História Quebrando promessas - Não te contei um terço!

Abri os olhos e por um momento tentei me localizar...onde estou? Senti a respiração de alguém e me lembrei de que eu estava na casa de Zlatan, já estava escurecendo e eu estava dormindo com a cabeça apoiada em seu peito. Zlatan também dormia e eu tentei me levantar sem acorda-lo, mas além deu eu estar com a cabeça apoiada nele, uma de suas mãos me segurava pela cintura e ele acabou acordando.

- mar? - ouvi ele me chamar.

- oi meu amor. - falei com uma voz terrível de quem acabou de acordar e ele me puxou de volta pra cima dele.

- vc ta bem? Ta se sentindo melhor? - ele perguntou preocupado.

- aham. - falei e procurei logo sua boca.

Demos início a um beijo e encerramos com selinhos. 

- Zlatan vc teria um remédio pra dor de cabeça? 

- vc ta com dor? - ele falou se levantando e sentando na cama. 

- calma - eu ri. - só uma dorzinha chata na cabeça, mas é normal pq eu tava...chorando.

- vou pedir a Margot. - ele falou já se levantando e eu o puxei de volta.

- Ah não vai agora não...fica aqui comigo, depois eu tomo. 

- não Mariana, vc ta com dor. - ele falou sentando e segurando meu rosto entre suas mãos.

- mais eu não queria ficar longe vc - fiz a melhor voz manhosa que sei fazer.

- é manhosa demais! - ele falou me beijando. - mar...o que aconteceu no seu passado?

- Hã? Como assim?

- vc disse que a maneira como agi hoje com vc te lembrou de coisas ruins do passado. O que foi?

Zlatan realmente tinha que quebrar aquele momento fazendo aquela pergunta...

- acho que vc não vai querer saber - falei.

- tudo que te envolve Zlatan quer saber. 

É simplesmente incrível que até em momentos sérios ele fala desse jeito, Aff.

- Zlatan é que eu não tô pronta ainda pra falar dessas coisas.

- vc nunca está pronta... - ele falou baixo e saiu do quarto.

Caramba será que Zlatan não entende que eu não quero reviver um dos momentos mais tristes da minha vida? Depois da morte dos meus pais isso foi a pior coisa. Eu sei que um dia, vou ter que contar tudo pra Zlatan, mas agora eu não estou preparada.
Ele logo voltou com um copo de água e o remédio em mãos.

- obrigada. - falei quando ele me entregou.

Tomei o remédio e o olhei.

- meu ex-namorado me obrigava a fazer coisas que eu não queria, por vezes me trancou no quarto dele me proibindo de sair pra alguma festa, ou simplesmente me trancava pra eu não ir fazer trabalho da faculdade com algum amigo da classe. Eu era proibida de ter amizade com qualquer homem e tive que me afastar de muitos amigos, foi bem difícil já que eu estagiava num clube lá no Brasil e vc sabe, a maioria das pessoas que trabalham com futebol são homens...algumas vezes ele chegou a me bater...

Parei de falar porque as lembranças daquela época estavam se tornando nítidas demais na minha cabeça e eu ia acabar chorando.
Me levantei da cama e fui até o banheiro, Zlatan estava meio paralisado no meio do quarto. Lavei meu rosto e quando levantei a cabeça pra me olhar no espelho vi Zlatan parado com uma expressão indecifrável atrás de mim.
Enxuguei meu rosto e senti suas mãos sobre meus ombros.

- mar...me desculpa, mais uma vez. Eu não sabia que vc tinha passado por esse tipo agressão. - ele falou e deixou alguns beijos na minha cabeça. - me desculpe.

Usei todas as forças que eu tinha e não tinha pra não me desfazer em lágrimas, chega de chorar por hoje.

- tudo bem, mas agora eu vou indo. - falei me virando de frente pra ele e tentando passar  pra sair do banheiro.

- Mar tem certeza que ta tudo bem? - ele perguntou me segurando.

- eu preciso ir Zlatan. - falei seca.

Eu não estava com tanta raiva dele assim, mas Zlatan as vezes precisa de um gelo pra entender que o mundo não gira ao redor dele e que ele precisa respeitar o tempo das pessoas. 
Se tem uma coisa que eu aprendi com todo sofrimento que passei, que não foi pouco e não foi só aquilo que contei pra Zlatan, foi a ser fria e dura nos momentos necessários. Eu me acabo por dentro, mas aprendi a ser uma pedra  por fora.

- Mariana me desculpe por favor.

- ta tudo bem Zlatan, eu só preciso ir, eu tenho uma palestra importante pra assistir na universidade hoje.

- eu te levo mas eu sei que não esta nada bem.

Ele abriu espaço e eu passei indo pro quarto e calcei minha sandália.Saí do quarto e ele me seguiu, antes passei na cozinha pra deixar o copo que ele havia levado com água pra mim e pra me despedir da Margot, mas ela não estava lá. saí da cozinha indo em direção a garagem.

- diga a Margot que mandei um beijo e vc, trate de pedir desculpas a ela pelo jeito mal educado como a tratou mais cedo.

- mar eu não queria te forçar a nada, eu não sabia que vc tinha sofrido tanto. Eu sinto muito. - ele falou quando já estávamos dentro do carro.

- vc ainda não sabe de um terço do que passei Zlatan, e vc não sente nada, não foi vc quem sentiu na pele!

Eu sei que fui dura. Ele ficou sério e começou a dirigir rumo a minha casa. O caminho foi de total silêncio, e um aperto se instalou no meu peito por ter tratado ele tão mal...eu não sou assim. Chegamos no meu prédio e ele estacionou o carro.

- Zlatan! - chamei e ele me olhou, mas estava com um olhar triste e aquilo me destruiu. - eu te amo.

Falei e o abracei toda desajeitada dentro do carro. Eu já estava chorando claro, preciso me tratar urgente porque eu choro demais!

- eu te amo tanto Mariana, que dói. Eu nunca senti isso por ninguém.

- que bom saber que dói em vc também, pq dói demais em mim. 

Ele se afastou um pouco do meu abraço e me beijou. Aquele beijo era tudo que eu precisava pra me acalmar, me restabelecer.
Terminamos o beijo e ficamos um tempo nos encarando, com as testas encostadas uma na outra. 
- eu tenho que ir. - falei sem sair da posição que eu estava.
- dorme comigo hoje? - ele perguntou.
Concordei com a cabeça e lhe beijei novamente. Era tão bom ficar bem com ele, sentir o seu carinho e saber que o que eu sinto é recíproco. Sai do carro contra minha vontade e subi pro meu apt. Eu não me imagino longe dele.

ALGUMAS SEMANAS DEPOIS.
- rafaaaa!!! - corri ao encontro dela no saguão do aeroporto.
Passamos uns longos minutos abraçadas matando a saudade, ou tentando.
- mari sua vaca, vc esqueceu de vir me buscar! Que amiga hein?! 
- Rafaella, eu avisei que eu poderia atrasar! Hoje tem jogo e eu tive que fugir pra chegar até aqui, foi mal.
- eu sei Mari! Só por isso te perdoo. - ela riu.
- então vamos logo pq eu tenho que estar de volta em menos de uma hora.
Ajudei ela com as malas e corremos pro carro de Zlatan. E não, ele não foi me levar porque não podia sair da concentração, mas mandou seu motorista me levar, simplesmente porque ele não confia em mim dirigindo. Ok eu tô muito p. com ele, mas deixa pra lá.
E definitivamente preciso de um carro, como eu não saio muito é só de casa pro trabalho, pra universidade ou pra casa de Zlatan eu não sinto tanta falta de um carro, principalmente porque eu muitas vezes uso bike e obviamente porque Zlatan me leva pra todos os lugares que quero ir, mas eu preciso comprar um carro e vou fazer isso nesses dias que a rafa vai passar aqui comigo.
- amiga a gente vai pra onde agora? - rafa me perguntou.
- vamos pro Old Trafford o jogo é daqui a exatamente 2h45 minutos e eu preciso estar lá o mais rápido possível. 
Eu já havia falado com John, o motorista, explicado que ele precisava voar pelas ruas da cidade. 
Até que foi rápido, logo chegarmos. Puxei Rafa comigo, dei uma credencial pra ela e a levei pro camarote.
- Poxa mari eu vou ficar sozinha aqui! 
- rafa para de drama, eu te falei que se vc chegasse em dia de jogo ia ser assim mesmo.
- eu sei mari, não to achando ruim, só não queria ficar só.
- ô menina isso aqui daqui a pouco vai estar cheio de gatos então te aquieta. - rimos juntas.
Me despedi dela e voltei pra fazer meu trabalho. O estádio já estava enchendo e a energia era maravilhosa! 

- oi tô de volta! - falei chegando junto de Mourinho que conversava com os jogadores. 
- foi rápida mari! Que bom que vc voltou! - ele me abraçou de lado e continuou falando.
Notei o olhar de Zlatan sobre mim e o encarei demonstrando que ainda estava com raiva dele. Aquele chato não confia em mim pra dirigir! Deixa só eu ter meu carro quero só ver a cara dele. 
Após Mourinho terminar sua fala fomos pro campo aquecer. 
- sua amiga chegou bem? - Zlatan perguntou quando passou correndo por mim no campo enquanto aquecia.
- sim. - falei seca quando ele passou de volta.
- Vc vai ficar com raiva mesmo? 
Nem respondi, acho que o silêncio pode falar por mim, aliás a minha cara fechada responde tudo.
Terminamos o trabalho no campo e os jogadores voltaram pro vestiário.
Aproveitei e fui procurar por David, hoje o jogo era contra o Chelsea e eu não via a hora de encontrá-lo, mas me disseram que ele não podia falar com ninguém naquele momento, então o que me resta é esperar, talvez após o jogo a gente se veja.

Pouco tempo depois os jogadores dos dois times já estavam a postos pra entrar, peguei meu celular, casaco, luvas, cachecol e gorro porque a noite estava começando a esfriar. Eu me sentia como aqueles bebês que as mães agasalham até não dar mais roupa nenhuma no coitado, mas tava frio e qualquer ventinho eu já tremo as bases, então melhor estar bem aquecida.
No caminho pro banco de reservas passei entre os jogadores e estava desejando bom jogo a alguns quando ouço alguém me chamar.
- marii! - aquela voz era familiar.
Me virei e procurei com o olhar pra ver quem era. Simplesmente era David Luiz! 
- vidaaa! - quase gritei  e corri pra abraçá-lo.
- mari que saudade! - ele falou ainda abraçado a mim. - vc ta parecendo um pacotinho.
Me afastei dele e semicerrei meus olhos.
- brincadeira paco...ops! Mari!
- seu humor me comove David Luiz! - me fingi de brava.
- tão fofinha essa marianinha! - ele falou apertando minha bochecha.
Sorri. Aquela criança é demais! 
- só eu pra te aguentar mesmo! Olha o jogo vai começar, no final a gente conversa mais.
- e o jantar de hoje a noite?
- que jantar? - questionei confusa.
- você, rafa e eu, ué!
- não tô sabendo de nada. - ri.
Estranho a rafa quem me chamou - ele falou e riu - louquinha aquela ali! Mas também ela só veio com essa história hoje pela manhã. 
- aaah acho que por isso ela n falou nada, ou ela quer sair a sós com vc gato! - falei brincando.
- huum topo a ideia! Mas se for sair a sós com as duas vai ser melhor ainda! - ele falou rindo.
- palhaço! - dei um tapinha no braço dele e o abracei, eles já iam entrar.
- não rola nem um: boa sorte no jogo David! - ele falou em meu ouvido. 
Arqueei a sobrancelha e falei.
- vc sabe que não acredito em sorte, mas como sei que vcs vão precisar muito...boa sorte David! - rimos mais.
Me afastei dele e olhei pra trás, foi automático procurar por Zlatan. Eu tinha criado um costume de sempre desejar bom jogo pra ele, mesmo de longe eu sempre dizia as palavras, boa sorte meu amor. O importante era ele saber que eu estava ali torcendo por ele e pelo time todo também. Apesar da minha raiva o encontrei com os olhos, ele estava com uma expressão de ódio no olhar, e eu sei o porque. O nome daquilo se chamava David! 
Caminhei até ele, pedi que ele se abaixasse, cheguei próximo a seu ouvido e falei.
- boa sorte meu amor! 
Sai sem olhá-lo ou dar atenção aos olhares e câmeras que nos filmavam. Pra mim, Zlatan saber que apesar dos pesares eu estou ali por ele era o que importava.
Sentei no banco e fiquei de conversa com Mkhitaryan até o jogo começar. Obviamente nós vencemos, e com direito a gol do meu amor.
Assim que acabou eu saí do campo rapidamente acompanhando Mourinho. Se tem uma coisa que eu fujo é dos abraços suados que os meninos fazem questão de me dar após os jogos, que nojinho! Então fui lá ver a rafa.
- hello amiga! - entrei no camarote.
Todos ali me olharam imediatamente, e a comemoração era grande por lá. Rafa estava de papo com uma loira lá e segurava uma bebezinho fofinho que provavelmente era filho da mulher. 
- mari olha que delícia esse bebê! - ela falou me mostrando e eu não resisti a tanta gostosura e peguei o menino no braço.
Comecei a falar com aquela voz horrorosa que eu faço quando pego um bebê ou um cachorro, ou um bichinho fofo. Hahaa. O menino abriu um sorriso banguela mais lindo e eu me apaixonei, pronto eu já tava caidinha. Tenho dessas por bebês e bichinhos.
- ele gostou de você! - ouvi a mãe do menino falar e a olhei.
- e eu amei esse gostoso! - falei enchendo o baby de beijos. - qual o nome dele?
- Kit. 
- own que nome mais fofo! Muito prazer Kit eu sou Mariana, mas pode me chamar de Mari. - falei pra ele.
- sai daí louca - rafa falou dando um tapinha na minha testa e pegando o Kit de volta - não tenta conquistar ele não, pq ele já é meu!
Dei língua pra ela e fui me apresentar pra mãe do menino.
- por favor não ligue pra nossas loucuras - ri - prazer Mariana Avellar. 
- prazer, sou Coleen! - demos dois beijinhos.
- mãe, mãe ela é amiga do papai! - ouvi um pequeno rapazinho chegar próximo a nós e falar com a Coleen.
Eu sou amiga de quem? Pensei.
- você trabalha aqui no Manchester não é? Eu sou esposa do Rooney.
Abri a boca com aquela informação.
- sério? Não, desculpa não to duvidando, só não estou acreditando. - rimos juntas.
- eita Mari vc não sabia? Atrasada hein amiga? - rafa falou.
- nossa um prazer mesmo conhecer vocês! - falei animada.
- esses são meus outros dois filhos, Klay o mais velho e Kai o do meio.
- olá meninos! - dei um beijo na bochecha de cada um e eles ficaram mais vermelhos do que já estavam. 
- Mariana eles são seus fãs! - Coleen  falou.
Oi? Como é? Repete.
- fãs? Eu tenho fãs? - perguntei surpresa.
- tem sim amiga! Eles passaram o tempo todo falando de vc, quando não falavam do pai falavam de vc! - rafa falou rindo e brincando com Kit.
- não acredito! Eu tenho os fãs mais lindos desse mundo! - sorri.
Conversamos mais um pouco e eu amei conhecer a família do Rooney, eles são gente boa demais! Como os meninos queriam ver o pai nós fomos pra uma área VIP próxima ao vestiário, onde rafa e Coleen ficaram esperando e eu levei os três meninos pra verem o pai. 
- Rui olha pra mim se estão todos vestidos aí no vestiário? Vou entrar com os filhos do Rooney! - falei rindo.
- deixa eu ver Mari! - ele abriu a porta e gritou avisando que eu ia entrar. 
- Oê!! Mari veio fazer uma visitinha! - escutei alguém gritar e eles fizeram a maior algazarra.
Kit se assustou e começou a chorar.
- seus palhaços calem a boca! - falei mais alto, me segurando pra não rir daquela situação.
Eles se calaram, mas Kit abriu o berreiro.
- own meu amor não chore, foram esses meninos feios que lhe assustaram né? Não ligue pra eles. Cadê o papai? Vamos procurar ele? - tentei acalmar Kit e até que ele parou de chorar.
Klay e Kai já estavam agarrados no pai e fui na direção deles. 
- papai eu vim te ver! - fiz minha vozinha e kit gargalhou. 
Nossa ele era tão fofo e gostoso! 
Rooney o pegou de meus braços.
- mari valeu por trazer eles, mas os menino aqui querem uma foto com vc!
- Ah óbvio! Só se for agora! 
Tirei várias fotos com os três. Zlatan estava bem ao nosso lado e observava tudo calado, mas com uma expressão de felicidade no rosto, com certeza pelo fato de ter ganho o jogo e marcado gols.
- mari tem alguém te chamando aqui fora! - Mourinho falou.
- obrigada já vou indo! 
- eu levo eles mari, obrigada por trazê-los. - Rooney falou e eu fui ver quem me procurava.
Era David. 
- oi vida! - falei e o abrace forte.
- vim saber se nosso jantar ta de pé!
- vamos falar com a rafa vem! - segurei na sua mão e fomos até onde ela estava.
- amiga que história é essa de jantar com o David e nem me convidar? - me fingi de brava.
Coleen não estava mais lá e rafa estava sozinha.
- para mari! Sabia tanto que vc ia fazer drama! Eu chamei esse cabeludo hoje de manhã e esqueci de te falar, mas vamos nós três, aliás nos quatro! 
- quatro? - David perguntou.
- o Ibra vai também né David! - rafa falou como se fosse óbvio.
- então essa história sua com o Ibra é sério? - David me olhou.
- calem a boca seus idiotas! Olha onde estamos pra ta falando desse assunto! - reclamei e Rimos juntos. 

- foi mal Mari - rafa falou me abraçando de lado.
 
- mas eu não sei se ele vai, nem falei nada ainda. 
- fala agora então, olha ele aí! - Davi falou e eu me virei pra olhar.
Zlatan nos olhava com aquela cara chata de sempre.
- e aê cara blz?! - David soltou minha mão e foi falar com ele. 
Eles conversaram um tempo e rafa e eu chegamos junto.
- pronto Mari já falei com o Ibra sobre nosso jantar. - David disse de um jeito engraçado.
- e vc vai? - perguntei rindo.
Zlatan não disse nada, apenas concordou com a cabeça.
- oi Ibrahimovic! - rafa falou toda sem graça e acenou pra ele.
- oi Rafaella. - ele falou com a voz carregada de sotaque e abriu um sorriso. 
Pra ela ele sorriu, pra mim nem abriu a boca. E não! eu não estou com ciúmes da rafa! 
Marcamos onde nos encontraríamos com David e ele se foi, mas antes ficou um bom tempo de papo com Zlatan, falando sobre futebol, Paris, PSG e mais um monte de coisas.
- mari, nós vamos com o Ibra e minhas malas ? - rafa perguntou preocupada.
- mandei vender pra ver se arrecado uma graninha, to precisando! - ri.
Nós conversávamos enquanto caminhávamos atrás de Zlatan rumo ao carro dele.
- haha palhaça! O circo ta te perdendo Maribondo! - ela falou dando língua.
- ei! Sua vaca! Só meus irmãos podem me chamar assim!
- Ah eles podem? Pq então vc faz um drama quando eles te chamam assim? 
- cala a boquinha vaquinha rafinha! - falei e corri, pq eu sabia que no mínimo ia levar um tapa.
- volta aqui maribondo! 
- maribondos voam, enquanto as vacas pastam querida!
Pronto já tínhamos nos transformado em crianças, ou melhor tirado nossa fantasia de adultas pra mostrarmos quem realmente somos, duas criancinhas.
Após aquela corrida e troca de tapas de amor, entrei ofegante no carro de Zlatan. Ele estava com uma expressão séria e não disse nada, eu também preferi ficar calada, pelo menos com ele.
- essa cara de quem comeu e não gostou dele já ta me irritando. - falei em português com rafa. 
Ela riu.
- deixa ele mari, quero saber das minhas malas como vou me trocar pra sairmos?
- ai anta, eu pedi pro motorista deixar as malas lá em casa já! 
- acho bom estarem intactas! 
- acho bom vc parar de desconfiar da minha empregada! - revidei rindo.
- sua empregada?
- é, ou tu acha que meu apê tem vida própria e abre a porta sozinho pro motorista chegar lá e deixar as malas?
Rimos muito e fomos o tempo todo no caminho assim, rindo e de palhaçada uma com a outra. Nossa como eu sentia falta disso!