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História Quase sem querer- Sakura e Kakashi (kakasaku) - Um dia confuso


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Quando um coração que está cansado de sofrer,
Encontra um coração também cansado de sofrer,
É tempo de se pensar,
Que o amor pode de repente chegar.
(Tom Jobim)

Capítulo 3 - Um dia confuso


 Ao ouvir as palavras de Sakura, Kakashi se surpreendeu, afinal; a kunoichi não costumava se comportar assim com ele. Estava sem graça com a situação e realmente não sabia como contorna-la. Com feições confusas e rubro pelo acontecido, apenas levantou as duas mãos para o ar, afirmando que não sabia quem ela era.


         — Ele nunca te contou o que houve entre nós? — A mulher permanecia com o brilho no olhar, estava claro o quanto ela estava maravilhada com a presença de Kakashi.


          Sakura desviou seus olhos dos dois com desdém. Suas mãos permaneciam fechadas e sentia seus braços estremecerem com a força desnecessária que fazia enquanto a mulher continuava a falar:


        — Ele é incrível, é um perfeito cavaleiro! Uma vez ele me salvou do trio Moya, e desde então tenho sonhado com o retorno dele à minha vila... — Kakashi parecia realmente não entender sobre o que aquela mulher falava, e Sakura de repente fora tomada por um dèjá vu e suas expressões de ódio começavam a sumir devagar, dando espaço a um biquinho nos lábios e olhos pensativos. “Acho que me lembro desse nome. Trio Moya... Ah! A bastante tempo atrás, quando ainda éramos o time sete (Kakashi, Naruto, Sasuke e eu), nós estávamos determinados a descobrir como era o rosto do Kakashi e durante esse período fomos atacados por um trio de irmãos, que queria se vingar de Kakashi, o mais velho alegava que ele havia tirado o amor de sua vida. Naquela época era tudo tão diferente...”


         — Entendi!... É melhor irmos logo até a casa do Senhor Feudal, ele está a nossa espera. E depois disso acho que vocês terão tempo suficiente para fazer... seja lá o que for! — a voz de Sakura saíra de sua boca bem mais ríspida do que ela gostaria que fosse. Não poderia dar o braço a torcer e se arrepender depois, não poderia parecer uma criança mimada. Não poderia... Sakura seguiu imponente até a casa, e Kakashi sem entender muito bem a atitude dela foi atrás, tentando se desvencilhar da mulher que não parava de falar ao lado dele.


          — Olá! Você deve ser a Kunoichi enviada de Konohagakure. — O senhor magro, de cabelos brancos fez uma cara de surpresa ao ver Kakashi adentrar o salão momentos depois de Sakura com sua filha de criação ao seu lado, que parecia mais radiante do que nunca.


         — E-eu achei que só viria um emissário de Konohagakure, mas vejo que está acompanhada por outro ninja — Sakura olhou para trás e viu Kakashi se aproximando muito sério, com uma das mãos no bolso, e a mulher ainda agarrada a ele.


         — Meu nome é Hataque Kakashi — disse desprovido de emoções tanto em sua face, quanto em sua voz.


         — Me chamo Haruno Sakura. — A Kunoiche não conseguia entender porque se sentia tão incomodada com aquela situação. Aquela mulher se insinuando para Kakashi sem parar, fazia com que seu corpo pinicasse. “Por que ela não desgruda dele? E porque ele não diz nada para ela? Humm... é claro que é por que ele deve estar adorando né Sakura! Afinal; a mulher é muito bonita, e Kakashi não é nenhum santo e com certeza deve se lembrar dela. E se ele não se lembra, o porquê é muito simples: Já deve ter estado com tantas mulheres que já não deveria mais conseguir se lembrar do rosto de todas!... O que estou pensando? Não tenho o direito de ficar chateada com ele por razões desse gênero. Afinal, não é ele que eu amo!” Esses pensamentos fizeram seu corpo arrepiar e sua boca ficar amarga. “Não é ele quem eu amo.” Repetia para si mesma, como se tentasse se convencer daquelas palavras. De repente é despertada de seu transe ao se deparar de frente a um quarto, não muito luxuoso, mas bem limpo e iluminado, com duas camas de solteiro, divididas apenas por um criado mudo com uma jarra de porcelana e um copo, que provavelmente continha água. Além de um banheiro e uma sacada que dava a visão de um simples e belo jardim. Ela não sabia bem o que estava acontecendo, tinha ficado tão focada em seus pensamentos que perdeu toda conversa. 


       — Não vai entrar? — perguntou Kakashi, que já se encontrava dentro do quarto. A mulher que o agarrava agora seguia junto do Senhor Feudal pelo estreito corredor, e a voz de seu ex-sensei lhe pareceu um pouco diferente, baixa e melancólica. Quando ela o encarou ele desviou o olhar. Era como se ela estivesse descobrindo um Kakashi diferente. 


       — Se não se importa, vou tomar banho primeiro — ele disse já entrando no banheiro, sem ao menos olha-la.


       — Está bom! — Sakura estava vermelha e sem graça por ter perdido toda a conversa com o Senhor Feudal, e pela forma que Kakashi a ignorava.


       Ele fechou a porta, se apoiando na pia do banheiro e encarando seu reflexo no espelho. Estava chateado e sabia que aquele sentimento não era algo normal. Se sentia um pouco confuso por não se lembrar daquela mulher que se jogou em seus braços fazendo tanto reboliço. “A Sakura pareceu magoada comigo, ficou tão distante e fria, e eu, por outro lado, mal consegui encará-la.” Kakashi se despiu e entrou embaixo do chuveiro, a água estava um pouco fria, e isso fazia com que seus músculos se contraíssem um pouco. Deixou a água cair livremente enquanto passava ambas as mãos em seus cabelos prateados. “Talvez eu devesse conversar com ela. Mas o que eu diria? ...Ela fica linda quando está brava. E quando fez aquele biquinho, tive vontade de morder!” Kakashi ora ficava sério, ora sorria com seus pensamentos. “Não posso mais ficar tentando fingir que não está acontecendo nada. Sou adulto, e ela também.  Sei que a diferença de idade...”


      — Diferença de idade — disse para si, em um sussurro, já se enxugando e pegando suas roupas para se vestir.

 

Sentia que era impossível a Kunoichi estar se apaixonando por ele, a diferença de idade entre os dois poderia ser o principal motivo, em sua mente. “Mas ela vem dando tantos sinais, tantos pequenos motivos para me fazer acreditar que está sentindo alguma coisa. Talvez seja só carência, talvez ela só esteja sentindo falta de ter alguém próximo a ela. Sempre foi nítido a todos os sentimentos dela pelo Sasuke, não vai ser agora que esses sentimentos vão mudar.” Ele saiu do banheiro com o olhar vazio de sempre, mas sua mente estava perturbada e seu coração triste com seus próprios pensamentos. Sakura, que estava parada a olhar pela sacada, se virou para ir em direção ao banheiro, a feição do rosto dela estava tão triste quanto o coração dele.


       Ao ver as expressões da Kunoichi ele sentiu um fio de esperança e decidiu se agarrar àquilo. Ele precisava daquilo, daquele sentimento, daquelas sensações que estava tendo por ela. “Ela não ficaria tão chateada se não se importasse comigo!” Agora Kakashi precisava pensar no que fazer para afastar a filha do Senhor Feudal dele, ela com certeza deveria ter sido mais um de seus casos, mas sinceramente não se importava. O que ele não queria era ter mais problemas com Sakura.


       O clima estava tenso entre os dois. Já estavam na sala de jantar sentados à mesa um do lado do outro, e Sakura não olhava para ele em momento algum.


      — Espero que estejam se sentindo confortáveis! Eu sei que nossa vila é bem pequena, e é tudo bem simples, mas é de bom grado — disse o Senhor Feudal, com um sorriso nos lábios, segurando a mão de sua filha adotiva.


      — Pude perceber que vocês já conhecem minha "menina", ela foi criada por mim desde que nasceu. Com a morte do meu irmão e de sua mãe, eu fui a única família que lhe restou, assim como ela é minha única família, já que não pude ter filhos. — Enquanto falava o velho colocava seu prato com mãos trêmulas, talvez por conta da idade.


      — Meu nome é Mey. Mas o Kakashi já deve saber, né! — A mulher se contorcia de felicidade ao falar olhando para Kakashi, que permanecia quieto e sério.


      — Na verdade, senhorita. Não me lembro de você. Nem mesmo sabia o seu nome até agora. Procuro apenas me ater a coisas de importância... Bom, agora se vocês me dão licença eu gostaria de levar o meu prato para o quarto. Gostaria de comer sozinho — a voz dele saiu de forma natural e calma, como se não estivesse dizendo nada demais. Ele se levantou reverenciando a todos, deu um pequeno sorriso de satisfação para Sakura, tomou seu prato em suas mãos e saiu em direção ao quarto. Mey ficou em silêncio, com os olhos marejados de lágrimas, e sua boa estava trêmula, como uma criança mimada ameaçando birra.


       “Shannaro!!! É isso aí Kakashi, essazinha precisa mesmo saber se colar em seu devido lugar! Há! Eu já estava com vontade de quebrar alguma coisa por causa dessa palhaçada toda! ... O olhar dele para mim...” Sakura não sabia bem o que pensar daquele olhar e da expressão de sorriso que Kakashi a deu. 


      O jantar continuou com uma dose de estranheza no ar. A mulher que antes estava tão animada, agora nem mexia em sua comida. O velho e simpático Senhor Feudal conversava um pouco com Sakura, como se tentasse afastar da mesa aquele ar pesado.


       Comeram e ficaram ali por mais alguns poucos minutos, até a mulher que não havia tocado em sua comida se levantar, pedindo licença para se retirar para seu quarto. Sakura aproveitou o momento e fez o mesmo, pois teria que acordar cedo para retornar à Konohagakure no dia seguinte. Ela se levantou e foi caminhando lentamente até seu quarto. O quarto que teria que dividir com ELE!


       “Me senti tão satisfeita pela atitude de Kakashi, mas ao mesmo tempo fiquei me sentindo mal por ter desejado tanto que ele agisse daquela forma. Fico tentando não pensar nele, mas... aquela voz rouca dele, e seus olhos em mim, nada disso sai da minha cabeça. Talvez eu devesse conversar com ele. Mas eu sei que não conseguiria, não posso fazer isso com ele, não posso dar falsas esperanças para alguém, quando o meu coração pertence a... o meu coração pertence a outro.” Sakura chegou à porta, dando duas batidas antes de entrar.


       Kakashi estava deitado, sem a bandana que usava para tapar seu sharingan, vestia uma blusa preta de manga comprida e uma calça da mesma cor. Estava com a mão direita em baixo da cabeça, enquanto sua mão esquerda segurava seu Itcha-Itcha. Ao ouvir as batidas sentiu seu coração disparar, virou-se de encontro a porta vendo a Kunoichi adentrar o quarto, olhando-o com as bochechas levemente avermelhadas. Ela voltou seu olhar para a sacada, caminhando em direção a mesma, e Kakashi a seguiu atentamente com seus olhos, sem perder nenhum movimento feito por ela. Ela estava com suas roupas habituais e andava lentamente e com graciosidade. Suas pernas grossas pareciam convidar Kakashi a chegar mais perto, tinha o quadril largo com o bunda grande e bem definido, prestar atenção nisso fez a boca de Kakashi encher de água. Sua cintura fina e seios medianos que combinavam perfeitamente com toda sua estrutura o deixava sem ar.


    A garota passou a mão no cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha, exibindo seu pescoço... E como ele queria dar uma mordidinha naquele pescoço... Sua respiração estava pesada e descompassada. Queria toma-la em seus braços naquele momento, queria sentir o cheiro dos cabelos dela e sua pele na dele... “Não posso fazer isso. Ela me odiaria.”


        Sakura ficou parada, fitando o vazio por alguns segundos, mas logo se recompôs e foi até o banheiro, carregando sua pequena mochila. Fechou a porta, e ao pegar seu baby doll ficou incerta se realmente deveria vesti-lo. Mas ele era tão confortável e tão bonitinho! Se sentia uma criança dentro dele. Mesmo com um pouco de vergonha de ser vista por Kakashi vestida daquela forma, ainda assim pôs o baby doll, afinal, estava tão cansada física e mentalmente que não pensou que isso seria ruim. “Mereço um descanso, com certeza mereço!”


        Abriu a porta do banheiro de cabeça baixa, e com suas bochechas ardendo com a vergonha que sentia. Rapidamente se deitou virando para o lado contrário dele. A luz permanecia acesa, pois ele estava lendo seu livro, sua boca estava seca, mas, o que mais a incomodava era o fato de que queria ter sido vista, de que queria ter sido admirada. Queria ser desejada por ele. Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, mas não queria chorar, não podia ser fraca como era antes.


  “Como posso desejar tanto os olhares dele para mim? E por quê? Ele sempre foi tão bom e compreensivo comigo, sempre foi... amável e sempre me reconheceu pelo meu esforço. Mas ainda me sinto tão insegura comigo mesma. Como poderia fazer alguém feliz se não me sinto feliz comigo mesma? Ficou tão claro para mim que a atitude dele de afastar a Mey foi para me satisfazer, o olhar que ele me deu antes de se levantar da mesa, a expressão... Era como se ele quisesse me dizer alguma coisa com a atitude que tinha tomado. E desde que acordei hoje cedo as coisas entre nós dois estão diferentes. Diferentes como se... como se eu tivesse deixado de amar o Sasuke e começasse a me apaixonar... Não...”


           A garota, inconformada com seus pensamentos e sentimentos, fechou seus olhos com força, sentindo suas lágrimas quentes rolarem por seu rosto, seu corpo se contorceu um pouco, até que a Kunoichi, cheia de dúvidas, se levantou de vagar, enxugando as lágrimas e andando em direção à sacada do quarto. Estava com a mão esquerda no cabelo, tampando parcialmente seu rosto. Ela não poderia deixar ele a ver chorando, ainda mais pelo motivo que chorava. Ao chegar na sacada, apoiou sua mão direita no parapeito, deixando sua mão esquerda que estava em seus cabelos cair lentamente e se alinhar ao seu corpo, tocando seus próprios dedos e sentindo a umidade que as lágrimas deixaram em sua pele. Com a cabeça baixa fechou seus olhos e sentiu mais lágrimas rolarem pelo seu rosto. Não podia as conter, não conseguia.


          “Como ele pôde me deixar assim em apenas um dia? Como pôde fazer com que eu me sentisse assim? Como pôde...”


          Seus pensamentos foram interrompidos pelo toque do homem que dominava sua mente. Ele segurou sua mão esquerda, e sua outra mão pousou sobre sua cintura. Ela sentiu todo seu corpo se arrepiar, e seu coração palpitar de forma exagerada. Ergueu de leve sua cabeça, ainda com os olhos fechados até sentir a mesma de encontro ao peito dele, o que a fez soltar um sôfrego suspiro. Estavam tão próximos que ela podia sentir sua respiração. Ele aproximou a cabeça vagarosamente até o ouvido dela, a fazendo engolir em seco... Ela o desejava.

 

 — Sakura, precisamos conversar.


Notas Finais


Lembrando galera, que os personagens dessa história não me pertencem!
Não me processem porque eu não saberia viver numa cadeia!!! rsrsrs
Ótima leitura a todos! bjs


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