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História Quatro Estações - Aconteceu naquela primavera


Escrita por: TaisWriterOQ

Notas do Autor


Olá, para quem está tão decepcionada quanto eu com o episódio 6x12... quem nem teve coragem de assistir ele legendado ainda... Mas, enfim, se na série estamos passando por esse sofrimento, aqui em Quatro Estações ele não chegou ainda... Esse capítulo está tão especial, arrisco dizer que nunca escrevi cenas tão fofas e românticas.
Eu peço encarecidamente para que vocês escutem a música All for love, do Michael Bolton no momento especificado, repitam quanto quiserem... não sei se alguma de vocês viu, mas a versão dela tocava na novela da Jade (O clone) sério escutem, escutei ela durante todo o tempo em que escrevi o capítulo. ♥
Gostaria de agradecer a Nat (@belongsory) que me ajudou muito com o capítulo e fez essa aesthetic linda! ♥
E também agradeço a todas vocês que me ajudaram com seus conselhos na semana passada, isso me incentivou a escrever, obrigada pelo apoio, juntas somos a família OQ. ♥
AVISO: HAVERÁ TRECHOS DO CAPÍTULO NARRADOS PELO FUTURO, ALGUMAS FRASES APENAS, INSERIDAS NO MEIO DE DIÁLOGOS, INSINUANDO O QUE VIRÁ A ACONTECER, TODAS ELAS EM ITÁLICO.
Boa leitura, suspirem de amor por esse capítulo! ♥ #QuatroEstaçõesMarried

Capítulo 20 - Aconteceu naquela primavera


Fanfic / Fanfiction Quatro Estações - Aconteceu naquela primavera

 

 

 

 

            “Um casamento perfeito é apenas duas pessoas imperfeitas que se recusam a desistir um do outro.

                                                                                                               -Autor desconhecido

 

 

                                                                                 Regina

 

 

 Meus olhos estavam vendados, não enxergava nada ao meu redor, sentia apenas o inebriante perfume que Robin usava adentrar minhas narinas. O mesmo estava elegante, usando um terno preto que modelava seu corpo, fiquei surpresa ao vê-lo usando um traje a rigor, assim que abri a porta do meu apartamento. Estava belíssimo. Naquele instante compreendi o fato dele ter me enviado esse vestido deslumbrante, branco, seu comprimento é acima dos meus joelhos neste a várias flores bordadas da mesma cor. Um cinto também da cor branca enfeita a cintura criando um pequeno volume.

 Hoje á tarde foi surpreendida pelo grande embrulho que recebi, acompanhado de um cartão:

“Para mais tarde... Robin Locksley.”

Aquela pequena quantidade de palavras me despertou uma grande curiosidade. Logo desatei o nó do laço vermelho e abri a caixa apreciando o belo vestido pelo qual deslizei os dedos, encantada. Tornei a ler o bilhete intrigada e sorridente.

A campainha tocou, corri para a porta, pensando que fosse meu namorado, para minha surpresa não era ele...

-Emma!?

Perguntei espantada. Notei que a mesma carregava uma maleta de maquiagem, além de outros embrulhos. Franzi o cenho.

-O que você está fazendo aqui?

-Digamos que hoje serei uma espécie de fada madrinha para você.

-Fada madrinha? No século vinte e um... O que vocês estão aprontando?

Inquiri colocando a mão na cintura batendo o pé.

-Apenas curta o momento, Regina, ok?

Minha amiga dissera entregando o pacote para mim, me abraçando em seguida, a voz embargada.

-Você merece isso.

Murmurou. Assim que o ato fora rompido, ela pediu para que eu abrisse as duas caixas, em uma delas havia um brinco dourado com pequenas pedras prateadas. E na caixa maior tinha um par de sapatos da cor nude.

-São lindos, obrigada –agradeci sorridente –vem ver o vestido que o Robin me enviou.

Segurei sua mão e a levei correndo até meu quarto, o tirei da caixa com cuidado e logo coloquei em frente ao meu roupão.

-Não é lindo?

-Sim.

-Eu acho que Robin vai me levar em algum lugar para jantar...

Palpitava. Vislumbrei a expressão de deboche na feição de Emma juntamente com um riso reprimido.

-Espera... você está sabendo?! –Perguntei curiosa –Onde ele vai me levar? Qual o motivo de tanto suspense?

-Eu não posso falar, é surpresa.

-Ah –retruquei manhosa.

-Agora você precisa se arrumar.

 Logo a maquiagem começava a cobrir a minha pele enquanto eu e minha amiga conversávamos animados. Eu criava uma grande expectativa, ansiando por descobrir o que havia por trás de toda situação.

Terminada as atividades, Emma dissera algo como: “agora eu preciso me aprontar”, se despediu e saiu. Deixando com que eu terminasse de me arrumar sozinha. Todavia, o que me deixou ainda mais curiosa. Ela também participaria da surpresa? Seria apenas uma coincidência?

Minutos depois, pronta, eu esperava por Robin. Ansiosa caminhava de um lado para o outro. Por fim a campainha tocou, fazendo com que eu suspirasse aliviada.

Só não contava que depois de descer do carro, Robin vendaria meus olhos. Com a mão direita em minha cintura, meu namorado me guiava pelas ruas movimentadas de Washington, pela presença constante de pessoas parecíamos estar no centro.

Posso sentir que ele está nervoso o mesmo sentimento começa a me acometer.

-Robin... onde você está me levando?

-Estamos chegando –a voz dele parecia agitada.

-Você está bem? Parece aflito...

-Tudo depende de você e da sua resposta.

Revido me fazendo franzir o cenho.

-Chegamos.

Ele murmurou me virando de frente para algum lugar que eu não podia ver. Senti a respiração pesada de Robin contra meu pescoço, no instante em que ele me livrava daquela venda. Devolvendo aos meus olhos a visão, mas não só ela em si, e sim a possibilidade de me surpreender.

Minha boca fora aberta em formato de O, logo em seguida levei meu par de mãos até ela. As pernas cambaleavam, os olhos marejados não eram capazes de conter o misto de sensações que eu sentia. Meu coração saltitava.

Estávamos em frente ao cartório, em cima de um dos degraus da escada estavam presentes nossos amigos e os familiares de Robin. Cada um deles segurava uma placa com as letras coloridas formando a frase: “Casa comigo?

Robin pigarreou. Somente então percebi que ele estava ajoelhado a minha frente, segurando a caixinha de veludo preta que resguardava meu antigo anel de noivado.

-Regina Parker Mills, aceita viver ao meu lado pelo resto da sua vida? Casa comigo?

-Robin... –pronunciei com a voz embargada –você tem certeza?

-Ficar ao seu lado é a única certeza que tenho nessa vida –ele estava atônito –Esse anel fica mais bonito no seu dedo.

Meu namorado parecia querer me convencer realmente cogitava a hipótese de que eu negaria?

Várias pessoas aproximavam-se, presenciando o pedido inesperado de casamento.

-Robin Donovan Locksley, estou esperando por este casamento há mais de um ano.

Declarei. Uma lágrima escorreu pela minha face sorridente, emocionada. Logo senti o anel deslizando pelo meu dedo.

-De onde ele nunca deveria ter saído.

Meu noivo sussurrou, assim como eu ele sorria e chorava. Me pegou em seu colo rodopiando no ar em seguida. Eu sorria em meio ao pranto.

-Não gosto de te ver chorar.

–São lágrimas de amor.

O mesmo as secou. Roçamos nossos narizes um no outro.

-Eu amo você –ele bradou.

-Eu amo você.

Proferi selando nossos lábios rapidamente. Aplausos calorosos soaram pela rua, pessoas que e jamais vira na vida sorriam, algumas até mesmo choravam, comovidas, se elas conhecessem a nossa história de amor.

Um homem que fora para guerra e não voltara, deixando a noiva com o coração desfalecido de dor, agora estavam prestes a selar seu matrimônio.

Mary assim como tantas outras pessoas filmavam o ocorrido.

Logo recebemos abraços de nossos amigos e familiares. Em um momento tão importante como esse, eu desejei ter alguém da minha família ao meu lado, infelizmente era impossível. Um prelúdio de tristeza instaurou-se em meu peito, era um momento de alegria esse sentimento deveria ser ignorado.

As mãos pequenas de Roland tocaram a barra do meu vestido.

-Gina, agora eu já posso chamar você de mamãe?

Perguntou sorridente.

-Sempre que você quiser.

-Oba! Lembra quando eu fiquei doente e você cuidou de mim?

-Sim.

-Eu disse que você e o papai ainda tinham que se casar. Eu estava certo, porque as crianças nunca erram.

Dizia animado. Vestia terno, como o pai, uma gravata borboleta de bolinhas coloridas enfeitava a gola de sua camisa.

-É devo admitir que você tinha razão.

Robin aproximou-se de nós, apressado.

-Roland, Regina e eu precisamos casar, me dê as alianças.

-Calma, Robin, sua noiva não vai fugir.

Interveio Zelena carregando um buquê.

Eu gargalhei diante do comentário de minha cunhada e do nervosismo de Robin.

-Você está achando graça?

-Eu nunca vou fugir de você, seu bobo.

Proclamei depositando minha mão sob seu peito selando nossos lábios rapidamente. Deixando-o sorridente.

-As alianças, papai.

Roland entregou a caixa de veludo vermelha, assim que nos desvencilhamos.

-Vamos!

Afirmara o homem.

-Relaxa, irmãozinho, deixa eu dar o buquê a noiva, por favor.

Disse Zelena com escárnio me entregando o ramalhete de flores.

-Hortênsias azuis –proferi com o olhar brilhante –são lindas!

A voz rouca de Robin se fez presente entre nós:

-Flores azuis representam o infinito, além de possuir o dom de realizar desejos.

Ele revelou fitando meus olhos profundamente.

-Infinito.

Repeti retribui o mesmo olhar apaixonado.

-Vocês dois merecem esse momento.

Bradou minha cunhada, abraçando nós dois ao mesmo tempo.

Rompido o abraço, Robin segurou minha mão esquerda ao proferir:

-Agora vamos, eu não aguento mais esperar.

    

                                                                (All for love –Michael Bolton )

 

  Dito isso me levou a diante, correndo sorridente, eu retribuía o riso, sentindo o imenso desejo de me tornar sua mulher. Subimos os degraus da grande escada acinzentada ás pressas, logo adentrávamos o cartório. Prestes a nos casarmos.

 Uma grande porta pintada em verniz estava aberta, aguardando por nós. Acima na parede estava escrito em prateado: Matrimônio.

Eu encarei Robin e sorri diante de tamanha emoção. Éramos seguidos por Archie e Zelena que vinham logo atrás.

Uma mesa vintage ocupava o centro do cômodo, uma orquídea branca enfeitava o lado esquerdo assim como o direito, entra elas, uma pasta com documentos que viríamos a assinar. O juiz de paz estava posicionado atrás da mesa, um pouco mais afastado desta havia o escrivão que realizaria a cerimônia em conjunto com o juiz.

Próximos da mesa eu soltei um longo suspiro, minhas mãos suavam. Não conseguia acreditar que de fato em poucos minutos estaria casada com o homem que amo. Robin me afrontou de imediato.

-Agora sou eu que estou nervosa.

Confessei.

-Não fique, eu jamais direi não.

O mesmo sussurrou me fazendo sorrir.

Zelena e Archie com as mãos entrelaçadas presenciavam nossa troca de palavras.

-Podemos começar?

O juiz inquiriu.

-Sim –respondemos em uníssono.

-No dia de hoje ambos celebram uma data marcante em vossas vidas, que sempre será lembrada por vocês. Pois é de livre e espontânea vontade que comparecem a este cartório para que este ato aconteça, perante os presentes eu vos pergunto:

Robin Donovan Locksley, é de espontânea vontade que recebes Regina Parker Mills como sua legítima e fiel esposa?

-Sim.

Ele respondeu assim que o juiz terminara de pronunciar suas palavras.

-Regina Parker Mills, é de sua espontânea vontade que recebes Robin Donovan Locksley como seu legítimo e fiel esposo?

Meu noivo me fitava com expectativa, apesar de estar sorridente, eu vislumbrava sua ansiedade. Fora inevitável não notar seu olhar reluzente de amor.

-Sim, eu aceito.

Proclamei encarando ternamente o olhar que tanto amo.

-De acordo, com a vontade de ambos, acabamos de firmar perante a este juiz, ao escrivão oficial do ato, as testemunhas aqui presentes. Por vos receberes por marido e mulher, eu juiz da paz, em nome da lei, vos declaro casados –a partir de então dividiríamos uma vida a dois, de muito amor seguido por dor, mas isso deixamos para depois –Entramos com as confirmações por assinatura.

 Após o documento fora entregue para que firmássemos as palavras que havíamos acabado de proferir. Redigimos nossas assinaturas com euforia, enfim nos tornamos marido e mulher, o que se persuadira pelo resto de nossas vidas -, pelo menos era o que eu pensava.

-Podem colocar as alianças.

Bradou o superior.

Ao segurar minha mão esquerda, Robin declarou as seguintes palavras:

-Regina, receba esta aliança como prova de meu amor que apesar de ficar um tempo adormecido, jamais fora esquecido –as lágrimas começaram a retornar em meus olhos –Na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe.

Finalizou beijando minha mão com ternura. Embora algumas lágrimas começassem a escorrer, eu precisava me recompor, seria a minha vez de selar nosso amor.

-Robin, receba esta aliança como prova de meu amor que apesar de sua ausência nunca morrerá –os olhos dele marejaram –Na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe.

Proclamadas essas palavras selamos nossos lábios em beijo sereno, enamorado. Com amor, um amor que fora capaz de superar tantos obstáculos dos quais eu jamais imaginei enfrentar.

A reciprocidade de um sentimento que apesar de todas dificuldades manteve-se fiel ao tempo e toda a árdua batalha que se deteve a desafiar, vivemos no meio de uma guerra não a física, mas sim, sentimental. Uma guerra que há muito pensei estar perdida, mas que o destino fora capaz de me fascinar com tal vitória inesperada.

Uma suprema felicidade acometia em meu peito a mesma que eu podia ver nos olhos dele, enquanto carregava a nossa certidão de casamento em mãos.

Dizem por aí que os melhores momentos das nossas vidas são aqueles dos quais não conseguíamos explicar, pois hoje, eu sei exatamente o significado de tal sentimento, o meu dia havia chegado, e junto dele uma alegria da qual eu jamais ousaria pensar em sentir.

Uma vez me perguntei quando faria parte das memórias mais felizes de Robin, agora eu faria, como sua mulher.

Esses momentos passavam pelos meus olhos em câmera lenta, como seu eu quisesse decorar cada um deles, assim como o que eu sentia. Eu e Robin fitávamos um ao outro, apaixonados, enquanto saíamos do cartório.

Ao olhar para o lado, não encontrei mais ninguém, aguardava por uma chuva de arroz ou algo do gênero, não estávamos em uma igreja, contudo, pensei que houvessem preparado algo.

-Nós já vamos.

Proclamou Zelena piscando para Robin. Logo a mesma e Archie se retiraram, sumiram dentre as pessoas no centro. Franzi o cenho.

 -Você realmente acha que as surpresas já acabaram?

Inquiriu com um belo sorriso no rosto.

-Pelo seu jeito de falar, suponho que não.

Pontuei desconfiada.

Enquanto descíamos as escadas ele continuou.

-Naquela noite em que estávamos na fonte, você me disse que tinha uns desejos que gostaria de realizar, lembra?

-Não me diga que você vai me dar um unicórnio cor de rosa?!

Disse debochada elevando meu tom de voz.

-Não é bem isso –dissera ele depois de gargalhar, havíamos terminado de descer os degraus, o mesmo segurou minhas mãos juntamente com o buquê –Você também pediu pelo seu segundo dia favorito e hoje eu pretendo concedê-lo.

Suas palavras eram carregadas de emoção que eu conseguia vislumbrar transparecer em seus olhos. Ele realmente almejava realizar o que dissera.

Comovida desvencilhei nossas mãos e abracei sua nuca deixando com que o ramo de flores roçasse o pescoço dele enquanto meu lábio adentrava o seu. Em um beijo terno, lento, enamorado. Selei meu lábio ao de meu marido com gratidão diante de suas atitudes nos últimos meses, seus desejos, agradecia por seu amor. Por ser sua amada, a chance que quase escapou dentre meus dedos, mas que o coração mesmo confuso não foi capaz de esquecer.

Não há memórias, eu sei bem, porém, havia o principal; sentimentos. E esses são para a vida toda.

 O braço musculoso de Robin estava depositado a minha cintura, enquanto nos beijávamos. Ainda estávamos diante do cartório sob a calçada, apaixonados, no meio de uma multidão caótica que passava apressada. Certamente sou o único ponto branco diante de tantas pessoas de preto, entre empresários, banqueiros, etc.

As hortênsias azuis que já haviam deslizado pelo terno preto de Robin também deveriam se destacar.

O beijo fora rompido quando ambos necessitamos de ar. Roçamos nossas testa uma na outra, sorridentes , com as respirações ofegantes.

Algumas pessoas que passavam por nós esboçavam pequenos sorrisos, provavelmente sentiam esperança no amor, como eu já sentirá.

-Você vai me dar muitos dias felizes, Robin.

Retruquei tornando a falar do assunto anterior.

-Mas eu quero que esse seja o primeiro.

Bradou acariciando meu rosto. Eu sorria feito uma tola.

  Caminhamos três quadras até chegarmos ao veículo que para minha surpresa não era o mesmo que eu vira. O carro deveria ter sido substituído enquanto eu e Robin estávamos casando. Afinal este veículo era cinza de um modelo retro, cinza, uma diversa quantidade de latas de alumínio prateadas estavam penduradas no para choque, formando uma trilha de latinhas.  Uma guirlanda de flores da cor lilás e branca em formato de coração com as palavras “Just married” enfeitava a parte de trás do carro.

-Robin, que maravilhoso! Não sei o que dizer...

Afirmei sorrindo animada.

-Espero te surpreender ainda mais, senhora Locksley.

Retrucou tão alegre quanto eu, no instante em que abriu a porta do veículo para que eu adentrasse, o mesmo se curvou enquanto realizava o ato.

Eu gargalhei diante do seu cavalheirismo.

-Senhor –debochei me curvando da mesma forma como nos costumes antigos. Ambos começamos a rir –Então, onde meu marido me levará agora?

-Nosso próximo destino? –inquiriu erguendo a sobrancelha.

-Sim.

Respondo entusiasmada.

-Bem, para saber você precisara usar isso de novo.

Respondeu retirando a venda do bolso de sua calça.

Suspirei frustrada. Porém com grande ansiedade para saber qual surpresa viria a seguir.

 

 

 

 

                                                                                      X X X

 

 

  Eu e Robin certamente havíamos adentrado uma propriedade, escutei o barulho do portão de uma cerca sendo aberto, após alguns passos meu marido me guiou na subida de alguns degraus, a porta fora aberta. Naquele instante eu soube exatamente onde estava, na nossa casa.  

Seguimos reto pelo corredor, após senti a brisa leve do fim de tarde soprar em meu rosto, estávamos na varanda do quintal dos fundos.

-Respire.

Robin dissera antes de tirar a venda dos olhos, me revelando a pequena confraternização que ocorria no recinto. Todos que considerávamos especiais, estavam presentes no centro do quintal, erguendo taças de champanhe.

-SURPRESA!

Afirmaram em uníssono.

Mais uma vez admirada diante de tantos acontecimentos inesperados. Emocionada, fitei Robin ainda encantada. Tornei a encarar nossos amigos, entretanto, fui surpreendida, o coração disparava enquanto uma lágrima silenciosa escorria pela minha face.

-Pai?!

Proclamei comovida. Desci os quatro degraus da escada rapidamente correndo pelo gramado me jogando nos braços de meu pai, abraçando-o fortemente, enquanto algumas lágrimas continuavam a cair.

-Você está aqui –sussurrei com a voz entrecortada devido ao choro.

-Realmente achou que eu não viesse?

Meu pai questionou, após tais palavras beijou ternamente minha bochecha, limpando minhas lágrimas em seguida. Minhas mãos afagavam seus cabelos brancos, afrontando as feições de seu rosto envelhecidas, meu pai piorava a cada dia, a Alzheimer lhe destruía na medida que o tempo passava. Eu temia pelo pior -, como de fato acontecerá no outono.

-Sinto tanto a sua falta.

Murmurei fitando seus olhos profundamente.

-Eu também, querida, mas hoje não é um dia de lágrimas e sim de sorrisos.

-Eu sei.

Respondi tentando conter o pranto que estava prestes a ser derramado. Distraída com meu pai, sequer percebi que Robin se aproximava.

-Não me diga que você pensava que eu havia lhe pedido em casamento sem a autorização de seu pai?

Proclamou beijando a costa de minha mão.

-Senhor Henry –cumprimentou meu pai encontrando a mão do mais velho.

-Então o senhor sabia e não me disse nada?

-Talvez eu tenha esquecido, talvez eu tenha omitido.

Brincou meu amado pai com senso de humor.

-Cuide bem dela, Robin, não sou um homem de riquezas, estou lhe entregando a joia mais rara que tenho.

Orientou meu pai para meu marido.

-Eu amo a Regina –pronunciou me encarando –Minha vida pertence a ela, irei protegê-la sempre, nem que para isso meu coração pare de bater, eu prometo senhor.

-Robin... –repreendi, não suportaria pensar em perde-lo novamente.

-É verdade, Regina, você será quem me fará respirar todos os dias, a partir de hoje, além do nosso pequeno.

Ele frisou fitando Roland que acariciava a barriga de Mary mais distante. Eu sorria por conta do nosso. Como marido e mulher começávamos a dividir tantas coisas e Roland era a mais adorável de todas.

 Com um sorriso genuíno e uma energia de dar inveja, o nosso pequeno garoto aproximou-se de nós.

-Que horas nós vamos poder comer?

Ele inquiriu. Eu e Robin rimos.

-Oi, vovô Henry –o mais novo abraçou meu pai, pela baixa estatura alcançava a cintura deste.

-Vocês já tem um filho? –a doença voltara a se manifestar.

-Não, pai, Roland é apenas filho do Robin.

-Ah, me desculpe.

-Tudo bem. É como se ele fosse meu também.

-Então a partir de agora você será meu neto.

Falou piscando para o menino que sorriu.

-O senhor pode me dar um docinho?

  Meu pai me fitou como se pedisse permissão, eu e Robin consentimos. Ambos se afastaram de mãos dadas nós dois os contemplávamos abraçados.

Os dois representam a diversidade da vida, a velhice e a infância, tempos distantes que tinham tudo em comum.

-Eu os amo.

-Eu também. Nós dois juntos vamos cuidar deles, sempre.

-Sempre.

  Alheia encarei os enfeites que decoravam o pátio, a noite se prenunciava, portanto, as pequenas luzinhas que haviam sido postas no tronco da árvore começavam a se destacar. Na mesma penduradas por fitas brancas nos galhos haviam diversas fotografias minhas e de Robin, antes e depois dos anos perdidos pelo próprio.

Ao lado continha a mesa com o bolo de três andares branco, coberto por pasta americana com flores no mesmo tom feitas propriamente pela mesma, no último andar ao invés de haver os tradicionais “noivos” sob o centro do bolo, continham um boneco que figurava um soldado, e a boneca refletia uma médica. Abaixo de nós um garotinho, Roland, como se estivesse deitado sob um tapete, pintando, como ele costumava fazer.

-A nossa família.

Meu marido sussurrou ao pé de meu ouvido.

-Robin, tudo está perfeito!

Exasperei emocionada transbordando de felicidade.

-Há quanto tempo tens preparado esse dia? Você organizou tudo isso para mim?

-Bom, a ideia do pedido de casamento foi minha, e já venho cuidando disso há um mês por causa de toda papelada do cartório, duas semanas atrás quando contei a Zelena o que pretendia fazer, ela surtou –ele riu com a lembrança –Disse que precisávamos comemorar, recrutou Mary e Emma e juntos nós preparamos essa celebração.

-Todos vocês esconderam isso de mim durante semanas e eu não percebi nada.

Eu proferi fitando a grande mesa de quinze lugares posta ao lado oposto de onde estávamos onde alguns de nossos convidados conversavam animadamente entre eles Jefferson e o General Gold, trocavam palavras enquanto degustavam de um vinho tinto.

Uma toalha branca cobria a mesa nesta haviam três vasos com grandes ramos de flores em tons de branco e lilás, pratos de porcelana, talheres, e taças de cristais, estavam depositadas sobre ela.

-Digamos que eu também estava encarregado de distrai-la...

Sussurrou as palavras em meu ouvido com a rouquidão em sua voz que tanto me atrai.

 Próximo a mesa, uma pequena estrutura havia sido montada, semelhante a um palco. O violoncelo de Louisa havia sido depositado em um suporte próprio para o instrumento acompanhado de um violão ao lado entre ambos havia um microfone. Apresentações ocorreriam durante a noite.

-Agora é a hora dos votos dos noivos!

Afirmou Zelena na varanda entusiasmada.

Robin sorriu largamente seguindo na direção da irmã, todos nos encaravam com curiosidade. Eu puxei pela sua mão.

-Eu não preparei nada...

Revelei para o mesmo em um murmúrio.

-Deixe que seu coração fale por você.

Um selinho fora dado em um pequeno roçar de lábios. Juntos seguimos até a varanda. Que logo já estava cercada pelos nossos convidados.

-Eu vou começar... –disse meu marido retirando a anotação do bolso.

-Você escreveu seus votos em um cardápio da cafeteria?

Questionei debochada fazendo com que todos presentes gargalhassem. Robin ruborizou rindo logo em seguida.

-Foi onde eu tive inspiração –explicou.

Após roçar a ponta dos dedos no cabelo, algo que insinuava seu nervosismo o mesmo iniciou sua leitura.

-Dizem que as pessoas que mais amamos tornam-se inesquecíveis dentre nossas memórias, porém, mesmo assim eu lhe esqueci, e isso me machuca. O que me faz sempre questionar ao acordar, por quê? Por que a mulher que eu amo faz parte dos meus anos perdidos? Qual a razão por trás desse tormento? Então eu respondo para mim mesmo: o amor. O mesmo sentimento que me faz sentir tão vivo, pode ter sido capaz de me dar medo. Afinal o homem que eu era tinha tantos princípios sórdidos que o seu amor pode ter sido capaz de mudar alguns de seus planos, e isso o assustava. Assim como o sentimento límpido de amor aumentava.

Apesar de não lembrar, acredito que a guerra tenha sido um aprendizado, pois eu, ou ele, como você preferir, planejava voltar para casa, para cumprir minha promessa –eu sorria em meio as lágrimas –Uma parte sua sempre esteve comigo, uma que eu jamais fui capaz de esquecer, a parte que me trouxe de volta a vida, a mesma que você foi capaz de me salvar tantas vezes, algo que se eternizara dentre minhas recordações –assim como eu todos o encarávamos confusos, Robin jamais mencionara algo do gênero comigo, a voz dele estava embargada –O seu aroma, Regina, toda vez que eu sentia a morte me acometer eu inalava seu inebriante aroma me trazer a vida, quando eu sentia o ferro quente tocar minha pele –meu marido chorava assim como eu –Quando o ar era escasso, quando cada parte do meu corpo esvanecia, era você que me salvava. O seu amor fora capaz de me dar forças para sobreviver e continuar lutando pela minha própria vida.

 Uma pausa instaurou-se, silêncio pleno, muitos espantados e emocionados, mas não tanto quanto eu. Eu nunca fui esquecida, de alguma forma eu me tornei eternizada nos sentimentos de Robin, eu estive com ele o tempo todo.

-Você foi meu anjo, Regina, enquanto esperava por mim, eu lutava para retornar, e embora não soubesse, eu sentia que alguém especial me aguardava. Apesar de tudo que meu outro eu possa ter feito, ele amou você e não foi pouco. E, hoje nesse dia tão especial eu encontrei a necessidade de lhe revelar isto. Diante de nossos amigos e familiares, eu prometo que tentarei recuperar minhas memórias, de todos os momentos em que estive ao seu lado, pelo restante dos dias de nossas vidas.

Eu me lembrarei, nem que seja no meu último sopro de vida. Sabe por que? Porque amar você, Regina, é adentrar um oceano com a maré mais densa, e quando eu estiver prestes a me afogar, você estendera sua delicada mão e me ensinara a navegar. Porque ninguém pode nadar sozinho, ou amar sozinho, e juntos, sempre poderemos nos salvar.

Não importa onde, quando, seja em uma batalha ou guerra, se você estiver do meu lado significa que eu terei amor, e amar só se aprende amando.

 Eu sequei as lágrimas que ele derramava, assim como ele fez comigo. Em seguida nos abraçamos, fungávamos um no braço do outro.

-Você voltou... por mim.

Disse em um sussurro

-Eu sempre voltarei para você, Regina.

Sorria envolta dos braços do homem que amo, relutantes precisamos nos separar para que eu pudesse discursar. Com o fôlego recuperado, porém, coração ainda acelerado comecei com as seguintes palavras:

-Bem, eu não tenho nada preparado para dizer –falava nervosa, até sentir a mão de Robin apertar a minha –Eu nunca imaginei na vida que seria possível me apaixonar duas vezes pelo mesmo homem. Em circunstâncias tão diferentes. Mas aconteceu. E eu não poderia estar mais feliz –sorri causando a mesma reação em meu marido –Você sempre será o meu abrigo diante de uma tempestade. Estamos na primavera, portanto, ela será a nossa estação, responsável por tornar nós dois em apenas um, eternizando nosso amor a partir desta data de grande alegria. O verão chegará, e com isso consolidará o calor dos nossos corpos, assim como os problemas surgirão, estarei de prontidão para aliviar qualquer dor que emane do seu corpo, seja ela física ou emocional. No outono, quando não houver mais cores, eu prometo ser a sua flor tomada por cor e com meu aroma te inebriar. No frio do inverno, quando o calor for escasso, eu serei seu sol, quando a chuva cair em cântaros. A primavera tornará a voltar e junto dela celebraremos mais um ano da nossa união. E a cada nova estação, espero estar ao seu lado diante de conquistas e problemas, só com você serei inteira.

Mude sempre para que eu possa me apaixonar por você todos os dias, não só apenas pela segunda vez. Eu quero que juntos a gente seja uma inspiração a seguir, uma inspiração de amor. Muitos dizem que o casamento não é um conto de fadas e que o “felizes para sempre” não existe, mas eu acredito que o felizes para sempre não é uma mentira ou uma certeza, o felizes encontra obstáculos, e o sempre supera eles. É por isso que te escolhi como marido, pois juntos, sempre encontraremos um recomeço.

Uma lágrima fez seu percurso pelo rosto de Robin. Nossos convidados riram dentre uma ou outra palavra, mas na maioria delas um pranto de emoção fora derramado. Neste instante éramos contemplados por aplausos e assobios. Meu marido beijara minha mão, com a voz embargada ele proferiu:

-Uma vida inteira ao seu lado nunca será o suficiente para te amar.

Após isso, beijou delicadamente minha testa.

-BEIJA! BEIJA! BEIJA!

Gritavam os convidados em uníssono. Diante de gargalhadas e lágrimas eu e Robin selamos nossos lábios em um beijo apaixonado e duradouro, enquanto Mary filmava cada momento vivido por nós desde então.

Esses instantes seriam os que eu guardaria para sempre.

 

 

 

                                                                                   X X X

 

 

 

  A lua cheia e prateada acompanhada por uma vasta quantidade de estrelas que cintilavam no céu, radiantes.

O bolo, assim como o bufê já haviam sido servidos. A maioria dos convidados já tinham terminado de saborear as refeições.

A música repercutia sem parar um segundo sequer, além do som dos instrumentos de Louisa e Benjamim, Isabelle French, tia do rapaz, era a responsável pela cantoria na festa. Mulher que o general Gold sempre manteve uma paixão nata, paquerando-a diversas vezes, desde os tempos em que Robin e eu nos conhecemos pela primeira vez.

Infelizmente ambos nunca chegaram a ter um relacionamento sério, não passaram de alguns encontros. Entretanto, o casamento fora um reencontro despertando um flerte adormecido.

Eu sorria ao pensar na possibilidade de ver mais um casal feliz, junto. Desejo que todos encontrem a felicidade a dois.

  Neste instante eu e Roland de mãos dadas girávamos em meio a gargalhadas no quintal desfrutando da canção animada que tocava. Logo meu marido aproximou-se de nós.

-Será que eu posso dançar também?

-Ah, papai, mas assim eu não posso mais dançar com a Gina –proclamou aborrecido com um biquinho no lábio.

Eu ria antes de interferir.

-Deixe eu terminar essa dança com ele, depois nós dois dançamos –pisquei.

-Eu tive uma ideia melhor, por que não dançamos nós três juntos?

-Como, papai?

-Simples.

Respondeu segurando o filho com o braço esquerdo em seu colo, com o direito afagou minha cintura, eu recostei minha cabeça em seu peito, após depositei minha mão na costa de Roland. Em passos lentos curtíamos a música, em família. Robin me rodopiou duas vezes, tornando a me encostar no calor de seu corpo. O menino sonolento estava quase adormecido no braço do pai.

-Eu amo vocês –dissera o pequeno.

Eu e Robin olhamos um ao outro antes de um sorriso esboçar de nossos lábios.

-Nós também te amamos, querido.

Ao encarar meu marido notei o amor reluzir no olhar deste.

-Nesse momento a minha felicidade está nos meus braços.

Revelou meu amado, me emocionando mais uma vez em um dia memorável.

 Após a nossa dança, Roland fora colocado em um dos cômodos. Ao retornar, Robin me tirar para dançar novamente, interrompendo minha conversa com Emma e Killian.

-Será que você não pode ficar um minuto longe de mim?

Perguntei enquanto executávamos os primeiros passos da dança. My heart will go on ressoava pelo local.

-Não, senhora Locksley, eu não posso ficar longe de você mais um dia.

                  

                                 “Todas as noites nos meus sonhos eu vejo você, eu sinto você

                                                  É assim que eu sei que você continua,

                                          Mesmo com toda a distância e espaços entre nós

                                                  Você veio para mostrar que continua

                                                     Perto, longe, onde quer que esteja

                                                  Eu acredito que o coração continua

                                                   Uma vez mais, você abre a porta

                                                  E você está aqui no meu coração. “

 

 

 

  Sorriamos enquanto nossas testas roçavam uma na outra. Dispersos em pensamentos nos braços um do outro, embalados pela música, até que fomos despertos pela claridade do flash da câmera de Mary que ficara todo o tempo desde a nossa chegada tirando fotografias ou filmando vídeos.

Para que cada momento desta tarde inesquecível ficasse memorizado com o intuito de recordarmos desse dia nos anos que virão a seguir.

-Em que instante teremos um momento a sós, sem tantas fotos?

-Querido, as fotografias são um marco importante na vida do casal, elas capturam esses momentos de felicidade. Eu imagino nós dois quando a velhice chegar sentados em cadeiras de balanço, ali na varanda – apontei com o dedo para o ambiente –Mostrando para os nossos netos as fotos do nosso casamento, e eu narrarei animada como esse dia fora surpreendente.

-Pensando por esse lado, ficarei mais contente em ser interrompido a cada cinco minutos para tirarmos essas fotografias –Eu ri, acompanhada de um sorriso dele –É bom saber que eu consegui surpreender você, naquela noite falasse que gostava de ser surpreendida. Espero ter conseguido lhe dar seu segundo dia favorito como você merece.

-Esse não é o meu segundo dia favorito –proferi fitando seu olhar que logo frustrara, decepcionado –É o primeiro. Você me presenteou com o melhor dia da minha vida.

Um sorriso que refletia orgulho formou-se em suas feições. Ele me rodopiou e logo depois quando nossos corpos se chocaram selou nossos lábios em um beijo doce.

-Eu fico feliz de conseguir essa façanha –revelou com o riso permanente –Sei que esse provavelmente não é o casamento que você sonhava, e se um dia quiser casar novamente, na igreja, com uma grande festa, será feito. Mas eu tinha necessidade de tornar você minha mulher o mais breve possível. Quando eu te convidei para morar comigo e você disse que só o faria quando fossemos casados eu tive a certeza de que estava na hora de que fosse minha esposa.

-Só isso mesmo?

-Acho que eu nunca vou conseguir mentir para você ,não é mesmo? –riu –Eu também fiquei com medo de que alguém pudesse machucar você, morando sozinha naquele apartamento...aqui eu posso protegê-la. Eu tenho medo de perder você, Regina.

-Isso não vai acontecer. Eu sempre estarei segura com você. E sobre o casamento, eu desejei muito que você fizesse o pedido logo, só não imaginei que me tornaria sua noiva e mulher no mesmo dia. A festa está linda!

Finalizei deitando a cabeça em seu ombro.

Robin ritmava nossos corpos demoradamente assim como a música em lentidão. Outros casais como Archie e Zelena, nos acompanhavam no compasso da canção. Trocavam beijos, carícias e gargalhadas, devidamente enamorados.

Ao lado fitei os outros convidados que também se divertiam entre danças, bebidas, comidas, conversas agradáveis, cada qual aproveitava a comemoração ao seu modo.

-Eu não quero que esse dia acabe nunca.

Revelei em um sussurro.

-O dia de hoje já está eternizado em nossas memórias, Regina. Infelizmente irá terminar, mas ainda temos umas coisas a mais para celebrar.

Declarou com malícia.

A festa solene seguiu aproximadamente pelas próximas duas horas, chagando ao fim.

 

 

 

                                                                                      X X X

 

 

 

   Robin me carregou até o quarto em seu colo, porém, orientou que eu fechasse os olhos, assim o fiz.

-Pode abrir –dissera ele ao me colocar no chão.

  Ao fazer o que foi pedido vislumbrei nosso quarto completamente mobiliado, com estilo vintage que tanto me agrada. Ao lado da janela havia uma penteadeira com três espelhos, ao lado esquerdo um roupeiro que combinava perfeitamente com o restante dos móveis.

A esquerda, haviam duas poltronas da mesma cor da mobília com estofados brancos.

Porém, não era apenas, os móveis que me chamavam a atenção e sim os pequenos detalhes que haviam no aposento, como arranjos de flores que tinham sido depositados sob os criados mudos e a penteadeira, e também a vasta quantidade de velas que iluminavam o recinto.

-Eu nunca fui um homem muito romântico, mas eu achei que você fosse gostar.

Murmurou abraçando minha cintura, beijando minha nuca em seguida.

-Eu amei, tudo está perfeito!

-Ainda tem mais uma surpresa...

-Tem? Qual?

Ele consentiu. Entrelaçou meus dedos aos seus me guiando até as poltronas, somente então eu percebi que havia o filhote de um gato deitado sob uma almofada ao chão, enroscado, acompanhado por um urso de pelúcia. O felino era completamente amarelo, pelo tamanho beirava aos oito meses. Parecia desfrutar de um sono profundo.

-Roland me ajudou a escolher.

Proferiu Robin, enquanto eu permanecia encantada fitando o animal.

-Ele é tão fofo –sussurrei já agachada deslizando a mão sob os pelos do pequeno filhote, com cautela para não, acordá-lo –Obrigada.

-Desde que soube da história de seu gato, pensei em te presentear e esse momento é o mais adequado –disse já sentando ao tapete, próximo de mim, analisando o gato que continuava adormecido –Adotamos ele de uma ONG, pelo que contaram ele e os irmãos foram abandonados em frente a uma residência, a dona da casa levou todos até a ONG e o restante deles foi adotado com exceção desse mascote aí. Um pequeno guerreiro merecedor de um recomeço. Achei a história dele parecida com a nossa, recomeçar, sempre. Além de que Roland está animado com a ideia de ter um “animalzinho”, como ele diz.

Eu e Robin rimos, meus olhos marejaram.

-Hey... o que foi? –A mão dele traçou meu rosto.

-É por isso que eu quero me apaixonar por você todos os dias... Eu te amo, obrigada por este dia repleto de gestos carinhosos.

-Você é merecedora de cada um deles, eu que te agradeço por me mostrar como é amar verdadeiramente uma mulher –bradou depositando um beijo casto em meu lábio –Qual nome será escolhido?

-Eu preciso pensar ainda, digamos que sou bem criativa quanto aos nomes –ambos rimos.

-Bem, enquanto você não escolhe o nome para o novo integrante da família, eu posso sugerir algo mais interessante para fazermos.

Opinou com a voz convidativa carregada de segundas intenções.

-Eu quero ser seu, senhora Locksley –murmurou provocativo, beijando meu pescoço.

-Sua irmã disse que tem algo esperando por mim no banheiro da nossa suíte principal, eu vou me trocar e já volto.

Revelei fazendo um grande esforço para sair de seus braços, pois sabia que se não o fizesse, não sairia mais. Sem olhar para trás adentrei o banheiro que havia em nosso quarto.

  Vesti a curta camisola transparente da cor branca com alças rendadas que ultrapassava apenas minha intimidade roçando em minha coxa esta revelava, a lingerie, da mesma cor.

Ao sair do banheiro parei no marco da porta, encarando Robin que já havia se desvencilhado de seus sapatos, terno e calça, deixando a cueca preta boxer evidente, a camiseta branca ainda o cobria, apenas os primeiros botões haviam sido abertos, a gravata já tinha sido desamarrada, mas ainda estava sob o tecido da camisa.

O mesmo caminhava em frente a cama de um lado para o outro, aparentemente nervoso, desabotoando o botão que prendia a manga, no pulso.

-UAU! –afirmou assobiando logo em segunda me encarando com volúpia –Você está incrível!

Exasperou animado me fazendo ruborescer.

-Ainda bem que você gostou.

Declarei colocando uma mexa do meu cabelo atrás de minha orelha.

  Robin sentou-se na cama, eu logo fiz o mesmo, em seu colo, recostando nossas intimidades. Nossos corpos sentiam o calor que emanava da pele um do outro. Rocei seu lábio ao meu pressionando-o, iniciando uma batalha entre nossas línguas em um beijo quente, enquanto as mãos dele afagavam minha costa. O beijo fora cessado quando o ar, tornou-se rarefeito.

Eu realizei um percurso de beijos na nuca de Robin que arqueou a cabeça para que eu tivesse mais acesso, chupei delicadamente seu pescoço, após mordisquei levemente o lóbulo de sua orelha.

-Está gostando, senhor Locksley?

  Deslizei a gravata pela camisa dele, deixando-a cair ao chão. Comecei a desabotoar sua camiseta, enquanto Robin com seu lábio passeava pela minha nuca tornando ao meu colo.

Suas mãos fortes pressionavam minhas coxas, o que fez nossos sexos se encontrarem momentaneamente.

Por fim, havia terminado de abrir os botões de sua camisa, minhas mãos percorreram desde sua barriga sarada até seu peito robusto, chagando aos seus ombros, despindo seu peitoral, minhas mãos traçavam o caminho da camiseta que percorria pelos seus braços musculosos desfrutando da firmeza destes. Fazendo-o suspirar.

Depois dessas carícias eletrizantes, fora a vez dele de aproveitar nossos momentos quentes em que o desejo nos acometia.

Estremeci quando os dedos dele encontraram a barra de minha camisola, a mesma que ele logo tratou de livrar-se me deixando apenas com minha lingerie, aproximou ainda mais nossos corpos fazendo com que nossas intimidades se encontrassem permanentemente dessa vez.

  Os dedos de Robin acariciaram o contorno de meu sutiã, logo fazendo o mesmo com parte do meu seio que ficara avantajado por conta da veste intima. Suas mãos acharam o fecho do sutiã que ele abriu com experiência, revelando meus seios fartos, que ele tanto elogiava.

A mão dele espalmou meu seio com voracidade, o que me fez entreabrir o lábio diante daquela carícia que me excitava, despertando em mim uma doce sensação de tentação. Assim como nele, pude sentir seu membro já ereto sob os únicos tecidos que ainda nos cobriam.

-Oh... –grunhi.

  A língua dele quente, deslizou entre meus seios me fazendo arfar. A respiração de Robin acelerava, a cada carícia nos excitávamos ainda mais ascendentemente.

Apesar dessa paixão exorbitante, meu marido, sem pressa perambulava com sua boca pelo meu corpo, eu sentia seu hálito quente e úmido, onde seu lábio me tocava com esmero.

-Eu quero você –ele murmurou com ausência de fôlego.

 Dito isso eu me livrei de minha calcinha e ele de sua cueca, tornando a me sentar sob ele, nua, dessa vez. O mesmo estava preste a inverter as posições, parando quando eu neguei.

-Vamos fazer diferente essa noite...

  Essas foram minhas últimas palavras antes de pôr meu sexo sob o dele, sentido seu membro endurecido adentrar minha intimidade, preenchendo-a com sua grossura, uma queimação me ultrajou.

-Oh! –gememos em uníssono.

Éramos um só mais uma vez, no entanto, como marido e mulher. Acostumada com a sensação de tê-lo dentro de mim daquele modo, abracei sua nuca e comecei a rebolar sobre seu membro de modo lento e demorado, encarando seus olhos azuis que me fascinam ainda mais, com tesão, soltava gemidos à medida que me entregava ao prazer que me dominava, deixando-o transparecer em meu rosto.

Com propósito fazia que meus seios enrijecidos roçassem no peito sadio de Robin, a cada vez que subia e descia em seu membro. Causando no mesmo espasmos.

  -Oh, oh, oh –eu proferia, a cada investida.

Meu marido me fitava com esplendor, atento a cada expressão que meu rosto reluzia. Nossos sexos se ritmavam em perfeita sintonia, completando o desejo do outro. Os movimentos tornaram-se mais rápidos.

-Oh, Regina... você... é... maravilhosa –comentou com dificuldade.

 Após beijou meu lábio com voracidade, enquanto suas mãos afagavam um bumbum, o que me fez arfar entre o beijo.

Os movimentos continuavam intensos. Focada em dar-lhe prazer e cessar nossas necessidades, não percebi o que ele pretendia fazer. Logo a língua do mesmo, chupou meu seio de modo demorado, deliciando-se, com o prazer que eu pude sentir dentro de minha vagina, com seu membro me excitando ainda mais.

-OHHH!

Gemi descontroladamente enquanto ele sugava meu mamilo, meus dedos mergulharam seus cabelos.

A medida em que eu aumentei a velocidade de meus movimentos, ambos gemíamos enlouquecidamente no quarto, dominados pelo prazer que nossos corpos sentiam toda vez que se encontravam.

Fora no instante em que os movimentos estavam ainda mais acelerados e que a cabeça de Robin continuava inclinada sugando meu seio delicadamente, acompanhados de gemidos calorosos que juntos chegamos ao ápice; sentimos o líquido quente nos abater. O orgasmo havia nos arrebatado.

  Exausta, me abracei em Robin, ainda sentada sob o mesmo, pousei a cabeça em seu ombro, com a respiração tão acelerada quanto meu coração. Os movimentos tensos do tórax de meu marido insinuavam que o mesmo estava tão desprovido de fôlego quanto eu.

-Regina, você é extraordinária!

Bradou depositando um beijo em meu ombro.

Minhas mãos deslizaram mais uma vez pelo seu peito, que agora estava úmido pelo suor.

-Você fica linda a luz de velas.

Enalteceu acariciando meu braço com esmero, fitando profundamente meus olhos, me fazendo sorrir.

-Mesmo sendo sua esposa, você ainda consegue me fazer corar com seus elogios –ele riu –Me promete que sempre vai flertar comigo, até quando a velhice chegar e a minha pele já estiver enrugada.

Proclamei com o riso estampado no rosto, pensando no futuro.

-Só se você prometer me amar mesmo quando eu usar bengala e esses braços não forem mais capaz de te carregar.

-Eu prometo, senhor Locksley, agora é a sua vez.

-Eu prometo elogiar você até meu último suspiro, senhora Locksley.

Certificou, beijando o nó de meus dedos que ele brincava até então.

-Eu amo você.

-Eu amo você.

  A medida que as velas se consumiam e o relógio badalava adentrando a madrugada, nós fazíamos amor, Robin unificava nossos corpos com perfeita maestria, ao som de gemidos seguimos hora a fio, tornando nossa noite de núpcias inesquecível.

Apaixonados, desfrutávamos daquele momento sem imaginar o que a vida nos reservava para a próxima estação.  

 

 

 


Notas Finais


All for love: https://www.youtube.com/watch?v=jHHqhpqYFZw

OBSERVAÇÕES:
*Gente eu citei a música da Celine Dion, pois achei que ela combina muito com a história do casal;
*As cenas escritas no casamento do cartório foram pesquisadas, e eu acrescentei alguns detalhes ao meu modo;
*Não se esqueçam que pequenos trechos do capítulo, foram citados pela Regina que narrava do futuro, certo? Isso foi um teste que tenho pensado em escrever Corações Feridos 2 dessa maneira.

Agora me digam o que acharam por favor... Gostaram? Surpreendi algumas de vocês? Semana passada fiquei surpresa quando algumas opinaram em pedido de casamento, vocês estão ficando boas hein... hehehe
Espero que tenham gostado da mesma forma que eu, pois, achei esse capítulo um dos mais lindos que já escrevi até hoje. ♥
Vou responder os comentários atrasados hoje ou amanhã, prometo. :)
Depois de tanto amor, sinto informar que o grande momento está chegando na estação mais quente de todas, a verdade vira á tona, até o verão.
Beijosss e abraços, adoro vocês! ♥


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