História Quase sem querer- Sakura e Kakashi (kakasaku) - O pessoal reunido

Kakashi não pôde evitar de pensar que se Sakura estivesse com Sasuke sequer se lembraria de tomar pílulas. Achava que os dois deveriam ter que ao menos conversado sobre isso juntos, mas ela o privou dessa informação. E a falta dela para com isso fez com que expectativas crescessem dentro de seu coração.


   Olhou a face da garota enquanto dizia o nome do Uchiha, tentando avaliar suas expressões, mas não viu nada além de um olhar curioso e assustado. Achou engraçado a maneira que ela começou a analisa-lo, como sempre fazia quando achava que ele pudesse ter se machucado de alguma forma. Pegou no braço dela, fazendo com que a Kunoichi o encarasse nos olhos.


   — Eu estou bem!


   — Mas o que ele foi fazer lá? — ela perguntou aflita, puxando ele para se sentar na beirada cama.


   — Eu não sei — ele falou, encarando o chão e balançando a cabeça negativamente. — Ele só entrou e assistiu um filme com a gente. — Fitou os olhos de Sakura demonstrando a mesma tristeza de antes.


   — Eu não entendo o motivo de ele estar fazendo isso.


   — Ele perguntou por você... Sakura? — Ele fez uma pequena pausa, se pondo de pé na frente dela e respirando de forma dificultosa, seu coração estava apertado, não tinha certeza no que dizer, não tinha certeza de nada. Seu ciúme o estava cegando. — Está acontecendo alguma coisa?


   — Hum? Como assim? — A Kunoichi ficou confusa com a pergunta dele.


   — Eu não sei! De repente o Sasuke começa a se arriscar vindo aqui na vila e... — Ele passou as mãos nos cabelos revelando sua perturbação. — Por que você não me falou que estava tomando remédio? — Sakura ficou incrédula ao ouvir aquilo, pois na cabeça dela era muito óbvio o porquê dela estar tomando remédio.


   — Eu imaginei que você esperasse isso de mim, além do mais não me sinto pronta para ter um filho, Kakashi. — Seus olhos se encheram de lágrimas, ela não queria que ele interpretasse mal suas palavras e tinha que esclarecer as coisas. Kakashi a puxou da cama para um abraço, se sentiu um idiota por ter pensado várias besteiras sobre isso enquanto ela tomava banho, só era inseguro dessa forma quando o assunto era ela, e isso já estava começando a o incomodar.


   — Eu quero tudo com você! — ele sussurrou para ela.


   — Eu também, mas preciso de um tempo.


   — É, eu sei.


   A verdade é que ele realmente sabia, já teve a idade dela um dia e nesse tempo jamais pensou em um relacionamento sério, que dirá em um filho. Mas também pensava que o laço, no qual os dois estavam criando, fosse o suficiente para mudar o pensamento de uma pessoa, mudou o pensamento dele ao menos, que nunca quis nada com ninguém. Mas também queria contar para ela todos os seus sentimentos mais profundos, queria dizer o ciúme que ela o causava, a dor que ele sentia em seu peito todas as vezes que estava longe dela... Não queria um filho por mero capricho, queria um filho porque sabia que este seria a continuação deles, um pedaço dos dois unidos em um só. Kakashi, porém, não saberia jamais como dizer tudo isso para ela, sabia o que sentia, mas as palavras pareciam não se formar em sua boca e quando pensava em algo suas cordas vocais pareciam não funcionar. Se sentia surpreso que mesmo as vezes conseguia pronunciar que a amava. Queria dizer mais essas palavras, mas as vezes travava.


  “Qual a dificuldade em dizer o que sentimos? Nunca fui de demonstrar afeto a ninguém e sinto que, ainda assim, com ela já me superei. Então porque penso que ainda não é o suficiente? Por que não consigo dizer, que sinto a falta do ar em cada olhar, que sua boca na minha faz meu coração ficar descompassado e que uma alegria imensa toma conta de mim em cada reencontro? Sentir, por vezes, pode ser mais difícil do que nunca sentir nada.”


   Ele não sabia a resposta para nada daquilo, mas sabia que estava tentando de todas as formas se mostrar presente, e capaz de dar a ela o amor que merecia. Se algum dia, o destino o golpeasse com a ausência dela, sua vida cairia em um abismo profundo no qual ninguém seria capaz de salva-lo.




   O que era para ser uma noite se transformou em uma semana, se separavam apenas durante o dia, por conta do trabalho. E o mais engraçado é que mal perceberam isso, estar um ao lado do outro era algo natural para eles. Apesar disso, Sakura ainda se sentia apreensiva com relação ao que os outros diriam ao vê-los juntos.


   A festa da cidade seria essa noite, e cada hora que passava se sentia ainda mais insegura e envergonhada. As coisas estavam mais claras em sua mente e sabia que seu temor não era por conta da idade dele, ou por conta de ele ter sido o seu professor. Estava insegura por que não sabia se realmente o merecia.


  Tinha responsabilidades, pensava como uma mulher madura, mas ao lado dele se sentia uma criança. Tinha medo de ser incapaz de fazer ele realmente feliz. Como nas vezes em que teve dúvida de assumir publicamente seu relacionamento, ou quando ele quis levar suas coisas para a casa dela... Na sua cabeça esses passos eram mais largos que suas pernas, mas na dele era uma coisa natural.


   A diferença de idade pesava em situações pequenas e alguém tinha que ceder, agora estava aprendendo a confiar plenamente no julgamento dele, mas ainda estava na metade do caminho. Quantas mulheres desejariam ocupar seu lugar, quantas o desejavam? Respirou fundo pedindo forças, já passou por coisas piores, olhares de inveja não a fariam cócegas.


   — Acho melhor não Ino! Vamos nos encontrar na festa — disse sentindo suas mãos suarem.


   — Mas, Sakura, a gente sempre se arruma junto quando vai sair! — A garota cruzou os braços, fazendo biquinho.


   — Eu sei Ino! Mas é que... — Ela deveria entender isso, mas estava parecendo uma criança. — ...Eu vou com o Kakashi, a gente se encontra na festa. Além do mais Tsunade vai fazer isso também.


   — Só foi arranjar um namorado que me abandonou!


   — Não tem nada a ver, quando você encontrar uma pessoa vai entender que algumas coisas mudam — Sakura percebeu a expressão de sua amiga ficar confusa. — Tenta me entender! E não esquece de ficar bem bonita! Meu primo vai com a gente, e Tsunade já falou que não vai perder aquela aposta!


   — Ah... mas ela não vai ganhar essa mesmo! — Ino cerrou o punho e levantou o braço, lançando um olhar ameaçador para o teto, como se visualizasse a vitória em cima da Hokage. Sorrindo, Sakura se despediu, seguindo para sua casa.


   O trabalho no hospital foi pesado durante toda semana, e mesmo hoje sendo o dia de folga das Kunoichis que conversavam, elas resolveram ir ajudar mais um pouco. O País da Água está passando por uma dificuldade financeira, o que tem levado o povo a rebelião e violência. Muitas pessoas estão sendo levadas para Konoha em busca de tratamento, já que os hospitais do país em conflito estão superlotados.


   Chegou em casa pensando que já encontraria Kakashi para o almoço. Ele havia saído bem cedo, para entregar um pergaminho para o senhor feudal do País da água, oferecendo-lhe ajuda, já que seus países eram aliados por conta do tratado de paz que fizeram na última guerra. Mas para seu descontentamento, ele não estava lá.


   Comeu sozinha e logo se pôs a escolher a roupa que usaria na festividade, durante a noite. Estava contente que teria um momento de distração junto a seus amigos, depois de tanta confusão em sua vida. Ficou imaginando o que Hatake usaria, mas ele era do tipo casual, então resolveu que se vestiria de forma simples.


   Com o por sol se aproximando começou a se arrumar, preocupada com Kakashi que não chegava, mas ao sair do banheiro abriu um enorme sorriso ao vê-lo mexendo no guarda-roupa silenciosamente.


   — Achei que ia se arrumar na casa de Ino, com Tenten. — ele disse sem tirar o rosto de dentro do armário.


   — Eu disse que íamos sair juntos!


   — E eu falei que não quero atrapalhar você! — Tirou uma calça preta e uma blusa sem manga, também preta, do guarda-roupa. Sakura soltou um suspiro risonho, sabia que ele escolheria algo simples.


   — Você não me atrapalha nunca! — disse, observando a cara de satisfação dele ao ouvi-la. — Como foi com a missão?


   — Tudo certo. — Pensou por um momento, enquanto pegava uma toalha. — Mas o ninja que encontrei para entregar a mensagem estava bem preocupado com a insurgência do povo.


   — Imagino!


   Sakura se arrumava enquanto ele tomava banho. Colocou um vestido vermelho, com o símbolo de seu clã bordado nas costas, sem manga e aberto nas laterais. Resolveu passar uma maquiagem leve e quando deu por si, Kakashi já estava pronto a esperando pacientemente enquanto lia seu itcha-itcha.


   — Pronto!


   — Hum.. — retrucou fechando seu livro e a admirando. — Seu primo já deve estar chegando, quer... — Ouviram as batidas na porta e soltaram um sorriso.


   — Ei Haru! — disse a garota sorridente ao abrir a porta.


   — Ei! — falou curto para os dois.


   Desceram as escadas indo em direção ao ponto de encontro que haviam marcado com Ino, Tsunade e Tenten. De longe a garota já podia ver a Hokage com uma garrafa de saquê em uma das mãos, e as outras duas que riam de algo. Olhou para seus acompanhantes pensando em como eles eram calados. Kakashi ao menos conversava um pouco, mas Haru parecia totalmente desligado da vida.


   — Oi Sak... — dizia Ino que foi interrompida por Tsunade, que pulou na frente dela ajeitando sua blusa, para que seus seios ficassem ainda mais aparentes.


   — Sakuraaaaa!!! — a Quinta falou com a garota, mas seu olhar estava voltado para Haru, que ficou instantaneamente corado. Uma gota de suor surgiu no rosto de Kakashi que olhava para Sakura, totalmente perturbado com aquilo.


   — E-ei! — disse a garota tentando entender.


   — Você não me disse que seu primo era tão bonito — falou a Hokage no ouvido da Kunoichi, como se estivesse enlouquecida, sua voz era brava e suas expressões amedrontadoras. Sakura ria sem graça, enquanto Tsunade se posicionava ao lado de Haru, quase que encostando a cabeça no ombro dele, com as mãos juntas no peito.


   — Por Kami, o que está acontecendo? — perguntou para Ino e Tentem que riam sem parar. Kakashi estava com tanta vergonha daquela cena que queria se esconder.


   — Eu não sei! — disse Ino. — Mas pelo jeito a Hokage já está dando um jeito de passar a minha frente na aposta e eu não posso deixar isso acontecer — disse obstinada.


   — Essas duas são loucas! O Neji trouxe um amigo e pelo jeito vou ter que apresentar ele para Ino antes que ela me mate! — Sakura sentiu suas bochechas queimarem quando Tenten deixou no ar que estava saindo com Neji.


   — Vamos logo achar o Hyuuga, porque eu que não vou dar para trás agora — Ino falou puxando Tenten e deixando Sakura e os outros para trás com cara de taxo.


   Sakura sentiu a mão de Kakashi na sua e um arrepio subiu em sua espinha. Estava a uma esquina de onde a festa estaria acontecendo e já estava com medo dos olhares que receberia. Fitou Kakashi por uns segundos, mas ele estava sério e tranquilo como sempre, era como se ele não se abalasse por nada.


   — Vamos? — ele falou se arrependendo de olhar para Haru e Tsunade, que estava vermelha como um pimentão com algo que o rapaz a disse.


   Para todo lugar que olhava Sakura podia ver alguém observando sua mão, entrelaçada na de Kakashi. Aquilo a incomodava, não entendia porque as pessoas tinham que ser tão maldosas e preconceituosas. Enquanto ela procurava encarar apenas o chão, Kakashi continuava firme, a sentinela em pessoa, que não parecia se abalar por nada.


   — Fica calma. Tá tudo bem — ele falou, sabendo que ela estava com vergonha.


   Mas era difícil, apenas poucas pessoas até agora sabiam do seu relacionamento, e agora ela estava andando de mãos dadas com o ninja mais popular e galante de toda Konoha, o ninja que foi seu sensei a não muito. Quando tentava levantar a cabeça via algumas pessoas, em geral mulheres cochichando, e não conseguia parar de pensar que eram deles que estavam falando.


   Kakashi apertou ainda mais sua mão na dela e Sakura o encarou, observando um sorriso por debaixo de sua máscara. Antes era tão difícil para ela saber quando ele estava sorrindo e agora mesmo com o pano que cobria seu rosto ela sabia exatamente quais eram as feições dele. Com apenas alguns segundos o olhando pôde sentir vibrações boas vindo do mesmo, e sua mente a trouxe lembranças... Muitas delas.


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   — O quê? Você está de brincadeira né? — Sakura ria descontroladamente, jogada na cama.


   — É sério! — Ele tentava a convencer, sem entender o motivo de tanta risada.


   — Eu acho tão linda sua pinta! — Ela se aproximou beijando uma pinta que fica sob a boca dele, no lado esquerdo.


   Kakashi estava muito envergonhado, mas era estranho para ela ouvir dele que o mesmo usava a máscara porque não gostava da pinta que tinha. Sakura amava tudo nele e não podia imaginar alguém mais lindo e perfeito. Antes de chegarem a essa conversa estavam em um clima um pouco ruim, mas tudo parecia correr a favor deles sempre. Mesmo brigando conseguiam se amar ainda mais, como se quebrar barreiras e ultrapassar obstáculos fosse algo que ambos adorassem fazer.


   Ele estava se abrindo para ela, contando o quão ressentido ele ficou quando soube que seu pai havia se suicidado e como seu coração se esfriou com isso. A garota quase não aguentava mais ouvir sobre o sofrimento que Kakashi havia passado. Seus olhos se encheram de lágrimas quando ele contou com detalhes sobre a morte de Óbito e a maneira que seu amigo havia se sacrificado por ele, lhe presenteando com o sharingan, que ele agora possuía.


   O consolou em seu colo quando ele chorou contando como sua antiga companheira de equipe e amiga, Rin, se suicidou, usando o chidori dele como arma. Como a imagem daquilo sempre voltava para ele em sonhos, ou quando se encontrava em uma situação difícil. Naquele momento não encontrava palavras para consola-lo, ele não se perdoava por ter falhado em cumprir o último desejo de Obto, manter Rin a salvo. Mas depois de um grande silêncio, acompanhado por um cafuné que ela o dava, a conversa foi levada a outro rumo e quando foram perceber já estavam rindo novamente, se lembrando de como Naruto era tão imprudente em tudo o que fazia. E em como ela foi derrubada por ele com um genjutsu, quando estava sendo testada para o time sete.


   O corpo dela estava coberto apenas pelo sutiã e a calcinha que usava, enquanto ele estava somente com uma calça. Não sentia mais tanta vergonha dele como antes e adorava os olhares que Kakashi a dava, como na primeira vez que ela sentiu uma ponta de interesse nele, fora sua voz sensual e seus olhares que a despertaram. Tinha tanto medo de que alguma coisa de mal acontecesse com seu sensei e sua mestra naquela época, estava traumatizada com o que havia acontecido com Jiraya, mas depois de alguns dias se esqueceu completamente desse medo e outros medos invadiram seu coração, o medo de perder o homem que realmente amava.


   Ele a abraçava como se jamais fosse soltá-la, e ela nunca se cansaria daquilo. Seu toque sempre a causava sensações diferentes pelo corpo, e mesmo já estando juntos por um tempo razoável, ainda sentia seus lábios tremerem ao se encontrarem com o dele. É como se aquele interesse apenas aumentasse a cada dia, sem nunca se esvair.

 

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   Segurou o braço dele com a mão que estava livre, se aproximando ainda mais do ninja. “Como sempre, Kakashi tem razão; preciso ficar calma, está tudo bem. Nosso sentimento não tem a ver com ninguém aqui nessa festa, só nós dois sabemos quantas coisas enfrentamos juntos desde o time sete, até agora. Ninguém tem o direito de apontar, ou nos julgar, somos adultos e nos amamos.” Deu um sorriso para ele, ainda sentindo suas bochechas coradas, apesar de dar o seu máximo para tentar encarar todas aquelas pessoas, fofoqueiras, cochichando pelos cantos e os olhando como aberrações... Ainda se sentia um pouco retraída, mas aguentaria qualquer coisa por ele, pois ele sem sombra de dúvidas, merecia isso e muito mais dela.


   — Uma hora eles se acostumam, não é? — perguntou para ele.


   — Acho que eles estão mais surpresos em ver a Hokage agarrando seu primo do que nós dois juntos! — Ela sorriu travessa, olhando para Haru que entregava um palito com algodão doce para Tsunade, que estava parecendo uma adolescente apaixonada. 


  Sakura sabia, dentro dela, que aqueles olhares eram para eles. Todos já estavam acostumados com as loucuras da Quinta e ninguém se atreveria a mexer com ela. “Ele sempre quer que eu me sinta bem, mesmo nas situações mais complicadas.” Meneou a cabeça sorrindo enquanto pensava.


   Conseguiram se sentar em uma mesa, em frente a uma barraca de churrasquinho, e ao contrário do que ela havia imaginado, a conversa entre eles quatro fluiu naturalmente. Haru e Tsunade arrancavam gargalhadas quase que exageradas dos dois. Estavam muito engraçados, se exibindo um para o outro e mais cômico ainda era ver ela ficando com vergonha dele logo após se insinuar e vê-lo se fazendo de difícil bem depois de ser pego olhando para os seios enormes dela.


   — Ei, Yamato! — disse Kakashi acenando para o amigo que vinha na direção deles junto com Mey, Tenten, Neji, Ino e um outro garoto, que deveria ser o amigo que Tenten comentou. Ele se parecia um pouco com Neji, na verdade também possuía o byakugan, mas tinha os cabelos curtos e parecia ser bem tímido.


   — Ei gente! Estava te procurando, ai encontrei com Neji e começamos a andar um pouco para ver se achávamos você, sempai — falou Yamato, como sempre já alterado.


   — Vocês por acaso roubaram as bebidas da festa? — Tsunade perguntou empolgada para os garotos, que seguravam várias garrafas de bebida.


   — A Ino falou que você e a Sakura estavam juntas, então resolvemos nos abastecer, não é! — disse Neji, fazendo com que todos ali rissem, até mesmo Sakura que ficou envergonhada com aquele comentário, afinal, não achava que bebia tanto assim.


   Logo arranjaram mais cadeiras e juntaram uma mesa, unindo todo o grupo. Yamato falava alto, dando tapas na mesa de vez em quando, mey parecia estar com vergonha do estado dele, mas seus olhos brilhavam quando ela o olhava. “Devo admitir que fazem um lindo casal” pensou Sakura, que conversava com Tenten, na verdade não estava muito interessada no assunto, mas ela não parava de falar em como estava empolgada com as novas armas que havia ido buscar com o ferreiro.


   Neji e Kakashi estavam brindando a alguma coisa, engraçado como a vida é! Pareciam até velhos amigos. Ino, por incrível que pareça, estava quietinha, sorria as vezes ouvindo as besteiras que Yamato dizia, mas parecia estar se segurando ao máximo, ela realmente estava se mostrando interessada no amigo de Neji, Sakura nunca tinha visto ela ficar assim! E ele parecia corresponder, já que toda vez que ela o olhava o garoto corava.


    A Hokage e o Haru eram perfeitos juntos, um se jogava para o outro descaradamente, mas nenhum cedia. A garota olhava para eles tendo certeza de que dali sairia algo incrível! Ela havia tomado apenas quatro copos de bebida, Kakashi tinha bebido o mesmo até aquele momento. Na verdade Kunoichi estava tentando se conter um pouco, não queria que ele tivesse que chamar a atenção dela por nada que fosse.


   Gemna se aproximou da mesa, ele vestia roupa de trabalho, então provavelmente veio falar com Tsunade. Sakura olhou para sua mestra e quase caiu no chão ao vê-la esfregando os peitos na cara de Haru. Com certeza aquilo não devia estar acontecendo, Tenten, tentando entender porque a garota tinha feito uma cara tão assustada, olhou para eles também e acabou por derramar toda a bebida em cima da mesa, fazendo todos gritarem, menos os dois safados, é claro.


   Foi lindo para Sakura ver Ino passando um lenço no rosto do Hyuuga, amigo de Neji, limpando as gotículas do álcool que pingaram nele. Eles estavam fofos daquele jeito. O negócio dela antes era só pegar sem se apegar, mas a garota achava que dessa vez as coisas poderiam ser um pouco diferentes! Sua amiga estava radiante.


   — Ei, Sakura, Gemna disse que Homura, está precisando de mim na sala da Hokage — Kakashi falou no ouvido dela. — Você vai ficar bem aqui, ou quer vir comigo?


   — Não, pode ir, eu fico!


   Ele se levantou, e logo ela o perdeu de vista em meio à multidão. Yamato perguntou onde ele ia, a mesma tentou explicar. Tsunade ficou brava ao ouvir o nome do ancião, conselheiro de Konoha, que ela tanto detestava. Mas ao perceber a frustração dela, o primo de Sakura a chamou para jogar arcos. E claro, ela foi! A Quinta não perdia uma chance de jogar.


   Sakura ficou tentando imaginar o porquê de terem chamado Kakashi, ainda mais numa hora dessas, durante uma festividade. Mas seja lá o que fosse, esperava que estivesse tudo bem. De repente um ar frio passou, fazendo com que ela se arrepiasse por completo. E esse ar gélido a fez pensar em Sasuke, seu coração acelerou exponencialmente, e bebeu todo conteúdo de seu copo de uma vez, tentando se afastar aquele pensamento. Mas sabia que a possibilidade de Kakashi ter sido chamado por terem descoberto as idas do nukenin à vila era possível, ou pior... Ele poderia estar lá naquele exato momento. A Kunoichi deu um beliscão em si mesma, para ver se acordava daquela insanidade. Se Sasuke estivesse aqui, eles não chamariam apenas Kakashi.


   Já estava esperando a bastante tempo, conversando com Mey. Ele estava demorando muito e isso já estava começando a incomodar a garota, pois ela já estava cansada e um pouco preocupada com Tsunade e Haru também, que tinham sumido.

  — Não quero nem imaginar o que estão fazendo agora!!! — sussurrou para si, vendo Ino e o Hyuuga saírem com a cara toda vermelha, falando que iam dar uma olhada no parque, restaram apenas Neji, que conversava com Yamato, Mey e Sakura,  Tenten que tinha ido ao banheiro.


    Ela começou a reparar algumas mulheres a olhando de canto com sorrisinhos nos lábios, com certeza estavam debochando, por verem que Kakashi não estava na mesa, ao lado dela. Não era novidade para Sakura a reputação de galinha que Kakashi tinha e sabia que ele estava diferente agora, mas ainda assim sentiu sua respiração começar a ficar pesada e uma tristeza tentava a invadir a todo custo.



   — Demorei muito? — O coração dela quase pulou do peito ao ouvir a voz de Kakashi, que se sentava de novo em seu lugar.


   — Um pouco! — ela disse, tentando não soar desesperada, a verdade é que ela queria o abraçar com força. Foi difícil ver aquelas mulheres fofocando e imaginar que estavam falando deles mais uma vez.


   — É melhor a gente ir embora, temos que trabalhar amanhã — sua voz era um pouco receosa e assustou a garota um pouco.


   — O que o conselheiro queria?


   — Em casa te conto!