História Queen of disaster - Capítulo 13

- Meus pais não ligaram mais? - perguntei a Cressida que estava entretida na cozinha. 
Eu tinha uma pequena esperança, que eles voltassem para casa antes do meu aniversário de dezessete anos. 
- Não meu bem. - ela limpou as mãos em um pano de prato e me encarou com pesar. - Eu sinto muito. 
A esperança era pequena mesmo, e talvez por isso o desapontamento não era tão grande. 
- Eu também. - falei pegando a minha garrafinha de água e voltando para a sala de dança. 
Liguei o som em uma música qualquer e larguei minha garrafinha sobre o banco. Tentei inventar alguns passos de dança, o suficiente para me distrair de tudo durante o restante da tarde.
 Já era noite quando eu decidi parar e ir tomar um banho. Já haviam se passado três dias desde a minha última conversa com Peeta. Clove não estava contente com a minha falta de progresso e eu não estava feliz por me deixar afetar pela forma com que o Mellark estava me tratando. 
- Eu não acredito que esses são os seus planos para essa linda quinta-feira a noite. - Annie apareceu em meu quarto sorrindo. 
- Olá, Cresta. - parei de pentear meus cabelos para olhar a ruiva que vestia um de seus vestidos cheio de meiguice assim como ela. - Você tem alguma ideia melhor? 
- Tem luta. - ela parecia envergonhada. - Sei que talvez ver Peeta não esteja no seu topo de coisas interessantes a fazer. - ela pareceu pensar. - Mas parece que se ele ganhar vai ter comemoração naquele barzinho perto do porão. 
- Madge não quis vir com você. - perguntei e Annie negou.
- Ela foi na frente. - Madge estava muito puta comigo, isso era uma certeza. 
- Eu vou me arrumar e nós vamos. - sorri para ela que pareceu surpresa com minha resposta. - Já volto. 
Annie estava errada, Peeta Mellark estava no topo da minha lista sim, eu precisava ver aquela criatura e tirar satisfações sobre ele ter me deixado falando sozinha todas as vezes em que eu tentei puxar algum tipo de assunto com ele. Pra ser mais rápida coloquei um vestido também, calcei um par de sapatilhas confortáveis para depois de um dia de ensaio e terminei de pentear meus cabelos, uma maquiagem simples e eu estava pronta. 
- Falou com Finnick hoje? - perguntei quando sai do closet e Annie negou. 
- Não. Na verdade eu queria perguntar uma coisa a você. - Annie remexeu em seus cabelos ruivos. 
- Pergunte. - falei procurando meu celular e algum dinheiro em cima da bagunça que estava a minha penteadeira. 
- Você e o Finnick não estão mais juntos? - foi a pergunta dela e eu me virei para encarar minha amiga. 
- Eu e Finn nunca estivemos juntos, Ann. - comecei devagar. - O nosso relacionamento sempre foi mais para status. - e por carência de minha parte. - Já faz algum tempo que não somos nada além de bons amigos. - finalizei e Annie sorriu. 
- Sabe, teve momentos que cheguei a achar que você se apaixonaria por Finnick de verdade. - ela comentou e foi a minha vez de sorrir. 
- Se eu pudesse escolher eu já seria apaixonada por ele desde o jardim da infância. - falei pegando minhas coisas e jogando em uma bolsa qualquer. - Mas as coisas nem sempre são como a gente quer. 
- Tenho mais uma pergunta. - ela parecia envergonhada. 
- Faça, Cresta. - falei sorrindo para a ruiva. 
- Você acha que você gosta do Peeta? - ela perguntou rápido e eu sorri mais ainda. 
- O beijo dele é maravilhoso, Ann. - abri a porta do meu quarto para que ela passasse. - Mas é só isso. 
Não tem nada a ver com todo o resto. Não tem nada a ver com as tatuagens dele, nada a ver com a sobrancelha falhada dele, nada a ver com ele ficar uma coisa em cima daquele ringue, nada a ver com ele ficar uma coisa maior ainda naquela moto, nada a ver com aquele sorriso lindo e cheio de escárnio, nada a ver com os olhos incrivelmente azuis dele. 
- Olá, minhas gatinhas. - Finnick apareceu cheio de sorrisos. - Bombonzinho você por aqui? 
- Que eu saiba esse porão é público e ainda por cima clandestino. - eu sorri. - Capitão. - fiquei na ponta dos pés para beijar sua bochecha.
- Madge. - sorri para a minha amiga que estava ao lado de Finn com os braços cruzados.  
- Katniss. - ela respondeu no mesmo tom.
- Eu também não esperava que a Katniss viesse. - Annie se manifestou. - Mas que bom que ela veio. 
- Eu vou procurar alguma coisa para eu beber. - Madge falou.
- Eu vou com você. - Annie saiu a acompanhando. 
- O que aconteceu entre você e a Undersee? - Finnick perguntou me encarando. 
- Aconteceu que a Madge não concorda com minhas escolhas. - falei analisando o rosto bonito de meu amigo. 
- Dependendo do seu tipo de escolha, nem eu concordo, bombonzinho. - ele sorriu sem vontade. - Você ainda está escondendo algo de mim. 
- Eu preciso beber alguma coisa também. - falei me esquivando de Finnick. - Sem contar que a luta logo vai começar. 
- E você está muito interessada no lutador. - ele sorriu mais verdadeiramente dessa vez. - Eu gosto dele, e aprovo. - Finn piscou pra mim. - Vou pegar sua bebida.
Sorri e encarei o ringue onde Peeta havia acabado de subir, ele vestia um short preto. Ele ficava bem de preto. Peeta estava de costas para mim, suas costas eram largas e nela ele tinha uma de suas tatuagens, havia uma no braço esquerdo e uma em sua mão, eu lembrava bem que havia uma no peito e a escrita na costela, ela sempre seria a minha preferida. 

“- Bom, pela maneira que você chutou a pobre garota daqui eu cheguei à conclusão que essa cena toda não te incomodaria tanto se por um acaso eu estivesse beijando a sua boca e não a dela. - ele debochou e eu senti fogo nas bochechas. 
- Eu não... 
- Não precisa negar, Everdeen. - ele pegou o capacete que estava pendurado no guidom. - Por mais que você negue e se faça de louca eu sei que o que você mais quer é ter a minha boca na sua de novo. - ele sorriu colocando o capacete na cabeça e eu abri a boca para falar, mas ele me cortou. - E é exatamente por saber disso que eu jamais te darei o prazer de ser beijada por mim novamente. - ele ligou a moto e deu uma pequena acelerada antes de me olhar. - A não ser que você implore, é claro.”

- Você está muito enganado, lutador. - sorri comigo mesma. - Eu vou beijar você de novo e de novo e de novo, e quem vai implorar é você. - analisei o meu alvo no ringue. -  Implorar para que eu nunca vá embora.