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História Quebrando O Tabu (Hiatus) - Verde, Verde e Vinho


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


Oi, rsrsrsrs

Parece que essa é a semana das fanfics atrasadas rs

GENTE, ME DESCULPEM PLMDS. Sério, eu sinto muito, muito mesmo por ficar mais de 1 ANO sem atualizar essa fanfic. Assim como.me desculpei em OITSA, aqui, e vou me desculpar em UADM, espero que você me perdoem mesmo♥️

Amo vcs♥️

E TEM FANFIC COM O KAI, do EXO, pronta para ser lançada, bjs de luz♥️

Capítulo 5 - Verde, Verde e Vinho


Fanfic / Fanfiction Quebrando O Tabu (Hiatus) - Verde, Verde e Vinho

• Iara Andrade •



Todos sabem que a medicina é um caminho difícil do início ao fim, os estudos, as horas em claro fazendo trabalhos, a responsabilidade de ter milhares de vidas em suas mãos... Todos sabem o quanto pode ser desgastante. Mas, na minha opinião, salvar as vidas não é o mais difícil...

O mais difícil é dar a notícia que falhamos com alguém.

Geralmente esta função cabe ao chefe da cirurgia, ou a qual atendeu o paciente em questão, é extremamente desconfortável olhar nos olhos dos acompanhantes e dizer que o perdemos, que o estado dele é grave, que esta pessoa pode nunca mais vê-lo. Quando você olha nos olhos dela e vê a preocupação, a angústia, a tristeza... Seu coração se quebra de várias maneiras. Perder um pacientemente é como perder um parente, você se apega àquela pessoa no mesmo instante que a chama pelo nome e sabe que ela está contando com você para sentir-se segura. Você cria um vínculo com aquele paciente, às vezes eles não passam mais de duas horas contigo, todavia,  sempre acontece de você saber um pouco mais do que seu nome, idade e estado médico.

Se me perguntarem qual a pior parte do meu trabalho, eu não diria que são as horas em claro, os anos de estudo, os colegas que querem se achar o máximo. Eu diria que a pior parte do meu trabalho é olhar nos olhos de uma pessoa e dizer que não fui capaz de salvar quem ela amava.



• Kim Seokjin •


Estava voltando para o meu consultório quando vejo Iara sentada em um dos bancos de madeira com plantas espalhados pelo corredor, estranhei aquela postura cabisbaixa dela, mas dei de ombros por pensar que ela poderia estar apenas cansada. Elas cansam tão rápido... O dia nem sequer começou!

Estava decidido ignorar a cena até que ouço um ruído vindo dela, um "snif", como fazemos quando estamos prestes a chorar mas trancamos as lágrimas dentro dos peito. Olhei para si novamente e suspirei, me aproximando até sentar ao seu lado. Não precisei olhar diretamente em seu rosto para saber que ela havia me olhando de canto.

– O que aconteceu? – perguntei sem muito ânimo, olhando-a com uma cara de tédio.

– Perdi um paciente. – respondeu simplista, sua voz não estava com nada em especial.

Franzi o cenho, ela estava realmente mesmo toda deprê porque perdeu um paciente? Eu sei como é ruim, também não gosto quando isso acontece, mas na nossa carreira infelizmente é algo... Comum. Fazemos o possível para evitar, mas às vezes não tem jeito. Pelo jeito dela, achei que lidaria melhor com essas coisas...

– Ele tinha 6 anos. – respondeu como se estivesse lendo meus pensamentos.

Nisso eu parei, minha expressão de tédio se tornou em algo vazio e eu a vi arrumar sua postura, olhando para cima como se estivesse relembrando dolorosamente o que aconteceu. Como Iara parecia que ainda tinha coisas para falar, eu apenas continuei de boca fechada e esperando ela se sentir preparada o suficiente para contar a história.

– Ele foi atropelado por uma van dos correios... Chegou aqui com vida, consciente. Ele... Falou comigo enquanto eu o examinava e o levava para a sala de cirurgia. – quando foi chegando nessa parte eu pude ver que ela prendia o choro na garganta, pois sua voz estava ficando fanha. – Ele queria ser como eu, ajudar as pessoas, salvar vidas... Mesmo com dor ele não parava de sorrir, pois a mãe dele estava ao lado chorando o tempo todo e ele não queria que ela se preocupasse.

Eu imaginei a cena, uma criança, um ser tão pequeno e inocente, colocando a dor dos outros acima da sua. Droga, era de partir o coração, senti minha boca secar e engoli em seco, olhando para o chão e depois para si quando continuou:

– Ele falou para ela: Ei, mamãe, não se preocupa... Eu vou voltar. Mas ele não voltou, droga, ele não voltou! – nessa hora pareceu querer explodir um pouco, pois seu tom de voz aumentou e ela escondeu o rosto entre as mãos, frustrada. – Eu sei que eu não tenho culpa mas... Droga, ele tinha tantas esperanças. Ele estava com medo, Jin, eu podia ver... Mas mesmo assim ele não parou de sorrir, nem quando apagou na sala de cirurgia, ele continuou sorrindo por um tempinho.  – suas mãos saíram de seu rosto e eu pude ver que ela estava com os olhos vermelhos de tanto segurar o choro. Comprimiu os lábios e me olhou: – Ele me disse que confiava em mim.

Eu... Estava petrificado. Tudo que eu conseguia fazer era imaginar as cenas que ela falava em minha cabeça e, a cada palavra, meu coração se apertava mais. Seus olhos cheios de lágrimas, os lábios maltratados por tantas mordidas de raiva, a testa franzida por querer chorar e não poder... Tudo fez com que eu me sentisse... Destruído.

Nenhuma palavra minha poderia confortá-la, pois eu sabia exatamente como ela se sentia e, quando acontecia comigo, nenhum texto enorme me ajudava. Eu só queria... Ser abraçado, mas não por alguém qualquer, queria ser abraçado por alguém especial, como pela minha mãe. E eu sei que não sou alguém especial para ela, todavia eu abracei Iara, puxando seu rosto de encontro ao meu peito e cobrindo suas costas com meus braços.

Ela não se afastou ou ficou apenas parada, suas mãos seguraram o meu jaleco branco e eu senti seu corpo tremer, mostrando que a morena estava liberando apenas algumas lágrimas silenciosas. Suspirei, deixando meu queixo em sua cabeça e afagando seus cabelos com uma das mãos. Não tinha o que dizer naquela situação, o silêncio e um abraço apertado seriam o melhor conforto que eu poderia lhe oferecer, então assim o fiz.

£•£ 


Depois do que aconteceu mais cedo, eu não sabia o que pensar ou sentir, afinal tinha feito algo que eu não esperava fazer. Eu cuidei de Iara, aconselhei e confortei… Tudo isso sem esperar nada em troca, sem segundas intenções. Eu só não gostei de vê-la daquela maneira, abalada, a imagem que passa é tão forte e imponente que vê-la naquele estado foi como um choque de realidade. Um choque de realidade de alta voltagem.


E agora, no final do nosso expediente, sei que ela ainda está quebrada. Posso ver pela sua expressão cansada no rosto e o jeito como apenas olha para seu carro, sem querer abrir a porta. E eu não posso deixá-la ir assim, sei como é horrível essa sensação, eu já passei por isso muitas vezes e temo todos os dias ter de passar de novo.


– Iara! – gritei, atraindo sua atenção e correndo até ela. Não tinha muita idéia do que fala, ou fazer, mas olhei por cima de seu ombro e tudo que vi foram flores. – Você gosta de flores?


E assim ela sorriu.




Chegamos na floricultura, era enorme e linda, construída apenas com vidros fumê. Quem estava do lado de fora podia ver apenas uma pequena parte da beleza que há dentro, ou seja, era atrativo demais para apenas dar uma olhada e passar direto. Corredores extensos com vasos pequenos, largos, retangulares, redondos e quadrados. É um enorme arco-íris, porém com mais cores do que aqueles que aparecem depois de uma tempestade forte.


– São lindas.. – ela falou, mas não estava falando apenas das hortências as quais olhava e passava do lado. Estava falando das flores em geral.


– É, são. – aqui parece ser um shopping das plantas, imagino que tenha uma amostra de todas as flores e plantas do mundo, e que deve dar muito trabalho cuidar de todas elas. – Sempre gostou de flores?


Descobri que ela na verdade é apaixonada por estas belezas da natureza. O jeito como olhou para este lugar quando entrou, com o brilho nos olhos e um sorriso sonhador na boca, como se aquela coisa ruim não tivesse acontecido mais cedo, me mostrou que flores era um grande fraco de Iara.


– Minha mãe tinha um jardim incrível. Eu gostava de vê-la cuidar e cultivar suas plantas, era o jardim mais lindo do bairro, todos os vizinhos tinham inveja.


Vi como falou de sua mãe e como parecia sentir saudade da época, como se quisesse voltar atrás e reviver os dias. Sorri tocando seu ombro e a fazendo olhar para mim novamente.


– Por que não tenta a fazer teu próprio jardim agora? Veja, literalmente temos um mundo inteiro de flores para você escolher.


Ela sorriu, mas em seguida abaixou sua cabeça e riu soprado.


– Seria muito legal, mas Jin, nós dois sabemos que eu não tenho tempo para isso. Passo mais tempo no hospital do que na minha casa. – é realmente verdade. Nossa vida é agitada. – Plantas precisam de cuidados sempre.


– É, eu sei, mas nem todas precisam de tanta atenção, tem algumas que não exigem tanto cuidado… – olhei ao redor, procurando um exemplo e encontrando. – Olha, essa é uma Jibóia, viu? Só precisa regar e deixar no sol. A maioria das flores coloridas precisam sim de mais cuidados, mas não vai ser ruim ter um jardim só verde por un tempos, seria bonito do mesmo jeito.


Ainda que contente com idéia, Iara não parecia querer tentar, então saí dali e fui atrás de um atendente. Voltei poucos minutos depois, trazendo comigo um jovem de cabelos escuro e traços ocidentais. Ele perguntou qual era a minha dúvida, então eu abri minhas mãos e mostrei aquela imensidão de plantas.


– Me diz quais são as mais fáceis de cuidar, tipo, para uma pessoa que não passa muito tempo em casa, mas ainda assim gostaria de ter um jardim.


Seu nome era Joe, dizia o crachá no peito.

Joe me olhou por alguns segundos e depois olhou para Iara, não sei o que ela fez, provavelmente deu de ombros, porque ele riu. No entanto se meteu entre nós e foi pegando pequenas mudas de plantas que estavam na frente de outras maiores, imagino que seja uma amostra da evolução delas ao longo do tempo.


– Essa Aspargos-pluma, você só precisa deixar no sol e pronto, ela faz o resto.


Ele nos mostrou, é uma planta que parece ser… de musgos, ou plumas de verdade. Tão verde quanto a grama que compõe o chão dos parques ecológicos daqui.


– Vamos levar. – falo sorrindo e seguro o vazio.


– Jin, isso é loucura. – a garota segura meu braço, como se tentasse me pedir. Porém sei que ela quer, posso ver pelo modo que olha a planta em minhas mãos.


– Iara, não se preocupa, eu te ajudo a plantar.


Levou uns poucos segundos, no entanto ela mexeu a cabeça, concordando. O atendente foi nos guiando, nos embrenhando naquele mar de corredores e pegando cada vez mais plantas para nós, alegando que todas eram fáceis de cuidar e deixariam um jardim bem verde.




Sei que parece ser loucura, mas eu sugeri para Iara que colocássemos essas plantas na terra hoje. Amanhã vamos acordar cedo, é tarde, mas eu realmente quero ficar fazê-la esquecer o que aconteceu no hospital. Além do mais, gosto de plantas, e mesmo que agora esteja com partes da minha roupa sujas de terra molhada, não me arrependo.


– Você quer tomar um banho? – ela pergunta, vejo que também tem terra em sua roupa. Inclusive um respingo em sua bochecha.


– Você tem roupas para mim?


– Emprestei a casa para meu primo há uns dias, ele precisava estudar para uma prova que a escola é perto dessa casa. – deu de ombros e se levantou, deixando para cima aquela espátula de jardinagem. – Ele deixou umas roupas, se não me engano.


– Então eu aceito.


Me levantei e comecei a acompanhá-la até a porta, deixei meus sapatos do lado de fora como ela e também tirei aquele avental que já estava implorando por um bom banho na máquina de lavar. Iara pegou as coisas que estavam em minhas mãos e sumiu com elas, depois voltou, me mostrando o caminho até o banheiro.


– Eu vou fazer alguma coisa para nós comermos,, você deve estar faminto.


Estou.


– Não, estou bem. – minha barriga trai as minhas respostas, roncando. – Okay, estou.


Ela ri, não uma risada de deboche, mas aquela risada de quando nos sentimos confortáveis com alguém. Me entrega uma muda de roupas e sai, cruzando os corredores. Eu entrei no banheiro e fechei a porta, tirando minhas roupas e deixando em cima da privada, logo já estava embaixo do chuveiro e me banhando com aquela água morna e relaxante.



Quando terminei, saí do box e passei meus pés no tapete felpudo do lado de fora, enxugando-os. Peguei a toalha que ela me deu e passei pelo meu corpo, enrolando na cintura em seguida. Eu acabei molhando meu cabelo durante o banho, então fui até o espelho e espalhei um pouco os fios, acho que fica legal assim.  Depois peguei a roupa que me dera e vesti, não passa de uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca, mas é confortável e quentinha.


Assim que abri a porta do banheiro senti o cheiro delicioso de carne invadir minhas narinas e torturar meu pulmão. Segui o rastro do cheiro como se estivesse hipnotizado, até chegar na cozinha e ver Iara. Ela também parecia ter tomado banho, seus cabelos estavam úmidos ela usava uma camiseta parecida com a minha, só que ficava bem maior em si. Cobria até pouco mais que a metade de suas coxas, então não deixava a vista se ela usava algo por baixo ou não.


Tento não focar em suas coxas.

Falho miseravelmente


– O cheiro está ótimo. – falo, atraindo sua atenção. Desviei meus olhos para os seus.


– Pode se sentar, já está quase pronto.


Assim que falou isso, Iara levantou a colher que mexia a grande panela e jogou um pouco do que parecia ser caldo em sua mão. Depois de provar, ela murmurou algo bem baixinho, mas parecendo satisfeita.


– Prontinho.


É, foi rápido.


Iara se abaixou um pouco e procurei no armário alguma coisa, tirando de lá duas tigelas pequenas e um prato. Montou a mesa para nós, e então pegou dois panos de prato e colocou cada um em uma mão. A grande panela foi tirada do fogão e colocada na mesa, então vi que se tratava de um delicioso ensopado de carne. E como se não bastasse, ela abriu o forno e tirou de lá uma fornalha de pães quentinhos e caseiros.


– Caraca, fez tudo isso em tão pouco tempo?


– São as receitas da vovó. – respondeu com um sorriso genérico, como se estivesse em um anúncio de TV


Para acompanhar aquela comida, Iara foi até outro cômodo e voltou alguns segundos depois, trazendo consigo uma garrafa de vinho tinto suave Valdouro.. Um dos melhores. Ela deixou a garrafa na mesa e tirou a rolha facilmente com um objeto próprio para isso; depois despejou o líquido escuro em nossas taças. Creio que vamos ficar um bom tempo aqui, talvez até a garrafa acabar e outra começar.


Notas Finais


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