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História Quebrando O Tabu (Hiatus) - Doutora Iara


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


Espero que gostem💕

Capítulo 1 - Doutora Iara


Fanfic / Fanfiction Quebrando O Tabu (Hiatus) - Doutora Iara

Kim SeokJin

Março 2019 - 08:23 a.m 

Centro Médico Guk II

Adoro esses olhares que recebo, enquanto caminho pelos grandes e espaçosos corredores de pisos encerados e muito bem alinhados. Admiração, inveja, respeito... Os olhares mais ganhados por mim expressam esses sentimentos. Alguns até ousam tentar transparecer desprezo à mim, porém, eu consigo ver a cobiça em seus luzeiros, querendo ser eu ou ao menos a metade do que eu sou. Os que eu mais amo, me referindo ainda a atenção, são os das mulheres, me odeiam e me desejam ao mesmo tempo, algumas chegam à me amar. Pena que nenhuma seja retribuída, é até patético ver elas aos prantos quando as rejeito. Se já sabem que não vou aceitá-las, por que insistem? Burras como sempre. 

– Hey, Jin! – escutei aquela voz anasalada chamar-me e girei meus calcanhares, encontrando o tal correndo em minha direção. – Não faça esse semblante entediado, parece que não quer falar comigo. 

– E talvez eu não queira, Kim Namjoon. – aproximei-me dele. – Você não acha que, se eu pareço entediado com a sua companhia, quer dizer que eu não a queira? 

– Frio como sempre. – resmungou. 

– Se não está satisfeito com a nossa amizade, apenas se afaste. – dei de ombros, virando-me novamente e seguindo meu caminho. 

Ignorava praticamento todas as pessoas que me cumprimentavam abaixando a cabeça, já Namjoon, retribuía todos com aquele seu sorriso que mostra suas covinhas que até invejo um pouco nele, bem pouco. Pouco menos, quase chegando à nada. 

– Relaxa, já me acostumei com seu jeito. Se não virei gelo até hoje, é porque eu sou muito quente para me congelar com suas respostas frias. – começou a andar do meu lado, o que me incomodava um pouco, já que gostava das pessoas atrás de mim. Ele sabe disso, mas faz questão de fazê-lo, entretanto, bastou um olhar repreendendo-o e ele se afastou. Ficando não totalmente atrás de mim, mas pelo menos atrás de um dos meus braços. – Você já comeu hoje? 

– Não. – respondi sem expressão alguma. 

– Quer comer comigo? Eu pago. 

– Hum, pode ser. – olhei-o por cima do ombro. – Mas eu pago. 

– Por que? 

– Porque eu quero, não discuta. – soltei o ar em um bufar irritado, concentrando-me novamente ao caminho reto à minha frente. 

– Está bem, senhor mandão. – como sempre — ou pelo menos quase como sempre —, ele se deu por vencido. Permiti-me sorrir satisfeito com sua obediência. 

Gosto disso, quando as pessoas me obedecem sem retrucar. Quando não o fazem por pura vontade, eu as faço quererem me obedecer, mostrando o quanto pode ser um inferno ter alguém superior contra você. Se a pessoa é melhor que você, é seu dever autenticamente respeitá-la e obedecê-la, mesmo que contragosto. 

– O departamento de neurocirurgia está bem movimentado hoje. – puxou assunto com uma observação. 

– Houve um acidente hoje de manhã, um ônibus desviou de um carro sem controle e os dois acabaram batendo ambos em postes. Praticamente todos os passageiros saíram com lesões graves, então, foram automaticamente trazidos para cá. – explico sem muita vontade. – Acabei de sair de duas cirurgias. 

– Foram sucessivas? – perguntou mesmo já sabendo a resposta. 

– Sim. 

– Uau, você é mesmo incrível, Jin. – vangloriou-me.

– Eu sei. 

~♠~

Quando chegamos no refeitório, muitos ali torceram seus pescoços para me olhar, pois aqui não é um lugar que eu costumo frequentar sempre. Prefiro o restaurante do outro lado da rua. 

– Você chama muita atenção. – Kim anunciou o óbvio. 

– Isso que acontece quando se é o melhor. – Respondi como se estivesse desinteressado. 

Meu amigo apenas revirou os olhos e passou na minha frente, arrancando-me um sorriso de canto por tê-lo deixado irritado. Não importa o que eu faça, Namjoon não consegue ficar irritado comigo por muito tempo, ele me ama demais para isso. Acompanho seus passos e logo começamos a caminhar para o balcão no mesmo nível de antes, o que arranca alguns olhares curiosos dos ali presente. 

O refeitório do hospital é até que aconchegante, como faz um tempo que não venho aqui, não notei as mudanças feitas desde a última vez. O piso que antes era de azulejos azuis se tornou um piso de madeira escura e brilhante, julgo ser carvalho pelo tom e rasuras pequenas dos sapatos. As paredes continuam em um verde grama e a mobília de aço forte e muito bem limpo, parecem até móveis futuristas. 

– O que vai querer? – ouvi a voz de Namjoon e espantei os pensamentos banais. 

– Não sou eu quem vai pagar? – questionei. 

– Você paga, eu faço o pedido. – olhou os salgados através do vidro da vitrine. – Agora me diga, o que quer? 

– Croissant de chocolate. 

– Bebida? 

– Suco, pouco me importa o sabor. 

Respostas grossas sempre foram o meu forte e, apesar de já estar acostumado com elas, Namjoon insiste em rolar os olhos toda vez que eu dou uma. 

– Dois Croissant de chocolate, um suco de abacaxi e outro de limão. – olhou-me com o corpo virado para a balconista que estava atrás do aço maior que nós, assim, precisando de um pequeno palco para olhar os clientes. – Tudo bem? 

Dei de ombros. 

– Certo, é isso mesmo. – voltou sua atenção para ela. 

– Qual a forma de pagamento? – a mulher me fitou já com aquele típico brilho desprezível, deve ter prestado atenção na nossa pequena discussão para saber que eu que vou pagar. 

– Dinheiro. – a frieza me acompanhando, assim deixando a garota desconfortável a ponto de se encolher. 

– Deu ₩4724. – tocou o teclado do computador. 

– Você não deveria ter me falado o preço antes de perguntar a forma de pagamento? – olhei-a de forma impassível. 

– M-me desculpe, eu sou nova aqui e- 

– Basta. – coloquei minha cabeça reta e uma mão em frente ao corpo, pedindo, arrogantemente, que parasse de falar. – Não estou afim de demitir você hoje, apenas pegue o dinheiro.

– Oras, não fale assim com ela, Jin. – argumentou Namjoon, mas eu o ignorei friamente. 

– Burras como sempre. – o deboche era nítido em minha voz. 

Abri minha carteira em busca das notas, logo em seguida, colocando-as no balcão um pouco acima de mim. 

– Desculpe-me, senhor, mas eu não sou burra- 

– Já disse para parar de falar! – cortei-a novamente e dei um tapa na vitrine, chamando a atenção de algumas pessoas. – Quando um superior mandar ficar quieta, você fica! Entendeu?! 

Ela assentiu relutante, abaixando a cabeça em seguida como se sentisse inferior, e de fato, era. Me recompus e peguei a bandeja com os lanches na bancada ao lado, agora caminhando em direção a uma das mesas com um Namjoon emburrado ao meu encalço. Ele não gosta quando ajo desta maneira, mas também não protesta. 

– Coma depressa, ainda tenho mais três cirurgias no período da tarde. – disse autoritário. 

Kim resmungou algo, entretanto, eu não me interessei tanto em ouvir, por isso não pedi para que repetisse mais alto. Meu suco era o de abacaxi, apesar de não ficar muito satisfeito com a escolha, decidi beber o líquido mesmo assim, não queria ter um Namjoon muito enfezado enchendo-me o saco o dia inteiro. 

– Ela é tão maravilhosa, eu queria ser ela. – escutei alguém comentar na mesa ao lado. Como não tinha nada melhor para fazer, decidi prestar um pouco de atenção na conversa. – Foi transferida pra cá ontem e já é tão admirada. 

– Ela é uma boa chefe. – observou a outra garota, eram duas, pelo o que pude ver com minha visão periférica. – Achei que seria residente. É bom saber que agora teremos uma mulher na chefia. 

– Parece que era a melhor no hospital antigo. – aguçei meus ouvidos. – Em Busan, né? 

Soltei um pequeno ruído de deboche, sorrindo de canto pela baboseira que diziam. "Ela" não deve ser tão especial vinda de um lugar tão... Caipira. 

– Elas estão falando da nova doutora que foi transferida hoje do Centro Cirúrgico de Busan. – explicou Namjoon com a boca suja de chocolate. – A mulher é realmente boa no que faz, fez uma cirurgia que deveria ter durado pelo menos 04:00 horas em apenas 03:00. 

– Humf... – limpei minha boca com o guardanapo oferecido pela atendente desatenta. – Limpe sua boca, está suja. – aviso. – E essa mulher, por que não estava sabendo dela até agora? Eu sou o neurocirurgião chefe, não deveria saber de todos que entram para a equipe? 

– Um dos chefes. - me corrigiu, arrancando um olhar raivoso de mim. – Eu iria te contar que agora teríamos uma chefe, mas você estava tão frio que eu acabei por me esquecer. 

– Uma mulher no cargo de chefe? – ri zombando. – Que erro tremendo. – Nam abriu a boca para retrucar, então, eu continuei: – Enfim, me mantenha informado das coisas, independente do meu humor. Ei tenho que ir, nós vemos mais tarde. Tchau. 

Limpei os farelos do salgado de meu jaleco e saí do refeitório, não sem antes escutar a despedida de Namjoon. Comecei à pensar sobre a conversa daquelas duas enfermeiras, será mesmo que tínhamos uma mulher no comando? Não acho que Namjoon mentiria  para mim, no entanto, ainda é difícil de acreditar. Eu devo conhecer essa mulher e colocá-la em seu devido lugar, para que ela não se ache demais por aí. Todavia, vou ter que fazer isso mais tarde, agora eu tenho mais algumas vidas para salvar. 

Kim SeokJin 

Março 2019 -  05:12 p.m

Centro Médico Guk II

A tarde caiu e eu já estava me sentindo um pouco exausto, mas não poderia parar, porque o mundo não para e a cada dia aparecem mais acidentes e doenças. Claro que eu tiro meus descansos, durmo pelo menos 08:00 horas por dia, entretanto, essas horas são cortadas em cochilos aqui e ali. Não reclamo, amo o que faço e não trocaria isso por nada, muito menos a atenção que recebo. 

– Doutora Iara é incrivelmente eficiente. – uma enfermeira comentou com a parceira enquanto mediam a febre de um senhor sentado na sala de espera. 

Ainda não tive chance de conhecer essa tal Doutora, mas escutei que temos a mesma idade e que ela é brasileira, algo muito incomum aqui. Só não quero que ela venha tentar tirar o meu posto de chefe, porquê odiaria ter que demiti-la em tão pouco tempo de serviço. 

Meu celular começou vibrar, então, tirei o aparelho do bolso do jaleco e fitei o visor, vislumbrando o nome de um dos diretores da empresa, Chong In. 

– Boa tarde, Diretor. – falei assim que o celular alcançou meu ouvido. 

"Boa tarde, Dr. SeokJin."

– No que posso ajudar? – continuei caminhando, ignorando os olhares alheios que recebia. 

"Aceita jantar hoje com a minha família? Inclusive com um dos corretores do Centro?" Seu tom de voz ficou ainda mais adocicado, como costuma fazer quando queria algo de mim. 

Chong In insiste em me fazer jantar quase todos os fins de semana na sua casa. Não porque gosta da minha companhia ou quer me ajudar à subir de cargo, ele apenas acha que eu e a filha dele faríamos um casal perfeito, na verdade, perfeito mesmo seria ter um neurocirurgião chefe em sua família, mas isto ele finge ser apenas um detalhe. Todavia, eu não me interesso pela mulher, mas vou aceitar esse jantar por causa do corretor, talvez hoje ele queira algo à mais que um mero casamento. 

– Tudo bem, aceito. – controlei meu suspiro. 

"Certo, certo! Te esperamos aqui!" E com aquela despedida entusiasmada, ele terminou a chamada. 

Parece que a noite vai ser longa, muito longa. 

Kim SeokJin

Março 2019 - 10:23 p.m 

Uma rua qualquer

O jantar foi consideravelmente agradável, talvez pela presença do corretor, o Diretor Choin não ficou jogando sua filha sem graça para cima de mim, o que foi um grande alívio. A garota é bonita, porém, muito barulhenta, sempre querendo dar sua opinião e se metendo nos assuntos, isto me irrita muito. 

Voltando para o hospital, eu começo à pensar o quanto as mulheres estão se tornando cada vez mais decadentes. Sempre enfrentando seus maridos e tentando chamar atenção com suas "opiniões formadas". Sério, algumas deveriam colocar um esparadrapo na língua para não falar tanta merda, irrita muito. Na verdade, a merda começou quando elas entraram para o Mercado de Trabalho, depois disso só começaram à fazer coisas detestáveis. Até agradeço por algumas enfermeiras, todavia, a maioria me irrita muito. Não sou machista, entenda, só acho que as coisas andam muito desequilibradas. 

Estaciono o carro em uma vaga qualquer e desligo o automóvel, saindo do veículo e caminhando em direção ao hospital, logo já me encontro dentro do mesmo, onde sou recepcionado por um Namjoon com um semblante não muito feliz, na verdade, parecia com medo. 

– O que aconteceu? – perguntei vestindo meu jaleco que estava pendurado em meu antebraço e enfiando as mãos no bolso. Caminhamos em direção a minha sala. 

– Uma senhora estava voltando da feira quando um carro desgovernado à atingiu. – começou parecendo mais irritado do que triste. – Felizmente, deu tempo de ela chegar aqui para fazer a cirurgia, só espero que fique bem. Sabe, eu acho uma puta de uma sacanagem essas pesso- 

– Cale a boca e leve-a agora para a sala 2! – respondi alarmado. – Eu estou indo pra lá agora! 

Disparei pelo corredor, desviando das possíveis trombadas que eu teria caso não estivesse prestando atenção. Namjoon parou atrás de mim, parecia confuso, porém, logo já estava correndo ao meu lado. 

– Isso não é necessário. – respondeu com dificuldade pelo movimento frenético das pernas. 

– Como assim? – indaguei confuso. 

– Ela já foi atendida, já está na cirurgia. 

Parei de súbito, tendo como prêmio um Namjoon estabanado que quase foi ao chão, mas conseguiu se equilibrar por um milagre. Olhei-o tão severamente que, se meus olhos pudessem queimar, ele já seria cinzas. 

– Como assim ela já está em cirurgia? Por que só estou sabendo disto agora?! – perguntei alto, me aproximando do moreno um centímetro maior que eu, entretanto, encolhido. – Eu sou o médico de plantão! 

– E-eu sei, Jin, eu sei. Mas não dava tempo de avisar, ela precisa urgentemente de atendimento, as costelas foram trituradas e quase não havia pulso. Foi muita sorte ela conseguir chegar viva aqui. – levou as mãos em frente ao corpo, recuando um passo. 

Sim, eu já estava furioso. Eu sou a porra do médico de plantão hoje, deveria estar sabendo de todas as coisas que aconteciam aqui nesta noite. 

– Quem está fazendo a cirurgia? – questionei autoritário. 

– A Doutora Iara. 

Meu sangue ferveu, ah como ferveu. Queria matar Namjoon, estrangulá-lo até que minhas forças acabassem e a respiração dele parasse. Como se já não bastasse uma cirurgia que eu não estou no comando estar acontecendo, ainda tenho que aguentar saber que uma mulher, UMA PORRA DE UMA MULHER, está fazendo o meu trabalho. Inadmissível. 

– Quando a cirurgia acabar, mande essa tal Iara ir na minha sala, espero ela lá. – disse entredentes, deixando aquele corredor quase destruído com meus passos fundos. 

~•~

Bloqueei meu celular, já não estava aguentando mais todas aquelas mensagens. Assim que coloquei o aparelho na mesa, ouvi as leves batidas em minha porta e voltei a mexer no meu computador, pois sabia de quem se tratava.

– Entre. – ordenei ríspido. 

A porta se abriu revelando a figura que com tanto pouco tempo já me fez ter dores de cabeça que nem as noites em claro conseguiram causar. 

– Iara, certo? – perguntei olhando a mulher do de cima abaixo. 

Iara não era tão alta, na verdade, acho que o topo de sua cabeça alcança o meu peito e olhe lá. Seu corpo até que é bonito, mesmo com o jaleco, consigo ver as curvas que a blusa justa branca e calça jeans colada deixam amostra, deixando-a bem mais agradável do que as outras funcionárias desse lugar. Suas bochechas são magras, porém, suas maçãs são bem avantajadas e evidentes. A pele dele é escura, não tão escura como a da cantora Rihanna — a qual sou muito fã mas não admito —, todavia, bem diferente da natural palidez das pessoas de Seoul. 

– Sim. – respondeu seca, parecendo incomodada com o meu olhar analisador. 

– Vou ser direto. – apoiei os cotovelos na mesa e o queixo entre as mãos, tomando uma postura intimidadora. Contudo, aquilo não surtiu nenhum efeito na mesma. – Não quero que interfira no meu emprego, soube que fez uma cirurgia sem minha autorização e-

– E eu devo lhe pedir autorização para fazer o meu trabalho? – interrompeu-me, arqueado as sobrancelhas. 

– Sim, deve, porque eu sou o cirurgião chefe e-

– E eu também sou. – cortou-mela pela segunda vez, fazendo-me apertar os punhos sobre a mesa forte de madeira escura. 

– Isso não muda o fato que você precisa da minha autorização para fazer tal coisa, eu que deveria fazer aquela cirurgia, não você! – elevei o tom de voz.

– Sério? Acha mesmo que tem o direito de brigar comigo por eu ter feito o meu trabalho? – riu debochado, fazendo-me arregalar os olhos com tamanha audácia. – Olha aqui, Doutor Kim SeokJin,  você não estava aqui e uma vida precisava ser salva, eu fiz o que deveria ser feito e vou continuar fazendo você queira ou não. – abri a boca para protestar, mas ela continuou: – Queria que eu fizesse o que? Ligasse para você e esperasse que chegasse aqui para fazer a cirurgia? Me poupe, aquela senhora só não morreu porque eu estava aqui. 

– Olha aqui, sua arrogante metida-

– Olha aqui você, SeokJin. – aumentou o tom de voz, apontado para mim com os olhos semicerrados. – Eu não sei quem você pensa que é, mas espero que não me xingue nunca mais, porque você não tem o direito de fazê-lo. 

– Eu sou a pessoa que pode tirar seu emprego. – respondi convicto. 

– Sério? Com que direito? Você é o dono do hospital agora? – zombou. Inflei minhas bochechas, levantando-me da cadeira e tomando uma postura raivosa. 

– Não, mas sou um grande amigo do diretor Choin e eu tenho certeza que ele o faría caso eu pedisse. 

– Sério? Acha mesmo que ele demitiria uma profissional só porque você não quer trabalhar civilizadamente com ela? Me poupe. – jogou as mãos para o ar, parecendo frustrada. – Pois eu digo que ele me colocou aqui e não me tiraria só porque eu não faço os teus caprichos. 

A mulher começou à caminhar em direção a porta com passos fundos, fazendo o barulho do seu salto escoar pelos azulejos brancos da minha sala. 

– Aonde pensa que vai? Eu ainda não acabei. – adverti, dando um soco forte na mesa. 

– Trabalhar. – parou em frente à porta, segurando na maçaneta e olhando por cima do ombro. – E eu acabei. 

Com essa frase fria, Iara deixou minha sala com um bater forte da porta, deixando-me ainda mais irado do que já estava. Murmurei inúmeros xingamentos para a mesma, dando um tapa forte na madeira para aliviar a raiva, porém, aquilo nada adiantou. 

✴ 

– E então, como foi com a doutora? – perguntou Namjoon seguindo-me pelo corredor. 

– Não poderia ser pior! – bradei, ainda irritado. – Eu quero matar aquela mal-educada desprezível, ela me desafiou! Ela teve a ousadia de me desafiar! 

– Oh, é a primeira vez que isso acontece, interessante. – comentou baixinho para si mesmo. Olho-o raivoso e, quando o mesmo percebe, trata de engolir em seco e colocar as mãos em frente ao corpo com as palmas viradas para mim. – Me desculpa, eu só fiquei surpreso com tamanha "ousadia". – usou ironia, o que me irritou mais ainda. – Relaxa, Jin, você se preocupa demais com coisas pequenas. 

– Coisas pequenas, Namjoon? – parei no corredor vazio, aumentando a voz sem medo algum. – Aquela idiota me desafiou. Que direito ela acha que tem para questionar minha autoridade?!

– Relaxa, Jin, ela é nova aqui, com o tempo se acostuma. 

– Espero que sim, já tenho dores de cabeça demais aguentar, não quero adicionar mais uma na lista. 

~♪~ 

Parece que todo centro médico estava ali para presenciar a briga que Iara estava prestes à ter com alguns gângsters. Ela não tem noção do perigo que esses caras são e, apesar de parecer durona, tenho certeza que está implorando que algum herói surja e a salve dos bandidos. Eu até seria esse herói, mas quero vê-la chorar de medo, quem sabe assim ela aprende aonde é seu devido lugar. 

– Senhor, devo chamar a segurança? – uma enfermeira assustada perguntou, com as mãos trêmulas. 

– Não, está divertido, quero ver aonde isso vai dar. – respondi com um sorriso de lado. 

A brasileira é desaforada, ignorante e muito cheia de sí. Talvez um pouco de humilhação à faça voltar para o seu lugar. 

– Eu não vou ser atendido por uma MULHER! – falou com certa dificuldade o líder da gangue, deixando-me cheio de orgulho. 

– Me vê como uma mulher? – Iara respondeu com uma careta de desprezo. – Pois eu só te vejo como um paciente qualquer. 

– Tirem-na daqui, essa mulher já me irritou o suficiente. – ele ordenou para os capangas que assentiram prontamente. 

Estava prestes a apreciar Iara ser enxotada para fora do estabelecimento com muito gosto, todavia, quando um dos homens tocou em seu ombro, ela pegou a mão do mesmo e torceu, prensando-a contra as costas dele e deixando seu urrar ecoar entre os presentes. Chocado, eu observei a cena. 

– Senhor, devo chamar a segurança agora?! – gritou a enfermeira novamente, todavia, sua voz ficava cada vez mais distante. 

Eu estava centrado demais para prestar atenção em outra coisa que não fosse a agilidade da doutora à minha frente. Ela parecia flutuar sobre o piso do hospital, suas pernas e braços se moviam tão depressa que até eu estava ficando tonto com todos aqueles movimentos. Os homens de preto iam ao chão um por um, seja com chutes, socos ou rasteiras, todos eles estavam sendo derrotados pela mulher de rabo-de-cavalo. Iara, de fato, parecia uma lutadora profissional. 

– Senhor! – insistiu novamente a garota ao meu lado, mas eu não conseguia ouvi-la, por mais que quisesse, eu não conseguiria. Eu só me concentrava na facilidade que Iara tinha para lutar. 

Quando um dos capangas caiu gemendo aos meus pés, eu percebi que era o fim da luta porquê, por mais que alguns estivessem levantando, seriam brutalmente derrotados novamente. Portanto, eles foram formados à desistir. 

– Agora, eu vou cuidar das suas feridas. – olhou para para o líder que, como eu, estava perplexo com toda aquela ação. – E você não vai reclamar. Preparem a cirurgia! 

Eu não sei ao certo como, mas quando dei por mim, Iara já tinha sumido junto com alguns enfermeiros, os gangster e o líder deles. 

– Cara, isso pareceu cena de um filme! – escutei a voz de Namjoon ao meu lado, mas não consegui me virar para encará-lo. – Foi demais, né? 

Atordoado, eu assenti, pois não conseguia nem soltar um ruído sequer. Comecei a andar em passos apressados para fora do hospital, perguntando-me exatamente o que aconteceu naquela sala de recepção. 

Iara era mesmo uma mulher? Como ela conseguiu fazer tudo aquilo? Uma mulher jamais lutaria daquele jeito, jamais. 

Será que... Não, não, impossível, se ela fosse um travesti, isso já teria chegado até os meus ouvidos. Mas então, como? Ela foi tão... Incrível. 

– Jin, não pense besteiras! – bati em minha testa, repreendendo-me por pensar algo tão idiota. – Ela só deve ter treinado muito. Sim, é isso, qualquer um consegue lutar daquele jeito se treinar...

Mas admito que é a primeira vez que vejo uma mulher fazer aquilo. 


Notas Finais


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Em andamento ~♦~

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