História Quebrando promessas - Não se preocupe, eu vou me afastar.

Quando Zlatan voltou alguns meninos já estavam no ônibus e eu conversava com Martial, falávamos sobre alguns exercícios e tal, coisa de trabalho mesmo, mas Zlatan pareceu não ter gostado. Ele muda de humor num piscar de olhos e isso me irrita. Ele passou por Martial nem olhou pra cara dele e sentou ao meu lado.

- sua mochila! - falou me entregando.

Martial percebeu o clima pesado, falou que ia sentar e saiu.

- obrigada. - falei a Zlatan.

Abri a bolsa pra pegar meus fones, passei um tempo os procurando, mas aí lembrei! 

- Zlataaaan!

Ele me olhou arqueando a sobrancelha.

- me de seu fone agora!

- vou usar.

- não brinque comigo! Me de o seu fone ou ele vai ter o mesmo fim que o meu! - ameacei.

Ele riu, uma risada gostosa e aquilo me desarmou. 

- não vou dar não, eu vou usar. - ele continuou rindo.

- Ah é? 

- não se atreva a quebrar o meu. - ele falou ainda rindo.

- Paaaaauull! - gritei. 

Zlatan me olhou sem entender.

- oi mariii! - ele gritou de volta.

- me empresta seu fone amore? - fiz um voz manhosa.

Zlatan me encarou furioso, eu o ignorei com a maior cara de cínica. Paul logo chegou com o fone em mãos.

- olha aí princesa! - ele falou me entregando.

Mas Zlatan foi mais rápido e puxou o fone de minhas mãos e o colocou de volta nas de Paul. 

- não precisa Pogba! 

Ele estava bravo.

- precisa sim! Você quebrou os... - ele nem me deixa terminar.

- você vai usar esses aqui! Obrigada Pogba, mas o problema aqui já foi resolvido. 

- ok. - Pogba riu e voltou pro seu lugar.

- você é um chato! - eu reclamei.

Zlatan me entregou o fone dele e eu neguei.

- você estava fazendo escândalo por um fone ainda pouco e agora não quer mais? - ele me olhou arregalando os olhos.

- eu queria o do Paul.

Não sei pra que eu fui fazer aquele comentário. O ar ficou pesado novamente. Zlatan colocou os fones dele em meu colo e fechou os olhos, encostando a cabeça na cadeira do ônibus. Ele estava bravo, mas eu não tenho culpa... Ta vai! Só um pouquinho!


- Zlatan! - eu chamei 

Ele me ignorou. Ainda chamei mais duas vezes, mas continuei sendo ignorada. Tava bravo mesmo.

- Ibrahimovic!!!

Ele abriu os olhos na hora e eu ri muito. Antes que ele falasse eu tomei a vez:

- foi mal! Mas é que vc não me olhava! - me fiz de arrependida. - na verdade queria perguntar... porque eu não posso te chamar de Ibrahimovic?

Ele me olhava sério e bravo.

- me responde vaaaai! 

O Sr. Chatísse continuou sem me responder. Aaff.

- Zlatan se vc não falar comigo em 3 segundos nem perca seu tempo falando qualquer outra coisa pra mim. Ta entendido? Eu Espero que sim. 

Eu falei bem séria. Ele me encarou e eu comecei a contar:

- três, dois... U.. 

Não terminei de contar pois Zlatan avançou sobre minha boca como um louco. Ele pediu espaço com a língua e eu dei. Eu adorava quando ele me surpreendia assim, mas nós não podíamos continuar fazendo isso, querendo ou não era errado. Tentei me afastar, mas Zlatan não deixava e dava pequenas mordidas em meus lábios me impedindo de sair. Era um beijo de puro desejo e eu queria mais, muito mais. 

- Zlat.. 

Ainda tentei falar, mas ele sempre me impedia. Ele era meio que insaciável! Só paramos pq eu já estava sem ar. Foi difícil me recompor e Zlatan ria de mim. Palhaço. Eu o olhei séria.

- não tô vendo graça.

- Zlatan não pode rir? - ele perguntou ainda rindo.

- de mim não. - falei e dei língua.

Ele se aproximou do meu ouvido e falou:

- vc sabe o que merece quem dá língua não é? - dessa vez ele falou sério.

- não. - me fiz de inocente.

Ele me puxou pra mais um beijo, mas logo parou pq o Paul nos atrapalhou.

- mariii depois quero falar uma coisa importante com você! - ele gritou.

Zlatan se afastou bufando. 

- ok príncipe!! - gritei de volta rindo.

Nem precisei olhar pra Zlatan pra perceber que o humor dele já havia mudado. Ele Era um Bipolar, mas eu sei que também não colaboro. Chegamos no hotel e ele fez questão de me levar até o quarto, eu fiquei morta de vergonha, vermelha como um tomate. Escondi meu rosto  entre o pescoço dele quando descemos do ônibus e vi que a frente do hotel estava cheia de fotógrafos, repórteres e paparazzi.

- caramba a gente podia ter evitado essa cena! - falei quando entramos no elevador.

Ele ficou calado e eu resolvi não falar mais nada. As vezes ele me irritava com aquele silêncio.
Ele abriu a porta do quarto onde eu estava hospedada com facilidade, mesmo me segurando e levando nossas mochilas. Zlatan fechou a porta e me colocou na cama.

- você não gostou de eu ter te trazido até aqui? 

Ele estava bem sério, com as sobrancelhas franzidas. 
Claro que não seu besta! Por mim eu ficaria nos seus braços pra sempre! Pensei.

- não é isso Zlatan, é que eu já to cansada de fofocas sobre mim nessas revistinhas sensacionalistas. Você sabe que vão falar e inventar milhões de histórias a nosso respeito não sabe?

- você se importa com isso?

- me importo com a imagem que estamos passando. - falei baixando o olhar.

- a imagem que estamos passando pra quem? Pro seu namorado? - ele perguntou.

Eu respirei fundo. Zlatan não entende nada!

- Zlatan eu estou preocupada com as mentiras que vão inventar a nosso respeito! Vc acha que o clube vai gostar dessa agitação toda? Poxa eu to tentando dar o meu melhor nesse trabalho, to me esforçando muito pra de uma hora pra outra as coisas irem por água abaixo. Vc pode não se importar, mas eu me importo, você já tem uma carreira consolidada e eu só sou uma menina desconhecida que ta batalhando pelo seu espaço no meio de um mercado onde só predominam homens. - eu fui sincera.

Ele se afastou de mim e falou: 

- não se preocupe, eu vou me afastar e acabar com suas preocupações. - ele falou um tanto ríspido.

Zlatan deu as costas caminhando pra sair do quarto. Esse idiota entendeu tudo errado.

- Zlataaan! Espera!

Ele nem me deu ouvidos e eu levantei, mesmo com o pé doendo. 

- Eiii seu chato olha pra mim! 

Eu andei rápido tentando o alcançar pois ele já estava na porta, mas meu pé falhou e a queda foi inevitável. Eu quase meti a cara no chão, mas o pior foi ter caído por cima do pé já machucado.

- AAAIII! - gritei.

Zlatan voltou correndo pra me socorrer.

- CACETE MARIANA PRA QUE VC FOI SE LEVANTAR? - ele gritava furioso.

Me encolhi com os gritos dele e pra variar comecei a chorar, não só pela dor, mas pelo tom como ele falava comigo. Um grosso. Um ogro. 
Ele me levantou em seus braços e me colocou de volta na cama.

- eu vou chamar o médico. - ele falou ainda bravo.

Mas Eu não parava de chorar.

- tá doendo muito? - ele sentou ao meu lado na cama com o olhar preocupado.

- só... um pouquinho.

- então porque você está chorando tanto?

Demorei pra responder pois meu choro me atrapalhava.

- por... Por que vo..você gritou comi...go - gaguejei e chorei mais.

Zlatan meneou a cabeça e me abraçou.

- Mariana, Você me confunde!

Ele passou um tempo abraçado a mim passando a mão sobre meu cabelo até eu acalmar meu choro. Aquele abraço era tudo. 

- vc está melhor? - ele levantou meu queixo pra me olhar nos olhos.

- aham. - mas algumas lágrimas ainda teimavam em cair dos meus olhos.

- Mariana eu não queria ter gritado, por favor não chore, eu não suporto vê-la chorar. 

Meu coração bateu mais forte. Ele disse que não suportava me ver chorar. Isso era bom? 

- eu só queria que vc me entendesse. Eu não quero que vc se afaste de mim, eu acho que não sobreviveria por muito tempo. Mas eu não posso ficar dando motivos pra essas revistas falarem de mim e detonarem a nossa imagem, além de prezar por isso eu preciso pensar no clube como um todo. E outra coisa, nós não podemos ficar nos beijando sempre que der vontade, isso está errado.

Zlatan me interrompeu.

- até entendo a parte de prezar pela sua imagem e a do clube, mas não concordo com o resto.

- que resto? A parte dos beijos? 

Ele confirmou com a cabeça e eu segurei um riso.

- Zlatan eu não sou garota de ficar, ficar e depois esquecer e partir pra outra não. Eu tenho sentimentos e não vou me magoar, tenha certeza disso.

- quem disse que eu vou te magoar?

Eu me assustei com aquela pergunta.

- Zlatan, mesmo que vc não vá me magoar a gente não pode ter nada. - falei baixando o olhar.

Ele me olhou espantado e meu pé deu uma latejada mais forte. Soltei um gemido de dor.

- que foi? - ele perguntou preocupado.

- meu pé.

- vou chamar o médico.

Ele se levantou e foi em direção a porta, mas antes de sair falou:

- nossa conversa ainda não acabou.
Ele se foi. 
Caramba eu to apaixonada por esse homem, mas eu não posso me arriscar, eu não quero. Pra falar a verdade, eu tenho medo.