1. Spirit Fanfics >
  2. Quatro Estações >
  3. A Mentira

História Quatro Estações - A Mentira


Escrita por: TaisWriterOQ

Notas do Autor


Olá gente, bora para mais uma atualização? Foi surpresa né... hehehehe
Bom, palavras nunca serão o suficiente para mim agradecer o carinho e apoio que vocês me proporcionam com as minhas histórias, sou muito grata, de verdade. Muito obrigada por tudo.
Fiquei muito contente em saber que o último capítulo agradou vocês, e agradeço pela repercussão dele. Foi realmente uma loucura, as mensagens que recebi, vocês são demais, e o que mais me agrada e saber que consegui transmitir o que vocês esperavam da história.
Dedico esse capítulo para a Isa, uma leitora/ escritora, que está de aniversário nesta quinta, seria o dia da postagem, porém, como ficarei uns dias longe, precisei atualizar hoje. #Parabéns Isa! Que venham muitas primaveras a mais ainda. ♥
Gente, se alguém não viu ainda, esse capítulo tem chamada, deixei o link nas notas finais, assim como as músicas... escutem elas, e se possível repitam o tema da história o restante do capítulo, é mais emocionante!
Esse capítulo é o mais importante da história, neles muitas coisas acontecem, cheio de revelações, emoções, e dúvidas que ainda serão esclarecidas conforme os próximos capítulos da história.
Como vocês já assistiram na chamada, iniciamos a reta final da fic, eu nem acredito que vou ter que passar por tudo isso de novo... Outra história que está chegando ao fim.
Também gostaria de me desculpar pelas datas desse enredo todo coincidir justamente no momento em que a história do nosso shippe foi finalizada e decepcionante para nós, o que não é novidade. Então peço desculpas por isso.
Enfim, boa leitura! ♥
Sugestões: use lenço de papel, escudo, e tudo que possa te proteger desse capítulo...

Capítulo 22 - A Mentira


Fanfic / Fanfiction Quatro Estações - A Mentira

 

 

                                                                                    Estações:

 

 

                                                                        Numa estação você se foi

                                                      No verão aquecendo meu coração você voltou!

                                                               Voltou para mim, voltou por eles

                                                                Eu te amarei, nós amaremos

                                                           Você não me amava, mas amaras

                                                           Amaras pelo ódio e pela vingança

                                                O ódio e a vingança de suas memórias ao vento

                                                                 Eis os meus sentimentos

                                                  Numa vida sofrida veio para minha alegria

                                    Numa luta perdida um pequeno curativo, és meus olhos a ti

                                                                       Meus oceanos

                                                       Eis meu nome seu suposto espanto

                                                               Numa farsa eis meu amor

                                                         Um em nós dois, quatro estações.

 

 

 

                                                                             Autora: Melissa Alves (Poema dedicado a história)

 

 

 

 

 

                                                                                   Regina

 

 

                                                     (Florence + The Machine - Never Let Me Go)

     

 

 

  As pessoas mentem o tempo todo. Omitem palavras e principalmente ações com o propósito de distorcer tudo depois. Já mentiram para mim em outrora, assim como eu também o fiz. Menti para pessoas das quais eu me importava. Porém, em nenhuma das vezes fora dessa forma descabida. Nunca machuquei alguém dessa maneira e jamais o farei pois eu sei o quanto dói.

As lágrimas que traçam um percurso pelo meu rosto comprovam isso. Caminho dentre as ruas de Washington seguindo um rumo que desconheço. Assolada por uma tempestade de verão, daquelas que aguardamos por dias a fio. Minha roupa está encharcada o suficiente para que eu pegue um resfriado, eu não me importo.

 Visto que na última madrugada eu acabei por descobrir que amei duas versões de um homem que nunca me amou. Pelo contrário, entreguei a mim e aos meus princípios a um homem que não sente nada mais que desprezo. Um ódio profundo, que foi capaz de fazer de tudo para se vingar.

Fingiu amor onde havia abominação.

 Durante os últimos três anos eu vivi uma história cujo as páginas eram escritas por mentiras. Onde jamais houvera palavras verdadeiras. Uma farsa.

Fora tão difícil aceitar a realidade que até agora vago pelas ruas com a mera esperança de que tudo seja um pesadelo, um terrível pesadelo. E como das quatro vezes anteriores, fecho meus olhos com o intuito de abri-los e acordar, o que não acontece. Quando torno a abrir meu par de olhos me deparo com ruas acinzentadas e uma forte chuva molhando meu corpo.

É nesses momentos que eu percebo que tudo é real; a dor é real, a mentira fora real, e agora, a decepção é real.

  Jamais imaginei sentir uma dor tão profunda no meu coração que se partiu em tantos pedaços que nunca serei capaz de cicatrizar. Se eu pudesse descrever essa dor em palavras, diria que é como se a ponta fina de cacos de vidro perfurassem meu peito com tamanha destreza, que atingiram meu coração subitamente, uma dor inesperada.

Isso claro, na lógica do ser humano, pois na prática é bem pior. Não há dor física que seja capaz de mensurar uma emocional.

 Desde cedo tive uma vida pautada em decepções, porém, nenhuma delas me tirou o desejo de prosseguir e a vontade de viver, e agora, trazendo essa bagagem de sofrimentos, sinto que respirar é um tormento. Me sinto morta, como de fato morri, a partir do momento em que sai daquela delegacia, eu enterrei a mulher que muito desejei ser.

Minha bondade, além de meu amor, me cegaram, impossibilitando de enxergar as verdadeiras intenções daquele homem, que jamais chamarei de marido novamente. Nos últimos meses vivi um sonho rodeado de mentiras.

O que fiz para merecer isso? –eu mesma respondi minha inquisição –Eu acreditei em algo que a humanidade tem pavor, eu acreditei no amor.

Robin Locksley fora uma tempestade daquelas que destroem tudo que você levou a vida para construir.

 

 

                                                                                   X X X

 

 

 

                                                                         Oito horas antes

 

                                                                (Tema musical da história)

 

 

 

  Adentrei a delegacia ás pressas, após a saída dos policiais de minha casa, deixei Roland com Marian, que acabou ficando preocupada com o ocorrido, afirmei que Robin era inocente do crime que fora acusado, disse que ligaria para informar quando tudo fosse resolvido.

Logo eu já estava em uma sala acompanhada pelos policiais, que me fitavam atentamente, pareciam penalizados.

-Senhora Locksley ou Dra. Mills, como preferir ser chamada...

-Senhora Locksley –pontuei séria, cruzando minhas pernas.

-Sei que isso deve ser difícil para a senhora, essas acusações repentinas contra seu marido...

-Tenho certeza que tudo não passa de um equívoco. Eu tenho um colega no hospital que faria de tudo para prejudicar Robin, ele não se conforma de que eu tenha escolhido ficar com o meu marido. Doutor Humbert deve ter pago essa testemunha para acusá-lo.

Os policiais a minha frente se entre olharam descrentes antes de continuar:

-Nós temos provas concretas de que seu marido é o responsável por esse crime. A ex-noiva dele morreu de um erro médico, não foi?

Estagnei diante daquela interrogação, lembranças dos dias em que conhecia Robin vieram á tona.

 

[...] Meses depois ela descobriu que estava doente e... Rachel faleceu. ”

 

-Você sabe como a ex-noiva do Robin morreu? –perguntei certa vez a Zelena.

 

“-Parece que foi um erro médico.

 

  Aquelas recordações trouxeram um sentimento angustiante em meu peito, não poderia ser verdade, com os olhos marejados expressando a confusão evidente que sentia respondi o questionamento dos investigadores.

-Sim –uma lágrima escorreu pela minha face –Rachel, morreu por conta de um engano médico.

-A noiva dele nunca se chamou Rachel, seu nome verídico era Victória Hawkins. Reconhece? –inquiriu me mostrando uma diversidade de fotografias da mulher e dentre tantas, Robin, meu marido, estava presente, feliz. Com os braços envolta da cintura da mulher que tirei a vida, era ela, Victória. A mesma que eu havia matado.

Lembranças estarrecedoras daquela noite tornaram a vir em minha mente. Os aparelhos apitando, meu coração compadecendo, e a culpa sobressaltando para jamais partir.

Minhas mãos tremeram acompanhadas por lágrimas que eu já não era mais capaz de conter, a foto de um momento eternizado euforicamente entre ambos, colidiu contra o chão no mesmo instante em que eu me levantei da cadeira subitamente, aturdida.

-Não... ele jamais mentiria para mim –constatei em meio ao pranto.

-Senhora, é ou não a mesma mulher?

-Sim!

Exasperei levando a mão a cabeça, demonstrando minha aflição.

-A senhora precisa se acalmar, beber um copo de água...

-Não, eu quero ver as provas, tudo que afirme o que vocês estão dizendo –pedi torcendo para que tudo ainda não passasse de um erro, um erro que não fora confirmado.

-Junto com essa testemunha, também continha um dossiê –o policial me entregou uma pasta com vastas informações do meu passado, entre elas, todos os problemas em que me envolvi na minha juventude, meu vício pelo álcool, o acidente com a minha mãe... tudo.

Minha vida resumida em pedaços de papel. A cada palavra que lia mais lágrimas escorriam pelo meu rosto, ele sempre soube de tudo. E fingiu perfeitamente não possuir conhecimento de nada, um farsante. Meus maiores traumas estiveram em suas mãos o tempo todo.

Depois de fitar atentamente cada página daquelas informações, ainda incrédula, diante da visão embaçada tornando impossível realizar a leitura, devolvi os documentos ao policial.

-Nós temos a filmagem do depoimento da testemunha, se você quiser assistir...

-Coloque, por favor –proferi secando minhas lágrimas.

Meu coração ainda insistia em negar o que era evidente.

Tornei a me sentar enquanto o investigador responsável pelo caso, colocava a filmagem a rodar. Encarei o visor da tela com atenção:

 

“ –Desde quando o senhor Locksley planejava se vingar? ”

“ –Tudo começou quando a noiva dele morreu, ele amava aquela mulher” –meus olhos voltavam a lacrimejar em pensar que o grande amor da minha vida esteve ao meu lado para vingar a morte de outra mulher – “Ele nunca se conformou com isso e passou a perseguir a médica, essa doutora com quem ele casou, no início, ele fazia as ligações e enviava os bilhetes, eu dizia para ele parar, mas meu amigo estava obcecado. Um dia ela simplesmente sumiu, e isso acabou o acalmando de certa forma. “

“-Quando você se tornou cumplice dele? “

“-No momento em que ele cruzou com ela aqui na cidade, desde aquele dia ele achou fixamente que a vida estava lhe dando a tão sonhada oportunidade de se vingar. Tudo estava planejado, ele faria com que ela se apaixonasse perdidamente, casasse, e após alguns meses, eu assumiria o cargo de enviar os bilhetes, persegui-la e por fim, retomar as ligações... O plano saia como o previsto, eu já havia recebido metade do meu pagamento, mas...Ele foi para a guerra, logo depois veio a notícia de sua morte.

Obviamente decidi abortar o plano. Um ano depois assisti no noticiário que ele estava vivo junto com um grupo de soldados, mas eu não fiquei sabendo que ele havia perdido a memória, então resolvi retomar ao plano...”

“-Por que? Você recebeu ordens diretas para tal? ”

“-Porque Robin sempre foi claro quanto a isso, se ele não me avisasse, era para prosseguir, ele era meu chefe, me procurava apenas para avisar quando ocorreria alguma mudança. Eu precisava do dinheiro e eu venho recebendo ele desde que Locksley retornou da guerra, acredito, acreditava que era ele que continuava a me enviar. Portanto, desde então tenho seguido com o plano. Robin me contratou justamente para isso e para que a doutora jamais desconfiasse dele, ainda mais se eles estivessem juntos quando alguém aparecesse, ou ela recebesse um bilhete, nunca seria um suspeito. Eles casaram, tudo estava próximo de acontecer. Eu realmente achava que Robin ainda estava por trás disso. ”

 

Dinheiro? Robin, havia pago alguém para me chantagear? Pior, esse homem ainda recebia uma quantia mensal de alguém, quem? Seria de meu marido? E toda essa história de amnésia era uma farsa? Por que?

Atônita, torno a prestar atenção no depoimento gravado algumas horas antes. Inocentemente pensando que tudo aquilo não tinha como ficar pior.

 

“Você disse que se comunicavam por ligações certo? ”

“-Sim. ”

“-Queremos ter acesso a elas. ”

“-Claro. ”

“-O que você se refere quando diz: tudo estava próximo de acontecer? O que Locksley pretendia com essa vingança? Qual o objetivo final, após o casamento? ”

“-Ele... ele –engoliu em seco –Ele queria continuar até que ela ficasse louca e depois autorizaria a internação dela em um sanatório... ”

 

  -Tire isso, por favor –implorei quase em suplica, com a voz entrecortada. Me levantando rapidamente. Caminhei com as pernas enfraquecidas como se o chão daquela sala fosse tão falso quanto a vida que venho construindo, sinto a sensação de que vou cair a qualquer momento. Sigo até o lado oposto da sala abafada, onde me escorei em uma parede próxima a porta.

O choro vira sem aviso, “sanatório”, eu amei um homem cujo o principal objetivo era destruir a minha vida; “louca”, meu marido deseja a minha insanidade mental para que a morte do grande amor de sua vida seja vingada.

Eu não consigo definir o que é pior, amar um homem que nunca correspondeu aos meus sentimentos, ou descobrir que tudo não passou de uma grande armação, vidas baseadas em mentiras, sonhos em pesadelos, amores em rancores.

Traída.

Morei em uma casa, dividi a cama, a vida, com um homem que queria me ver presa em um manicômio. É devastador lembrar do passado e descobrir o que o futuro estava a me reservar.

Acabo de constatar que ao longo desses meses eu tive o prelúdio de uma felicidade que jamais ousarei querer ter novamente.

-As ligações –proclamei despertando a atenção dos policiais a minha frente que afrontavam o chão certamente penalizados diante das minhas reações–Eu quero escutar...

-A senhora tem certeza?

-Sim, eu quero saber de tudo!

Afirmei embora soubesse que as revelações me machucariam ainda mais. Para minha surpresa e desespero de meu coração a voz de Robin fora ouvida, era ele.

 

“-Neal, Regina e eu acabamos de adiantar a data do casamento. Realizaremos a cerimônia duas semanas após meu retorno da guerra. Não se esqueça no dia seguinte comece a enviar os bilhetes e na próxima semana inicie as ligações, preciso apressar o plano. ”

“-Qual o motivo de tanta antecipação? Antes você dizia que tinha todo tempo do mundo para concluir seu plano, blá, blá, blá...”

“Eu... eu... apenas quero ficar casado com ela o menor tempo possível, qual o problema disso? Afinal, minha futura esposa desgraçou a minha vida e eu quero fazer o mesmo com ela, Regina tem que sofrer, pagar por tudo que ela me fez passar, ela tirou a minha felicidade e...”

 

  Transtornada não consegui permanecer naquela sala, escutar aquelas palavras da voz de Robin, seu desejo de vingança, sua vontade de ver minha infelicidade, minha dor... Pois ele acabara de conseguir. Aturdida com lágrimas demasiadas banhando meu rosto me encaminho em direção a sala de interrogação que o mesmo ocupava, o coração acelerava, a mente trabalhava constantemente em lembranças maravilhosas que não passaram de falsidade.

Cada beijo, abraço, palavra proferida...

Mentiroso;

Canalha;

Psicopata;                                                     

Raiva e decepção contrastavam em meu olhar no instante em que abri a porta bruscamente a tempo de ouvir ele gritar:

-EU NÃO ME LEMBRO –surrou a mesa –Regina...?

Perguntou assim que seus olhos encontraram os meus, antes que ele pudesse dizer algo a mais. Eu caminhei até ele apressada, frente a frente, esbofeteei seu rosto, batendo fortemente com a palma de minha mão em sua face, tamanho impacto fazendo-o virar o rosto para o lado direito.

A preocupação em seu olhar fora substituída pelo espanto, enquanto acariciava com a mão a maçã do rosto atingido.

-Querida, o que houve?

Inquiriu se aproximando, andei para trás. Enquanto meu rosto era assolado por lágrimas.

-NÃO ENCOSTE EM MIM!

Exasperei fazendo com que ele se distanciasse um passo para trás.

-O que fizeram com você?

-Me diga você! O que tem feito comigo todos esses anos! Todas essas mentiras... e armações!

-O que? Do que você está falando Regina? Precisa se acalmar... –ele tentou se aproximar novamente.

-A senhora precisa se retirar, estamos interrogando o suspeito... –dissera um investigador.

No entanto, um dos policiais que me acompanhava anteriormente ordenara que nos deixassem sozinhos por alguns minutos.

-O que está acontecendo? Por que você está chorando dessa maneira? Eu nunca te vi assim...

Proclamava certamente fingindo preocupação a mesma que nunca passara de uma atuação.

-Você não precisa fingir mais! Eu já descobri tudo, você é um... um...

-Descobriu o que? –ele parecia nervoso.

-Você nunca me amou... –sussurrei em meio ao choro descomedido, declarar a verdade fora devastador, meus sentimentos esvaneciam neste instante. A decepção visível a cada palavra proclamada.

-Eu sempre amei você, eu amo –ele revidou tornando a se aproximar –Regina você está tremendo, deixe eu te ajudar...

-NÃO!

Fugi do calor de seus braços seguindo o lado oposto da mesa de interrogação.

-Você... –apontei o dedo em seu rosto fitando seus olhos profundamente para que ele pudesse vislumbrar o estrago acabara de fazer em minha vida –você me arruinou! Me beijava ou abraçava quando na verdade queria me mandar para um manicômio, você não tem escrúpulos!

-O QUE?! Não...

-Você tem mandado que me enviasse todos aqueles bilhetes, realizava aquelas ligações, me acusava – não conseguia conter o pranto –Tens tornado a minha vida um inferno, com a culpa sobressaindo sobre os demais sentimentos, eu chorei em seus braços Robin! –gritei –Enquanto você continuava a me torturar com todos aqueles bilhetes, fingindo me apoiar... EU SOU UMA BURRA! UMA BURRA!

Exasperei levando a mão a cabeça.

-Regina... eu não fiz essas coisas –declarou com o olhar perdido derramando uma lágrima –Isso é um engano terrível, uma armação para nos separar...

-Tem provas, Robin, eu vi as suas fotos com ela –proferi com desgosto –é a mulher que eu matei. Ouvi a sua voz dizendo que eu merecia sofrer por ter arruinado a sua vida.

-Eu nunca faria isso com você... 

-Mas você fez.

-Não... Eu te amo!

-Não minta mais para mim, eu... eu... acho que não vou aguentar, eu não vou –disse me sentando em uma cadeira deixando o choro escorrer, ouvindo apenas os meus soluços.

O silêncio calou fundo.

Não sei ao certo o tempo que se passou, eu continuei a chorar sem me importar com o que ele via, deveria estar satisfeito, embora seu plano não tivesse saído como o esperado, Robin, acabou de destruir a minha vida para sempre. As lágrimas que desciam descontroladamente pela minha face comprovam a dor que não consigo descrever.

-Regina... –ele tocou minha mão –Eu não estou mentindo, acredite em mim, por favor.

Desvencilhei nossas mãos rapidamente, me levantando em seguida.

-Eu perdi minhas memórias, esqueceu?

-Não, eu não esqueci... aliás acho que tudo isso é uma farsa também! Nunca mais me procure, Robin.

-Eu não vou me separar de você, Regina, eu não posso te perder.

Com todo ódio e decepção que sentia encarei o olhar aturdido do homem que acabara de trair meu mundo e tudo que eu acreditava nele, ao bradar:

-Eu preferia continuar acreditando na sua morte, ao invés de saber que vivemos uma mentira –declarei ressoando raiva a cada palavra dita –Esqueça de mim. Você já conseguiu isso uma vez, não será difícil fazer de novo.

 

 

                                                                                      Robin

 

 

 

  Após dizer essas palavras, Regina saiu batendo a porta bruscamente, como adentrara o recinto, fui atrás dela, porém os policiais me impediram enquanto eu cuidei a mesma se afastar pelo corredor. Me remexendo, preso, pelos braços daqueles homens que me seguravam firmemente.

-REGINA! REGINA!

Os homens tornaram a me levar para dentro da sala o que me possibilitou ver minha esposa se afastando pela janela, soquei o vidro da mesma com destreza chamando-a, suplicando para que ela voltasse para mim.

-REGINA –gritava batendo fortemente no vidro.

Ela me fitou pela última vez, com o olhar perturbado derramando lágrimas, eu vi seu desapontamento este que eu tanto tentei evitar. Meu par de mãos estagnaram sob o vidro enquanto o meu olhar fitava o dela por um momento que pareceu transcorrer lentamente. Eu não posso ter causado essa dor a minha mulher, eu não posso ser o mandante desse crime, não sou eu, suponho que seja outro homem. Eu não posso perdê-la, perder Regina será como perder a mim mesmo.

Logo a mesma seguiu seu rumo sem olhar para trás.

-Eu não sou o culpado desse crime, eu mesmo denunciei tudo isso! Eu não fiz isso com a minha esposa... –me explicava na tentativa de convencer a mim mesmo.

 

 

 

                                                                                       X X X

 

 

  Depois de responder algumas perguntas do interrogatório, com a mínima atenção -, pois Regina adentrava meus pensamentos, como ela estava? Onde? Teria chegado bem? - fui levado para uma cela na prisão da delegacia onde passei a noite revivendo desde a felicidade que eu vivia em minha casa até o momento em que fui preso e que minha vida se tornou um caos por completo.

As palavras proferidas por Regina ecoavam em meus pensamentos, as mesmas que me magoaram profundamente:

-Eu preferia continuar acreditando na sua morte, ao invés de saber que vivemos uma mentira. Esqueça de mim. Você já conseguiu isso uma vez, não será difícil fazer de novo.

Jamais vivemos uma mentira, o meu amor sempre fora verdadeiro. Por que ela não acredita em mim e no meu amor? Ela preferia me ter morto?

Como ela pede para que eu a esqueça? É impossível esquecer o grande amor da sua vida. Seria ela capaz de me esquecer como me pedira?

Esqueça de mim

Desesperado aquelas palavras se repetiam constantemente em meus devaneios. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, representando toda a tempestade que eu sentia se formar dentro de mim, atônito. 

Esqueça de mim

Estagnado encarei a parede da cela escura e fria na qual eu permanecia. Aquele ambiente não me trazia boas recordações, me lembrava o ano em que fui mantido refém naquele cativeiro, no entanto, esse ainda era melhor.

Sentado ao chão com a mão percorrendo meus cabelos enquanto me afogava em minhas próprias conclusões, a expressão de decepção no rosto de minha esposa vinha a minha mente com frequência.

A culpa de algo que eu não lembro começava a se instaurar em meu peito. Meu outro eu teria sido capaz de tal absurdo?

Não. Não deveria.

Estou eu pagando por erros que não sou capaz de recordar? Em outrora vinguei a morte de uma mulher que não sou sequer capaz de lembrar?

Diante desses questionamentos, acabei adormecendo no chão gélido.

Na manhã seguinte fui acordado por um dos policiais que me buscara.

-Você está livre, vieram te buscar...

-Regina...

Murmurei com o prelúdio de um sorriso, porém ao chegar na recepção não era a figura de minha mulher que me aguardava e sim Zelena.

-O que você está fazendo aqui? Onde está a Regina? –questionei enquanto nos encaminhávamos a saída.

-Eu não sei onde Regina está, ela não quis me dizer, estava muito abalada quando me ligou. Apenas disse que havia retirado a queixa contra você, porque Roland não merecia ver o pai na cadeia.

Revelou minha irmã, os olhos avermelhados comprovavam que a mesma também havia chorado, além dos sinais de insônia visíveis em sua face.

-Você sabe se eu... eu...

Antes que eu pudesse terminar de falar fui atingido por um soco em meu rosto, David acabara de surrar minha face. Tamanha fora a força que meu corpo desprevenido do ataque colidiu ao chão. Meu irmão estava prestes a continuar até Zelena intervir:

-DAVID, PARE!

Bradou aflita a voz carregava apreensão.

-Eu pensei que você tivesse mudado! Se vingar de uma mulher como a Regina, para vingar a morte de outra, isso é uma vergonha! Eu tenho nojo de ser seu irmão, seu cretino!

David cuspia essas palavras em meu rosto eu vislumbrava a raiva em seu olhar, a mesma que Regina emitia na noite anterior. Antes de sair ele encarou nossa irmã ao dizer:

-Eu não acredito que você apoiou isso tudo...

Finalizou saindo em passos largos deixando nós dois na calçada.

-Zelena, o que ele está falando? ALGUÉM PODE ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! 

Exasperei nervoso, diante de tantas acusações e poucas recordações.

-Entre no carro, Robin, ok? Apenas entre no carro.

 

 

 

                                                                                    X X X

 

 

  O caminho até a casa de minha irmã fora realizado em silêncio. A mesma me dissera apenas que me explicaria tudo quando chegássemos em sua residência. Assim foi feito.

 A xícara de chá na mão dela permanecia intocável como a minha. Zelena continuava estagnada sentada ao sofá da sala fitando a mesa de centro do recinto.

-Um dia antes da sua suposta morte, você me ligou –ela proferiu, parecia divagar –Desesperado, implorando para que eu pegasse uma carta que havia escrito para Regina, ela jamais poderia ler. Eu questionei, mas você não entrou em detalhes...

-O que isso tem a ver? –interrompi –Eu quero saber se essas acusações contra mim são verdadeiras, Zelena, por favor, me diga que não...

Supliquei com a voz embargada, ela suspirou, a resposta não fora positiva.

-No dia seguinte, após sua ligação, recebemos a notícia de sua morte, Regina ficou muito abalada, Louisa e eu fomos visitá-la, e enquanto as duas estavam no quarto, eu chequei as correspondências dela, ajudando na organização do apartamento, a carta endereçada estava ali. Eu a roubei, porque você me pediu. Na mesma noite eu a li e nela você confessava tudo a Regina, seu desejo de vingança, seu amor...

-Não! –murmurei desconcertado, uma parte de mim ainda desejava até aquele momento acreditar que tudo fosse um engano.

-Isso tudo é verdade... sinto muito. Eu nunca tive coragem de revelar a veracidade do relacionamento de vocês a ela.

Minha irmã declarou acariciando meu ombro.

O pranto que tanto contive fora derramado em grande proporção, enquanto eu tinha a confirmação de todo mal que havia causado na vida de Regina e consequentemente na minha. Meus soluços desesperadores repercutiam pelo ambiente silencioso.

-Você sabia de tudo? O tempo todo? E mesmo assim deixou eu me apaixonar por ela novamente? Você insistiu em que eu saísse com ela, dizia que Regina era a mulher certa para mim...Por que?

-Porque o seu coração escolheu amar somente a ela, pelas duas vezes, -eu a fitei curioso –embora desejasse se vingar você se apaixonou por ela. Eu achei que vocês mereciam uma segunda chance, por isso te aconselhei a se aproximar dela, mas foi você quem se apaixonou novamente, porque você amara ela todas as vezes...Não me culpe pelos seus erros!

-Você tem razão, eu amarei Regina sempre, me apaixonarei por ela todas as vezes que a conhecer... ela é o amor da minha vida, Zelena –chorei levando a mão ao rosto –Isso não é justo! Ela não merecia passar por isso. Eu não posso ter sido tão cruel –suspirei -Me dê a carta, eu quero lê-la.

 

 

 

 

                                                                                     X X X

 

 

                                                                                   Síria

 

                                                                           Dois anos atrás

 

 

 

-Se Regina não fosse a assassina de Victória, certamente eu me apaixonaria por ela –declarei ao general Gold, enquanto conversávamos ao telefone.

-Você está apaixonado pela Regina, tenente –bradou meu superior.

O silêncio se fez presente entre nós. Pela primeira vez admitiria para alguém, além de mim mesmo o que de fato sentia pela minha noiva.

-Estou cansado e farto dessa situação, general, o senhor tem razão. Eu me apaixonei por ela, amo a mulher que arruinou a minha vida –suspirei –mas que também foi capaz de dar outro sentido a ela.

-Isso é ótimo! Pelo visto a guerra foi capaz de lhe fazer enxergar que o amor sempre vencerá o ódio. Talvez esse seja o momento de você consertar essa situação.

-Infelizmente isso já não é mais possível, ontem eu fiz algo que estragará tudo, causarei um mal que jamais serei capaz de consertar.

-O que você fez?

-Ontem eu escrevi uma carta para Regina, ela foi enviada hoje. Revelei minhas intenções com ela, confessando meu desejo de vingança...

-VOCÊ FEZ O QUE?! Realmente acha que a Regina merece saber a verdade desse modo? Em algo por escrito? Uma carta?

O general questionava, incrédulo.

-Não.

-Evite que essa carta chegue até as mãos dela. Ainda essa semana enviarei alguém para ficar no seu lugar.

Após findar a ligação com o general, seguindo seus conselhos, liguei para a única pessoa que poderia me ajudar, minha irmã.

-Robin, como você está?! –proferia animada, após eu me identificar na chamada – Regina saiu há poucos minutos daqui, estávamos escolhendo o cardápio do casamento...

-Zelena, me escute, por favor... –pedi apreensivo.

-O que houve?

-Eu preciso que você não deixe que Regina leia uma carta redigida a ela. Isto é realmente muito importante. Ela não deve saber.

-Por que? O que você fez Robin? –ela parecia aflita.

-Eu cometi um grande erro.

-Você está me assustando, o que está acontecendo?

-Preciso que você me ajude apenas. Quando voltar esclareço tudo.

-Tudo bem. Verei o que posso fazer.

 

 

 

 

                                                                                        X X X

 

 

 

   Minutos após o término de minha ligação, para espanto de nossos homens, a nossa base militar presente no território Sírio fora atacada pelos próprios.

Gritos eufóricos dos soldados que estavam sendo executados ressoaram pelo ambiente, alertando a todos nós –que estávamos desprevenidos –daquele comboio repentino da tropa inimiga.

Logo a infantaria de homens presentes começou a correr em busca de seus armamentos, muitos conseguiram pegar suas armas outros morreram tentando. Enquanto isso, picapes carregando os sírios circulavam ao redor de nossa base improvisada.

 Além dos gritos de dor e desespero de nossos soldados, o ruído estarrecedor dos tiros que eram disparados, inundavam o ambiente hostil de batalha. Nossos homens eram vítimas de tiros nas pernas, peito, cabeça, ou até mesmo esfaqueados pelas lâminas que adentravam o estômago de muitos.

No entanto, nosso exército revidava como podia, com fuzis, acertavam o alvo adversário com êxito. Além da luta corporal que por vezes tornava-se necessária no combate.

  O grande medo de não poder voltar para casa se apossou de mim -, o que nunca até então havia sentido - pensei em meu filho e Regina que estava relutante quanto a minha vinda nesta guerra. A promessa que lhe fiz antes de partir veio a minha mente. Eu devo voltar.

Sou desperto de meu rápido devaneio com a aproximação do major Steves, que atônito informou:

-NÓS ESTAMOS RECUANDO OS HOMENS PARA O PENHASCO! O REFORÇO ESTÁ CHEGANDO, LEVE SEU BATALHÃO ATÉ LÁ, TENENTE!

Consenti e dentro daquela batalha disparando tiros, prossegui lutando ferozmente contra o inimigo. Até por fim reunir a maior quantidade de soldados que consegui, guiando os mesmos até o penhasco, matando quem cruzasse o nosso caminho.

 Uma chuva densa começou a cair em cântaros dificultando ainda mais nossa situação. Os trovões que ecoavam pelo céu acompanhados pelos raios, misturavam-se com o estardalhaço causado pelo tiroteio constante.

Devido a terrível tempestade o barro que se formou até a subida do penhasco era escorregadio exigindo além de rapidez força para não cair.

Encharcados por conta do temporal, enfim havíamos chegado no penhasco. Antes de partir por dentro da floresta, encarei nossa base pela última vez, vislumbrando o fogo se espalhando pelo local, a aflição dos gritos de homens que ficaram para trás. Me restando uma visão e audição deplorável.

  Seguimos nosso caminho rumo ao leste como fora combinado, chegando ao topo seríamos resgatados pela aeronave do exército. Pelo rádio portátil fui avisado que o reforço estava a caminho, ao mesmo tempo em que na segunda linha, o comandante responsável por guiar seu batalhão ao norte do penhasco clamava por socorro. Estavam brutalmente sendo atacados.

Olhei ao nosso redor; livre de comboio, liberei nossa aeronave para buscarem a eles primeiro, assim foi feito. O que não agradou os soldados da minha tropa que descontentes almejavam partir dessa batalha caótica.

Todavia, não tivemos tempo de prolongar a discussão. Logo fomos atacados pelos sírios que miravam a nós, escondidos entre as árvores. Devido a escuridão da noite e a chuva era difícil revidar, não tínhamos uma visão precisa do alvo, nossos equipamentos de apoio para ocasiões como essa, ficaram trancafiados -, provavelmente queimavam em chamas nesse momento.

O tilintar dos tiros fora ouvido novamente. Muitos soldados acabaram errando a mira, acertando o tronco das árvores, outros obtiveram mais êxito acertando o adversário.

 Assim como eles nos escondemos dentre as árvores, uma batalha de tiros havia iniciado. Alguns até mesmo começavam a ficar sem munições. Necessitávamos partir, portanto, começamos a caminhar em passos largos nos protegendo atrás de árvores ou pedras densas que continham no penhasco. Atacando com tiros enquanto tentávamos bravamente seguir em frente, com o intuito de retornarmos para as pessoas que amamos.

 Infelizmente alguns soldados do meu batalhão foram atingidos morrendo imediatamente, outros apesar de ainda conscientes heroicamente escolhiam ficar para trás deixando que nos salvássemos com mais facilidade.

Aturdidos diante da guerra de poder, continuávamos prosseguindo, porém um de meus homens escorregou colidindo ao chão, torcendo o tornozelo. Eu devia escolher, seguir em frente ou ajuda-lo, optei por ajudar. Estávamos próximos de um rio, cujo a água da chuva jazia sob ele.

Enquanto eu o ajudava a se levantar senti o calibre de algum revólver roçando em meu pescoço, o soldado que eu havia acabado de salvar rastejou-se apressado. Eu tinha duas opções; aceitar ou lutar.

 Meu rival estava prestes a puxar o gatilho, no mesmo instante, meu cotovelo surrou com força seu estômago, meu pé direito pisou o dele em um gesto ágil, o derrubei ao chão, disparando um tiro contra seu peito.

Antes que eu pudesse me virar e seguir a diante, fui fatalmente atingindo por um tiro em meu ombro, sentindo a bala adentrar meu corpo, cambaleei, em seguida outra bala brutalmente perfurou meu estômago –no momento que pareceu passar em câmera lenta, a imagem de Regina e Roland, sorridentes, veio a minha mente, “Eu amo vocês” –declarei antes de meu corpo chocar-se contra o chão violentamente, fazendo com que minha cabeça sofresse uma pancada bruscamente forte, após meu corpo fora levado pela correnteza do rio.

 

 

 

                                                                                     X X X

 

 

                                                                                 Tempo atual

 

 

 

  Atônito, dirigia pelas ruas de Washington em alta velocidade, ultrapassando até mesmo alguns carros onde era proibido. Fora desolador ler a carta que agora ocupa o banco do carona.

Meu coração se desfalecia ao saber quais eram minhas verdadeiras intenções ao me aproximar de Regina. Suspirei em desaprovação.

Pisei fundo no acelerador seguindo um único rumo em busca de minha amada, eu precisava me desculpar, pedir perdão. Suas afirmações proferidas na noite anterior repercutiam repetidamente em meus pensamentos.

“Você nunca me amou...”

-Essa parte de mim sempre amará você... –disse, meus olhos começavam a marejar.

 “Me beijava ou abraçava quando na verdade queria me mandar para um manicômio, você não tem escrúpulos! ”

-Isso não pode ser real... não pode.

Minha visão tornou-se embaçada devido ao choro de reprovação. Eu não posso ter sido esse homem, como ele viveu em mim durante tanto tempo, o que me tornou assim?

“...eu chorei em seus braços, Robin! “

Sua doce voz, soando melódica ecoou pela minha mente, a dor presente nela me causava aflição. Eu destruí a melhor parte de mim.

  Transtornado sequer prestei atenção no semáforo que mudara para o vermelho, um caminhão adentrava a rua principal, pisei bruscamente no freio, porém, não fora suficiente, meu carro colidiu contra o veículo maior. Minha última lembrança fora escutar o estilhaço dos vidros se espatifando e a camada do metal se contorcendo, no mesmo instante em que minha cabeça se chocou violentamente contra o volante do carro.

 

 

 

 

                                                                         CINCO DIAS DEPOIS...

 

 

 

“ A vida é feita de momentos de impacto e como eles mudam nossa vida para sempre. Mas e se um dia você não pudesse se lembrar de nenhum deles? ”

 

 Fora o que aconteceu comigo no ano anterior. Eu perdi seis anos da minha vida, essas memórias simplesmente desapareceram, os anos perdidos, como eu me referia. Uma simples colisão pode fazer com que eu me esquecesse de alguns anos. Uma grande jogada do destino que felizmente interveio, me presenteando com uma segunda chance. Livre de culpa e remorso.

Minha memória não melhorou conforme os médicos esperavam, para desespero das pessoas que me amavam. Assim como o meu, que durante muito tempo pensei vivenciar a pior fase de minha vida. Até Regina adentrar nela e me mostrar o que realmente é amar uma mulher. Enfrentando grandes desafios, encontrando uma maneira de ficarmos juntos.

Casamos planejando permanecer uma vida inteira juntos, até a velhice chegar. O que fora esvanecido poucas semanas após jurarmos eternizar uma vida ao lado do outro.

 Meu outro eu, precisa acordar e aprender a amar as pessoas sem temer, ele precisa voltar e redescobrir a si mesmo deixando que a sua parte mais sombria se purifique. A dor necessita ser curada por completo não apenas remendada como ele fara em outrora.

A vida lhe ensinará que a vingança é um caminho seguido pelos fracos. E que só os mais sábios, tem o poder de vivenciar o amor. Ele despertará para consertar seus erros cometidos. Uma parte minha também estará presente neste novo homem que renascerá. E essa parte lutará ferozmente a grande batalha que está por vir.

Eu estava preparado para enfrentar.

 Após dias de uma escuridão tenebrosa, em uma tarde de um dia qualquer, eu acordei. Com a visão turva, ouvindo apenas o som dos aparelhos. Despertando de meu coma. Vislumbrei a figura de uma enfermeira se retirando ás pressas do quarto branco cujo sol reluzia na janela.

-Robin... –minha irmã proclamava emocionada –você está no hospital, sofreu um grave acidente de carro –revelou me fazendo recobrar da ocasião -eu fiquei com tanto medo de te perder.

Lentamente movimentei meus braços, fitei minha mão encarando a aliança que nela constava, franzi o cenho. Eu estava casado? Questionei encarando o anel dourado.

  Após, memórias antigas acompanhadas pelas novas ocupavam minha mente. Trazendo à tona uma diversidade de sentimentos. Uns queriam vencer os outros, eu vivia uma guerra interior. Diante de tantas dúvidas eu só tinha uma certeza: pela primeira vez em um ano eu desejei não recordar.

 

 

 


Notas Finais


Chamada desse capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=q2vVUREpK94

Never let me go: https://www.youtube.com/watch?v=zMBTvuUlm98

Tema musical de QE: https://www.youtube.com/watch?v=1vUI4NqO7pI

Trailer Corações Feridos 2:
https://www.youtube.com/watch?v=RAT7CZo8diM

E aí o que acharam? O que aconteceu com a Regina nesses dias que passaram? Superei as expectativas? Agora que Robin recuperou suas memórias que tipo de homem ele será? Ruim? Bom?
Me deixem seus comentários, por favor... estou muito curiosa quanto a reação de vocês.
Já peço desculpas se algo ficou a desejar, se houve alguma falha, de sentimentos ou algo do tipo... foi realmente um capítulo muito difícil de escrever, com muitas emoções envolvidas e também ações...
Observações:
*A frase que está escrita após os cinco dias, é de um filme, onde a personagem perde a memória;
*No final, quando Robin recupera as memórias sua parte boa estava narrando, querendo dizer que sua parte ruim teria que voltar para que ele pudesse ter seu recomeço, por completo. (Eu sei coincidentemente o que vimos na série)
*O poema do começo foi escrito por uma leitora, logo nos primeiros capítulos da fanfic;
*Ainda tem questões da polícia para serem resolvidas, e sentimentos a mais para serem descritos, não se preocupem quanto a isso, só gostaria de deixar claro que nem tudo pode ser resolvido nesse capítulo, certo?
Ele serviu para que vocês pudesse ter uma visão do que os personagens estão sentindo nesse primeiro momento, pós verdade descoberta... tem mais a ser explorado ainda...
Bom, acho que é isso, nos vemos semana que vem, não me matem! ME DIGAM O QUE ACHARAM... BEIJOS ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...