História Quebrando O Tabu (Hiatus) - I Want You

Kim SeokJin

Como eu havia previsto, Iara e eu passamos mais de uma hora bebendo e conversando. A primeira garrafa de vinho acabou em meia hora, e depois veio a segunda. Agora ela está me perguntando se eu quero uma terceira e, apesar de estar tentado a aceitar, sei que seria demais para nós.

– Acho que é melhor pararmos por aqui. – falei, minha visão já estava um pouco turva. – Amanhã vamos trabalhar.

Ela assentiu, concordando com o meu juízo. Iara já estava feliz novamente, o sorriso em seu rosto é calmo e relaxado, mostrando que ela já esqueceu o trágico episódio que aconteceu mais cedo.

Depois de jantarmos e deixarmos as coisas arrumadas, eu poderia ter ido embora, mas Iara pediu para que eu ficasse e eu não consegui recusar. Trocamos o vinho por suco de laranja e fomos para a sala assistir alguma coisa.

Sentado ao seu lado no sofá, percebi como Iara realmente era linda. Suas pernas estão colocadas de lado sobre a superfície, dobradas e encaixadas uma na outra. Ela procura algum canal na TV que eu não faço questão de saber qual é, porque estou ocupado demais admirando as coxas dela que, novamente, me chamaram atenção.

A mulher largou o controle na mesinha baixa a sua frente e eu escutei uma melodia familiar preencher o ambiente, olhei para TV e vi que Iara havia parado num canal de músicas, e estava tocando Gasoline, da Halsey.

– Jin. – ela me chamou e eu a olhei. – Obrigada, acho que se você não tivesse aparecido, eu estaria até agora deprimida.

Balançei minha cabeça para o lado, dando mais um gole no suco de laranja e sentindo o gosto da fruta se mesclar ao gosto amargo do vinho que tomávamos antes. Me sentei de frente para si, com uma perna dobrada no sofá e a outra tocando o chão, e então deixei a taça com o líquido laranja sobre a mesa.

– Odiaria ver alguém tão cheia de personalidade parecer uma alma penada deprimente. – respondi, vendo-a sorrir de forma divertida e também tomar um gole do seu suco.

Iara repetiu meu movimento e deixou a taça na mesa, nesse momento, eu acabei pensando alto:

– Você é tão linda...

Ela me olhou no mesmo instante, parecendo surpresa.

– Você me acha linda? – questionou com os olhos semicerrados, enquanto voltava a sua posição anterior.

– Eu nunca disso o contrário. – dei de ombros e ela riu soprado, balançando sua cabeça.

Iara me encarou por incontáveis segundos, me fazendo pensar que, talvez, ela estivesse pensando em alguma piada para me ridicularizar. Ainda assim seus olhos eram incrivelmente penetrantes e atraentes, tanto que eu ficava ligeiramente inquieto com o contato visual intenso.

A melodia que preenchia o ambiente mudou para Go Fuck Yourself, do Two Feet. No mesmo momento senti minhas mãos tremerem e minha garganta secar.

Tudo naquele lugar estava cheirando a algo mais carnal e, para piorar, a música só intensificava mais ainda a idéia. Era como se fosse uma trilha sonora.

– Diga-me, Jin, por que resolveu ser legal comigo tão de repente? Você praticamente me odiava. – ela perguntou, fazendo eu pigarrear um pouco por não estar esperando aquela pergunta.

Porque você feriu meu ego e eu preciso provar que você está errada.

Esse era o motivo verdadeiro, e talvez eu não deva falar e sim inventar uma mentira.

– Porque você feriu meu ego e eu preciso recuperar ele novamente.

Se eu inventasse uma desculpa como: porque você é linda e eu acabei cedendo aos encantos. Iara poderia não levar a sério e me achar um mentiroso sem limites, então eu preferi dizer a verdade como se fosse uma mentira, afinal, não acho que ela vá mesmo acreditar em mim.

E bem, eu estava certo. Iara começou a rir um tempo depois que eu me revelei para ela, mostrando que minhas palavras não foram levadas a sério.

– Tá, okay. Vou fingir que acredito nisso.

Eu quase suspirei aliviado quando percebi que ela realmente não tinha sacado a sinceridade por trás daquilo.

Iara balançou sua cabeça e depois olhou para mim com um sorriso, puta que pariu, aquilo me desestabilizou por completo.

I promise

I promise myself not to slip back into old habit

'Cause heartbreak is savvy and love is a bitch

Eu não consegui me segurar, no momento em que a música chegou naquela parte e as palavras se calaram em seguida, chegando logo depois a melodia extremamente sensual do refrão, eu fui para cima de Iara. Meu corpo se debruçou sobre o dela e meus lábios tocaram os seus com desespero. Iara pareceu se assustar por um momento, eu esperei que ela me afastasse e me chamasse de louco, no entanto, o que ela fez foi totalmente o contrário do que eu esperava.

A mulher segurou minha nuca com suas mãos e me puxou para perto, senti suas unhas deslizarem pela minha pele clara e eriçar cada mínimo cabelo alí. Suspirei, o beijo dela era incrível, macio, doce e quente. Eu senti o gosto do suco de laranja misturado com o sabor do vinho, era uma mistura tão improvável, mas tão gostosa.

Iara envolveu meus cabelos em seus dedos, fazendo pequenos nós enquanto sua língua deslizava pela minha boca numa dança eroticamente lenta. Levei minhas mãos até sua cintura e apertei a carne com força, trazendo Iara para mais perto de mim.

Eu poderia simplesmente colocá-la no meu colo e ver se ela realmente queria ir adiante, mas porra, não deu certo. Pensei em fazer aquilo, mas meu corpo foi e fez outra coisa, como se tivesse vida própria. Me levantei do sofá e levei Iara junto, erguendo ela no ar até encaixá-la em minha cintura. A morena aceitou meu contanto, enlaçando meus quadris com suas pernas e fazendo-me acreditar que tinha feito certo.

– O quarto? – disse com a voz entrecortada. É difícil beijar e falar ao mesmo tempo, porém é ainda mais difícil parar de beijá-la para poder conversar.

– Lá em cima – mordeu meu lábio inferior. Apertei suas coxas em resposta. – Primeira porta a direita.

Não precisei dizer mais nada, Iara voltou a tomar meus lábios e eu fui à passos cegos até alcançar o quarto. Não foi o caminho mais seguro e fácil do mundo, várias vezes eu bati meus pés em alguns móveis e tinha que abrir meus olhos e olhar para frente, mas graças aos céus não me machuquei no caminho a ponto de ter de parar com o nosso momento.

Assim que cheguei na porta, a empurrei com o pé e, por ironia do destino, já estava aberta. Não pude observar a decoração do quarto de Iara, estava ocupado demais jogando ela na cama e admirando seu corpo. Por mais que estivesse coberto por uma blusa larga daquele jeito, as curvas sinuosas ainda eram fortemente visíveis.

– Você tem certeza que quer isso? – perguntei, subindo na cama e ficando sobre si. Apoiei uma mão ao lado de sua cabeça e desci meu olhar pelo seu corpo, devorando cada mínimo centímetro. Se ela decidisse voltar atrás naquele instante, eu ficaria tragicamente abalado.

Minha mão livre segurou a blusa de Iara pela barra e começou a subir o tecido, revelando que ela estava usando um micro short por baixo, daqueles bem curtos e justos como os de ginástica, por isso eu não consegui ver antes. A carne de suas coxas fartas estava fracamente apertada pelos elásticos da peça e era uma visão ainda mais sensual que a anterior. 

– Por que eu não teria? – rebateu, ela elevou seu corpo até que conseguisse alcançar meu pescoço e me arrepiar com seus beijos molhados.

– Não quero que se arrependa depois.

– Eu não vou. 

Afirmou, logo em seguida passando a língua pela minha pele. Iara se deitou na cama novamente e abriu um sorriso, mesmo o quarto estando parcialmente escuro, eu pude ver seus dentes e seus olhos brilhantes. Aquilo me deixou louco, mais do que já estava.

– Quando eu quero algo, Kim SeokJin, eu tenho certeza. – ela mordeu seus lábios sensualmente, me torturando com a visão de ver sua carne sendo solta com lentidão pelos seus dentes. – E agora... Eu quero você.