicava também na prática, no caminho pra o colégio eu vi um garoto caído no chão, devido a bradicardia da espécie de vocês, eu achei que ele estava morto, mas não, aparentemente ele era um recém transformado, e alguma coisa no organismo dele estava sendo rejeitado, o que estava começando a causar ambliopia, mas resumindo, ele aceitou minha ajuda, e mesmo não tendo equipamentos suficientes pra exames, eu consegui saber por qual motivo o organismo dele estava tendo aquela rejeição, eu consegui ajudar ele, e quando vi que eu realmente tinha salvado ele de uma possível cegueira, quase pulei de felicidade, pena que ele não teve a mesma reação. - Fez uma careta. — Ele queria me matar, acredita? Por que vocês são tão assim? - Perguntou e eu semicerrei os olhos. — Sem ofensa. - Levantou os dois braços. — Eu passei uma longa noite implorando pela minha vida, e graças a Deus ele teve piedade, mas enfim, o que eu quero dizer, é que eu posso ajudar vocês a encontrar uma cura pra essa doença, se vocês me oferecerem recursos para uma pesquisa bem elaborada, eu garanto que posso ajudar.


 Neguei com a cabeça e me afastei delas, indo para o exterior da casa, porém não consegui ficar muito tempo sozinha, porque Lauren veio atrás de mim.


— Da pelo menos uma chance, afinal você estava procurando por ela.


— Eu não estava procurando por uma humana recém saída das fraldas que acha que sabe alguma coisa, não pode ser ela. - Neguei com a cabeça. 


— Certo, vamos fingir que tem chances de não ser ela, mas ainda assim, ela é claramente boa no que faz, ela conseguiu deixar a presença dela tão neutra quanto a nossa, quantas vezes você já viu isso acontecendo?


— Você acha uma boa ideia a gente voltar a ter esperanças em um remédio ao invés de trabalhar na aceitação da penalidade de morte pra quem adquirir a doença?


— Acho. - Respondeu com firmeza.


— Ela é uma piralha, Lauren, eu não acredito que você vai me fazer concordar com isso, nós temos médicos formados que não conseguiram, por que ela vai?


— Porque ela não estudou em livros voltados ao humano geneticamente normal, foi em livros realmente sobre o nosso sistema, com certeza ela ainda tem muito a aprender, mas ela sabe mais do que você. - Falou dando de ombros. — Ou do que seus amigos que nem se prestaram ao trabalho de vir até aqui.


 Rolei os olhos, ela sempre tem que arrumar uma forma de colocar a culpa sobre mim, sobre a minha viagem, ou sobre meus amigos.


— Se ela não conseguir você não vai ficar com raiva de mim devido a decisão de pena de morte. - Falei estendendo uma mão pra ela. — Fechado?


 Ela hesitou um pouco, mas acabou apertando minha mão, fechando assim um acordo comigo.


 

Lauren POV


 

 Voltamos pra sala e Emma deixou claro que aquela é apenas mais uma tentativa, mas que a decisão oficial é sobre a pena de morte, e vai começar a valer em alguns dias, e que se até lá não tiver uma cura, é pra todas nós se cuidarmos, porque infelizmente ela não poderia ajudar nenhuma em relação a isso, Normani disse que não sabia o que era pior, colocar as esperanças em uma humana ou aquela regra idiota, nessa última parte eu concordo com ela, não passamos muito tempo na casa da Dinah devido a presença de Normani, então voltamos logo pra nossa casa. Sofia tá sentada na porta, tentando insistentemente sinal no celular, mesmo eu falando que não tem, mas ela continua lá, Camila está sentada na poltrona olhando na direção da irmã e eu deitada na cama, me levantei e me aproximei de Camila, me abaixando na frente dela, o que a fez olhar pra mim.


— Que cara é essa? - Perguntei preocupada.


— Nada. - Sorriu fraco e colocou meu cabelo atrás da minha orelha, acariciando meu rosto. — É tudo muito extremo aqui, qual a necessidade de matar uma pessoa já doente?


— Não fica pensando nisso, isso não vai ser necessário. - Falei confiante.


— E se ela não conseguir? - Perguntou baixo.


— Aí a gente vai embora daqui, e de qualquer outro lugar onde possa conter esse vírus.


— Você faz as coisas parecerem fáceis, mas não são, você sabe.


— Eu só não gosto de ver você preocupada, vamos esperar e ver no que vai dar. - Falei e ela suspirou, concordando com a cabeça.


 Usei as pernas dela como apoio e me levantei um pouco pra selar nossos lábios rapidamente, pelo menos era pra ser algo rápido, mas ela me manteve naquela mesma posição e aprofundou o beijo, beijando lentamente a minha língua, o que me obrigou a afastá-la.


— O que foi? - Perguntou confusa.


— Você não pode me deixar com tesão. - Falei simples, e levei um tapa forte no braço.


— Fala baixo. - Disse e olhou pra porta antes de voltar a olhar pra mim.


— Eu falei, você que está meio paranóica. - Falei rindo, achando engraçado o fato dela ter ficado com as bochechas coradas.


— Ela é linda demais. - A voz de Sofia veio da porta, o que me fez olhar pra ela por cima do ombro.


— Quem? - Perguntei ainda sorrindo.


— A Emma. - Respondeu simples, e meu sorriso foi se desfazendo.


— Que? Como assim? - Perguntei.


— Ué, linda, você não sabe o que é achar uma pessoa linda? O jeito que ela fala, não sei explicar, eu achei tão… sensual, eu acho.


 Olhei pra Camila e ela está com cara de surpresa, virei pra Sofia novamente, ela não parece estar brincando.


 Era só o que me faltava mesmo.


Notas Finais


...


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