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História Quase Sem Querer - Desfile


Escrita por: princetri

Notas do Autor


Espero que gostem *-*

Capítulo 8 - Desfile


Lauren POV

 


 Ontem, ao deixar Camila na agência, combinamos de hoje nos encontrarmos diretamente no desfile, já que ela não teria nenhum outro compromisso durante o dia. E no momento eu estou no meu quarto discutindo com a Emma sobre qual roupa eu devo usar.

 


— Emma, eu não vou com esse vestido. - Falei encarando meu reflexo dentro de um vestido branco que vai até os pés. — Ela quem vai desfilar, não sou eu.


 

— Mas qual o problema de você ir com esse vestido? - Ela perguntou.

 


— Talvez seja porque eu estou indo lá pra trabalhar. - Rolei os olhos e fiquei de frente pra ela.



— Tá, então escolha uma pra eu ver.

 


 Com a graça da velocidade que nos foi concedida, em menos de 2 minutos eu me aprontei com as roupas que queria e parei de frente pra ela.


 


— Como que você quer conquistar ela desse jeito? - Ela perguntou, passando os olhos pelo meu corpo. — Não vou mais te ajudar!


 


— QUÊ? E quem diabos te disse que eu quero conquistar ela?


 


— Ué, você me disse que já tem certeza que ela não é a Alice, mas mesmo assim continua nessa de assessora, não vá me dizer que você precisa desse emprego pra sustentar sua família. - Ela disse fingindo comoção.


 


— Eu só quero conhecer um pouco dela, nada mais. Não é como se estivéssemos perdendo um precioso tempo dos nossos longos séculos de vida. - Falei virando de frente para o espelho pra conferir minha roupa, calça preta, blusa branca e uma jaqueta de couro também na cor preta.


 


— Tudo bem, viúva negra, você finge que tá falando a verdade e eu finjo que acredito.


 


— Tá decidido, eu vou com essa. - Falei ignorando completamente o que ela disse.


 


— Então vai logo, senão daqui a pouco você nem precisa ir mais. - Ela disse apontando para o relógio que já marca 07:30, sendo que a gente marcou para as 7h.


 


— Puta que pariu! - Xinguei pegando meu celular e a agenda de Camila. — A chave do meu carro, você viu?


 


 Ela surgiu flutuando m frente ao meu rosto, mas como sempre, quando eu fui pegar ela foi pra outra direção.


 


— Emma, eu estou atrasada, merda. - Falei ainda tentando inutilmente pegar a chave.


 


— Pode pegar, não tem ninguém impedindo você. - Ela disse, cinicamente. 


 


 Parei de tentar pegar a chave e resolvi usar da minha velocidade para inverter a situação. Puxei o edredom que cobre a cama e joguei em cima dela, enquanto ela tirava ele do rosto fui em direção a chave que já estava caindo. Simples, se ela não vê o objeto, logo não pode controlá-lo. 


 


— Tchau, beijo, te amo! --Saí o mais rápido possível do quarto, porque da última vez que eu fiz isso ela jogou um vaso que acertou em cheio minha cabeça, não morri, claro, mas a dor de cabeça foi chata pra caralho.


 


*****


 


 Assim que cheguei ao local do desfile, um homem me indicou o caminho para o camarim de Camila, bati na porta e ela me mandou entrar, quando passei pela porta, ela ficou alguns segundos me encarando pelo reflexo do espelho, mas logo voltou sua atenção para a maquiagem que está fazendo em si mesma.


 


— Desculpa pelo atraso. - Falei, já que ela não se pronunciou. 


 


— Não tem problema. - Ela disse sem desviar a atenção da maquiagem.


 


 Não falei mais nada, apenas me sentei no sofá que tem ali, o que mais eu poderia fazer? Depois de uns 10 minutos de silêncio, eu resolvi falar, e falei a única coisa que se passa na minha cabeça agora:


 


— Deveria ser crime privar o mundo de um sorriso como o seu. - Mal falei e já estou arrependida. 


 


 Ela parou o que estava fazendo e girou na cadeira em que está sentada, ficando de frente pra mim.


 


— O que você quis dizer com isso? - Perguntou erguendo uma sobrancelha.


 


 Já que ajoelhei resolvi rezar:


 


— Exatamente o que eu disse, seu sorriso é muito bonito pra você tá com essa cara emburrada.


 


— Duvido muito que você estaria sorrindo se estivesse longe da sua família, do seu namorado, em uma cidade que você odeia e com um trabalho que não foi você quem escolheu.


 


— Bom, toda a minha família já morreu, minha namorada também já morreu, e não fui eu que escolhi meu trabalho, acho que a única diferença é que eu não odeio a cidade, embora prefira qualquer outra da Europa.


 


— NamoradA? Você tinha uma namoradA? - Perguntou com certo espanto.


 


— De tudo que eu te falei você só escutou isso?


 


— Não… quer dizer, hã… deixa pra lá. - Suspirou e então continuou. — Eu sinto muito.


 


— Não precisa sentir. - Fiz uma pausa antes de completar. — Porque nem eu sinto mais.


 


 Antes que ela pudesse falar alguma, coisa alguém bateu na porta.


 


— Entra. - Ela disse desviando o olhar naquela direção. 


 


 Assim que o homem entrou, ela se levantou de sobressalto da cadeira e foi correndo abraçá-lo. 


 


— Não acredito que você tá trabalhando aqui hoje. - Ela disse enchendo o rosto dele de beijos.


 


— Na verdade meu namorado, mas como fiquei sabendo que você vai desfilar, e ele ainda vai ajeitar seu cabelo, resolvi vir na frente que não sou besta nem nada.


 


 Assistindo a cena, a única coisa que eu consegui pensar, foi: “Como ele consegue respirar dentro daquela calça?” Acho inclusive que ela é descartável e só sai do corpo rasgando. Descobri depois que o nome do rapaz é Harry Styles, parei de prestar atenção na conversa quando o assunto se tornou Austin Butler, que ao que tudo indica, é o namorado de Camila, não contendo a curiosidade peguei meu celular e joguei o nome no Google, depois de uns bons 3 minutos navegando pelas fotos dele em busca de algum defeito, eu desisti, pela falta de êxito. Peguei a agenda de Camila e percebi que ela terá que dar uma entrevista pra revista patrocinadora do evento, resolvi sair do camarim e ir acertar os detalhes. Depois de tudo acertado não voltei até onde Camila se encontra, fiquei perambulando pelo evento, encontrei com a Ally e ficamos um bom tempo conversando, até ser anunciado que o desfile começará em 10 minutos. Quando cheguei novamente ao camarim, Camila já estava sozinha, e vestida apenas com um roupão, provavelmente para facilitar a troca entre as roupas.


 


— O desfile já vai começar. - Falei de pé na porta.


 


 Ela se levantou sem falar nada e seguimos para o espaço atrás da passarela, onde acontecem as trocas de roupas. O desfile durou mais ou menos duas horas, entre idas e vindas dela e outros vários modelos na passarela. No momento estamos apenas eu e ela na salinha atrás da passarela, todos os outros já se retiraram, mas pelo que me parece, ela está sofrendo pra tirar a roupa do desfile.


 


— Deixa que eu te ajudo. - Falei já me abaixando de frente pra ela, na tentativa de desamarrar as várias tiras da roupa que estão presas em suas pernas. — Bem estranha essas roupas né?!


 


— Eu que o diga. - Respondeu sorrindo. 


 


 Ao ter êxito na minha tarefa, eu me levantei, nenhuma de nós se afastou, o que fez nossos corpos ficarem próximos, tão próximo que senti o calor que ela emana, dei um passo pra trás.


 


— Desculpa. - Eu disse me afastando mais um pouco.


 


— Tudo bem. - Ela respondeu com um meio sorriso.


 


— Você tem que dar uma entrevista antes de ir embora, vamos?


 


— Vamos, mas tenho que passar no camarim antes pra colocar minha roupa.


 


*****


 


 A entrevista não durou muito, no máximo 30 minutos e já estávamos saindo do local do evento.


 


— Onde está seu carro? - Perguntei assim que chegamos ao estacionamento.


 


— Eu vim de táxi, meu carro ta no concerto. - Respondeu e pegou o celular dentro da bolsa. — Vou chamar outro.


 


— Não precisa, eu te levo em casa. - Disse, já indo em direção ao meu carro, sem esperar pela resposta, porque eu sei que ela vai dizer que não precisa.


 


 Para a minha surpresa, ela não disse nada, apenas me seguiu.


 


— Pensei que você ia dizer que não precisava. - Eu disse, contornando o carro pra sair do estacionamento.


 


— E eu ia, mas você deu as costas antes que eu pudesse falar alguma coisa.


 


— Exatamente por isso que eu dei as costas. - Dei de ombros. — Onde você mora?


 


 Ela me explicou o caminho, e então o silêncio reinou no carro por alguns minutos.


 


— Desculpa. - Ela disse, olhando pela janela.


 


— Pelo quê?


 


— Hoje mais cedo no camarim, eu estava estressada e acabei descontando em você, mesmo você não tendo culpa, desculpa.


 


— Tudo bem, um dos lados bons de morar com a Emma, é que eu consigo conviver com vários tipos de personalidade, um dia ela me ama e no outro tá jogando todos os vasos da casa em minha direção.


 


 Ela parou de olhar pela janela, e virou pra mim, ficou uma eternidade em silêncio me olhando, antes de falar:


 


— Emma é sua namorada?


 


— Não, minha amiga, melhor amiga.


 


— Ahh. - Manejou a cabeça em confirmação. — E é com muita frequência que sua melhor amiga joga vasos na sua cabeça?


 


— Pelo menos umas duas vezes na semana, mas ela raramente acerta, o que a deixa ainda mais irritada. - Falei rindo.


 


— A garota tenta matar você pelo menos duas vezes na semana e mesmo assim ela é sua melhor amiga, você é bem estranha.


 


— Digamos que ela só faz isso porque sabe que eu sou bem resistente.


 


— Resistente? - Riu e negou com a cabeça. — Se um vaso acertar sua cabeça você morre, a não ser que você seja o incrível Hulk, o que eu duvido muito.


 


— Então eu acho que é melhor eu tomar mais cuidado quando ela estiver me usando de alvo.


 


— Com certeza você deve. - Ela disse e olhou pela janela. — É esse prédio aqui, pode parar.


 


 Tirou o cinto e virou-se pra mim.


 


— Obrigada pela carona.


 


— Não precisa agradecer, eu gosto de dirigir. - Falei e ela apenas afirmou com a cabeça, mas não desceu do carro, então resolvi continuar. — A gente se ver segunda então.


 


— Segunda? - Ela perguntou confusa.


 


— Sim, você não tem compromisso pra esse final de semana.


 


— Ahh. - Afirmou novamente com a cabeça. — Então boa noite. - Disse e desceu do carro, sem me dar tempo para responder.


 


 Quando ela entrou no prédio, dei a partida no carro e fui pra casa.



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