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História Quatro Estações - Volta para mim


Escrita por: TaisWriterOQ

Notas do Autor


Olá, para quem está surtando que nem eu com esses painéis!!!
Eu iria att na Terça, mas muitas de vocês estavam curiosas para saber o que aconteceria, então pensei e até mesmo para mim ficaria melhor se eu att hoje mesmo.
Espero que gostem, venham sofrer comigo... vocês pediram e Regina está com um temperamento relutante neste capítulo, já Robin...
Boa leitura!

Capítulo 26 - Volta para mim


Fanfic / Fanfiction Quatro Estações - Volta para mim

                                                                 “Nesta noite de estrelas imóveis


                                                                                  Seu coração é alérgico a mim
                                                                                   Ainda bate em mim por erro
                                                                                         Um milímetro atrás
                                                                  Respiro em um congelador e não sairei jamais

                                                                      Já não curarei tua solidão
                                                                                   Quando a cidade dormir
                                                                                  Não estarei aqui para ouvir
                                                                                      Suas histórias tontas
                                                                         Não, porque você tem medo de sentir
                                                                             Porque você é alérgico a sonhar
                                                                                         E perdemos a cor
                                                                              Porque você é alérgico ao amor

                                                          Vou caminhando em tempestades elétricas


                                                                          À procura de algum território neutro
                                                                              Onde não ouço falar de você
                                                                              Onde eu aprenda a esquecer
                                                                                A não morrer e a não viver
                                                                                     Tão fora do lugar... “

 

                                                                                                                           Alérgico- Anahí

 

 

                                                                               Regina

 

 

 

-Robin...

Proferi o nome de meu marido em um murmúrio, ainda incrédula.

Sentia meus olhos arderem em lágrimas que eu devia controlar. O contato visual entre nós não fora interrompido, até as palavras de minha tia a seguir:

-Espere... Robin? O seu Robin? Seu marido?

A mais velha questionava tão surpresa quanto nós.

-Sim –confirmei atônita.

-Regina, nós precisamos conversar.

Declarou meu marido, largando a mala no chão, caminhando lentamente até meu encontro.

-Não chegue perto de mim!

Gritei aturdida, o assustando, fazendo com que o mesmo recuasse um passo atrás. Após, subi os degraus da escada tão rapidamente quanto desci.

Enquanto corria até meu quarto, escutei movimentações bruscas no andar de baixo. Suponho que Robin tentou vir atrás de mim e minha tia o impediu, pois eu escutei sua voz que exasperada me chamava:

-REGINA! REGINA!

-Você vai ficar aqui, enquanto eu falo com minha sobrinha, o senhor já fez muito mal a ela... –foram as palavras que consegui ouvir antes de entrar em meu aposento ao pranto com as mãos trêmulas.

Caminhava de um lado para o outro, aflita, o mundo não parecia acabar apenas lá fora com a chuva que caia, interiormente eu também desabava.

-Querida, como você está?

Perguntou minha tia preocupada, corri em seus braços me jogando nestes, enquanto deixava que as lágrimas fossem derramadas. Os meus soluços agudos ressoavam pelo recinto, enquanto Granny afagava minhas costas, em uma tentativa de me acalmar.

-Por que, tia? Por que? Eu não estava preparada...

Lamentava me desvencilhando de seus braços, secando as lágrimas que insistiam em escorrer. Logo a mesma segura minhas mãos ao sugerir:

-Se você quiser, eu posso mandar ele embora, dizer que não quer lhe ver...mas, a tempestade está forte lá fora, ele me disse que estava empenhado na estrada, procurava por ajuda e um lugar para ficar. Se ele for, eu não sei o que pode acontecer...

Depois de muito pensar, respondi.

-Deixe ele ficar –funguei –Mas, diga para ele ir amanhã, bem cedo, afirme também que... eu não quero vê-lo.

-Claro. Mas, não sei se ele irá se conformar...

-Pois terá que aceitar, eu não quero encará-lo novamente –pontuei ríspida.

 Após ela se retirou, me deixando sozinha. O pior de encontrar com meu marido foi perceber que ainda existia amor, o sentimento tão forte que nem a dor era capaz de apagar.

  O dia apesar de enegrecido alvorecia, deixando para trás a noite que parecia não findar. Horas intermináveis de sentimentos que eu tentava negar. A tempestade passageira havia ido embora, assim como Robin que também partiria.

 

 

 

 

 

                                                            

                                                                              Robin

 

 

  Encontrar com Regina fora um estio em meio a tempestade. Escutar a mesma pronunciar meu nome, mesmo que assustada, era uma sensação maravilhosa, apenas ouvi-la. Entretanto, após instantes, ela gritou comigo, queria me manter longe, como se eu fosse machucá-la, porém, eu não podia questionar, pois fora isso que eu fiz durante tanto tempo.

Atônito, não sabia o que fazer, assim que a mesma decidiu sair correndo escada acima, me desesperei. Ela fugia de mim.  Tentei ir atrás dela, no entanto, a senhora dificultou minha passagem, não permitiu que eu fosse atrás de minha esposa.

Com os punhos sobre meu peito ela me impedia ao mesmo tempo em que esbravejava:

-Você vai ficar aqui, enquanto eu falo com minha sobrinha, o senhor já fez muito mal a ela.

Essas foram suas palavras antes de subir.

 Nervoso me sentei sob um dos degraus, passeando a mão pelos cabelos molhados, ainda surpreso pela coincidência. Todavia, angustiado pelo que viria a seguir. Regina estava sofrendo, era visível, e o pior de tudo é constatar que eu faço parte desse sofrimento.

O tempo parecia não passar enquanto eu aguardava pela resposta que não chegava. Perturbado. Sentia um nó na garganta e uma vontade estimulante de chorar.

-Você pode ficar aqui está noite.

Dissera Granny, descendo as escadas, me levantei em seguida.

-E Regina? Eu posso conversar com ela?

-Ela não quer falar com você, nem lhe ver, pediu para que vá embora assim que amanhecer.

-O que? Não...

-Respeite a decisão dela, o senhor sequer deveria estar aqui, Regina têm sofrido muito essas últimas semanas, quando Henry morreu –a voz da mais velha embargou- Pensei que ela não fosse aguentar...

-Então, ele... –murmurei entristecido, a senhora a minha frente consentiu. Levei a mão até meu rosto, deslizando pelo mesmo –Minha esposa? Como ela tem lidado com tudo isso?

-Regina tentou escolher a saída mais fácil –a senhora movimentava a cabeça em desaprovação, eu a fitava sem entender –Ela tentou se matar.

Fora naquele instante que meu olhar lacrimejado permitiu que uma única lágrima fosse derramada. Absorvendo aquela informação, indignado comigo mesmo, caminhava de um lado para o outro.

-Ela disse que não tinha mais seus pais, seu marido, estava sozinha, que não tinha mais razões para continuar vivendo.

-Ela tem a mim, eu a amo!

Afirmei desesperado.

-Mas, não é isso que ela pensa... Eu tenho rezado muito pela minha sobrinha nesses dias, pedindo que uma luz ilumine seu caminho, então você chegou. Apesar de discordar com o que você fez a ela, uma crueldade sem tamanho –opinava com razão –Talvez somente você poderá salvá-la.

 

 

 

                                                                                X X X

 

 

Após a conversa devastadora com a tia de minha mulher, a senhora me encaminhou até meu aposento. Este que sequer consegui dormir, refletindo tudo que havia descoberto. Sem conseguir acreditar que Regina havia perdido a vontade de viver.

Ambos havíamos mudado. Afinal, a vida muda constantemente, ás vezes mudamos por escolha própria, outras vezes as circunstâncias nos mudam.

 Apesar de relutar, eu não iria embora sem antes conversar com Regina. Ela precisa saber como eu me sinto, lhe apoiar neste momento tão difícil. Necessito dizer-lhe: eu te amo.

 A noite parecia não terminar, enquanto meu coração parecia alçar voo ao encontro de minha esposa que estava tão próxima de mim e ao mesmo tempo tão distante.

 Ás 05:23 da manhã ao fitar pela enorme janela o lugar onde me encontrava, pude apreciar sua beleza, entretanto, logo após a imagem de Regina encarando o mar a sua frente, perdida em suas próprias reflexões, se fez presente. Aquele era o momento.

 Caminhei pela areia da praia lentamente, com o intuito de que a mesma não percebesse. Os cabelos de minha esposa eram desgrenhados pelas lufadas de vento, assim como sua saia rosa que roçava no contorno da bota marrom, voava. Abraçada a si mesma se protegia do ar frio, aquecida pelo casaco bege de crochê.

Estava tão próximo que o nervosismo parecia me acometer. Até a mesma avistar minha chegada. Sequer hesitou, pelo contrário, seguiu fitando o horizonte cinzento.

Lado a lado, parei apenas quando nossos ombros se roçaram, um contato eletrizante. As mãos nos bolsos da jaqueta indicavam minha apreensão. Após semanas de busca, eu estava ao lado da mulher que amava.

-A última vez que estivemos em uma praia foi na nossa lua de mel... –recordei, quebrando o silêncio entre nós.

 

 

 

    A cálida tarde de verão trazia consigo um mar agitado. Eu e minha esposa juntávamos conchinhas caídas sobre os grãos de areia, as mesmas que o mar trazia para a gente. De pés descalços, sentíamos a água rasa nos molhar. As mãos enlaçadas em cumplicidade, assim como os olhares profundos de sentimentos.

-Eu nunca vou me cansar de estar em sua companhia –revelou Regina, me empurrando levemente com seu ombro.

Sorridente, fiz o mesmo com ela, após retruquei:

-Nem mesmo quando eu for um velho de 70 anos pedindo por uma sopa quente no auge do inverno?

-Farei com muito apreço, esperando que não fique bravo por eu esquecer de colocar o sal.

Regina respondeu descontraída entrando na brincadeira.

Paramos de caminhar, no instante seguinte, pousei minha mão em seu rosto, traçando-o com meu polegar.

-Eu te amo.

Pontuei, após depositei um beijo casto em seu lábio até o ar ser escasso.

-Acho melhor voltarmos, está começando a anoitecer.

Sugeriu minha esposa.

 Já na pousada onde nos hospedamos, optamos por ficar na varanda, admirando o sol se pôr. Ambos bebíamos Coca-Cola, planejando voltar a beira mar para catar conchinhas no dia seguinte. 

 

 

                                                                      ( Alérgico- Anahi )

 

 

-Eu só queria esquecer, perder minhas memórias como aconteceu com você, queria esquecer que um dia te conheci.

Revelou desprovida de emoções encarando apenas o mar.

-Você não sabe o que está dizendo... –revidei com o coração machucado por aquela péssima escolha de palavras. Eu não queria que minha esposa me esquecesse, apesar de sentir que ela já me esquecia.

-E você não sabe o que eu estou passando.

-Eu sinto muito pelo seu pai...

Proferi sincero, no entanto, ela sequer parecia me ouvir.

-Sabe, Robin, eu me sinto vazia... não há sensação pior. Eu não sinto nada. Não há dor, amor, ódio, desprezo. Só um vazio. É como se eu fosse uma pessoa sem sentimentos. Ás vezes penso que... –após uma pausa, prosseguiu –Estou enlouquecendo, como você queria –revidou com amargura –Parabéns pelo êxito de sua missão, tenente.

Aquelas afirmações doíam mais que qualquer palavra proferida até então. Regina estava corrompida, assim como eu estive um dia, inanimada. O amor dela desvanecia.

-Me desculpe...

-Pelo que? Por ter mentindo para mim todos esses anos? Porque isso eu não consigo desculpar. Eu amei um homem que não existiu, uma mentira.

-Foi uma mentira até eu me apaixonar por você.

-Você escolheu me odiar...

-Não! Eu escolhi te amar –apesar de afirmar essas palavras, Regina ainda não era capaz de me encarar -Quero me desculpar por não dizer que amava você, mesmo sabendo que lhe amava. Regina, eu te... –acompanhado pelo som das ondas se quebrando, eu declarei o que uma parte de mim insistiu tanto tempo em negar –Eu te amo.

No entanto, as palavras que lhe sussurrei pareciam ser levadas ao vento.

-Não me diga mentiras, você não sabe o quanto dói.

Proferiu com a voz entrecortada, o olhar marejado me fitava de relance.

-Por que você não fala tudo isso olhando nos meus olhos?

-Porque, eu não consigo encará-los e ver que todas as vezes que você disse que me amava estava mentindo.

-Eu não estou mentindo, Regina, olhe para mim. Veja que eu ainda estou aqui, por favor, apenas decifre o que meu olhar está dizendo, por favor.

Pela primeira vez ela me encarou.

-Me perdoe, por favor. Espero que um dia me deixe te amar, como você me amou.

-Você nunca me amou de verdade, não pode amar novamente.

-Regina, eu te amo, é verdade! Eu cometi um erro terrível, sim, mas estou arrependido. Eu não posso ser nenhum dos dois homens que você se apaixonou, os dois vivem em mim, e isso é uma loucura, mas eu aprendi com eles, e hoje sou um novo homem. Com mais erros que acertos, mas estou disposto a recomeçar. Recomece comigo também –pedi, a voz embargada era acompanhada pelo olhar lacrimejado enquanto dispunha a Regina meus sentimentos, que tanto me perturbavam –Eu sou uma bagunça, eu sei, mas sou uma bagunça perfeita se você estiver comigo –me aproximei de minha esposa até ser capaz de sentir minha respiração junto da dela, a mesma me encarava confusa, como se não soubesse o que fazer –Volta para mim? Por favor.

Murmurei roçando nossas testas enquanto minhas mãos afagavam a pele de seu rosto que tanto senti saudade. Ambos com as respirações desreguladas, prossegui:

-Eu quero me tornar alguém que você possa amar sem se machucar.

-Minha vida será mais fácil se você não estiver nela –dissera rude. Afastando-se dos meus braços –Eu não vou voltar para você, esqueça que um dia me conheceu, vá embora. Desista de mim.

Fora quando ela pediu para eu desistir que eu decidi lutar.

 

 

 

                                                                              Regina

 

 

  Os olhos de meu marido, tão azuis quanto o mar a nossa volta, me encaravam com relutância, como se jamais fosse fazer o que lhe foi pedido. Eu não acreditava em suas confissões tampouco no amor que afirmava sentir.

Contudo, no instante, que nossas testas roçaram uma na outra e nossos lábios quase selaram um beijo, eu senti tudo que deveria evitar.

Cada vez que Robin dizia me amar, eu preferia acreditar que fosse o contrário. Portanto, eu decidia machucá-lo, com palavras, mas ele não desistia.

-Eu não vou deixar que aconteça com você o mesmo que aconteceu comigo, não se torne o mesmo que eu me tornei. Você precisa de alguém em quem se segurar e que não lhe deixe cair. Eu tentei me segurar uma vez, mas me soltei, porque não me achava o suficiente. Quando me soltei, me corrompi. E eu não vou deixar você se soltar.

-Eu não preciso da sua ajuda. A única coisa que eu quero de você é que vá embora e suma da minha vida. É apenas isso que eu quero.

-Eu posso ir embora hoje, como está me pedindo, eu sei que tem enfrentado muitos problemas, não quero ser mais a causa de nenhum deles. Mas isso não quer dizer que eu esteja desistindo de você, nunca desistimos de quem amamos, estou disposto a morrer lutando, posso naufragar no mar, mas até me afogar não irei desistir. Ao contrário do que disse aquela noite em seu apartamento, eu aprendi o que é amar alguém, porque você me ensinou como é amar uma mulher.

Dito isso, depositou um beijo casto em minha bochecha antes de partir. Esbocei um sorriso melancólico enquanto o observava se afastar. Eu estava quebrada para jamais cicatrizar.

  Horas depois da partida de meu marido, sua presença ainda surtia efeito sobre mim. Resolvi caminhar pela praia como fazíamos em outrora, catando conchinhas a beira mar, entretanto, para meu desespero, um objeto circular dourado fora encontrado reluzente de brilho, cravado sobre os grãos de areia. Não poderia ser, mas era. A aliança que deveria ter sido levada pelo mar estava em minhas mãos novamente.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Link música: https://www.youtube.com/watch?v=uajybY-z4Vg

E ai? Eu disse que a Regina estaria mais seca que as folhas de outono...
Gente, um comunicado importante, amanhã eu inicio minhas aulas na universidade, por isso resolvi atualizar hoje para não fazer correria durante a semana, portanto, é bem provável que agora eu atualize a fic entre Sexta ou Domingo, feriados... Certo?
Preparem-se para os três últimos capítulos da fic, aguardo vocês no antepenúltimo capítulo...
Beijoss


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