1. Spirit Fanfics >
  2. Que capa vermelha você tem II >
  3. Entre as garotas

História Que capa vermelha você tem II - Entre as garotas


Escrita por: MisakiMisa

Notas do Autor


Heeey humanos, mais um capítulo pra vocês.

Capítulo 8 - Entre as garotas


Está tudo perfeito, mas eu tenho que trabalhar. Acordo e me obrigo a sair da cama, Marcus está com tanta vontade de sair de lá quanto eu, mas eu lembro que não quero ser demitida e o chantageio com comida, beijos e um banho a dois no meu chuveiro. Cada um vai pro seu trabalho e ele liga pra casa pra avisar que almoçará lá, e pela cara dele Lucia Evalin e Raffael encontraram tanta relutância em sair da cama quanto nós. Não ouso rir até que ele desligue o celular e me lance um olhar mortal. Lhe dou um beijo e vou pro mercado imaginando o que falar pra não ser demitida.

                No fim não falo nada, minha chefe simplesmente me dá os parabéns pelo noivado e sai mais que sorridente, assim que me vejo sozinha com Levy, que é a outra criatura que trabalha aqui, enfio ela embaixo do braço e a arrasto até um canto.

– O que foi que falou pra ela? – rosno exibindo os dentes

– Simples, o pai de Marcus apareceu ontem e teu namorado foi dormir na tua casa com a gente pra dar espaço pros velhos dele. Quando acordamos ele te pediu em casamento na frente da gente e você aceitou, aí vocês dois chutaram o restante de nós pra fora pra curtir o tããão esperado finalmente de vocês. – minhas mãos estão formando garras a essa altura – Falei que vocês se amam desde crianças e finalmente tinham se tocado de algo que o resto do universo já sabia e que você tava se sentindo super, super, suuuper culpada e nervosa por ter dado o cano nela mas afinal era o dia em que você ficou noiva do amor da sua vida e tudo mais. Ahnw, e eu convidei ela pra sua festa no domingo e disse que era você quem tinha mandado.

Flexiono as mãos várias e várias vezes, respiro fundo e lembro que poderia ser muuuito pior. Ela poderia ter dito algo do tipo pro meu pai! Mas enfim... passo o resto do dia sorrindo pros muitos clientes que resolveram que tinham que fazer compras hoje, como eu já disse uma vez, lugar pequeno, mais vizinhos fofoqueiros, igual todo mundo sabendo da vida de todo mundo. Se minha chefe não tinha me perdoado antes perdoou agora, aproveitei pra distribuir os convites que mamãe veio me entregar as nove, tenho que admitir, a eficiência dela é realmente impressionante, ela já encomendou tudo e mal se passaram dois dias desde que Marcus me pediu em casamento. Ela franziu levemente o nariz farejando o ar quando me encontrou mas não disse nada ante ao cheiro dele impregnado em mim, imagino que metade da população sobrenatural que foi xeretar também tenha notado, mas como nós estivemos grudados a vida inteira não acho que eu esteja cheirando diferente do normal apesar de tudo, pensando bem, mesmo eu percebi há algum tempo que o cheiro do homem lobo sempre esteve agarrado em minha pele, mesmo que não estivéssemos andando juntos ou tivéssemos passado até mesmo um mês separados (coisa que só aconteceu duas vezes depois que nos conhecemos).

– Levy. – chamei quando finalmente chegou a hora do almoço e fomos para a praça, começamos a preparar as coisas pra quando as meninas chegassem – Você acha que estou com o cheiro do Marcus assim tão evidente em mim?

– Não mais que o normal. – responde ela farejando o ar – Por quê? Vocês realmente...

Coro feito um pimentão e ela ri descaradamente, seus dentes brancos expostos demais pro meu gosto, Chris escolhe esse momento pra chegar e se junta a loba irritante, Maia, que veio com ela cora tanto quanto eu ante o assunto. Elas comentam o fato de eu e meu noivo sempre termos parecido, falado, brincado e aparentemente cheirado como um casal desde crianças. Eu desisto de protestar e enfio minha comida na boca em um pedido silencioso de que as outras façam o mesmo, não dá certo.

– Mas e então? – Chris não se contém, finalmente elas param de falar por uns segundos e sentam de frente pra mim – Como foi? Ele foi mesmo um homem das selvas ou foi um gentil cavalheiro?

– Como é? – quase me engasgo

– Pare de bancar a difícil e conte logo. – se exaspera Levy

– Depende. – digo ficando tão vermelha quanto meu capuz – Estão falando sobre de manhã, de tarde ou de noite? – é a vez de Chris engasgar com sua comida e eu praticamente enfio a cabeça dentro de meu prato

– Espera, espera, espera! – Levy sacode as mãos como louca enquanto Maia tenta desengasgar a loira – Vocês passaram o dia inteiro na cama?

– Não. – digo com o rosto ainda escondido, a fala um fiapo de voz – A gente também passou um bom tempo no chuveiro. E talvez um tempinho na sala e depois no corredor.

É engraçada a cara de Maia, tão vermelha entre seus cabelos claros, aparentemente Chris e Levy perderam a fala por que por um maravilhoso instante elas simplesmente colocam comida em seus pratos e depois almoçam em silêncio, infelizmente isso não dura muito.

– Tá, quando ele te pediu em namoro? – indaga a loira – E por que mantiveram em segredo por tanto tempo?

– Ele nunca me pediu em namoro. – digo dando de ombros

– Então era só amizade colorida? – é a vez de Levy

– Acho que sim. – falo – Não é que estivéssemos escondendo, é que tem rolado tanta coisa!

– Verdade. – me apoia a pantera cor de rosa (Maia odeia esse apelido, não ouso pronunciá-lo em voz alta, principalmente quando ela é a única que não está me interrogando)

– Tá mas mesmo assim não deviam ter contado pra gente? – pergunta Levy, meio magoada – Somos amigos há anos. Desde quando estão juntos?

– Desde sábado. – as três me olham caladas por vários segundos até Maia se manifestar

– Você tá brincando né?

– Pensando bem... – medito – Hoje faz quatro dias que estamos juntos.

– Tá, já deu nós sabemos que estão juntos mais ou menos desde o que rolou com a sua vó, não estamos perguntando de quando se assumiram, queremos saber como aconteceu. – se irrita Levy

– Eu tô falando sério, a primeira vez que ele me beijou foi naquela manhã. – resmungo

– Você não está brincando com a nossa cara está? – pergunta Chris – Você estava praticamente morando lá há semanas!

– Por que a Lucia está doente e minha casa agora é longe demais pra eu ir almoçar lá todo dia.

– Tudo, bem, tudo bem, tudo bem. Vamos supor que é verdade. – tenta nos acalmar Maia – Você além de passar o dia dormiu lá na sexta certo? O que rolou?

– Durante o dia eu fiz faxina na casa, ele almoçou no trabalho então nós nem nos vimos até as seis. – conto – Ele chegou, nós três jantamos e fomos assistir tevê, todo mundo tava morto de cansaço então eu acabei caindo no sono no sofá e só acordei de manhã.

– E... ?– as três ecoam

– Acordei na cama dele, dormindo de conchinha.

– E...?

– Ele me beijou, a mãe dele apareceu na porta, nós descemos e tomamos café, saímos e topamos com vocês.

– Peraí. Foi só isso? – Chris está totalmente decepcionada – Nada mais romântico ou ousado?

– Ah, bom, ele estraçalhou no dente o cara que matou minha vó e queria me esfaquear, isso conta? – Levy solta um “ownn” e Maia e Chris olham de mim pra ela

– Vocês acham estripar alguém romântico? – pergunta a rosada

– Eu acho. – a morena bate o pé, dou de ombros meio que concordando

– Olha eu meio que amo ele loucamente desde criança, não podem me culpar. – resmungo – Contei pra vocês o que eu sinto há anos.

– E fez a gente jurar nunca contar pra ele. – comenta a baixinha – E ele fez nós jurarmos o mesmo há anos também.

– O quê? – minha vez de não acreditar – Vocês tão dizendo que sabiam?

– E ambos fizeram a gente jurar não contar. – diz Chris – Ele admitiu pra nós depois de deslocar o queixo do seu ex com um soco.

– E eu admiti depois de deslocar o braço da primeira garota que ele beijou.

– Ainda não sei por que você fez aquilo. – medita a loira – Imagino que não foi so por ciúmes não é?

– A Ana tentou me ameaçar pra que eu me afastasse dele. – lembro, ele tinha uns quatorze anos e eu doze – Quando eu ri na cara dela ela tentou me bater e eu aproveitei a ocasião pra descontar a frustração. – dou de ombros

– Você sabe que ela roubou aquele beijo né?

– Ele me falou, e ela me odeia até hoje. – digo sorrindo

– Não é pra menos. – diz Levy – Você vive esfregando na cara dela.

Colocamos as coisas na minha cesta e me estico sobre a toalha olhando pro céu e sorrindo

– Ele é meu noivo! – digo ainda tentando assimilar – Meu, só meu.

– Nos poupe dessa cara de boba apaixonada. – reclama Levy, se esticando na toalha também

– Que foi? – provoco – Não é minha culpa se você está encalhada.

– Minha vida amorosa não é mural de piadas Chapéuzinho Vermelho.

– É sim. – ri Chris se deitando também

– Quieta Cachinhos Dourados. – rosna a morena

– Mas você está mesmo encalhada. – provoca Maia a última a se esticar na toalha

– Você também princesa Jujuba.

– Notaram que a Mariazinha está meio solitária sem o seu irmão Joãozinho? – retruco rindo

– Abraço coletivo! – grita a loira louca

E vai se jogando em cima da outra, Maia e eu seguimos, as três beijando, fazendo cafuné e puxando as bochechas da morena furiosa. Ela morde, tenta chutar e belisca na tentativa de escapar até estarmos todas atacando umas ás outras, antes de finalmente nos acalmarmos, ainda meio emboladas.

– Vocês aceitam ser minhas madrinhas?

– Achei que nunca ia pedir. – diz Maia – Já marcaram data?

– Não tivemos nem tempo de pensar nisso. – resmungo – Eu acabei de descobrir que meu pai é um elfo, meu sogro é um alfa e o tio do Marcus é um psicopata sádico que mandou matar minha vó. – as meninas ficam em silêncio ante isso – Desculpa gente, mas enfim, nem acredito, minha festa de noivado é no domingo!

– É bom te ver feliz. – murmura Chris encostando a testa na minha – Imagine então na despedida de solteira!!!

– Ah, não. – gemo preocupada

– Ah sim! – diz ela – E vai ser no sábado.

– O quê? Mas por quê? – Porque aí você não terá tempo para me fazer mudar de ideia e porque eu consigo fogos de artifício, um paredão e uns filés deliciosos até lá.

– Quando diz filés você não está falando de comida, não é? – pergunto meio desesperada

– Óbvio que não, espera, melhor ainda. Nós vamos para a cidade! – praticamente grita – Balada! Vamos dançar até a exaustão.

– Você sabe que eu odeio álcool não sabe? – pergunto – E ainda quer me levar pra uma balada?

– Você não precisa beber, mas eu sei que você ama dançar. – lança ela – E também faz muito tempo que estamos na reserva, todas nós precisamos sair, tenho certeza que o homem lobo e os outros também vão sair.

– Ok. – resmungo derrotada – Mas se eu sentir o cheiro de outra mulher no meu noivo arranco as unhas de todo mundo no alicate. Nada de strippers em cima dele, podem avisar os rapazes.

– Agora que eu pensei nisso, seu noivo mega-ultra-super-hiper-ciumento pode estar dizendo algo do tipo agora mesmo.

– Ele tem ciúmes do Legolas. – reclamo

– Viu? Se chegar outro cara muito perto de você ele pode estripar todos nós. – medita ela – Não se preocupe, eu penso em algo até o sábado chegar.

– Ok, ok. – digo – Mas agora devíamos era voltar pro trabalho. – digo pra Mariazinha

– Você primeiro Chapeuzinho.

Dou de ombros, recolhemos as coisas e vamos nos provocando e cutucando até o mercado, que é meio que loja também, já que tem uma seção para cada coisa, nós duas trabalhamos na sessão de roupas, que normalmente não é tão movimentada quanto a dos alimentos ou outros produtos básicos, normalmente podemos passar um tempinho conversando entre nós, hoje assim que voltamos temos que trabalhar. E por trabalhar quero dizer relatar detalhes (não todos, obviamente) do meu noivado e ajudar clientes que compram alguma coisa só para saber das novidades em primeira mão. Eu estou exausta quando finalmente é hora de sair e ao finalmente atravessar as portas do mercado com minha capa vermelha e minha cestinha de comida para encontrar o lobo mau à minha espera.


Notas Finais


E então, o que acham?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...