História Queen of disaster - Capítulo 12

- Eu aceito. - falei encarando os olhos castanhos de Clove. - Preciso assinar algo? - perguntei e ela sorriu. 
- Em primeiro lugar eu sabia que você aceitaria. - ela fez um sinal para que eu sentasse. - E em segundo lugar, faremos melhor que isso. - franzi o cenho e ela abriu a bolsa retirando o celular de dentro. - Vamos gravar um vídeo e cada uma de nós terá uma cópia. 
- Um vídeo? - franzi o cenho.
- Para o caso de uma de nós duas esquecermos das regras e do que realmente apostamos. - batuquei minhas unhas na mesa. - Você conquista e depois humilha Peeta Mellark e eu te dou a minha vaga no Dance'. Mas, se por um acaso você falhar eu quero que você saia do grupo de líder me deixando como a líder oficial, também irei fazer o possível e o impossível para que você nunca entre no Dance' e sendo assim nem na Juilliard e por último, mas não em último lugar quero que você conte para todos o porquê você acolheu Annie Cresta tão bem no seu grupinho de amigos o que eu e você sabemos que não foi por amor a ela. - Clove sorriu de maneira gloriosa. - Então, o que me diz Everdeen? 
Não era uma simples aposta, Clove estava fazendo uma grande armação e eu ainda não entendia o porquê de tudo isso. 
- Eu tenho uma pergunta. - falei devagar e Clove revirou os olhos. 
- Pergunte. - ela falou me encarando. 
- Por que você quer que eu humilhe o Peeta? - eu realmente queria entender. 
- Eu te falei mais cedo que isso não interessa. - ela soltou ríspida. - Mas, se isso te fizer mais feliz eu falo. - ela olhou para os lados como quem tem vergonha. - Ele me rejeitou. 
A vontade de rir foi enorme, mas eu me segurei. Clove sendo rejeitada era algo novo de se ver. 
- E se ele me rejeitar também? - perguntei na dúvida. 
- Você já conseguiu beijar a boca dele mais de uma vez, meio caminho andado. - ela respondeu. - Bom, a competição acontece em fevereiro. - ela virou o calendário do celular para mim. - Você tem seis meses para conquistar Peeta contando a partir de hoje.  
Seis meses. 
- Vamos aproveitar o horário livre perto do meio dia para gravar o vídeo. - ela sorriu. - Agora suma da minha vista.
- Delicada você, pônei. - sorri enquanto ela me fuzilava com o olhar. - Até mais tarde. 
Peeta Mellark estava escorado na parede do lado de fora do prédio da escola, até acendendo o cigarro ele conseguia ser sensual ao extremo. Ele guardou o isqueiro no bolso e olhou para o céu enquanto dava a primeira tragada e em seguida soltou a fumaça para o ar. 
- Droga, Katniss. - ralhei comigo mesma por estar observando-o e voltei a andar. 
A sala de música estava vazia exceto por Clove, Glimmer e eu que estávamos ali. Glimmer segurava o celular de Clove ajustando as imagens enquanto Clove arrumava os cabelos negros e eu roía a ponta da minha unha. 
- Vamos lá, Everdeen. - Clove se posicionou ao meu lado. - Você começa. 
- Por que eu? - perguntei e ela revirou os olhos. 
- Anda logo, antes que alguém chegue. - ela me empurrou para perto da janela. 
Suspirei e encarei a câmera que Glimmer segurava. 
- E se ela contar a alguém? - apontei a loira platinada do batom vermelho prostituta. 
- Ela não vai. - Clove garantiu. - Começa logo. 
Glimmer fez um sinal me avisando que já estava gravando.
- Eu, Katniss Everdeen, aposto que consigo fazer com que Peeta Mellark se apaixone por mim. 
- Não se esqueça do resto. - Clove sussurrou.
- E que consigo destrui-lo depois. - falei tentando ser convicta. 
- E se ela conseguir, eu, Clove, dou minha vaga no Dance' a ela. - pude ouvir Clove sorrir. - Caso contrário. - Clove me deu um cutucão. 
- Eu abandonarei as líderes dando a Clove o direito de tomar o meu lugar e...
- Dificultar a entrada dela no Dance' de todas as maneiras possíveis e também, Katniss nos dará a honra de contar o porquê ela virou amiga de Annie Cresta a "nova" rica de Chicago. 
Clove finalizou e Glimmer encerrou o vídeo me permitindo respirar aliviada. 
- Vou te mandar o vídeo. - Clove falou pegando o celular das mãos de Glimmer e em poucos segundos o mesmo chegou no meu celular. - Temos um trato, Everdeen. - Clove estendeu a mão e eu apertei sem vontade. 
- Seis meses. - falei e ela assentiu. 
O primeiro passo era ver o quão puto a fera estava comigo, e isso era com certeza a parte mais difícil. Me aproximei devagar do local onde Peeta estava, pensando em uma boa maneira de abordar algum assunto com ele. 
- Você aceitou essa sujeira? - a voz de Madge me fez pular em susto. 
-  Eu tenho meus motivos, Madge.
-  Nada justifica você tentar magoar outra pessoa, por seus motivos mesquinhos, Katniss. - ela se exaltou. 
- É o meu sonho. - revidei séria. 
- Sonhos a gente conquista correndo atrás e não pisando nos outros. 
- Acho que cabe a mim decidir isso, Undersee. - cruzei meus braços e Madge me encarou por alguns segundos. 
- Espero que você se dê conta do seu erro antes que seja tarde demais. - ela abaixou o tom de voz. - Eu não vou mais me meter em suas escolhas, mas eu também não vou fazer parte disso. - ela falou a última parte mais baixo e então se foi.
Voltei meu olhar para Peeta Mellark que parecia entretido demais encostado em sua moto, com o seu celular, para olhar em volta. Em poucos segundos eu também notei uma vadia do segundo ano se aproximar dele. A garota já chegou tocando o peito de Peeta e eu fiquei ansiando pelo momento em que ele colocaria ela no lugar dela, coisa que ele não fez. 
Senti sangue nos meus olhos quando a garota esbelta do short curto passou as unhas na nuca do Mellark que agora sorria para ela como verdadeiro idiota que eu sempre soube que ele era. A garota se posicionou no meio das pernas dele e ele a agarrou pela cintura enquanto a vadia erguia delicadamente a camisa dele e passava as unhas na minha tatuagem preferida, a que ficava na costela. 
- Katniss, está saindo fumaça das suas orelhas e provavelmente fogo dos seus olhos. - a voz de Annie chegou a meus ouvidos, mas eu não a encarei. 
- O que eles pensam que isso aqui é? - falei mais para mim mesma do que para mais alguém. - Um motel? 
Olhei em volta à procura de um professor que pudesse parar aquela palhaçada, mas tudo que eu encontrei foi o olhar fulminante de Clove para os dois. Ela estava tão furiosa quanto eu, mas por motivos diferentes é claro. 
E quando voltei a encarar Peeta eu quase cai pra trás com o que vi. Peeta Mellark praticamente engolia a língua da garota enquanto ela fazia questão de manter suas mãos em baixo da camisa dele. As mãos de Peeta voaram para os cabelos da garota exatamente como ele fez comigo na primeira vez, enquanto o beijo deles se tornava cada vez mais obsceno. 
Não tenho certeza de como foi, mas em poucos segundos eu já estava ao lado dos dois soltando um pequeno pigarro. A mão tatuada do Mellark fez questão de descer até a bunda da vadia que parecia estar adorando e eu então reconheci a vaca. 
- Bethany! - falei alto o que pareceu assustar a garota que me olhou amedrontada. - Ou você solta ele e some daqui ou eu te expulso do grupo de líderes de torcida.
Não precisei dizer isso duas vezes, em uma fração de segundos Bethany já estava longe o suficiente e só restávamos Peeta Mellark, eu e a minha fúria contida. Encarei os olhos azuis de Peeta e ele então ergueu a sua sobrancelha falhada para mim. 
- Qual é o seu problema? - ele perguntou e eu pensei em responder "você".
- Nenhum. - foi a minha resposta enquanto eu arrumava meus cabelos sobre o ombro. 
- Por que veio me atrapalhar, então? - ele revidou e eu ergui os olhos para ele. 
- Porque isso aqui é o estacionamento de uma escola e não um motel onde você pode fazer suas obscenidades. - retruquei seria e ele sorriu torto. - Sem contar que eu não sou obrigada a assistir esse tipo de coisa. 
- Bom, pela maneira que você chutou a pobre garota daqui eu cheguei à conclusão que essa cena toda não te incomodaria tanto se por um acaso eu estivesse beijando a sua boca e não a dela. - ele debochou e eu senti fogo nas bochechas. 
- Eu não... 
- Não precisa negar, Everdeen. - ele pegou o capacete que estava pendurado no guidom. - Por mais que você negue e se faça de louca eu sei que o que você mais quer é ter a minha boca na sua de novo. - ele sorriu colocando o capacete na cabeça e eu abri a boca para falar, mas ele me cortou. - E é exatamente por saber disso que eu jamais te darei o prazer de ser beijada por mim novamente. - ele ligou a moto e deu uma pequena acelerada antes de me olhar. - A não ser que você implore, é claro.