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História Quatro Estações - Escrevendo uma nova história


Escrita por: TaisWriterOQ

Notas do Autor


Boa noite gente, começo essas notas com mil pedidos de desculpas, a semana foi corrida tornando impossível escrever mais rápido... Enfim, o capítulo ta fofinho em todos os núcleos. Dedico ele a, Carol _seana, que sugeriu o nome Archilena, para o shippe Archie e Zelena <3 que teve aprovação do próprio Raphael Sbarge ;) obrigada!
E, claro que fico muito contente pela aprovação que o shippe teve para vocês que adentraram na minha loucura! kkkkk
Aproveito para agradecer a repercussão do capítulo anterior, foi ótimo saber que vocês gostaram, afinal era um momento muito aguardado por todas.
Escutem a indicação musical do capítulo de hoje.
Boa leitura! <3

Capítulo 15 - Escrevendo uma nova história


Fanfic / Fanfiction Quatro Estações - Escrevendo uma nova história

                                                                “ Quero todo o teu espaço
                                                                                   e todo o teu tempo.
                                                                             Quero todas as tuas horas
                                                                                e todos os teus beijos.
                                                                                Quero toda a tua noite
                                                                                  e todo o teu silêncio. “

 

                                                                                                             -Mário Quintana

 

 

 

 

 

                                                                                   Regina

 

 

 

  A neve caia em abundância, o inverno iniciou com baixas temperaturas. Meu olhar fitava os pequenos flocos de neve que caiam no chão, nas calçadas, sob os carros. Observava as pessoas que passavam com seus gorros e casacos pesados que a estação exigia. Éramos corajosos, o único casal que se dispôs a ocupar uma das mesas que ficava na parte de fora da cafeteria sob uma marquise. Sentíamos o vento frio bater contra nossos rostos.

  É incrível como a vida pode nos surpreender, um ano atrás eu sofria pela ausência de meu amado, minha vida estava vazia. No entanto, agora ela é preenchida por expectativas para nós dois.

Quatro dias desde que Robin revelou seus sentimentos para comigo se passaram. No início, acreditei que ele pudesse estar comigo por causa de Marian, afinal, ela estava com outro... pensei que, talvez ele se conformasse comigo. Fora doloroso. Todavia, quando indaguei sobre o assunto com o mesmo, a resposta fora surpreendente: “Eu lutaria por ela, mas lutei por você. O meu coração te escolheu. ” Essas palavras bastaram para que eu jamais tocasse no assunto novamente.

-Qual seu livro favorito? –fui desperta pela pergunta dele.

-Essa é difícil. Todos os livros que li são meus favoritos, é difícil escolher apenas um. –Sorri, ele me fitava, aguardando minha indecisão. Sua testa sempre fica franzida quando ele está curioso –Romeu e Julieta. –disse por fim –Não nego que gosto de dramas fictícios –Revelei.

Levei a xícara de café ao lábio, sorvendo um gole da bebida quente que fazia com que eu suportasse o frio. Robin cobriu minha mão livre com a sua máscula, seu polegar acariciava as costas de minha mão. Um sorriso capaz de demonstrar suas covinhas que me encantam surgiu em seu rosto.

-Espero que seja só na ficção mesmo. –disse debochado.

-É sim. Na vida real eu sou mais...

-Doce. –ele me interrompeu, adoro quando Robin me faz elogios inesperados.

-Estou relendo meu livro preferido neste momento. A história que mais me fascina. –Sorria. O homem a minha frente parecia confuso –A nossa história.

Disse por fim. A compreensão no olhar dele fora imediata. Adoração refletia em sua íris.

-Espero que a nossa história seja a sua favorita por muito tempo.

-Eu também.

Ele parecia tão feliz. Já não imaginava mais vê-lo tão animado em minha companhia.

 –Precisamos falar sobre o doutor Humbert... –estava sério.

- Graham e eu somos apenas colegas de trabalho. Nada mais.

-Enquanto você continuar chamando ele de Graham eu terei motivos para me preocupar. Eu não gosto que fique perto dele. Não consigo entender como eu aceitava isso antes.

Robin parecia inconformado, o mesmo fitava a mesa.

-Ei... –toquei sua face – Doutor Humbert e eu -enfatizei –não teremos nada mais que um contato profissional. Prometo. Preciso que confie em mim como antes. Tenho certeza que pode fazer isso.

-Eu confio em você, não confio nele... pensando bem, nada que uma visita semanal com meu traje a rigor do exército não faça efeito.

-Tenente Locksley, usufruindo de seu poder?!

Proferi com escárnio.

-Para alguma coisa esse título serve, não é mesmo?

-Você fala como se não estivesse contente com seu trabalho... –ponderei. Robin me encarava surpreso pelo meu comentário. Percebi que se tratava de um assunto delicado. –Desculpe. Tudo bem se você não quiser falar sobre isso.

-Na verdade, você é a única pessoa com a qual me sinto confortável para falar sobre isso.

-O que tem te incomodado?

-Desde que eu era criança, meu sonho era ser um soldado, –ele parecia divagar –representar meu país, lutar pelos meus ideais e pelas pessoas... quando consegui realiza-lo, foi o segundo dia mais feliz da minha vida, na época o primeiro, mas o nascimento de Roland ganhou nessa disputa...

Por um instante as palavras de Robin são ignoradas por mim que questiono; quando farei parte de suas lembranças felizes novamente?

-...Recebemos o treinamento adequado, com as melhores armas, preparo físico –ele fez uma pausa –mas, jamais o preparo emocional. Além de ser soldado, tenente, general... nós somos homens, humanos. Eu já vi muita coisa desagradável, me decepcionei logo no segundo combate, mas, eu ainda era novo, um tolo na verdade, acreditava que poderia mudar a injustiça nesse mundo. Dois anos se passaram, só então percebi que era apenas um soldado, senti uma grande dúvida, se devia ou não continuar na carreira militar. Marian engravidou, eu precisava de um emprego, o salário era bom, já havia recebido algumas condecorações pelo meu desempenho. E, para minha surpresa fui nomeado major.

Acreditei que fosse um sinal. Não sei qual caminho precisei tomar para me tornar tenente, mas sei que devo ter visto coisas ainda mais terríveis. –Robin palpitava –A guerra deixa grandes marcas, Regina. O tempo que estive em cativeiro comprova isso. O resgate que o exército exerceu para nos salvar, deixou muitos mortos, dentre sírios e americanos, até... –gaguejou-algumas mulheres e crianças que habitavam lá. Me lembrar da visão que tive de corpo de um menino com a mesma idade que o Roland, morto, por essa disputa de poder me faz questionar; se estou fazendo a escolha certa. De que adianta lutar por algumas pessoas e ser responsável pela morte de inocentes?

A culpa era nítida em seu olhar.

-Robin... –apertei sua mão –essas pessoas machucaram você.

-Nós também machucamos eles, Regina, o tempo todo. Eles não são os únicos monstros, nós também somos. Estamos nessa guerra por causa de ordens governamentais e disputas pelo poder. Somos todos errados. E, eu não sei se posso continuar convivendo com isso.

O fitei por instantes sem saber o que dizer.

-Desculpe o desabafo. Acho que falei demais.

Fingiu um sorriso.

-Robin, eu irei apoiar a sua escolha independente de qual seja. Estarei ao seu lado. Mas, eu acredito que agora você tem poder para começar a mudar essa situação –ele me encarava curioso –você não é mais um simples soldado, agora além de receber, pode dar ordens. Certa vez, eu li em algum lugar que não me recordo, algo semelhante a isso: “seja a mudança que você quer no mundo. ” Talvez, esteja na hora de mudar as táticas de batalha, criar mais diálogos. Você entende melhor dessas coisas.

Seu semblante que estava triste fora substituído por um sorriso.

-É por isso que eu me apaixono por você cada vez mais. Sempre tens conselhos tão sábios.

-Fico feliz em saber que eu pude ajudá-lo.

-É sempre bom conversar com você. –beijou a costa de minha mão enquanto fitava meu olhos. Eu não poderia estar mais apaixonada.

-Obrigado por ser tão compreensiva.

-Estou aqui para isso. –pisquei o fazendo soltar um riso.

-Eu já sei qual seu gênero literário, livro e estilo musical favorito, falta descobrir qual seu chocolate favorito.

-Eu não tenho um chocolate favorito.

-Como não? Todo mundo tem. Precisamos resolver isso.

 

 

 

 

                                                                                 Narrador

 

 

 

  Zelena adentrou a cozinha usando um vestido preto de mangas longas, o tecido cobria uma palma acima de seu joelho. Sua ousadia estava no decote frontal revelando seu colo, o decote findava na altura de seus seios. Uma pulseira de prata brilhante enfeitava seu pulso. Os cabelos ruivos encaracolados estavam soltos, a maquiagem era leve. A mulher sempre fora reservada, não gostava de abusar nas cores.

Encaminhou-se diretamente para o forno do fogão, retirando deste, o frango que havia preparado depositando sob o balcão logo em seguida.

-Qual será o tipo de salada que ele prefere? Alface e tomate? Rúcula...? –ela questionava sequer percebia o olhar atento de Archie sobre ela.

-Para quem não aceitava o rapaz, você parece bem... –ajeitou seus óculos, ato o próprio exercia quando estava aflito. O que não passou despercebido por sua ex-mulher. –nervosa.

-Você também –retrucou. –Continua com o mesmo hábito –o mesmo aparentava estar confuso. Prevendo isso ela continuou –Seus óculos... –apontou para o objeto –A mesma mania desde os tempos da universidade.

Ela observou. Archie pode jurar ver a prévia de um pequeno sorriso se formar no rosto dela, porém a mesma não chegou a executá-lo. O homem realmente estava atônito como a mulher havia ponderado, no entanto, não era pelo possível pedido de namoro de sua filha que o afligia e sim o contato com a ex-mulher. Há muito tempo esquecido.

-Você ainda lembra? –perguntou sem conter sua surpresa.

-Claro. Já fomos casados esqueceu?

Respondeu com senso de humor.

Entretanto, ao perceber que Archie a fitava estagnado, perdeu-se em seu olhar.

O divórcio de ambos fora doloroso, e as poucas palavras também. Uma parte de si culpava-se pelo término do casamento, a outra acusava seu ex-marido. Afinal, o afastamento do casal fora culpa dos dois, não de apenas um só.

Nos últimos dias o contato constante despertou algo adormecido em ambos; o amor. Ao contrário do casamento, o sentimento não havia terminado.

-Mãe, pai. Ben chegou, está na sala.

Disse Louisa interrompendo o contato visual estabelecido entre seus pais.

-Tudo bem, querida, já vamos.

A jovem retirou-se.

-Vamos conhecer o famoso Benjamim.

Proferiu Zelena encaminhando-se a sala. Sendo seguida por Archie. Louisa e Ben estavam sentados no sofá de três lugares, ao vislumbrar a chegada dos pais de Lou, o jovem levantou-se, acompanhado pela moça.

-Senhora Locksley –o rapaz beijou a mão da futura sogra –Senhor Hopper –apertou a mão de Archie.

O casal tornou a sentar-se no sofá. Os mais velhos fizeram o mesmo, sentando nas poltronas de couro individuais que ficavam uma ao lado da outra. Zelena e Archie fitavam o jovem com curiosidade. Até a mulher tomar partida do assunto.

-Então... –começou. Cruzando as pernas –estou sabendo que você gosta da minha filha...

-Eu quero namorar com ela, senhora Locksley, meus sentimentos são verdadeiros.

Ele disse diretamente, sincero. Surpreendendo a mulher. Embora estivesse nervoso, Benjamim queria transmitir confiança para os pais de sua futura namorada.

Zelena pigarreou antes de prosseguir:

-Bem, você sabe que Louisa necessita de cuidados especiais em determinados momentos. Um passeio, por exemplo, exige responsabilidades, você acha que está preparado?

-Garanto que estou! – afirmou convicto. Depositando sua mão sob a da jovem, entrelaçando seus dedos. –Louisa mudou a minha vida, me ensinou lições, sou uma pessoa melhor, por isso estou disposto a lutar por ela até o fim.

Finalizou sorridente encarando a jovem, a deficiência de Lou lhe impedia de ver o amor que Benjamim carregava nos olhos enquanto a fitava, no entanto, Zelena via. Boquiaberta com as constatações do jovem, as palavras lhe fugiram do consciente.

-Tudo bem. –foi o que conseguiu dizer. Despertando um olhar curioso em Archie e Benjamim.

-Então... vocês permitem que eu namore Louisa? –perguntou arqueando a sobrancelha.

Zelena olhou Archie de relance, percebendo que o mesmo não se impôs, respondeu:

-Sim.

Um sorriso grandioso fora esboçado no rosto do casal, a famosa felicidade de enfim poder viver o primeiro amor, longe de proibições, brigas e medos.

-Mas... –interveio Zelena percebendo que o jovem proclamaria algo –vocês precisam de regras. Uma delas é que nas primeiras semanas, eu prefiro que vocês namorem aqui em casa, antes de começarem a sair, sabe como é, amor maternal exagerado. –Comentou piscando para o jovem com um sorriso. Percebia as feições aflitas do rapaz, queria acalmá-lo. Só não imaginava que aquele gesto impressionaria seu ex-marido. –O restante a gente vê depois.

-Obrigada pela confiança, senhora Locksley.

Em resposta, a mulher consentiu com a cabeça.

-Então, rapaz, me diga mais sobre você. Sua família.

-Bem, a música está presente na minha família há várias gerações. A escola onde estudamos pertence a minha tia Belle, meu pai passa muito tempo viajando, devido as apresentações, e minha mãe trabalha com arte.

-Uma família de artistas.

O mais velho comentou.

-Sim. Quem sabe vocês não conhecem eles no recital...

-Recital? –Zelena indaga.

-Sim. Lou não contou? O encontro que reúne músicos aqui na cidade. Irei me apresentar e Louisa também, geralmente calouros não são convidados, mas minha tia admira o trabalho de Lou, –ele contava com orgulho –de modo que a escolheu.

-Por que você não nos contou, Louisa? –inquiriu Zelena.

-Porque... Porque –ela gaguejava –Eu não sei se quero participar.

-Por que? –foi a vez do jovem questionar.

-Serão tantas pessoas... Não sei se estou pronta.

-Querida, você já se apresentou em público antes. –interveio Archie.

-Eu sei, pai, mas é diferente, é o maior teatro da cidade.

-Deixe a música guiar você.

Aconselhou sua mãe. Surpreendendo a filha.

-Você ainda tem alguns dias para pensar, o espetáculo é daqui há três semanas –comentou o jovem torcendo para que a namorada aceitasse o convite –Podemos fazer um dueto se quiser.

-O assunto está ótimo, mas temos um frango nos esperando na cozinha. Vamos almoçar?

 A mulher levantou-se, logo ambos fizeram o mesmo. Zelena aproximou-se de Benjamim, caminhando lado a lado em direção ao cômodo.

-Me diga mais sobre os quadros de sua mãe...

Fora o que Archie e Louisa conseguiram escutar, estavam um pouco mais afastados. Caminhavam abraçados.

-O que aconteceu com a mamãe? – a jovem inquiriu –Ela está tão...

 -Receptiva?

-Sim. E diferente também.

-É verdade. Ela está bonita.

O homem falou sem perceber, um sorriso aflorou do lábio da filha. Seria seu pai ainda apaixonado pela sua mãe?

-Eu estava falando da personalidade dela. –declarou em meio ao riso.

-Ah, sim, claro! Concordo. Sua mãe está mais... viva.

Um deleite lhe sobreveio.

 

 

 

 

 

                                                                                   Robin

 

 

  No pentágono estávamos reunidos o general Gold, o tenente Jones, o major general e eu. Ambos aceitaram minha convocação daquela reunião inesperada.

-Qual o motivo desta reunião... –encarou os presentes –privada? –inquiriu o major Booth.

Percebi que todos me fitavam com certa diligência.

-Eu vim aqui porque acredito que devemos mudar nossas estratégias de combate com os sírios. Precisamos ser mais cuidadosos, pessoas inocentes tem morrido.

-O que?! –exasperou o major –São pessoas ruins, mataram muitos de nossos homens, esses terroristas são terríveis. Você tem noção do que está sugerindo, tenente? Esqueceu do ataque as torres gêmeas? As vítimas de Paris? O que fizeram a você mesmo... Tudo causado pelo terrorismo.

-Eu não me esqueci. Mas, existe uma população que habita aquelas regiões, assolados por combates dessa guerra civil sem fim. Essas pessoas não merecem sofrer por causa de um determinado grupo de rebeldes.

-Pessoas inocentes morrem o tempo todo, Tenente Locksley! –interveio o major irritado. Levantando-se da cadeira em ato brusco.

-Sequer deveríamos estar nessa guerra, tudo isso porque a Rússia decidiu apoiar Bashar Al-Assad? Só porque os russos são nossos rivais? Por disputas governamentais? Devido a isso estamos a essa guerra incoerente, major?!

Vociferei aumentando gradativamente meu tom de voz.

Afrontei as figuras do general e do tenente. Ambos exalam expressões aflitas.

-Você não é ninguém para questionar, Locksley, sequer se lembra as razões que nos fizeram adentrar nessa guerra incoerente –enfatizou –não tem memórias e ainda assim quer julgar os outros, você não foi convocado para essa guerra, foi porque quis, então, agora não venha querer mudar as coisas!

O major bateu os punhos cerrados na mesa. Eu processava aquelas informações tão aborrecido quanto o homem a minha frente. Repeti o mesmo ato que ele batendo contra a madeira ferozmente.

-JÁ CHEGA, VOCÊS DOIS! –interveio o general, levantando-se rapidamente da cadeira. –Major, volte a seus afazeres, deixem-me a sós com o Tenente Locksley.

Assim foi feito.

-É verdade isso que ele disse? Eu fui simplesmente por que quis? Poderia não ter feito parte dessa infame?

O general me fitou pesaroso certamente estava com piedade de mim devido à ausência de minhas memórias.

-Sim. –confirmou, eu o encarei decepcionado comigo mesmo, como o habitual nos últimos tempos –Você queria um tempo para refletir sobre sua vida, seu casamento com Regina.

-Como assim? –questionei confuso. Não entendia o que o general queria dizer com isto. –Eu estava em dúvida em relação a isso? Não queria mais me casar? Por que? –o assolei com perguntas.

-Você estava um pouco assustado –ele parecia ponderar –se apaixonou por ela.

Eu ri.

-Isso é óbvio, caso contrário, não teria pedido Regina em casamento.

-Se você soubesse... –o general comentou, parecia distraído, como se recordasse de algo distante.

-Soubesse o que? –inquiri. A expressão aflita do mais velho me despertou certo receio pela resposta, porém eu preciso descobrir.

Um silêncio fora instaurado, o mesmo parecia cogitar se contava ou não algo.

-Saber o que, general? –perguntei mais uma vez. Um sentimento habitou em mim, medo. Medo de ter machucado alguém que amo, ter feito uma escolha errada. Meu outro eu despertava essa sensação em mim, como se ele tivesse feito péssimas apurações o tempo todo.

-Você estava apenas confuso com o casamento, como um noivo qualquer... –a figura a minha frente disse isso, percebi que ele não parecia ter muitas convicções de suas próprias palavras, no entanto, deixei que assim ficasse.

A dúvida dessa afirmação ser ou não verdadeira devanearia em meus pensamentos. Seria melhor do que ter a certeza de ter feito algo doloroso, além de tudo a expressão no rosto do general pareceu suavizar um pouco. Pelo menos é nisso que prefiro acreditar.

-Eu não aceito que entrei em uma guerra apenas porque queria refletir sobre a minha vida... –disse frustrado.

-Bem... você também queria salvar pessoas.

O afrontei curioso.

-Acreditava que quantos terroristas, ou rebeldes conseguisse matar, livraria mais pessoas inocentes daquele caos. Só quando chegaram lá que perceberam que não importava quantos matassem, eles sempre ganhavam mais aliados.

-De certa forma, é bom saber que eu mantinha um pensamento decente que fosse.

-Você não era um homem ruim, apenas machucado.

-Eu cometi muitos erros, não é mesmo?

O homem calou-se, diante do seu silêncio eu compreendi o significado de sua resposta.

-É melhor eu não saber. Não quero estragar o momento próspero que tenho vivido. –sorri ao me recordar do rosto de Regina.

-Quem tem tomado conta dos seus pensamentos?

-Regina. –proferi suavemente.

-Regina? –parecia surpreso –Você gosta dela?

-Estou completamente apaixonado por ela como nunca estive. Existe algo tão profundo entre nós dois.

General Gold estava estático.

-O senhor está bem?

-Sim. A vida surpreende a gente, não é mesmo?

 

 

 

 

                                                                                       X X X

                                                                 

                                                               (Lady Antebellum - Need you now)

 

 

  Bati na porta levemente. Ansiando para que ela me recebesse.

-Robin? –ela abriu a porta sorridente –O que está fazendo aqui?

-Precisamos resolver aquele problema do chocolate, lembra? –Regina fitou a caixa do doce que eu carregava na mão esquerda –Eu trouxe o jantar –levantei os dois pacotes que trazia comigo no braço direito –é comida japonesa.

Ela me encarava escorada na porta, o riso estampado em sua face.

-Então... você vai me convidar para entrar, ou vai me mandar embora?

-Claro, entre. –liberou o espaço para que eu adentrasse seu apartamento –desculpe.

Finalizou colocando uma mexa do seu cabelo atrás de sua orelha. Larguei o que trouxe sob a mesa enquanto Regina fechava a porta. Nos aproximávamos um do outro, eu continuei a falar:

-Além disso, estava com saudades. –confessei afrontando o olhar dela que já estava a minha frente.

-Nos vimos pela manhã.

-Já faz oito horas, é tempo demais para mim. –retruquei fazendo ela rir, esse sorriso...

Bastou para que eu a apanhasse pela cintura chocando nossos corpos, inalando o aroma que a mulher em meus braços possuía. Meu nariz roçava sua nuca, região da qual depositei um beijo singelo.

As mãos dela abraçaram meu pescoço. A partir daí nossos lábios se encontraram em um beijo demorado e apaixonado. Minhas mãos deslizavam pelo casaco de Regina, afagando suas costas traçando um caminho contínuo. Parando somente quando cheguei ao cós da calça jeans que ela vestia. O beijo tornou-se cálido na medida que nossas línguas disputavam espaço em nossas bocas. O ar foi preciso sendo assim o finalizamos com dois selinhos na sequência.

-Teus beijos são os mais doces e quentes também.

Revelei enquanto meus dedos tracejavam um percurso pelo rosto dela. Perdidos no olhar um do outro. Enquanto meu braço esquerdo a firmava para que ficasse próxima de meu corpo.

-Eu já havia perdido a esperança de ficar assim de novo –as mãos dela acariciavam meus cabelos –com você, nos seus braços, com o calor dos teus beijos. Eu senti tanto a sua falta. –ela murmurou roçando sua testa na minha de modo que nossas respirações se encontraram. Suas mãos agora estagnaram sob o meu peitoral. Seu olhar fora tomado por um pequeno semblante de tristeza.

-Eu sinto muito. Prometo recompensar você.

-Apenas fique aqui comigo e não parta jamais.

Ela sussurrava seu pedido, sequer esperou pela minha resposta, adentrou meu lábio com o seu, em um beijo sôfrego. Abarrotado de sentimentos. Findado antes mesmo do ar ser escasso.

-Eu não vou embora se você não for. –esbocei um pequeno sorriso com o intuito de acalmá-la-Aliás ficarei lisonjeado de jantar com você todas as noites, passear por parques e afins, só quero estar contigo. Anseio pela tua companhia, hoje enquanto eu trabalhava passei a tarde toda pensando em você, no que estaria fazendo, desejando estar do seu lado. Apesar de você ser uma lembrança dos anos perdidos, eu estou completamente apaixonado, é como se minha alma já conhecesse a tua. Você já está aqui. -Guiei sua mão até meu coração –Eu não pretendo te perder jamais.

Ambos sorrimos.

-Acho que está na hora de experimentar os chocolates que você trouxe.

Sentamos envolta da mesa, Regina abriu a caixa de chocolate encarando todos eles; arredondados, pretos, brancos, alguns enfeitados por desenhos.

-Estou em uma encruzilhada, será difícil escolher apenas um.

Afrontava todos com indecisão não sabia qual provava primeiro.

-Deixe eu escolher para você.

Optei pelo segundo da terceira fileira. Regina experimentou eu a fitava com curiosidade. Pela sua expressão eu arriscava dizer que ela havia gostado. No entanto, aguardava sua confirmação.

-Humm... delicioso! Só não sei se o bastante para se tornar o meu favorito...

-Prossiga então. –apontei minha mão para a caixa de chocolate.

 Assim sucedeu durante os minutos seguintes... Regina testando cada um dos chocolates, conhecendo sabores novos, alguns descrevia como “maravilhosos”, “amargos demais”, “doces demais”, “ruim”... Essas foram algumas de suas palavras. Enquanto buscava pelo chocolate perfeito, o qual lhe agradaria desde a primeira mordida.

Por vezes, trocávamos gargalhadas, diante de algum comentário ou expressão facial que ela fazia, enquanto degustava dos doces, partilhava alguns comigo os que mais gostava.

O clima é frio e agradável, a neve cai lá fora, enquanto dentro do apartamento de Regina somos aquecidos pela lareira da sala. As chamas estalavam, enquanto nossas bocas apreciavam os vastos sabores de chocolates.

 A fitava enquanto a mesma escolhia qual o próximo chocolate a se deliciar, Regina é tão delicada quanto a pétala de uma rosa. Suave e terna. Meu coração saltitava enquanto fazia tais comparações, Regina me despertava tantos sentimentos.

Se em um passado esquecido, como revelou o general; eu tinha certa dúvida sobre nós dois, no presente que vivencio, tenho convicção de tudo que sinto por essa mulher.

 

 

 


Notas Finais


Link da música : https://www.youtube.com/watch?v=eM213aMKTHg

E ai o que acharam? Gostaram? Nosso OTP juntinho, no maior love. <3 Deixem de pensar no que virá pela frente, e curtam o momento de alegria!
Eu particularmente estou amando escrever as cenas do Archie e da Zelena. <3
Beijãoo gente, até breve!


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