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História Quase Sem Querer - Intramuscular


Escrita por: princetri

Capítulo 60 - Intramuscular


Fanfic / Fanfiction Quase Sem Querer - Intramuscular

Camila POV



 Hoje fazem exatos 5 dias que a ordem de execução para todos os doentes passou a valer, as coisas por aqui estão mais tensas do que o normal, de um lado temos Sofia e Emma, tentando o impossível pra achar essa cura, o que quase aconteceu, mas quando foi colocado em prática, o remédio teve efeitos colaterais muito forte, o que fez ele ter que retornar ao laboratório, do outro lado temos os anciões, que já deu a sua última palavra, e não vão voltar atrás no que foi decidido antes, nem Emma conseguiu reverter essa situação, e realmente já tem gente sendo morta por está doente, das pessoas que conheço, apenas Normani contraiu o vírus, tem mais pessoas, claro, mas só escuto os comentários entre Lauren e Emma, não conheço nenhum deles, Normani e Dinah estão em uma moradia na cidade de Coleford, elas conseguiram sair da floresta de Dean, com a ajuda da Emma, que está indo contra a decisão do próprio clã por insistência da minha irmã e da minha esposa, eu acho que foi um dos momentos mais engraçados e tensos que presenciei nos últimos dias, porque ao mesmo tempo que Emma tentava se manter firme, ela perdia todas as estruturas com as ameaças da Sofia, e da Lauren de se afastar dela. Falando em se afastar, Lauren agora vai todos os dia para o laboratório, o que está me deixando com o pé atrás, eu definitivamente não estou paranóica, mas também estou evitando confusão com ela, porque todo mundo por aqui está por uma gota, mas esse comportamento dela em relação a aproximação de Emma e Sofia está me irritando profundamente, certo que são amigas, mas porra, ela está exagerando, o que mais eu posso pensar a não ser que ela gosta dela? O pior é que eu percebo que ela faz sem querer, o que torna um pouco difícil eu ficar totalmente com raiva.


— Camz. - A voz de Lauren interrompeu meus pensamentos, ela entrou e bateu a porta logo em seguida. — Acordou agora? - Perguntou tirando a jaqueta e jogando em cima da cama, juntamente com uma pequena caixa que trouxe.


— Não, eu estava lendo. - Levantei o livro que tenho nas mãos para que ela pudesse ver. — O que tem aí? - Perguntei indicando a caixa na cama.


— Alguns exemplares da revista que foi publicada semana passada, finalmente chegaram. - Disse abrindo a caixa.


 Soltei o livro sobre a poltrona e me levantei, indo parar ao lado dela, ela puxou uma e ficou de costas pra mim, folheando a revista de uma forma que só ela pode ver.


— Ah para! Deixa eu ver. - Falei tentando fazer ela ficar de frente pra mim, mas foi inútil. — Lauren!


— Nossa, acho que apaixonei. - Disse risonha. — Que mulherão, olha esse corpo, essa boca, esse queixo, e esse nariz?


— Deixa eu ver. - Falei chorosa, tentando de novo fazer ela virar. — Eu vou ficar com raiva se você não virar agora. - Ameacei.


— Eu queria o número dela. - Continuou, como se não tivesse me ouvindo.


— Então tá certo. - Falei em um falso tom de irritação e me afastei.


 Ela olhou pra mim por cima do ombro.


— Tá, olha. - Disse se virando e levantando a revista. — Olha que linda. - Apontou pra página onde tem uma foto enorme dela.


 Fiz uma careta e bufei.


— Eu não acredito que você estava falando sobre você. - Falei frustrada.


 Ela riu e se aproximou.


— Na verdade, é sobre essa pessoa aqui, conhece? - Mostrou o outro lado da folha, onde tem minha foto estampada. — Será que eu teria uma chance com ela? Onde será que ela mora? Posso jogar tudo para o ar só pra ir atrás dela.


 Sorri sentindo minhas bochechas corarem, peguei a revista das mãos dela e me sentei novamente na poltrona, é tão satisfatório me ver novamente na capa de alguma revista, inclusive essa, que não é qualquer uma, eu sou capaz de sentir novamente toda aquela minha juventude de quando entrei pra esse ramo, todos os anos iniciais antes de finalmente ser contratada por uma agência, os desfiles, as seções de foto, o assédio da imprensa, minha mãe, meu pai, minha casa, Los Angeles, Maria, Austin.


— Ei. - Senti a mão da Lauren passando no meu rosto, e só então eu percebi que tinha deixado uma lágrima escapar. — Não gostou? - Perguntou preocupada.


— Gostei sim. - Sorri pra acalmá-la. — É que… tudo passou tão rápido, e com essa revista aqui em mãos, todo meu passado me parece tão… palpável.


 Ela comprimiu os lábios.


— Você sente saudades do seu passado?


— Sim, mas é aquela saudade boa, igual a que temos dos nossos 15 anos, sabe?


— Não sei, nem lembro de quando eu tinha 15 anos. - Disse sincera e eu sorri.


— Você não é normal. - Falei colocando o cabelo dela atrás da orelha.


— Obrigada pela parte que me toca.


 Olhamos juntas toda a revista, lemos a matéria, e infelizmente tenho que tirar meu chapéu pra Dianne, ela é incrível no que faz, a edição ficou impecável. Ao mesmo tempo que ela foi delicada, ela meteu uma sátira a todas as conspirações sobrenaturais sobre o caso, que a pessoa sem saber da verdade, chega de fato a acreditar que é uma grande loucura acreditar em vampiros.


 Agora Lauren está sentada no chão, encostada na poltrona que estou, ela fechou a revista e colocou de lado, ainda sentada ela mudou de posição, para que pudesse ficar olhando pra mim.


— Você é feliz? - Perguntou.


— Por que a pergunta?


— Nada, eu nunca parei pra pensar sobre isso, se consigo te fazer feliz.


— O que você acha?


— Às vezes acho que sim, mas tem vezes, como agora, que tenho a sensação que talvez você fosse mais feliz se eu não tivesse aparecido na sua vida, eu sinto que atrapalhei você, seu destino, hoje você poderia está casada com Austin, talvez vocês tivessem alguns filhos, você ainda trabalharia como modelo, e sempre que tivesse uma folga, iria para Miami, visitar seus pais, que depois da chegada dos netos ficariam mais maleáveis, e então vocês vivem como uma grande família feliz, e com um futuro confortável já reservado, sem contratempos.


— Eu também já pensei isso. - Passei a mão no rosto dela. — Mas essa é a versão encantada da minha possível vida normal, talvez nada disso nem iria acontecer se eu tivesse me mantido no caminho, vai ver eu iria entrar no mundo das drogas, devido ao excesso de trabalho, então aos 27, como vários artistas, minha vida e minha carreira iria para debaixo de sete palmos de terra. - Falei simples e ela fez uma careta.


— Pessimista.


— Nunca vamos saber como realmente seria, tanto pra mim, quanto pra você.


— Tem razão. - Suspirou. — Me promete uma coisa? Que se algum dia você deixar de me amar, se algum dia você não estiver mais feliz comigo, me conta? - Pediu em um quase sussurro.


— Posso prometer, mas você também fará o mesmo caso aconteça com você, pode ser? - Ela afirmou com a cabeça e eu sorri. — Agora sai desse chão e senta aqui. - Falei batendo nas minhas pernas.


 Ela fez como eu pedi, se sentou no meu colo, de frente pra mim, como se ligados por um imã, nossos lábios se juntaram, e mentalmente eu me reafirmei, que no que depender de mim, esse vai ser os lábios que vou beijar pelos restos dos meus dias. 


 A necessidade de oxigênio me fez nos afastar.


— Você vai ficar aqui hoje? - Perguntei devido ao horário, geralmente ela só volta do laboratório a noite.


— Eu vim trazer a revista pra você ver, eu disse que ia voltar, mas não tô com vontade. - Me deu um selinho. — A não ser que você vá comigo, quer?


— Não, não, eu não me sinto muito bem lá dentro, sem contar que minha presença seria inútil.


— Eu gosto de você perto de mim, eu fico preocupada com você sozinha aqui.


— Então fica aqui. - Falei mordendo o lábio inferior. — A gente pode fazer uma coisa, que minha participação vai ser bem útil. - Falei sugestivamente, passando as mãos pela cintura dela.


 Ela negou com a cabeça sorrindo e desceu a boca até meu pescoço, no mesmo ritmo que ela beijava aquele local, as mãos dela subiam por dentro da minha blusa, em direção aos meus seios.


— Isso é um sim? - Perguntei puxando levemente o seu cabelo.


— O que você acha? - Devolveu a pergunta e mordeu meu pescoço com força, ao mesmo tempo que a dor me irrita me causa tesão.


 Como vingança cravei minhas unhas na nuca dela, e a infeliz sorriu.


— Você ainda vai me fazer perder a sanidade. - Ela disse com a voz rouca.



Emma POV


 

— Fala de novo. - Pedi pela milésima vez, pra Sofia me explicar por qual motivo o remédio precisa ser via injeção, e ainda intramuscular.


— Você tá zuando comigo, né? - Perguntou com os olhos semicerrados.


— Não, só quero que você me convença que realmente isso é necessário. - Falei enquanto digito uma mensagem pra Ezra, ele está tentando me explicar a mesma coisa, a diferença é que ele está do outro lado do continente.


— Certo, pela última vez vou tentar te explicar. - Disse e eu senti meu celular sendo puxado, só então eu percebi que ela está parada na minha frente. — Vamos começar com você prestando atenção em mim.


— Mas eu já estava. - Falei na defensiva. — Você que não sabe explicar. - Falei e o rosto dela se contorceu em uma expressão de incrédula.


— Então a culpa é minha por você não conseguir entender?


— Isso mesmo. - Respondi simples.


 Ela abriu a boca pra responder, mas desistiu, e sorriu.


— A sua sorte é que eu acho muito fofo essa sua teimosia, caso contrário já teria ido embora. - Disse me olhando nos olhos, e dessa vez eu quem fiquei sem resposta, o que fez ela rir. — Gosto assim, agora presta atenção, o remédio não pode ser ingerido da forma tradicional, via oral, porque na primeira vez você viu que deu problema, assim como na tentativa de uma intravenosa, então mesmo que nós tenhamos mudado a fórmula, ela ainda continua muito forte, vai ser perda de tempo tentar novamente uma intravenosa, porque ao ser aplicado na veia ele vai atingir o coração com muita intensidade, logo, uma intramuscular é a nossa solução, primeiro porque a absorção vai ser melhor, segundo, porque esse coração frágil de vocês vai ser menos afetado, porque ao chegar ai vai está menos concentrada, entendeu agora?


— Tenho certeza que nosso coração é bem mais forte do que o de vocês. - Falei convencida.


— Vai nessa, se aplicar diretamente no nosso coração vamos continuar intactos, agora tenta no de vocês. - Falou tão convencida quanto eu.


— Agora você exagerou. - Falei rindo.


— É, um pouco. - Assumiu. — Mas você conseguiu entender?


— Se eu disser que não?


— Ai eu vou ficar bem puta, Watson. 


— Certo, eu entendi. - Soltei o ar dos pulmões. — Vamos lá.


 Dessa vez eu que vou ser a cobaia, porque segundo ela, não tem mais chances de dar errado, o que eu discordo, mas mesmo assim não é como se tivéssemos muitas opções, porque aqui está uma enorme confusão, e achar novamente um voluntário após as falhas das primeiras tentativas, seria como ganhar na loteria, então já que só tem eu, vamos nessa. Enquanto eu abria os botões da minha calça, ela já estava do outro lado do laboratório, preparando uma seringa, alguns poucos minutos e ela veio na minha direção.


— Não pode ser uma agulha menor? - Perguntei tentando parecer calma.


— Vou fingir que não ouvi. - Respondeu risonha.


 Colocou a seringa em uma bandeja de prata perto do balcão onde estou, pegou um pedaço de algodão e umideceu com álcool.


— Vai ficar de frente pra mim? - Perguntou com uma sobrancelha erguida, e fez um gesto com as mãos para que eu virasse, e assim eu fiz, totalmente a contragosto. — Maravilha, agora desce um pouco da calça.


— Nem acredito que estou me prestando a esse papel. - Falei enquanto descia um pouco da calça.


— Ah, qual é, quem nunca levou uma injeção na bunda? - Perguntou passando a lã de algodão pelo local.


— Eu nunca. - Respondi e ela riu, pegando a seringa. — Tá rindo de quê? - Perguntei olhando pra ela por cima do ombro.


 Ela não respondeu, apenas aplicou a injeção, o que me fez segurar com força na borda do balcão, que dor do cacete, a única parte boa é que foi muito rápido.


— Pronto, tirei sua virgindade. - Disse ironicamente. — Pode subir.


— Engraçadona você, Sofia. - Falei fechando novamente os botões da minha calça. — Mas e agora?


— Agora a gente espera. - Disse olhando o relógio no pulso. — Se nas próximas três horas você não tiver nenhuma reação, a gente pode começar a distribuição.


— E até lá fazemos o que?


— Nada, e nem pense em sair, o aconselhável é você ficar sobre a minha supervisão, sem ficar perambulando por aí, como você gosta. - Disse apontando um dedo pra mim.


— Certo, mas vou ficar porque eu quero, não porque você está mandando.


— Ah, claro. - Disse rolando os olhos. — Qual a sua dificuldade em ser legal? Você poderia ao menos fingir que não é tão chata.


— Mas eu sou legal. - Rebati.


— Ah para, você só é legal com a Lolo, o resto de nós você só atura.


— Que calúnia, eu sou bastante legal com você. - Me defendi.


— Não acho.


— Qual a dificuldade de você acreditar no que eu digo? Você sempre age como se eu estivesse mentindo. - Falei impaciente pela teimosia dela.


 Ela ficou me olhando, inclusive de uma forma bem estranha.


— É porque… - Sorriu e deu alguns passos parando bem na minha frente. — Eu sinto um… - Fez um gesto em frente a barriga. — Um friozinho aqui, quando vejo que você está se irritando, e… - A cada palavra, o rosto dela se aproxima mais do meu. — Seus olhos vão lentamente mudando de cor. - Roçou os lábios nos meus. — E eu fico com uma vontade quase incontrolável de fazer isso aqui. - Colou os lábios nos meus, dando início a um beijo lento.


Notas Finais


Perdoem qualquer erro, terminei esse capítulo agorinha, eu tinha esquecido que precisava postar hoje.



até <3


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