Entre nós apenas nossas respirações ofegantes e o terral, trazendo consigo tudo o que encontrara pelo continente e levando-o para o mar. Era bem como me sentia naquele instante, como se tudo estivesse finalmente sendo levado embora.
— Não se preocupe com nada esta noite, Heitor — pediu ao notar semblante sério.
— É um costume adquirido há tantos anos, que é difícil de livrar-me dele de uma hora para outra, Allan, eu bem gostaria, mas sinto que meu caminho ainda será longo.
— Sim, isso é verdade, mas pensar demais nele não vai torná-lo mais curto ou mais fácil, vai? Pense só o suficiente para não fazer nenhuma besteira ao longo dele e apenas aceite que boa parte dele não vai estar sob seu controle.
Eu era capaz de reconhecer a verdade em suas palavras e logo depois delas, falou-me de como foi para ele passar por tudo aquilo e foi minha vez de ouvi-lo. Sua história me deu a coragem que faltava e ao final, ele acabou se tornando um exemplo a ser seguido. Por mais que na manhã seguinte eu sentisse medo e quisesse voltar atrás, algo em mim dizia que depois daquilo tudo que compartilhamos, Allan não me deixaria esmorecer.
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