Eu entendia que não seria um lenitivo para ele, que talvez ele não chegasse nem perto de se abrir comigo, até porque, o que pretendia fazer era o oposto de suavizar ou acalmar, eu queria gerar desconforto mesmo.
Haviam três possíveis caminhos a seguir: podia fazê-lo falar através da raiva; pela minha insistência ou pelo exemplo; e, por algum motivo, escolhi o último.
— Eu te entendo, Heitor — comecei — de certa forma, na verdade. Você me irrita em igual medida, talvez sejamos mais parecidos do que você imagina, ao menos eu vejo algumas semelhanças entre mim e o Heitor que me foi apresentado àquela noite. Então, eu estar aqui exigindo tais coisas, sem dar nada em troca é injusto e irritante, realmente.
— Mesmo que me desse um tudo eu poderia retornar com um simples silêncio — respondeu ele, simplista como sempre.
— Sim, sei disso, mas o que eu disser pode refletir no que você pensa, sobre você e sobre mim principalmente. É vergonha que você sente?
— O que te faz pensar isso?
— Sua recusa em falar comigo em público e a necessidade de estar embriagado para mostrar quem é, me dizem isso claramente. Eu sei que aquele sim era o verdadeiro Heitor.
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