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História Que Bailes Conmigo Hoy - Reencontro e discussões


Escrita por: shecamrenhot

Notas do Autor


OIIIIIIIII GENTE resolvi atualizar a fic hoje pra amenizar a tristeza do que vocês já sabem e tals, mas não importa só fiquei mais animada para escrever, vamos ao que interessa se gostarem curtam a fic e comentem por favor.

Capítulo 5 - Reencontro e discussões


Camila Cabello Pov

A música parou e pude ter o prazer de ver meus alunos pulando e sorrindo felizes mais uma vez, eu nunca me cansaria de ver aquela cena, a sensação de dever comprido me preenchia.

-Vocês conseguem ficar cada dia melhores. -disse não conseguindo conter o sorriso orgulhoso em meus lábios.

-A professora ajuda bastante sabe?. -Ryan disse e os outros não demoraram a concordar.

Ryan era o aluno que observava tanto em minha primeira aula, ele e sua parceira tinham um talento que se via de longe, e eu estava empenhada em fazer eles notaram isso.

-Até a próxima aula pessoal. -falei a todos e não demorou para eu estar sozinha na sala novamente.

Andei até minha bolsa que estava em uma cadeira no fundo da sala e a abri notando meu celular vibrar inúmeras vezes, capturei o aparelho e sorri ao ver o número na tela, não demorei a atender.

-Alô. -falei ansiosa para ouvir a voz do outro lado da linha.

-Oi filha como está?. -sorri ao ouvir a voz de meu pai.

-Estou ótima papa, morrendo de saudade claro. -disse suspirando.

Fazia alguns meses que eu não visitava minha família, a falta de tempo me impedia de vê-los com a frequência que eu desejava.

-Também estamos princesa, por isso estou ligando pra você.

-Tenho tantas novidades, mas estava planejando falar pessoalmente.

-E como pretende fazer isso mocinha?.

-Bom, estava pensando se vocês não poderiam vir me visitar. -perguntei mordendo o lábio inferior ansiosa pela reposta.

-Eu posso ver isso. -respirei aliviada. -Podemos ir um final de semana.

Ouvi uma vozinha mais que conhecida do outro lado do telefone, e um jeito de falar afobado que eu conhecia mais ainda.

-Estou falando com sua irmã. -Alejandro disse afastando um pouco o telefone e repreendendo Sofi.

-Deixa eu falar com ela?. -perguntei com minha melhor voz pidona.

-Tudo bem, e não use esse tom comigo é jogo sujo. -Papa disse me fazendo gargalhar.

Logo ouvi o celular sendo trocado de mãos, minha irmãzinha não demorou a falar com animação na voz.

-Kaki. -sorri ao ouvir o apelido que não escutava a muito tempo.

-Oi Sofi que saudade. -disse na mesma animação da menor.

-Sinto sua falta, mama não dança comigo igual a você, ela disse que não sabe dançar. -ela disse em tom divertido me fazendo rir.

Sofi tinha o dom de fazer eu ficar com a idade dela quando brincávamos, e confesso que amava aqueles momentos e sentia muita falta também, passávamos horas brincando assistindo desenhos ou dançando como ela havia dito.

-Eu ouvi isso. -ouvi a voz de Sinu do outro lado da linha um pouco afastada.

Agora Sofi e eu riamos ao telefone.

-É melhor pararmos, mama vai brigar com a gente. -disse séria para Sofi que logo parou de rir.

-Você tem razão, ela mandou um beijo, não pode falar porque esta terminando nosso almoço.

Desejei naquele momento estar com eles, ajudando minha mãe com o almoço, depois colocando a mesa, e depois comeríamos entre brincadeiras que Alejandro adorava fazer.

-Manda um beijo pra ela, diz que a amo muito, e Sofi. -disse susurrando. -Tenho uma surpresa pra você.

-Sério?, o que?. -ela perguntou também susurrando.

-Papa prometeu que vocês viriam me visitar, e eu tenho um lugar novo para te mostrar.

-Sério?. -ela disse como se estivéssemos dividindo o segredo mais importante do mundo.

-Sério, mas não conta pra ninguém esta bem?.

Ouvi um barulho vindo da porta e observei Dinah estranho na sala, por um momento havia esquecido que tinha marcado de almoçar com ela.

-Tá bom vai ser nosso segredo. -ela disse convencida.

-Então está tudo certo Sofi.

Dinah se aproximou sentando em uma das cadeiras, estava com a roupa do trabalho que se resumia em uma blusa azul com o emblema da empresa, vestia uma calça jeans e saltos pretos.

-Manda um beijo pra ela. -Dinah disse baixo para não atrapalhar a ligação.

-A tia Dinah mandou um beijo. -fitei Dinah apenas para vê-la revirar os olhos.

Dinah odiava que a chamassem de tia, para ela isso era uma coisa totalmente desnecessárias que a envelhecia cinquenta anos, dramática não?.

-Ela esta aí?, manda outro pra ela, mal posso esperar parar ver vocês.

-Eu mando sim pequena, agora deixa eu falar com o papa.

-Tá bom beijo. -Sofi disse e o telefone logo mudou de mãos novamente.

-Ela está com uma energia. -Alejandro disse rindo no final da frase.

Não resisti e o acompanhei.

-E como a mama esta?.

-Está ótima filha, sente muito a sua falta também.

Sinu foi a que mais se opôs a minha ida para Miami, ao ver dela eu ainda não estava pronta para morar sem eles, aceitar o fato para ela foi muito difícil no começo, ainda mais por ver minha frustração por não conseguir o trabalho que queria, mas sabia que isso mudaria quando ela visse o quanto eu estava feliz.

Isso só aumentou a ansiedade que eu estava em vê-los.

Dinah limpou a garganta chamando a minha atenção, bateu com o dedo no relógio de pulso que ela usava, me lembrando que ela tinha horário para voltar ao trabalho.

-Tenho que ir agora papa.

-Tudo bem filha, ligo novamente mais tarde esta bem?.

-Vou esperar, beijo eu amo você.

-Também te amo filha, muito, se cuida. -falou e logo desligou o telefone.

-Até que fim. -Dinah disse impaciente levantando da cadeira e arrumando sua bolsa em seu ombro.

Revirei os olhos e guardei o celular na bolsa novamente.

-Vamos Deusa da paciência. -disse irônica e foi a vez de Dinah revirar os olhos.

-Cadê a pintora?. -ela disse olhando em volta.

-Esta no banheiro Dinah, prendi ela lá. -disse e logo comecei a caminha para fora da sala, Dinah demorou uns segundos para me acompanhar.

Sua expressão era de confusão provavelmente se perguntando por que Lauren não estava ali.

-Ela não vem hoje. -disse a Dinah que ficou visivelmente desapontada.

-Escapou dessa vez, mas creio que não me faltará oportunidade. -ela disse sorrindo cínica pra mim.

Bufei ao ouvi-lá, Dinah não havia perdido o costume de me deixar sem jeito sempre que podia, e viu em Lauren a oportunidade perfeita para voltar a ativa.

-Tomara que o destino nunca junte nós três no mesmo ambiente. -disse a fazendo soltar uma risada sonora.

Andamos até a saída do lugar e entramos em meu carro, Dinah ocupou o banco ao meu lado e não demorei para dar partida. Iríamos até o restaurante que eu havia levado Lauren da última vez, não era tão longe mas por insistência de Dinah, e ela conseguia ser muito irritante quando queria alguma coisa, decidi ir de carro ao lugar.

-Como foi a aula hoje?. Dinah perguntou cortando o silêncio entre nós.

-Foi maravilhosa, na verdade me surpreendo mais com eles a cada dia. -disse sorrindo com o olhar vago, passando na minha mente minha aula naquele dia.

-Seus olhos ganham um brilho diferente quando você fala do seu trabalho. -Dinah deu uma pausa que eu estranhei. -Igual quando você fala da pintora.

O sorriso em meu rosto foi se desfazendo gradativamente até meu rosto ficar com uma expressao de puro tédio. A idiota da minha melhor amiga explodiu em uma gargalhada como se tivesse acabado de fazer a piada mais engraçada do mundo.

-Você é um pé no saco. -disse parando em um farol.

-Sabe se ela gosta de mulheres?. -Dinah perguntou me encarando.

-Não sei, e não me importa saber. -disse mentindo claro, aquela pergunta já havia se passado em minha mente, mas nunca teria coragem para fazê-la.

-É claro que tem curiosidade.-Dinah disse.

Na maioria das vezes era bem difícil mentir pra ela, pois a mulher me conhecia muito bem e isso as vezes me irritava bastante.

-E acho que já deveria saber, essas coisas estão na cara. -Dinah disse me fazendo negar com a cabeça.

-Não dão na cara não, a não ser que esteja escrito na testa da pessoa.

-Pois eu sempre soube sobre você.

-Talvez porque a conheço desde que me entendo por gente. -disse fazendo ela rir e balançar a cabeça em aprovação.

Não sabia ao certo em qual momento da minha vida passei a sentir atração apenas por mulheres, aconteceu tão naturalmente que eu apenas aceitei, não foi muito difícil da minha família aceitar também, no começo foi um pouco complicado claro, mas não demorou para eles se acostumarem com a novidade, ainda mais quando comecei a namorar Hailee, meus pais a amavam e Sofi não ficava atrás, ela conseguiu conquista-los tão rápido quanto havia feito comigo, mas não os culpava, era muito fácil se apaixonar por ela.

-Nossa que carrão. -Dinah disse me tirando do mar de pensamentos em que eu estava.

A olhei com o cenho franzido e ela logo apontou para um carro conversível preto, que ocupava uma das vagas do lugar. Dei de ombros e estacionei meu carro, um minuto depois e já estávamos dentro do restaurante que reparei estar cheio aquela tarde, Dinah e eu passeamos com os olhos pelo lugar. Arregalei os olhos ao ver Lauren em uma das mesas, conversava alegre com duas meninas, uma que eu julguei ser da mesma idade que a pintora, e outra que parecia um pouco mais nova.

-Dinah. -a chamei tomando sua atenção para mim. -Não quer almoçar em outro lugar?, esta um pouco cheio aqui.

Falei torcendo para a resposta ser sim, Lauren Dinah e eu no mesmo lugar não não seria uma boa ideia.

-Claro que não Camila não temos tempo, ali uma mesa. -ela disse apontando para uma mesa um pouco afastada de Lauren.

Dei graças a Deus e andei entre as pessoas torcendo para a morena não me ver ali, não que eu não quisesse falar com ela, mas fora fato de não confiar na minha melhor amiga, ela parecia estar em um momento muito particular que eu não ousaria atrapalhar.

-Camila. -a voz mais que conhecida chamou meu nome em meio a multidão, fazendo meu coração disparar em susto.

Lauren Jauregui pov

-Então foi a festa afinal?. -perguntei a Tay que assentiu animada.

Como tínhamos combinado eu Taylor e Vero saímos para almoçar, fiquei encarregada de escolher o restaurante em que iríamos, e fiquei feliz ao ver que Tay gostava muito daquele, não esqueceria de agradecer a Camila por ter me apresentado ao lugar, agora estávamos sentadas e já tínhamos terminado de almoçar, não demoramos para por o nosso papo em dia.

-Sei levar Clara Jauregui. -Tay disse convencida.

-Hum, e quem ensinou?. -disse com o mesmo ar.

Nos três rimos da situação, meus olhos passearam pelo lugar e não demoraram para fitar uma pessoa que estava de costas, mas que me parecia muito familiar, estava acompanhado por uma mulher muito bonita por sinal, a mulher logo se virou e um sorriso automático nasceu em meus lábios, não demorei para chamar seu nome.

-Camila. -disse levantando o braço para ela ver quem a chamava.

Ela olhou no primeiro instante com um olhar de confusão, mas logo encontrou meus olhos e vi um sorriso tímido nascer em seus lábios. Ela não demorou para se aproximar, Vero e Tay se olharam com o cenho franzido, mas a confusão em seus rosto se desfizeram, elas pareciam ter lembrado do nome no mesmo instante.

-Lauren você por aqui. -ela disse após eu a cumprimentar com um aperto de mão.

Camila sabia que eu não era fã de restaurantes, por isso estava um tanto pensativa por eu estar ali.

-Confesso que gostei do lugar. -disse e ela sorriu convencida.

-Eu percebi quando viemos. -ela disse sorrindo.

A mulher ao seu lado limpou a garganta me fazendo cortar o contanto visual com Camila, me lembrando também que não estávamos só nos duas ali.

-Ah, essa é Dinah Jane minha melhor amiga. -ela disse apontando para Dinah que logo estendeu a mão para me cumprimentar com o sorriso um tanto largo.

-Bom, eu sou.

-Lauren Jauregui. -Dinah disse espantosamento rápido.

Camila fuzilou por um estante sua amiga com os olhos que pareceu não se importar nem um pouco. Ela coçou a cabeça um pouco nervosa.

-Essa é Taylor, minha irmã. -disse apontando para minha irmã que ofereceu um sorriso para Camila.

Ela logo devolveu sorrindo do mesmo jeito.

-Está é Vero minha amiga. -disse apontando para Vero que mediu Camila da cabeça aos pés e sorrindo maliciosa logo depois.

Entrei na frente dela a impedindo de deixar Camila mais constrangida, Vero e Tay riaram cínicas atrás de mim, desejei naquele momento enfiar as duas em um buraco.

-Bom, temos que almoçar, Dinah tem horário para voltar ao trabalho.

-Não se preocupe Lauren pode falar com ela a vontade.

-Tudo bem não quero atrapalha-las, e já estamos indo mesmo.

Dinah estendeu a mão para se despedir dizendo que havia sido um prazer finalmente me conhecer, sorri sem jeito e ela foi em direção a uma mesa deixando eu e Camila a sós.

-Desculpe por. -falávamos ao mesmo tempo em unísson gargalhando logo em seguida.

-Desculpe por Dinah, ela consegue ser bem inconveniente quando quer. -Camila disse sem jeito. 

-Não se importe com isso, Tay e Vero fizeram o mesmo.

-Elas já me conhecem também pelo jeito.

-Digamos que falei um pouco de você. -disse fazendo Camila sorrir.

-Digamos que eu também. -rimos.

A olhei por um estante me permitindo observar o quanto ela estava linda, como sempre, vestia uma calça jeans justa azul clara e uma jaqueta na mesma cor só que o jeans mais escuro, que ficava um pouco acima de sua barriga, embaixo usava uma blusa branca e o cabelo estava preso em um rabo de cavalo, deixando sua franja partida ao meio.

-Tenho que ir. -Camila disse olhando brevemente para minha mesa. -Não quero atrapalhar você. 

-Tudo bem. -disse um pouco desapontada.

Desejei ter encontrado Camila sozinha naquele momento, ela tinha uma coisa que pretendia a minha atenção, estar com ela produzia em mim uma calma muito grande que eu ainda não entendia.

-Mas nos vemos em breve. -ela disse não me dando tempo para responder.

Me deu um beijo na bochecha e se afastou logo em seguida, me deixando parada no lugar com um sorriso idiota nos lábios.

Andei novamente até minha mesa e encarei os dois seres humanos desagradáveis me fitando.

-Confesso que gostei do lugar. -Vero disse em uma imitação horrível de minha voz.

-Eu percebi quando viemos. -agora foi a vez de Tay implicar imitando a voz de Camila.

-Vocês duas. -disse apontando para elas com um olhar sério. -Nunca mais façam isso, ela ficou super sem graça.

Disse me sentando na mesa logo depois, elas se olharem e explodiram em uma risada me fazendo revirar os olhos.

-Foi engraçado demais. -Tay disse parando de rir limpando uma lágrima em seu olho.

-Agora vamos embora. -Vero disse se levantando. -Mas antes Jauregui. -ela disse após eu me levantar junto de Tay. -Limpe baba. -ela disse passando a mão em meu lábio.

Ela saiu do lugar me deixando parada incrédula, Tay a acompanhou como cúmplice, eu estava muito ferrada com essas duas. Sai do lugar nervosa, pronta para falar poucas e boas para aquelas duas, Vero até ia mas Taylor não ela era minha irmã e me devia respeito.

[...]

Dizem que quando estamos em um momento muito bom o tempo costuma passar rápido, confirmei isso ao notar que já estava na frente de minha antiga casa com Vero e Tay, já sentia falta dela e estava um pouco triste, ela não estava atrás, me abraçou forte e sorriu pra mim.

-Adorei o dia. -ela disse me fazendo sorrir. -Não quer entrar?.

Ela perguntou me fazendo pensar por um momento, a idéia não parecia muito boa, mas não podia negar que estava morrendo de saudade de meus pais e Chris.

-Eu vou com você Lauren. -Vero disse me incentivando.

Olhei para Tay que me fitava esperando uma resposta, pensei mais uma vez e assenti a fazendo sorrir abertamente. Saímos do carro e logo adentramos a grande casa.

Passamos pelo jardim mais que conhecido por mim, e observei o quanto ele estava mudado, chegamos a porta e Tay não demorou a abrir.

Por dentro o lugar também parecia ter sido mudado, a cor passou de nude para branco, a grande escada ainda estava lá, parecia a única coisa a não ser modificada, andamos até a sala que permanecia com a mesma decoração, sem graça, ao me ver, o lugar era bem grande, contava com dois sofás na cor madeira e uma mesa de centro de vidro, com alguns objetos de decoração na mesma, uma enorme tv era segurava por um suporte na parede e não havia mais nada além da porta que dava a sacada, que estava aberta deixando um vento bom entrar.

-Mudou um pouco não é. -disse ainda observando o lugar.

-Um pouco?, mudou bastante, menos a decoração sem graça. -Tay disse me arrancando uma gargalhada.

-Eu ouvi isso. -a voz grave de meu pai surgiu no fundo do lugar, meu coração pareceu subir na boca naquele momento.

Não sabia do que daria daquela vez, apenas torci com todas as minhas forças para sair dali sem mais uma briga no pacote.

-Filha. -Mike disse parando ao me ver.

Temi ao pensar no que ele falaria, ou faria, talvez brigasse com Tay por me trazer ali, já estava preparando um discurso para defende-lá quando ele abriu um enorme sorriso e se aproximou, suspirei aliavada ao ver que não tinha raiva ou mágoa no seu olhar, mas sim emoção.

-Pai. -disse sorrindo de volta.

Ele me tomou em seus braços e me abraçou forte, não demorei para retribuir e me senti um pouco emocionada, eu sentia muita falta dele, deixei aquele momento me levar, me lembrando de quando eu era pequena e ia para algum lugar ou viagem e ele me abraçava do mesmo jeito, num ato de carinho e proteção, não éramos o pai magoado e a filha ingrata ali, eramos apenas pai e filha com saudade um do outro.

-Que saudade. -ele disse em um sussurro afagando meus cabelos em um carinho leve.

-Eu também estava com muita saudade. -disse me asfastando um pouco para encara-lo.

Só ali notei que todos nos observavam, inclusive Chris que estava parada ao lado de Tay. Não demorou para se aproximar também sorrindo.

-Maninha. -disse me abraçando forte. -Já estava indo no seu apartamento te arrastar a força pra ca.

Ele disse me fazendo gargalhar e todos fizeram o mesmo, logo soltei o também.

-Quanto tempo também Vero. -Meu pai disse se aproximando de minha melhor amiga e a abraçando forte.

Chris não demorou para fazer o mesmo, Vero era parte da família também, além de sermos amigas desde pequena minha mãe era muito amiga da mãe dela, eu vivia na casa de Vero e vice e versa.

-Bom, temos que ir agora. -disse mas Tay logo me impediu de continuar.

-Fica pro jantar Laur. -ela falou animada.

-Não dá Tay, Vero tem que ir pra casa e. -logo fui interrompida novamente.

-Creio que Vero não irá se importar. -Mike disse encarando minha melhor amiga.

A olhei torcendo para ela inventar qualquer desculpa, ficar ali por uns minutos tudo bem não daria em nada, agora ficar por horas e esperar o jantar que com toda certeza todos estariam reunidos não me parecia uma boa ideia, na verdade parecia uma péssima ideia.

-Mike tem razão não me importo. -Vero disse com um sorriso sentando no sofá logo em seguida.

-Então tudo bem. -disse forçando um sorriso aceitável.

-Eba. -Tay disse pulando e se aproximando de mim para me abraçar.

Quando anos ela tinha mesmo?, ri da sua afobação infantil e neguei com a cabeça.

-Onde está Clara?. -perguntei a Tay que me olhou um tanto sentida por eu não chama-la de mãe.

Não sabia ao certo quando me acostumei a chama-lá de Clara, mas com o tempo e as muitas mágoas acumuladas, não me sentia mais confortável em chama-lá assim.

-Mamãe esta na empresa resolvendo alguns negócios, mas ela chega para o jantar. -Tay disse frizando a palavra "mamãe" e eu não resisti e revirei os olhos.

-Ela também sente sua falta filha. -meu pai disse com sinceridade.

Seja legal Lauren, são seus pais, falei mentalmente a mim mesma.

-Também sinto, sinto falta de todos vocês.

Notei naquele momento que minhas palavras sairiam com mais sinceridade do que eu esperava, no fundo eu sentia mesmo falta de todos eles.

[...]

-A gente levou muita bronca esse dia. -Tay disse rindo e eu a acompanhei.

Estávamos sentadas no chão de meu antigo quarto que agora era local para guardar coisas velhas, havia um baú com algumas recordações, no qual Taylor insistiu bastante para vermos, Vero havia ficado na sala com Chris, eles tinham uma amizade muito forte também, cheguei a pensar que eles ficariam juntos mas não rolou nada além de um beijo em uma festa.

Olhei em volta e meus olhos prenderam em uma caixa que estava no chão ao lado de uma bicicleta que julguei ser Tay, Taylor logo percebeu e sorriu pra mim levantando logo em seguida e trazendo a caixa para perto da gente, ela logo se sentou novamente e tirou algumas folhas de papel da caixa, me entregando uma logo em seguida.

-Mamãe guardou seus desenhos, e pinturas.-Tay disse ainda sorrindo ao ver minha reação.

Era o jardim de casa que eu havia pintado aos dez anos de idade, os traços eram totalmente infantis e sem técnica nenhuma, mas isso não diminuía sua beleza, e o quanto rico em detalhes o desenho era, sorri ao ver minha assinatura que não havia mudado desde aquela época, confesso que me senti emocionada, não fazia idéia de que ela havia guardado meus desenhos e pinturas.

-Um dia peguei ela aqui sentada nesse mesmo lugar, olhando todos. -Tay disse com o olhar vago.

-Não faz sentido, ela odeia meu trabalho. -disse colocando o desenho na caixa novamente.

Clara fazia questão de falar o quanto eu não tinha futuro sempre que podia, fitei a caixa a minha frente com o cenho franzido se ela odiava por que havia guardado tudo aquilo?.

-Lauren. -ouvimos a voz de Chris adentrando o quarto. -O jantar ja foi servido, mamãe chegou. -ele disse com certo receio da minha reação.

-Bom, vamos comer então. -disse sorrindo fazendo meus dois irmãos suspirarem aliviados.

Descemos os três juntos, estava agarrada ao pescoço dos dois, que reclamavam por eu estar os apertando.

-Eu vou precisar do meu pescoço um dia Lauren. -Chris disse divertido nos arrancando gargalhadas.

-Sério?, pra que?. -perguntei com as sobrancelhas arqueadas.

-Pra muita coisa. -ele respondeu malicioso.

-Vocês não comecem com esses papos. -Tay disse nos fazendo rir.

-Veja querido, eles parecem crianças novamente. -Clara disse ao nos ver descendo e brincando.

Encarei minha mãe por alguns segundos e ela fez o mesmo, soltei Chris e Tay que foram direto para a sala de jantar, provavelmente Vero já estaria lá Mike também não demorou a se retirar, antes lançando um olhar repreensivo para nós duas, não evitamos rir da situação. Clara ficou em silêncio e pude notar um certo nervosismo vindo dela, parecia não saber o que fazer.

-Vamos jantar?. -quando achei que sairia algo bom ela apenas diz isso com o tom de voz um tanto frio.

Nem respondi sai da sala ignorando sua presença ali, como eu sempre fazia quando ainda morava naquela casa.

Me sentei ao lado de Vero que me encarou perguntando se eu estava bem logo depois, apenas assenti e começamos a comer, Clara veio logo depois e se sentou ao lado de Mike.

-O carro lá na frente é de quem?. -Clara perguntou cortando um pedaço de bife.

-É meu, trouxe as meninas. -Vero respondeu.

-Pensei que iria sair só com Lauren. -Clara disse se dirigindo a Taylor.

-Lauren pediu pra Vero ir com a gente. -Tay disse tentando fugir do assunto que eu ja sabia bem onde iria dar.

-Pensei que queria um passeio de irmãs. -Clara disse dando de ombros.

-Chamei Vero porque não tenho carro. -disse fazendo Clara me encarar com desdém.

-Esse seu emprego medíocre não te da condições nem para isso?. -Clara disse deixando os talheres de lado e apoiando aos mãos uma nas outras.

-Clara. -meu pai disse sério fazendo o clima ficar ainda mais tenso.

Apertei tanto os talheres em minhas mãos que senti o ferro machuca-las de leve, Vero colocou uma mão em minha coxa a acariciando de leve, tentando me acalmar.

-Esse emprego medíocre me deu a honra de poder morar longe de você. -disse no mesmo tom que ela havia usado.

-Viver longe adiantou alguma coisa?, você não tem nem metade do que teria se tivesse seguido o caminho certo que traçamos pra você.

Me levantei da cadeira em um salto fazendo todos se assustarem, pensei em muitas palavras que poderia dizer naquele momento, mas a decepção calou minha boca, não valia a pena, olhei para meu pai e meus irmãos e sorri pra eles logo em seguida em um ato de despedida, Vero não demorou para se levantar e eu não demorei para sair dali o mais rápido possível, eu corri jardim a fora sentindo as lágrimas caírem e molharem meu rosto, ouvi gritos atrás de mim me chamando mas não conseguia parar, eu só queria sair dali o mais rápido possível, parei em uma pracinha que eu costumava ir quando pequena, me sentei em um dos bancos e fitei o vazio, as palavras delas pareciam pequenas agulhas que me picavam de segundo em segundo, "medíocre", era isso o que ela achava do que eu amava fazer.

Ouvi o barulho do carro de Vero e logo o vi se aproximando, para o meu alívio ela saiu do carro sozinha e me olhou respirando fundo para se aproximar logo depois, ela não disse nada apenas sentou ao meu lado e passou o braço por meu pescoço, fazendo um carinho em meu braço, me deitei em seu ombro e ela não demorou para me envolver em um abraço.

Ficamos naquele silêncio por alguns minutos, logo depois entrei em seu carro e ela me levou para minha casa, insistiu mil vezes para dormir comigo mas eu neguei alegando que queria ficar sozinhas aquela noite, depois de falar mil vezes que ficaria bem Vero se deu pro vencida e foi embora, entrei em eu apartamento e desabei no sofá.

Já estava mais calma, mas muito arrependida de ter aceitado a proposta de Tay, eu já sabia no que iria dar e tive a ideia estúpida de entrar, massageei minhas temporadas suspirando pessado logo depois, me levantei para ir deitar em meu quarto e acordar só dali a três dias quando ouvi meu telefone tocar, fiquei tentada a ignora-lo mas sabia que não poderia fazer aquilo pois poderia ser trabalho, caminhei até o aparelho e o atendi.

-Alô. -disse esperando uma resposta.

Um silêncio pairou no apartamento, já iria falar novamente quando a pessoa resolveu falar.

-Lauren?. -uma voz doce disse do outro lado da linha.

A voz parecia um pouco diferente mas nãos irreconhecível.

-Camila. -disse não contendo o sorriso que teimava em aparecer toda vez que eu falava com a mulher.

-Está ocupada?, não quero atrapalhar?. -ela disse com receio na voz.

-Não, estou fazendo nada na verdade. -disse rindo no final da frase.

-Eu queria te perguntar se. -ela parou novamente fazendo o silêncio se instalar novamente. -Eu poderia ir aí amanhã.

Ela finalmente falou, estava visivelmente nervosa e com receio de perguntar, uma felicidade me invadiu ao imaginar Camila em meu apartamento, neguei mentalmente.

-Lauren?. -ela disse me tirando dos pensamentos.

-Claro Camila, não tenho compromisso algum amanhã.

-Eu estava pensando em ir depois do almoço.

-Se incomoda em almoçar comigo?. -perguntei sem ao menos pensar no que tinha acabado de propor.

-Tudo bem, mas não quero incomodar.

-Incômodo algum, salva nós duas de comermos sozinhas.

-Tudo bem então, vou depois da minha aula, não se preocupe em preparar nada difícil eu como qualquer coisa.

-Não se preocupe com isso ok?.

-Ok. -não poderia vê-la, mas tive uma leve impressão que ela estava sorrindo. -Te vejo amanhã.

-Te vejo amanhã. -disse desligando o telefone logo em seguida.

Me sentei no sofá novamente imaginando como seria possível uma pessoa melhorar drasticamente seu humor com apenas uma ligação, não sabia o que estava acontecendo e não estava me preocupando entender, só me deixava levar para aquele caminho que me prendia cada dia mais a Camila.


Notas Finais


:)


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