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História Quatro Estações - Como se apaixonar?


Escrita por: TaisWriterOQ

Notas do Autor


Boa noite genteee ♥ como puderam perceber estou aqui, e a fic para minha própria surpresa está sendo atualizada essa semana. Digamos que, meus planos não saíram como pretendia.
Presente de natal... ♥
Esse capítulo irá demonstrar um ambiente novo na história, qual eu tava eufórica para escrever. ♥ :)
Nesse capítulo também temos momentos OutlawQueen.
Peço para que escutem a música no momento especificado, comecem o capítulo ouvindo:
—Richard Marx: Right Here Waiting (link nas notas finais) o trecho que da inicio ao capítulo, é parte da canção.
No meio do capítulo, tem outra indicação essa se trata do novo ambiente situado na fic. Um clássico musical do piano. (link nas notas finais)
Espero que gostem. Boa leitura! ♥

Capítulo 8 - Como se apaixonar?


Fanfic / Fanfiction Quatro Estações - Como se apaixonar?

                               

                                                                     “Aonde quer que você vá,

                                                                     O que quer que você faça

                                                         Estarei bem aqui esperando por você

                                                                 Seja lá o que for necessário

                                                           Ou como meu coração fique partido

                                                          Estarei bem aqui esperando por você

                                         Me pergunto como podemos sobreviver a este romance

                                                               Mas se, no final, estiver com você

                                                                       Eu aceitarei a chance...”

                                                                                            Richard Marx - Right Here Waiting

 

 

Sábado.

Um dia da semana como qualquer outro. Porém, para Robin, representava apreensão. Estava mergulhando em mar desconhecido. Onde não conhecia nada mais que um olhar constituído de emoções, algumas pode-se dizer capaz de decifrar, outras nem tanto.

Caminhava ao lado dela, Regina Mills. Sua noiva, antes do lamentável ocorrido. Mas, que naquele momento, era impossível saber quem ela era. Pior ainda, o que eles eram?

  No fim da tarde em que Robin fora diagnosticado com amnesia, recebera a ligação de Regina. A mesma havia lhe convidado para sair, tentaria ajuda-lo com a possibilidade de que pudesse recuperar resquícios de sua memória. Nem sequer teve a oportunidade de negar, pois Zelena, que estava ao seu lado, tratou de aceitar de imediato.

Ele teria um encontro, melhor, um reencontro.

 Durante os dois dias que se sucederam, após aquele convite, o homem procurou por argumentos, na tentativa de evitar encontrar-se com Regina. Não estava preparado. Todavia, suas razões não foram capazes de convencer seus irmãos. Ambos acreditavam que ela poderia ajuda-lo de fato.

Usaram uma demanda de justificativas para fazê-lo mudar de ideia. Aderiu a sugestão de seus irmãos, era o certo a se fazer. Deveria seguir o conselho destes, afinal, um homem sem memórias não tinha muitas opções. E talvez aquela mulher pudesse ajuda-lo. Quem sabe recuperaria fragmentos, mesmo que pequenos, já seriam relevantes.

Contudo, se isso não fosse possível, talvez a presença dela fosse capaz de lhe recobrar sentimentos... Certamente deveria sentir algo por ela, certo? Caso contrário, não a pediria em casamento sem amá-la, ou estar ao menos apaixonado por ela. O que considerava incoerente. Visto que, não se imaginava dividindo sua vida com outra mulher que não fosse Marian.

Não compreendia como havia terminado o amor entre os dois. Pior ainda, admitir que o término se deu por conta de seus erros, do homem sórdido que se tornara, ao longo desses anos que o próprio desconhecia.

 Robin estava com as mãos no casaco, enquanto perdia-se naquele devaneio silencioso. A praça onde estavam, era coberta por vastas folhas de outono, uma beleza oriunda que a estação trazia consigo. O sol brilhava no céu coberto por nuvens. Era um belo lugar para estar em família.

-Nós costumávamos vir aqui com Roland – Regina comentou. Percebendo a distração do homem ao seu lado. Pouco mais de uma hora havia se passado desde que chegaram ao local. Nada mais que meia dúzia de palavras foram trocadas desde então.

A mulher começava a questionar-se se aquele convite não fora um equívoco. Era notável o quanto Robin estava distante.

-Ele devia se divertir muito aqui – ele proclamou, fitando a pracinha com brinquedos. Onde crianças corriam até o escorregador, outras pediam para os pais empurrar o balanço com mais força...

-Sim. Muito. – sorriu, colocando uma mexa de seu cabelo atrás de sua orelha -Nós também. –disse, um tanto receosa.

O homem percebeu que ela parecia divagar. Certamente tomada por recordações. Um sorriso muito bonito se formou na face da mulher. Robin não pode deixar de perceber. Naquele momento, o mesmo teve certeza de que ela era apaixonada por ele. Um certo desconforto tomou conta do próprio, por instantes, aquele sorriso deslumbrante lhe despertou a curiosidade de saber mais sobre os dois.

-O que costumávamos fazer aqui? –perguntou, curioso.

Sorridente pelo interesse que Robin começara a demonstrar, ela respondeu.

-Nós dois caminhávamos de mãos dadas, enquanto ouvíamos os pássaros cantando suavemente – sorriu, conseguia lembrar-se com exatidão de cada momento vivenciado com o homem que estava ao seu lado. –Nos sentávamos nos bancos, enquanto cuidávamos Roland brincar, e quando estávamos sozinhos, as vezes observávamos as pessoas ao nosso redor, uma vez criamos até mesmo histórias para elas. –Gargalhou.

-Eu sempre tive a mente fértil –ele comentou. Um breve sorriso se apossou do rosto esguio do homem. Não apenas pela história que a mulher narrava, e sim pela gargalhada dela que era tão encantadora quanto seu sorriso.

-Eu também- ela respondeu. O riso já não era mais presente no rosto dela, fora substituído por uma expressão mais contida. Era triste, saber que infelizmente ele não podia lembrar-se de momentos tão singelos. Não havia o que dividir. Ele até mesmo poderia sorrir, porém não lembrava. Seu olhar perdido toda a vez que a fitava era a prova disso.

Poderiam estar lado a lado, e mesmo assim estavam distantes.

 Minutos depois, continuavam a caminhar pela praça. Era fim de tarde e o ar fresco começara a se prenunciar.

-Você está com fome? –Regina perguntou. Ao vislumbrar o carrinho de hot-dog, que tantas vezes os alimentara em seus passeios. Sequer lembrava-se qual fora a última vez que esteve ali.

-Senhorita Regina. –o senhor de cabelos brancos falou sorridente a encarando, logo fitou Robin – Tenente – acenou com a cabeça, o riso ainda presente.

Robin retribuiu o gesto, apesar de não saber quem era. Arriscava dizer que aparentava ser uma boa pessoa. O que fora confirmado diante da reação de Regina que esboçou um sorriso ainda maior que o que ele conhecia.

-Gepeto! – exclamou com animação.

-Quanto tempo? – o mais velho perguntou. Algo banal para tantos, que a fez perder o riso pela segunda vez naquela tarde.

-Um ano – ela proferiu, penosa.

O que não passou despercebido por Robin. Equivalia o tempo em que ele esteve em cativeiro. A curiosidade sobressaltou nos seus pensamentos; havia ela deixado de frequentar os lugares devido a sua ausência? Caso fosse, seria para esquecê-lo, ou evitar sofrimento? O que ela fez durante aquele ano?

-Há última vez que os vi, vocês estavam animados com o casamento. Eu via a paixão nos olhos de vocês – dizia o senhor, sem perceber a mudança no semblante do rosto de Regina. A mulher abriu a boca para responder, porém nada conseguiu dizer. Já Robin, estagnara nas últimas palavras do mais velho: “eu via paixão nos olhos de vocês”. -Vocês já casaram? –o mais velho continuou a falar, somente após encarar Regina, percebeu que algo estava errado. A mulher aparentava nervosismo, e o homem parecia divagar, como se tentasse lembrar de algo.

-Não. Digamos que... Coisas ruins aconteceram.

O mais velho apenas consentiu, sem graça. Seu desconforto era nítido. Sendo assim, mudou de assunto.

-O que vão querer? –inquiriu.

-Dois cachorros, um deles sem mostarda e milho, um suco natural de maracujá, e outro de abacaxi. –pediu Regina. Surpreendendo Robin, ela sabia de suas preferências, e do que o próprio não apreciava.

Ela o conhecia.

Poucos minutos depois, os pedidos ficaram prontos. Sentaram-se no banco mais próximo. Saboreavam o alimento com muito gosto.

-Pelo visto, nós vínhamos muito aqui –ele comentou, por fim, apontando para o senhor que sorria enquanto conversava com outros clientes.

-Todos os sábados, desde que você me apresentou ao Roland – Regina proferiu naturalmente. Um riso contido surgiu em seu rosto ao perceber que Robin havia sujado o canto de sua boca com catchup.

-O que foi? –ele perguntou, confuso.

-Você está... – ela gesticulou com o dedo indicador.

O tenente sorriu. Sequer percebeu que Regina depositara sua delicada mão em sua face para limpa-lo. Sutilmente com um guardanapo de papel. Ele pode perceber a intensidade que os olhos dela exalavam.

Podia sentir a respiração descompassada dela.

-Pronto – disse Regina por fim, afastando-se com seu coração saltitante. Por um momento pensou em beija-lo, mas se conteve. Não queria assusta-lo, afinal ela não passava de uma desconhecida. –engoliu em seco –Desculpe.

Murmurou encarando as mãos. Seu nervosismo era evidente.

-Tudo bem –ele proclamou, depositando sua mão sob a dela. Seus olhares se encontraram, silenciosos.

-Obrigada... –ela disse. Percebendo a confusão que se instaurava nos olhos azuis intensos do homem, ela continua –por aceitar esse convite.

-Zelena e David acreditam que isso seja bom para mim.

Decepção se sobrepôs nos sentimentos de Regina. Ele não estava ali por vontade própria, e sim para agradar seus irmãos. Robin não fazia questão de se lembrar da história de amor que constituíram juntos. Aquele encontro não passava de uma obrigação.

O tenente encarou o relógio pela terceira vez, em menos de uma hora. O que ficou claro para Regina. Ele queria ir embora.

-Você quer voltar para casa? –perguntou, esperando uma negação como resposta. Porém, ela não veio.

-É que... –Robin levou a mão ao cabelo, ato que fazia quando estava nervoso –Bem, eu tenho outro compromisso. Vou me encontrar com Marian e Roland. –finalizou, sorridente.

-Eu pensei que nós fossemos jantar juntos. –lamentou.

 Sua voz era carregada de uma tristeza. Talvez, ele nem percebesse, afinal, não a conhecia. Mas, aquela tarde não fora como imaginava. Tinha consciência de que não seria fácil. Todavia, esperava ao menos a colaboração de Robin que, em um primeiro momento, parecia ser cordial, até lhe revelar estar ali pelos seus irmãos. Quando na verdade ele queria estar com ela.

Infelizmente o seu passado era o seu presente. E era onde ele queria estar.

-Fica para a próxima. –Robin disse, educadamente.

 

 

                                                                               X X X

 

                                                        Escola de música Isabelle French

 

 

  Pouco mais de uma semana, antes mesmo do retorno de seu tio, Louisa começara a frequentar a renomada escola de música clássica de Washington. Com a ajuda de Regina, a jovem conseguira convencer a mãe a começar a realizar um de seus sonhos.

A música.

Idolatrava a suavidade e leveza que uma melodia quando tocada com sentimento pode proporcionar a alguém, tantas emoções. E ela amava. Amava a sensação de propiciar momentos solenes aos que a escutavam. Ou, contemplava quando a própria era a telespectadora do ato. Como naquele instante, caminhava pelo saguão, sua aula começaria em poucos minutos. Porém, seus instintos a guiaram para outra direção.

Onde uma bela melodia era executada. Conseguia sentir a sutileza de quem a tocava, havia amor. O principal estimulo que alguém deve ter pelo que faz. Paixão, esta que jamais deve se esvanecer.

Nas costas, a jovem carregava seu violoncelo. Com o auxílio de seu bastão de hoover, se localizava no ambiente que ainda era novidade. Sem delongas entrou. A sala possuía um aroma encantador. Não podia enxergar, mas apenas pelo cheiro, e pela claridade que lhe atingia, teve a certeza de que o local era propicio a inspiração para qualquer músico.

E, de fato, era. A sala de um único piano se localizava no segundo andar. Uma imensa janela era responsável pela claridade no ambiente em dias ensolarados, ou por manhãs e tardes chuvosas onde a água jazia pelo vidro, o que não deixava de ser inspirador. As paredes claras insinuavam um lugar ainda mais tranquilo propenso ao efetivo musical. No restante da sala, havia um violoncelo, saxofone, e um violino. Todos desocupados.

                                                                Clair de Lune – Cloude Debussy

 

   Os dedos de Benjamim variavam sobre as teclas do piano. A música tinha aquela essência, transportar para outra dimensão. Era o que acontecia naquele momento, guiado pelo seu talento, o jovem de cabelos negros, pele alva, olhos castanhos, e rosto perfeitamente delineado tocava com desvelo, a cada nota que constava na partitura. Até ter sua atenção voltada a uma jovem que adentrara o recinto.

Era notável que ela possuía rara beleza, que nem sua deficiência era capaz de ocultar. A jovem lhe encantara desde sua chegada. Certa tarde da semana anterior escutara a mesma executar uma das mais belas melodias de Beethoven, suas notas nas cordas do violoncelo eram tão precisas e cativantes na mesma proporção.

Percebia a timidez da garota, apenas na maneira que a própria se movia. O que a deixava ainda mais encantadora. Sorriu. Nunca esteve tão feliz em agradar alguém como o fazia naquele instante, afinal, o deslumbre dela estava estampado em sua face, a cada passo mais próximo. Até a mesma estagnar, assim que Benjamim interrompera a melodia, deixando-a pela metade.

-Por que parou? –perguntou Louisa.

-Não costumo ter uma plateia –respondeu pensativo, não poderia dizer que interrompera a melodia para escuta-la. Afinal, sua sutileza com o violoncelo o deixara curioso há alguns dias. Receoso, não a procurou, devido a deficiência de Louisa, não saberia como agir. Porém, seus conceitos mudaram no momento que a vislumbrara entrando pela porta de vidraça. O destino havia a colocado em seu caminho.

Pelo tom da voz dele, a jovem pode facilmente perceber que se tratava de um rapaz da sua idade, ou um pouco mais velho talvez. O que a fez enrubescer.

-Não precisa ficar com vergonha –Benjamim proferiu suavemente, o que a fez notar que ele não era delicado apenas no manuseio de instrumentos.

Pode ouvir passos se aproximando, e um aroma que poderia confundir-se com café se apossar de suas narinas. Ele estava próximo.

-Você toca perfeitamente bem, é uma bela nota musical. –vociferou nervosa, sequer cogitara a hipótese de ser um simples aluno que possuíra o dom de executar notas impecáveis. Jurava que fosse de alguma professora da instituição. –Desculpe se te atrapalhei.

-De forma alguma –proclamou, já estava a sua frente. –você também me surpreendeu na semana passada.

-Sério? –inquiriu, surpresa.

-Tão bem quanto eu.

-Não exagere.

-Não costumo exagerar. – o silêncio fora instaurado, Benjamim aproveitava para analisar a garota de vestido florido, e casaco vermelho a sua frente. Delicada e romântica. –Você é nova por aqui, não é?

-Sim. Cheguei na semana passada. –respondeu colocando uma mecha atrás de seu cabelo, um sinal de nervosismo. Nunca ficara mais de poucos minutos conversando com um rapaz. Desejou saber como ele era, qual deveria ser sua aparência?

-Eu preciso ir para a minha aula.

-Não gostaria de ficar mais um pouco, e, quem sabe, aprender a tocar um outro instrumento? –perguntou, na tentativa de mantê-la por um pouco mais de tempo. A jovem ruiva lhe despertara uma curiosidade que ele estava disposto a desvendar.

-Não sei se devo, ao menos lhe conheço.

-Uma música apenas. –insistiu.

-Tudo bem. –aceitou, e nem sabia o motivo. Se sua mãe soubesse, certamente desaprovaria. Sua mente tinha ideia disso, porém seu coração que de forma saltitante batia, o que a própria desconhecia. Aceitara aquele pedido.

 

                                                                                     X X X

 

 

  -Quando você vai voltar para o seu apartamento? –perguntou Regina, na tentativa de inicializar um assunto com o homem no banco do carona. Afinal, o próprio ficara em um silêncio contínuo durante o caminho de retorno. Provavelmente pensava nela.

-Me parece que o contrato de aluguel termina dentro de duas semanas. Espero gostar de lá. –ele finalizou.

-É um lugar formidável. –Regina comentou, com um breve sorriso.

O caminho que para ele fora longo. Foi concluído. Já em frente à casa da irmã, Robin tirava o cinto de segurança.

-Foi divertido o passeio. –ele disse.

Porém, Regina percebia que o mesmo estava sendo educado apenas. Afinal não houve nada de divertido para ambos. Embora tivessem trocado algumas risadas, não fora agradável.

-É bom saber que gostou –proferiu apesar de pensar o contrário.

Robin abriu a porta do carro, parou assim que sentiu o toque dela.

-Espere- ela pediu. O que o fez parar de imediato.

-Leve com você, se quiser olhar... –disse entregando um álbum de fotos do casal –talvez possa ajudar. –finalizou.

O homem a fitou por segundos pegando o objeto.

-É, talvez possa... – concordou, tentando decifrar aqueles olhos castanhos. Aquela mulher era uma incógnita.

-É melhor você ir... –suspirou, seus olhos começavam a demonstrar a confusão de sentimentos que sobressaltava em seu peito –para não se atrasar.

-Até a próxima. –ele proferiu, por um momento pensou em perguntar como ela se sentia, mas hesitou. Aquilo poderia piorar a situação que já era constrangedora.

-Até. –despediu-se fingindo um sorriso, quando na verdade queria chorar.

Estava liberando-o para outra. Com quem ele realmente queria estar. Ver seu amor se retirar sem ao menos lhe dar um rápido beijo. Era devastador. A dor era sua companheira fiel desde o ano anterior. E, agora, quando tudo poderia voltar ao normal, ela desencadeou um novo equívoco. O esquecimento.

Tinha consciência de que ela não passava de uma memória vazia.

 

                                                                            Dois anos antes

 

  As gargalhadas de Roland eram audíveis por metros de distância. Robin observava o filho se divertindo com Regina. Encontravam-se na praça que costumavam ir todos os sábados. A mulher estava tão feliz quanto o menino. Devido ao pedido de casamento, o sorriso estampado no rosto dela chegava a ser deslumbrante. Só não era mais encantador que seu aroma.

Ver a interação dela com Roland o agraciava e preocupava na mesma proporção. Iria conceder uma segunda mãe ao seu filho por um período de tempo, para separa-los depois. Sabia que o menino sofreria. Infelizmente, ele não seria o único.

Regina, com seu jeito doce, que ele já não sabia mais se era atuação, ou realidade. Conquistara a todos de sua família. Sua vingança afetaria até mesmo as pessoas que amava e que não queria fazer mal.

 Seus planos decorriam como planejava, mais rápido que o previsto. Regina estava perdidamente apaixonada. Porém, havia uma contradição. Ele não estava tão feliz quanto deveria. O remorso se sobrepôs sobre as demais conquistas. Sua compaixão, ou seu lado humano, pode-se dizer, estavam falando mais alto.

Regina Mills, a culpada pela sua desgraça, também era responsável por cada um dos sorrisos de seu filho. A medida que o tempo passava, ele tinha certeza de sua suposição. Regina assemelhava-se a um labirinto, cujo o próprio não sabia que caminho seguir.

Pela primeira vez em onze anos de relacionamento, sugeriu a si mesmo o benefício da dúvida. O que de fato ela era? Um anjo? Um demônio? Ambos?

-Vocês serão uma família linda e feliz. –comentou o senhor de cabelos brancos, enquanto finalizava o preparo do último pedido.

Um breve sorriso se formou na face do homem astuto, cujo o devaneio fora interrompido. Havia uma mentira naquele comentário que só ele conhecia, “uma família linda”, pode-se dizer que sim, porém “feliz”, nem tanto.

-Eu acho tão bonita a forma afetuosa que você olha para eles, eu vejo amor e paixão. Se considere um homem realizado, tenente. –finalizou o mais velho.

O que fez Robin franzir o cenho. O amor era aceitável, afinal, seu filho estava junto dela naquele instante. No entanto, paixão essa era uma farsa. Não havia nada que sentisse por Regina que não fosse abominação, era o que seu consciente fazia questão de lembra-lo. Já seu coração talvez esse começasse a trai-lo?

Seria ele capaz de algo tão súbito? Não. Obviamente não.

O senhor, apesar de sábio, estava redondamente equivocado. A paixão jamais deve ser confundida com a vingança.

-Gepeto, posso lhe fazer uma pergunta? –inquiriu Locksley.

-Sim, a faça, tenente. –consentiu o mais velho.

-Se você... –pensava em uma forma de questionar sem levantar suspeitas –estivesse em dúvida sobre algo, ou alguém. Procuraria fazer uma pergunta, ou compreender essa pessoa? –proferia duvidoso.

-Perguntaria, é óbvio. Compreender aos outros aos seus erros ou acertos pode levar tempo. E, esse é um dos nossos principais inimigos.

-Obrigado, Gepeto. –agradeceu pensativo.

-Disponha. Espero ter ajudado.

  A medida que se aproximava do balanço, as risadas contagiantes de seu filho aumentavam. Se não bastasse isso o aroma de Regina sobressaltava sobre os demais cheiros que constavam na praça. Envolveu a mulher em seus braços beijando ao seu rosto. A mesma sorriu com o gesto afetuoso de seu noivo.

-Podemos conversar? –ele murmurou no ouvido dela.

-Claro! –Ambos se encaminharam até o banco mais próximo, onde podiam cuidar de Roland saltitante, brincando no escorregador rodeado de crianças.

-O que houve? Você parece estar pensativo. –ponderou ela, acariciando o rosto dele. –Você se arrependeu do casamento? –perguntou entristecida.

-Não. Não é isso. –respondeu depositando sua mão sob a dela. –eu estava pensando que... Bem, como vamos dividir uma vida juntos, eu gostaria de saber se você já cometeu um erro? Tem algum arrependimento?

-Não.

Respondeu de imediato. Sua vida era carregada de arrependimentos. Haviam erros que carregaria para sempre consigo. Entretanto, optou por esconder a verdade. O medo da rejeição ressaltava.

Ela não se arrependia de tirar a vida de alguém.

-O que você acha de adiantarmos o casamento?

-Sim! –exclamou com um sorriso que se não fosse duvidoso o cativaria.

Sua vingança já não era mais uma dúvida. E, sim, uma certeza. Era o certo a se fazer.

 

 

 


Notas Finais


Richard Marx: https://www.youtube.com/watch?v=S_E2EHVxNAE

Claude Debussy: https://www.youtube.com/watch?v=CvFH_6DNRCY&index=14&list=RDxLyyqCWpRng

E aí o que acharam? Estou intrigada quanto a esse capítulo... gostaram de como foi abordada essa tentativa da Regina de recuperar a memória do Robin?
Já sei... que foi pesado, por isso resolvi terminar assim, com algo duvidoso. Cheio de segundas intenções...
Para esclarecer mais as coisas, os próximos capítulos serão narrados por Robin e Regina, visto que vocês gostara de quando fiz isso no capítulo 3. ;)
Agradeço a todos os comentários e favoritos que a fic tem ganhado, sou muito agradecida, se quiserem me presentearem de natal com seus comentários maravilhosos, e favoritos ficaria muito feliz! :) ♥
p.s: vou responder todos os comentários atrasados agorinha.
Como hoje é Sexta não vou conseguir atualizar a fic na Terça, devido as comemorações e porque Segunda é niver da minha tia/dinda. Porém, pretendo atualizar a fic ainda esse ano. Apenas, não garanto um dia fixo de att para a semana que vem.
Leitoras, de coração desejo a todas vocês que me acompanharam esse ano, e a quem começou a me acompanhar agora, UM FELIZ NATAL! ♥ Aproveitem bem essa data, independente de como seja, se tiver amor por quem estiver presente, ou que vocês estejam apenas realizando algo corriqueiro, apenas aproveitem.
Um grande beijo a todas! ♥ #FelizNatal


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