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História Que Bailes Conmigo Hoy - Conexão


Escrita por: shecamrenhot

Notas do Autor


Escrevi esse capitulo com a musica Thinking Out Loud do Ed Sheeran, se vocês quiserem ouvir da um climinha no capitulo, é só dar play quando for pedido.

Capítulo 3 - Conexão


Fanfic / Fanfiction Que Bailes Conmigo Hoy - Conexão

Camila Cabello Pov

A aula havia começado a mais ou menos trinta minutos minutos, e esses minutos se resumiram em conversas com os alunos, fiz questão de saber sobre cada um deles, coisas básicas como idades nomes e se já tiveram contato com a dança, eram informações importantes. Preparei um começo divertido para eles, todos foram para o centro da sala ao lado de seus casais, esperando pelo meu comando para começarem, alguns segundos depois caminhei até o notebook que estava em cima de uma mesinha no fundo da sala, amava a tecnologia daquele lugar, a música que eu colocava no notebook logo dominava toda sala, efeito dos pequenos altos falantes que estavam espalhados pelo lugar.

Play Thinking Out Loud

Os casais começaram a dançar a música que eu havia escolhido para aquela aula, Thinking Out Loud do Ed Sheeran, não tinha música melhor para começar, a letra era bem romântica.

Eles dançavam de um jeito livre, deixei que aquela aula não fosse apenas aprendizado, mas diversão também, não queria que minhas aulas fossem tradicionais e monótonas, aquilo não era dança, a dança era amor paixão e diversão, e queria que eles saíssem dali sabendo de tudo aquilo.

-Olhem nos olhos dos parceiros de vocês, se conectem a eles. -disse caminhando entre os alunos para que todos pudessem me ouvir.

Eles logo me obedeceram, era uma cena linda de se ver, eles sorriam apaixonados um para o outro.

-Mão na cintura da parceira. -disse a um rapaz que segurava nos ombros de uma moça.

Haviam cinco casais na aula de hoje, entre eles um casal de idosos que fazia meus olhos brilharem ao assistir eles dançando, esse era o melhor da dança, ela literalmente atingia todos os mundos.

-A música conduz vocês, junto com a parceria, vocês iram aprender que a conexão entre seus pares é muito importante para a dança de casal. -falei em meio a música alta.

Arrumei algumas posturas entre eles, alguns eram bem desengonçados, o que tornava aquela aula ainda mais divertida.

-Não sejam tímido. -disse a um casal que mal se encostava.

Eles me obedeceram logo em seguida e se aproximaram mais, alguns rapazes cantavam a música olhando para suas parceiras que sorriam abertamente, é eles haviam entendido o que era conexão.

-Bom, tudo livre agora pessoal. -disse parando em frente a todos eles.

O sorriso não saia de meus lábios, eles haviam chegado tão tímidos, a conversa mostrou que eles iriam ter problemas com as primeiras aulas, mas minha conclusão foi por água a baixo quando eles começaram a dançar, agora dançavam um com o outro, como se só existissem eles e a música no lugar. Fiquei feliz por ver que eles gostavam mais daquilo tudo a cada segundo, a dança tinha que ter um conjunto de coisas para dar certo, a primeira coisa era a música e a segunda era gostar de estar fazendo aquilo, e era isso que meus alunos estavam fazendo naquele momento, via nos olhares sorrisos e brincadeiras que eles estavam gostando.

Um rapaz girou sua parceira e a abraçou por trás não deixando perder o ritmo, outros dançavam a moda antiga, com o rapaz segurando a cintura da parceira e ela com os braços envoltos em seu pescoço, dançavam e um ritmo lento um passo para trás e dois para frente.

O casal de idosos pararam antes do fim da música, talvez estivessem cansados, não tinham toda a energia que os outros possuíam, eles se sentaram e continuaram observando os outros dançarem, atentos a cada passo dos jovens que dançavam a sua frente

Deixei a música me levar e me juntei a eles, dançando sozinha, desejei ter um par naquele momento. O clima naquela sala estava o melhor possível, eu não queria que aquela aula acabasse nunca.

-Vocês são os melhores alunos desse lugar. -disse os fazendo gritar animados.

A dança continuou com eles cada vez mais soltos, os rapazes giravam suas parceiras e as envolviam em seus braços, parecia que não queriam solta-las nunca mais, só tive ainda mais certeza de que havia escolhido a musica certa.

Um rapaz jogou um beijo no ar para a parceira que dançava um pouco longe, mas não demorou para se aproximar de novo, eles trocaram de par me surpreendendo, agora cada um dançando com um par diferente, mas logo trocaram de novo, a diversão estava estampada no rosto deles.

Um casal jovem me chamou mais a atenção, eles pareciam ser familiarizados com a dança, o rapaz e a moça se afastaram mantendo o contado visual, logo se aproximaram de novo, o rapaz segurou na cintura de sua parceira que caiu para trás girando a cabeça no ar, ele sustentou sua postura perfeitamente bem, levantando o corpo da parceira logo em seguida, fazendo com que ela ficasse cara a cara com ele, apenas centímetros de distancia entre suas bocas, pensei que eles iram se beijar mas logo se afastaram novamente, o rapaz segurou a mão pequena da moça que sumiu entre seus dedos, dois passos para o lado dois passos para trás, esse era o ritmo em que eles estavam agora.

Tirei meus olhos do casal e observei todos envolta, mais dois casais dançavam agarradas um ao outro, a mão da parceira estava no peito do rapaz, que segurava firme em sua cintura a prendendo em seu corpo.

O terceiro casal dançava separado, achei divertido o jeito deles, a moça parecia estar seduzindo o rapaz com o olhar, e pelo jeito estava conseguindo, aquele casal teria de ter uma atenção maior minha, eles sim pareciam nunca terem tido contato com a dança.

Parei a frente deles observando o quanto a musica os havia envolvido, o primeiro casal me prendeu novamente, o jogo de pernas da moça me surpreendeu, ela fazia passos perfeitos de acordo com ritmo, envolvia suas pernas na do rapaz que a conduzia perfeitamente bem. Ele a girou no ar agora dançando livremente com ela como os outros, ele a abraçou por trás e passou sua mão por seu corpo, ela logo se virou para frente de novo, envolvendo seu pescoço com seus braços, ele pousou suas mãos suavemente em sua cintura colando sua testa na dela, agora dançavam lentamente, podia ver que a dança frenética de minutos atrás os havia cansado, e não era para menos, os olhos deles pareciam imãs sempre conectados, eles se amavam muito, dava para ver nos sorrisos e olhares que trocavam a todo instante. Eles não eram profissionais, mas a paixão que tinham pela musica e pela dança envolvia eles de uma forma, que eu poderia olha-los dançar por horas.

Observei novamente o local, tomando consciência de que não existia só aquele casal ali, todos dançavam do mesmo jeito de antes.

Eles terminaram de dançar junto com o final da música, levantando suas parceiras e as beijando logo em seguida, arrancando lindos sorrisos das mesmas. Explodiram logo em seguida em comemoração, não resisti aplaudi-los e eles fizeram o mesmo para mim.

-Vocês foram perfeitos. -disse a frente deles fazendo todos sorrirem orgulhosos.

-Já tentei fazer aulas de danças, mas nenhuma foi tão interessante igual a essa. -Eliot disse me fazendo sorrir.

-E viu como ele dançou?, ele não sabia dar um passo sem pisar em meu pé. -Mary parceira de Eliot, disse nos arrancando gargalhadas divertidas.

Mary e Eliot era o casal desengonçado.

-Isso se chama confiança, e vocês todos tem que ter. Não sabem o quanto estou feliz com o resultado dessa aula, vocês são incríveis. -disse com sinceridade.

Ainda faltavam meses para o ciclo de aulas acabar, e eu já sentia falta daquela turma. Eles se despediram de mim e saíram animados da sala, eram mais animados que os adolescentes que eu havia dado aula mais cedo.

Limpei meu rosto suado com uma pequena toalha branca. Virei para a frente e me deparei com dois pares de olhos verdes me observando.

Fitei a mulher a minha frente por longos segundos, e ela fez o mesmo, eu não a conhecia. Seus cabelos eram abaixo dos ombros na cor castanho escuro, eles caiam perfeitos em seus ombros com algumas ondulações, sua pele era branca e um vestido preto com detalhes roxo de renda cobria seu corpo, não pude deixar de reparar em suas lindas coxas grossas, amostra por causa do comprimento do vestido que era bem curto.

-Oi. -foi a primeira coisa que saiu da minha boca, depois de longos minutos observando seus detalhes.

-Camila?. -a mulher ainda desconhecida por mim perguntou, sua voz era rouca e gostosa de ouvir.

Qual era o meu problema?, eu não era de reparar assim nas pessoas.

-Camila Cabello. -disse me aproximando para a cumprimentar.

Ela envolveu seus dedos ao redor dos meus cobrindo sua mão por cima da minha.

-Lauren Jauregui. -ela também se apresentou no mesmo instante.

Então era ela, a dona da pintura maravilhosa na fachada da academia, não era só a pintura que me prendia, era ela também, ela havia conquistado minha admiração sem ao menos te-lá conhecido.

-A artista. -disse com um sorriso nos lábios, não me importando em mostrar o quanto feliz eu estava em conhecê-lá.

-Dizem que sou. -ela disse em tom divertido me fazendo soltar uma risada.

-Gostei muito do que fez na fachada da academia. -disse com sinceridade ainda sorrindo.

Pare de sorrir tanto Camila, parece uma idiota. Disse a mim mesma me repreendendo por agir daquele jeito com uma pessoa que eu mal conhecia.

-Fico feliz com isso, pelo jeito você aprecia a arte. -ela disse também sorrindo pra mim me fazendo me sentir mais confortável.

Bom ela também estava feliz em me conhecer pelo jeito.

-Não imagina o quanto, mas só domino a arte da dança mesmo, o resto eu deixo pra quem entende. -disse arrancando uma risada gostosa de Lauren.

-Quem sabe não é?, talvez você só precise descobrir seus outros dons. -ela disse me fazendo pensar em dons relacionados a tudo menos a arte.

Balancei a cabeça negativamente espantando aqueles pensamentos impróprios.

-É quem sabe. -disse cortando o contanto visual para fechar minha bolsa.

Logo a encarei novamente sem pudor, eu me sentia confortável em olha-lá, talvez porque ela fazia o mesmo, desejei naquele momento saber o que se passava em sua cabeça.

-Você quer que eu volto outra hora?. -Lauren perguntou provavelmente estranhando meu silêncio.

-Não. -disse rapidamente. -Eu só preciso me trocar para conversarmos um pouco, tem algum problema em me esperar um minuto?. -perguntei torcendo para que a resposta fosse não.

-Problema algum. -ela logo me respondeu, e eu sai da sala em seguida.

Entrei no banheiro que havia escondido bem atrás da sala, eu nem havia notado ele até Candece me mostrar o lugar, fiquei surpresa ao ver o quão grande ele era, havia armários e alguns box com duchas que pelo menos ao meu ver pareciam deliciosas. Andei até meu armário colocando minha bolsa lá dentro, tirei minhas roupas de dança e coloquei um short branco curtinho com uma blusa que ia até metade de minha barriga deixando meu abdômen amostra, eu amava aquele tipo de roupa, não era muito fã de coisas compridas, usava mais em ocasiões bem sociais, eu amava o estilo despojado com estampas vivas ou de desenhos, sim eu tinha 22 anos e amava desenhos.

Sai do banheiro após arrumar minhas coisas no armário, recebendo um intenso olhar de Lauren sobre mim, me senti despida com o contato visual tão intenso que estávamos tendo, e não era despida por ela me olhar com desejo, ela parecia ver além do meu corpo, e eu também a via assim, sua áurea artística saltava dela e aquilo me encantava.

-Pronto, bom, o espaço é esse. -disse andando até a parede que seria pintada.

-É um ótimo lugar. -Lauren disse fitando a parede a nossa frente.

-Eu não faço ideia do que fazer. -disse frustrada.

Havia pensando a noite toda no que queria que estivesse ali, não era uma coisa fácil de decidir, meu contrato era de um ano e meio eu teria que ter uma coisa que me inspirasse e me ajudasse a renovar aquele contrato, mas não vinha nada a minha mente, torci mentalmente para Lauren ter uma ideia por mim, mas sabia que não era assim que funcionava, até porque era eu que teria que ver a pintura todos os dias não Lauren.

-Podemos pensar em alguma coisa. -ela disse parando de encarar a parede para me olhar logo em seguida. -Não faz mesmo ideia do que será?, algo ou alguém?. -ela perguntou tentando me ajudar a pensar em alguma coisa.

Pensei mais uma vez e deu no mesmo, não era possível, parecia que minha mente bloqueava qualquer ideia que quisesse se formar em minha cabeça.

-Eu não faço ideia. -repeti a frase que havia acabado de falar, rindo logo depois com minha falta de noção.

-Tudo bem, isso não é fácil de decidir mesmo. -Lauren disse compreensiva. -Você poderia me falar um pouco dos seus gostos, não sei.

-Você já almoçou?. -perguntei recebendo um olhar confuso de Lauren.

Tive uma ideia repentina, se almoçássemos juntas poderíamos conversar um pouco mais a vontade do que ali.

-Não, por quê?. -ela perguntou com o cenho franzido.

-Aceita almoçar comigo?, assim conversamos melhor. -perguntei a Lauren que me olhou com um sorriso nos lábios.

Seu sorriso era muito bonito me permiti observar, seus lábios estavam cobertos por uma camada de batom claro cor nude, que havia combinado muito com sua pele.

-Claro, será um prazer. -ela me respondeu animada.

Andei devagar para Lauren entender que eu queria que ela me acompanhasse, ela logo entendeu andando ao meu lado em seguida, pude notar que ela era um pouco mais alta que eu. 

-Conheço um restaurante muito bom aqui perto. -disse enquanto saíamos porta a fora da academia.

-Acho que nunca fui. -Lauren disse.

-Como não, é o mais conhecido daqui. -disse sem entender porque ela não tinha ido ainda.

-Eu não frequento muitos restaurantes, para ser sincera prefiro coisas mais fáceis, passo boa parte do dia em meu apartamento criando, não tenho muito tempo para essas coisas sabe?. -Lauren disse se explicando.

Ela alternava o olhar entre mim e o caminho a nossa frente.

-Entendo, mas é sempre bom ir a um lugar calmo, sair um pouco da rotina. -disse a Lauren que sorriu ao me ouvir falar.

-Estou fazendo isso agora Senhorita Cabello. -Lauren disse me fazendo revirar os olhos. -O que foi?. -ela me perguntou confusa.

-Não me chame assim, é muito formal. -disse me explicando.

-Eu concordo, então vamos fazer um trato, me chame apenas de Lauren e eu a chamo de Camila. -ela disse me arrancando um sorriso em aprovação.

-Está combinado, então Lauren. -disse frisando seu nome. -Sabe quanto tempo vai levar em minha sala?.

Conversávamos enquanto íamos a caminho do restaurante, que por sinal não estava longe, caminhávamos pela calçada movimentada, as ruas daquele lugar eram sempre movimentadas.

-Depende bastante, do tipo e do tamanho da pintura, mas o importante é fazermos isso juntas, quero que o resultado seja no mínimo aceitável a seus olhos. -Lauren disse.

-Tenho certeza que tudo que você faz deve ser agradável aos olhos. -disse fazendo a mulher sorrir.

-A beleza está nos olhos de quem vê, sei que gostou da minha pintura na fachada da academia, já é um ótimo começo, você gostou do meu jeito de expor o que estou vendo, e isso é muito importante.

Lauren tinha toda a razão, eu ter gostado do trabalho dela já facilitava muita coisa, e não foi só do jeito de pintar que eu havia gostado, ela era uma ótima pessoa exalava admiração pela arte, a única certeza que eu tinha era que eu iria no mínimo adorar sua criação.

Chegamos ao restaurante e conseguimos um lugar mais calmo, seria melhor para conversar em um lugar que não tinha muitas pessoas, perguntei a Lauren se podia ajudá-lá com seu pedido, ela não se fez de rogada e aceitou de bom grado minha sugestão, o que me causou uma estranha satisfação. 

Lauren Jauregui Pov

Estava sentada em uma mesa de restaurante, sim restaurante, quanto mais eu pensava na ideia mais estranha ela parecia, o motivo?, eu odiava restaurantes, a ideia de estar em um lugar cheio de pessoas conversando ao mesmo tempo me enlouquecia, fora ter que esperar séculos para seu prato sair, definitivamente restaurante não estava na lista dos meus lugares favoritos.

Olhei para frente encarando o motivo de eu estar ali, Camila fazia nosso pedido com uma certa empolgação, talvez porque eu tivesse aceitado sua sugestão e pedido o que ela sugeriu.

Ela mostrava o cardápio ao garçom que anotava tudo que ela dizia no mesmo instante, Camila pediu dois sucos por fim, agradeci mentalmente porque estava com sede e o lugar estava abafado. O garçom terminou de anotar o pedido e saiu logo em seguida para dentro do lugar.

Pude reparar que aquele restaurante não era tão agitado, o que me deixou um pouco mais confortável.

-Não é tão ruim assim. -Camila disse me encarando me fazendo soltar uma risada nasal.

-Tem razão, não é um filme de terror. -agora Camila que riu da situação.

-Você mora aqui a muito tempo?. -perguntei a Camila que me olhou surpresa pela pergunta repentina.

-Não muito tempo, um ano e meio para ser exata, terminei a faculdade e decidi me mudar em seguida, sabia que onde eu morava não tinha oportunidades para atuar em minha área, e também não queria mais ficar lá. -ela disse me causando certa curiosa.

-Tem mais algum motivo para ter vindo para Miami?. -perguntei a Camila que ficou o vazio por alguns segundos.

Ela me olhou como se decidisse se queria ou não compartilhar aquela informação comigo.

Ela iria falar mas o garçom interrompeu trazendo nossos sucos, o meu era de laranja e o de Camila de morango. Ele nos serviu colocando o copo transparente de vidro a frente de nós duas, saiu logo em seguida nos deixando sozinhas.

-Não, eu só queria mudar para um lugar mais movimentado e maior, eu odeio coisas monótonas e o lugar onde eu morava se resumia a isso. -Camila disse depois de tomar um pouco de seu suco.

-Escolheu o lugar certo então. -disse em tom divertido fazendo Camila rir.

Mudei de assunto ao sentir que ela não queria aprofundar naquele.

-Nem me fale, onde eu trabalhava era uma loucura, parece que tudo nesse lugar é assim. -ela disse sorrindo.

-E você está totalmente certa, e acredite nunca muda, na verdade piora.

-Eu acredito pode ter certeza. -paramos de rir e Camila falou novamente. -Concluindo me mudei e arrumei emprego em uma empresa, foram 12 meses difíceis.

-Eu imagino, acho que a gente que gosta da arte não nasceu para estar nesses lugares, eu tenho agonia só de pensar na situação. -disse séria a fazendo rir.

-Foi por que eu precisava mesmo, mas nunca deixei a dança de lado, na verdade ela me fez aguentar tanto tempo naquele lugar, era uma descarga de estresse dançar pra mim.

-A pintura é igual no meu ver, desconto tudo nela, mas esses últimos tempos eu não conseguia mais pintar.

-Não?, por que?. -ela perguntou com o cenho franzido.

-Não sei Camila, depois que terminei a fachada da academia, minha inspiração meio que evaporou, foi bem estranho. -disse fazendo uma careta engraçada fazendo Camila rir.

-Nossa isso deve ser difícil para você, imagina eu não conseguir elaborar uma aula por falta de criatividade.

-É o lado digamos ruim de viver disso, você depende somente de você.

-Exatamente, não é aquele coisa igual sempre você precisa inovar.

-Sim, mas acho que minha inspiração está voltando. -disse sorrindo para Camila.

Ela devolveu o sorriso sem entender, e eu não iria explicar,como eu explicaria uma coisa que eu não entendia?, era como se Camila trouxesse minha inspiração com ela, como se estivesse com ela esse tempo todo.

Nosso prato chegou segundos depois, Camila tinha razão a comida daquele lugar era maravilhosa. Comemos mantendo uma conversa animada sobre nossas vidas, ela estava curiosa para conhecer mas sobre mim, e era recíproco.

Saímos do lugar depois de Camila pagar a conta, pude reparar o quanto ela era teimosa não deixou eu pagar de jeito nenhum, enquanto voltávamos para a academia Camila me contou sobre seu gosto pela arte, nunca tinha ouvido falar alguém resumir tão bem aquele mundo, ela seria uma ótima dona de galeria. Agora estávamos em frente a academia sentadas no banco que tinha ali. Eu falava para Camila sobre minha criação, e ela me ouvia como se eu estivesse falando a coisa mais interessante do mundo.

-E o casal era profissional então?. -Camila perguntou curiosa.

Seus olhos castanho me olhavam atentos, ela estava mesmo empenhada em saber de tudo que fosse relacionado a criação.

-Sim, eles concordaram de bom grado em pousar para mim, na verdade o trabalho foi feito através de fotos, tirei algumas deles, reproduzi alguns rascunhos com lápis mesmo, depois mostrei para eles.

-Você fala como se fosse tão fácil. -ela disse me fazendo rir. -Eu não sei desenhar nem aqueles bonecos de palitos direito.

Ela falava sério mas não consegui me manter seria com a situação.

-Eu eu que não sei dançar com uma pessoa sem pisar no pé dela. -agora era Camila que ria.

-Posso te ensinar alguns passos, sou uma ótima professora garanto.

-Eu sei eu vi. -ela me olhou sem entender.

-Viu?. -perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

-Cheguei minutos antes da sua aula começar, ótima escolha de música Cabello. -disse a fazendo sorrir.

-É uma ótima música para dançar com quem se ama.

-No final tudo é sobre o amor não é mesmo.

-Você tem razão, ele está em todo lugar.

Camila olhou seu relógio e saltou do banco assustada.

-O que foi?. -perguntei confusa

-Preciso entrar e ver algumas coisas para as aulas de amanhã. -ela disse fitando a academia.

-A sim. -falei entendendo a situação.

-Mas nos vemos amanhã, certo?. -Camila perguntou me fitando.

-Mas amanhã eu já teria que ter algumas ideias prontas. -falei com certa pressa na voz.

-Não se apresse Jauregui, a pressa é a inimiga da perfeição lembra?. -ela perguntou sorrindo.

-Então, eu penso em algumas ideias e venho amanhã na mesma hora.

Camila concordou com a cabeça e se aproximou de mim para depositar um beijo em minha bochecha, me ofereceu um sorriso de despedida se virou e entrou na academia logo em seguida. Não sei dizer quanto tempo eu fiquei parada ali sem reação, ou sem vontade de ir embora, na verdade queria conversar mais com ela.

Fui embora do lugar contando as horas para voltar lá novamente, sai de la com a certeza de que era ela que eu iria pintar, não me importaria em passar algum tempo tentando convencê-lá, Camila não tinha pressa e eu muito menos.

[..]

Estava em frente a uma tela quase pronta que havia começado a algumas horas, a porta da sacada estava aberta fazendo um vento maravilhoso entrar no lugar, eu pintava uma lua e um mar abaixo dela, peguei um pincel para terminar alguns detalhes na cor azul escuro, limpei o mesmo em um pano branco e finalizei a pintura, peguei um pincel fino e coloquei na cor preta as inicias "LMJ" na parte de baixo na pintura. Me levantei e estiquei minhas costas que estavam doloridas por passar tanto tempo na mesma posição, virei meu pescoço de um lado para o outro ouvindo dois estalos.

Encarei a pintura a minha frente e sorri, ela era a prova de que minha inspiração havia voltado. Limpei meus pincéis e os guardei dentro de um vidro, guardei as tintas em uma bancada que tinha no quarto onde eu usava para trabalhar. Deixei a pintura dentro dele e fechei o quarto logo em seguida. Molhei uma toalhinha e passei nos meus dedos onde respingos de tintas haviam caído, anos pintando e eu não havia aprendido a terminar uma criação e parecer ao menos apresentável.

Já estava bem tarde e o sono não dava nem sinal, resolvi pedir alguma coisa para comer. Pizza era uma ótima ideia, liguei para pizzaria e fiz meu pedido, me sentei logo depois no sofá, o apartamento era tão silencioso que eu era capaz de ouvir minha própria respiração, "ser livre é constantemente ser só" a frase veio a minha cabeça naquele momento me fazendo pensar se eu estava feliz em viver assim para sempre, eu amava a minha liberdade e tinha lutado muito para consegui-lá, mas deixei muita coisa para trás por ela, eu morava em uma casa com toda a minha família, fora as brigas que tínhamos éramos uma família feliz, saíamos para acampar no jardim em noites tranquilas, fazíamos noite do filme, eu e meus irmãos brigávamos para decidir qual iríamos assistir, fazíamos guerra de pipoca deixando nossos pais loucos, tirávamos alguns dias para fazer a noite das fotos,Chris sempre tinha um comentário constrangedor que nos rendia boas risadas. Senti as lágrimas molharem meu rosto, a saudade apertava meu peito naquele momento.

A vontade de falar com alguém da minha família me invadiu e eu corri atrás do meu telefone para ligar para casa. O telefone tocou algumas vezes e a voz mais que conhecida por mim atendeu, me fazendo suspirar em alívio só por ouvi-lá.

-Alô. -Taylor disse do outro lado da linha.

-Tay. -disse sorrindo e limpando algumas lágrimas com as costas da minha mão.

-Lauren, o meu Deus quanto tempo. -minha irmã disse com a felicidade nítida em sua voz.

-Você está bem?. -perguntei.

-Eu estou brava na verdade, mamãe não me deixa ir a uma festa que vai ter na casa da minha amiga você acredita?. -Taylor falou com um tom de voz indignado.

-Clara Jauregui não muda. -disse arrancando uma risada gostosa de Tay.

-E como você está?, demorou para ligar, esqueceu que tem família?. -ela disse um tanto brava.

-Estava um pouco ocupada, e você sabe, toda vez que ligo é uma briga diferente.

-Falei com o papai sobre isso, ele sente muito sua falta sábia? peguei ele em seu antigo quarto esses dias, ele disse que estava procurando alguma coisa não sei, mas não me convenceu e posso jurar que ele estava chorando.

As lágrimas voltaram ao meu rosto novamente, engoli o choro para Taylor não perceber que eu estava chorando.

-Eu sinto muita a falta de vocês também.

-Você tem que vir aqui pelo menos visitar a gente, papai não vai te prender a força irmãzinha.

-Eu sei disso, vou combinar um dia para ir, agora eu estou com um trabalho novo vai ser um pouco difícil

-Então vamos almoçar em algum lugar essa semana, quero saber desse novo trabalho, e matar a saudade. -era impossível dizer não a Taylor era uma coisa que eu não tinha aprendido ainda.

-Tudo bem, pode ser quarta feira?, eu te busco aí, vou falar com Vero, tenho que comprar um carro urgentemente.

-Concordo, você precisa me levar para os lugares e sem carro não dá não é. -Tay disse me fazendo rir.

Falar com ela sempre melhorava meu humor, ela era a única que me entendia. Chris concordava que eu tinha que seguir o que nossos pais queriam, o que também nos rendia algumas brigas, mas com ele eram menos momentos assim, ele passava por cima do que os meus pais queriam e já até havia falado que eles eram rudes demais em relação a minha profissão.

-Você é uma interesseira. -falei e ouvi sua risada do outro lado do telefone.

O interfone tocou provavelmente, era minha pizza.

-Vou ter que desligar agora, nos vemos depois de amanhã eu amo você.

-Eu também amo você até. -Taylor disse e logo desligou o telefone.

Caminhei até o interfone e pedi para deixarem o entregador subir. Comi minha pizza na frente da televisão, assistia uma exposição de artes.

Quatro horas da manhã eu me deitei para dormir, eu costumava dormir bem tarde, tinha me acostumado com isso por passar horas pintando de madrugada, as vezes vinham umas ideias em minha mente do nada e eu logo ia pintar. Dormi minutos depois, e meu último pensando voou até Camila e na vontade que eu estava de pinta-lá.


Notas Finais


:)


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