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História Queen of disaster - Capítulo 28


Escrita por: Mellarkisses

Notas do Autor


Hello amores

Tem alguém aí ainda?
Eu não preciso dizer o quanto eu sinto por ter demorado mais do que eu mesma esperava dessa vez, né? Prometo não demorar tanto assim para postar o próximo.
Quero agradecer a minha amiga Nah que está sempre disposta a me ajudar, me dar aquela luz e aquela mão. Sem ela talvez esse capítulo demorasse mais alguns dias até finalmente sair.
Obrigada mais uma vez amiga!! E agradecer a vocês que ainda não desistiram de mim e nem de QOD.

Boa Leitura

Capítulo 28 - Capítulo 28


Fanfic / Fanfiction Queen of disaster - Capítulo 28

- Eu sinto muito. - falei assim que o rosto de Peeta se contorceu em uma careta. - Eu sou uma péssima enfermeira. - soltei o algodão dentro da caixa de primeiros socorros. 
- Você é ótima. - ele sorriu. - E eu que sinto muito por hoje. 
- Não precisamos falar disso agora. – disse, enquanto fechava a caixa. 
- Eu tenho um passado, Katniss. Um passado desagradável que eu não gosto de lembrar. - ele falou, olhando para baixo.
- Então não lembre. - falei erguendo seu queixo para que ele me olhasse. - Eu já disse que não precisamos falar sobre isso agora. 
Ele sorriu.
- Eu nunca vou entender porque metade da escola não gosta de você. - ele segurou minha mão junto a dele. - Você é incrível e não é nem metade das coisas absurdas que eles falam de você. - sorri.
 Eu queria muito poder acreditar no que Peeta dizia, mas no fundo eu sabia que o que as pessoas falavam sobre mim nos corredores da escola era a mais pura e límpida verdade. E nada do que eu fizesse iria mudar isso. No futuro Peeta iria concordar com todas elas e não havia nada que eu pudesse fazer. 
- Obrigado por cuidar de mim. - ele passou o dedo indicador sobre o meu nariz. - E por evitar que eu enlouquecesse. 
- Eu fiquei com medo que você me afastasse de você. - falei sincera. 
- Eu não posso mais fazer isso. - ele sorriu. - Afastar você de mim agora seria como se eu arrancasse um pedaço de mim. - puxei o ar com força para os meus pulmões. 
Peeta Mellark estava praticamente se declarando para mim naquele momento. A vontade de falar a verdade veio com tudo, mas eu sabia que se eu contasse tudo mudaria, o jeito com que ele me tratava e até mesmo me olhava. Eu também tinha sentimentos por ele, sentimentos fortes que aumentavam a cada dia que eu passava ao seu lado.
- Peeta, nossa relação começou meio que por interesse. - falei abaixando a cabeça.
- Interesse em que? - ele ergueu a sobrancelha falhada. - No meu corpo másculo? - ele perguntou sorrindo me fazendo sorrir também. 
 - Me deixa falar. - me ajeitei melhor no colchão. - Ela começou meio que por interesse, mas está virando outra coisa pra mim. 
- Que tipo de coisa? - ele me interrompeu novamente. 
- Você vai me deixar falar ou não? - perguntei franzindo a testa e ele concordou sorrindo. - Ela está virando outra coisa, meus sentimentos estão confusos, mas eu acho que eu sei bem o que eu estou sentindo e se realmente for isso...- suspirei derrotada. - Essa relação não vai fazer bem para nenhum de nós dois. 
- Por que? - ele uniu as sobrancelhas. 
- Porque vamos ficar vulneráveis demais. 
“Sem contar que eu vou machucar você Badboy”, pensei.
Ele sorriu.
- Pelo contrário, juntos a gente fica mais forte, flor. - ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. 
- Sentimento demais acaba sempre atrapalhando, Peeta. - encarei seus olhos azuis. - A vida me ensinou isso. 
- A vida te ensinou errado, mas eu vou te ensinar certo. - ele piscou pra mim e eu sorri.
- Como você consegue ficar irresistível até cheio de hematomas? - sorri tocando seu rosto. 
- É um dom. - ele também sorriu se aproximando e eu o empurrei devagar para que ele voltasse a se sentar. - O que foi? 
- Eu vou voltar a cuidar dos seus ferimentos. - sorri abrindo a caixa novamente. - Ou tentar pelo menos. 
Ele sorriu e fechou os olhos quando eu cheguei com o pedaço de algodão perto do seu olho machucado. Comecei a passar o algodão com delicadeza sobre os seus ferimentos e ele sorriu mais abertamente. 
- O que foi? - perguntei parando de fazer o que eu estava fazendo. 
- Lembrei de algo que minha avó fazia quando eu era criança. - ele abriu apenas uma de suas pálpebras. 
- O que ela fazia? - perguntei curiosa. 
- Sempre que eu aparecia machucado, ela dava um beijo, falando que ia sarar. E eu acreditava tão fielmente nisso, que saía feliz da vida, pra voltar a brincar. - ele sorriu. - E eu apenas lembrei de pedir para você tentar o mesmo. 
- Quer que eu beije seus machucados? - perguntei contendo a vontade de rir e ele assentiu. - Depois que eu conseguir limpar eles eu beijo. - falei e ele sorriu como uma criança feliz. 
Ficamos mais um tempo em silêncio e quando eu finalmente terminei o meu serviço Peeta resolveu falar. Começando pelo assunto que eu menos queria tocar naquele momento. 
- De onde vem a sua amizade com Finnick? - a pergunta veio e eu suspirei. 
- De berço. - respondi guardando os remédios e o algodão que havia sobrado dentro da caixa. - Nossas mães são amigas desde o colegial e engravidaram juntas. Digamos que Finnick e eu crescemos juntos. - tentei encurtar o assunto. 
- E porque vocês não se falam mais? - ele perguntou e eu o olhei. - Amizade verdadeira é algo fundamental nas nossas vidas, Flor. 
- Eu sei que é, mas é complicado, baby. - falei sorrindo sem graça.
- Apelido? - ele sorriu de canto e eu assenti. - Gostei! 
Ele se aproximou e beijou a ponta do meu nariz antes de colar as nossas testas deixando nossos olhares grudados um no outro. Cinza no azul. Deixei que minha mão encontrasse a sua nuca a qual eu acariciei devagar enquanto sentia ele tocar a minha cintura com a sua mão. 
- Ethan e eu nos conhecemos no jardim de infância. - ele começou devagar e por algum motivo eu resolvi não o interromper. - Ele costumava brincar sozinho no canto da sala, não conversava com ninguém e de vez em quando mexia na orelha esquerda. Mais tarde eu descobri que era uma mania, uma mania que ficou com ele até depois de crescido. - Peeta deu um meio sorriso. - Eu revirei a caixa de brinquedos e encontrei dois bonecos de luta no fundo dela e não pensei duas vezes antes de andar até onde ele estava e o convidar para brincar. Ele me olhou desconfiado no começo, mas acabou por aceitar e daquele dia em diante nunca mais nos desgrudamos. - Peeta afastou levemente seu rosto do meu, e desceu sua mão da minha cintura, repousando-a na minha coxa. - A família dele era tudo o que eu queria que a minha família fosse. A mãe dele o tratava como eu gostaria que a minha mãe me tratasse, mas nem sempre as coisas são como a gente quer. - ele suspirou. - Minha mãe é aquele tipo de mulher perua, que só quer saber de andar bem arrumada, de ter móveis, talheres, taças, louças, tapetes e quadros caros dentro de casa para poder impressionar os amigos. Ou seja, o que ela mais gostava de fazer era gastar o dinheiro do meu pai. - ele me analisou talvez esperando que eu falasse algo, mas eu permaneci calada. - Eu sempre fui aquele filho certinho que tirava boas notas, fazia aulas de piano e praticava esportes no clube do prédio, mas com o passar dos anos eu só conseguia sentir falta da atenção e carinho da minha mãe. Foi assim que eu comecei a fazer tudo ao contrário, foi quando eu decidi ser tudo o que ela não queria como filho. - Peeta suspirou. - Comecei matando aula, mas eu não fazia nada de mais, apenas ficava passeado pela cidade. Ethan ficava louco comigo e dizia que eu estava agindo errado, mas eu não ligava. Eu nunca liguei. Depois vieram as tatuagens. Minha mãe ficou a ponto de me jogar na rua, mas nem isso fez com que ela se ligasse mais a mim. Ela só se afastava. E por último veio os rachas de moto. - dessa vez Peeta fechou os olhos demoradamente. - Eu já não era mais o mesmo e nem sabia se o que eu fazia era pra provocar minha mãe ou por pura vontade de fazer. Eu lembro bem de quantas vezes Ethan me pediu para não sair aquela noite. Ele queria que eu deixasse o racha de lado para jogar vídeo game com ele. Eu ri da cara do meu melhor amigo e mandei ele crescer, foi quando ele quis ir comigo e eu como o idiota que eu sempre fui, deixei. E esse foi o meu erro. Naquela noite chuvosa eu não perdi apenas minha primeira moto, mas também o meu melhor amigo.
- Peeta... - soltei seu nome, mesmo que no fundo não tivesse ideia do que eu queria dizer.
Ele abriu os olhos para me olhar.
- Eu nunca falei sobre isso com ninguém. - ele me interrompeu. - Me deixe terminar, por favor. - pediu.
Assenti lentamente com a cabeça, e acabei apoiando a mão sobre a dele. Peeta suspirou pesadamente, antes de voltar a falar.
- Eu o levei comigo. Ele me assistiu correr com várias pessoas, e até cheguei a ver de relance, meu melhor amigo vibrar a cada corrida que eu vencia. - ele esboçou um sorriso. - Eu já tinha vencido seis caras naquela noite, mesmo embaixo da chuva que caía, deixando o asfalto horrível para pilotar. Quando me aproximei de Ethan, ele me pediu pra tentar correr. Naquela hora, eu cheguei a me sentir feliz. Meu melhor amigo parecia estar gostando mesmo daquela história, então, talvez eu o teria comigo todas as noites, ao invés de deixa-lo em casa, jogando vídeo game. - Peeta, que estava me olhando nos olhos enquanto falava, abaixou a cabeça, parecendo encarar nossas mãos. - Eu tentei explicar o que fazer, mas ele alegou já ter entendido, de tanto me ver em cima da moto. Ethan deu algumas voltas por perto, até eu ter certeza de que ele sabia o que estava fazendo. - ele limpou a garganta. - E então ele foi tentar uma corrida. Eu mesmo escolhi o cara que correria com ele. Era um dos piores, que eu vencia sem nenhum esforço, mas Ethan não precisava saber disso. - Peeta voltou a me olhar, com um meio sorriso. Seus olhos brilhavam com lágrimas, o que, além de me surpreender, apertou meu coração um pouco mais. - Nos primeiros metros, Ethan estava indo muito bem. Eu estava orgulhoso. Até que chegou no cruzamento. O sinal estava vermelho pra ele, mas... Ninguém em um racha respeita sinal de trânsito. Um carro veio com tudo, e antes que Ethan pudesse desviar, a moto derrapou. A pancada foi tão forte, que todos assistimos o corpo dele ser lançado no ar, caindo no asfalto em seguida. - ele voltou a esconder suas íris azuis embaixo das pálpebras. - Disseram que ele morreu na hora. - Peeta respirou fundo. - A culpa parecia apenas crescer, enquanto eu tentava voltar a minha rotina, principalmente quando recebia os olhares de quem sabia o que tinha acontecido. As coisas nunca voltaram ao normal.
Ele se calou de repente, assim que voltou a abaixar a cabeça. Apertei sua mão sob a minha.
- Peeta. - voltei a chamar seu nome, mas ele não me olhou. - Eu sinto muito por isso. - murmurei, sentindo-me idiota por não saber o que dizer. 
E então a única coisa que me veio à cabeça, foi o que fiz em seguida. Eu me aproximei, e desajeitadamente, o envolvi em meus braços, abraçando-o. Peeta levantou no mesmo instante, puxando-me com ele, apenas para passar seus braços ao redor da minha cintura, como se fosse exatamente daquilo que ele precisasse.
Seu corpo tremia algumas vezes, deixando-me preocupada, mas eu não disse nada. Apenas passei a acariciar suas costas devagar.
- Ei, baby. - eu o chamei, talvez minutos mais tarde. - Eu vou continuar a cuidar de você, tudo bem?
Ele se soltou de mim, e ergueu os olhos em minha direção, permitindo que eu visse as lágrimas rolando por sua face. Subitamente eu senti vontade de chorar junto com ele, mas eu sabia que precisava me manter firme. Peeta odiaria que isso acontecesse.
Eu respirei fundo, antes de fazê-lo sentar novamente no colchão. Sentei ao lado dele, porém me empurrei mais para trás, ficando quase no meio da cama, porém mais próxima à cabeceira.
- Deita aqui. - bati duas vezes a mão em minha perna.
Peeta deu um sorriso torto, e passou as mãos no rosto, parecendo tentar se livrar das lágrimas que haviam molhado sua face.
- Nem pensar. - ele respondeu.
- Por favor. - insisti.
Ele me analisou devagar, e suspirou, movendo-se até estar deitado confortavelmente, com a cabeça em minha perna. Peeta deitou de barriga pra cima, e passou a me fitar, enquanto eu alcançava seus fios de cabelos, acariciando-os devagar.
- Que foi? - perguntei.
- Obrigado... De novo. - ele murmurou. - Por me deixar falar... E por cuidar dos meus machucados. - Peeta sorriu levemente. - Não só dos físicos. - ele voltou a fechar os olhos.
- Estou tentando. - murmurei de volta, sentindo o coração pesar no peito. 
Notei quando novas lágrimas escaparam pelos cantos de seus olhos.
Peeta voltou a dar um pequeno sorriso, mas não respondeu. 
Continuei a acariciar seus cabelos, completamente imóvel, notando sua respiração ficar pesada minutos depois. Talvez a luta somado ao desgaste emocional, fossem os culpados por seu cansaço, por isso, eu não pretendia acorda-lo.
Vê-lo naquele estado, havia simplesmente me desestruturado. A única coisa que gritava dentro de mim, era para que eu fizesse de tudo para tirar essa dor de dentro dele, e era um grito tão cheio de necessidade, que eu sabia que, mesmo eu sendo péssima com isso, eu tentaria, de alguma maneira.
Me movi devagar, apenas para tirar sua cabeça do meu colo. Ele se moveu, assim que me coloquei de pé, mas não acordou. Apenas deitou de costas pra mim, apoiando parte de sua cabeça no travesseiro.
E aquela famosa culpa me atingiu novamente. De que adiantaria curar suas feridas do passado, se a qualquer momento eu o machucaria novamente? 
Fechei os olhos com força, e balancei a cabeça em negativa algumas vezes.
- Uma coisa de cada vez, Katniss. - murmurei, abrindo os olhos para observa-lo. - Você também não sairá inteira disso. - afirmei para mim mesma.
E eu sabia que essa era a verdade. Eu não conseguiria sair desse relacionamento sem me machucar. Eu estava completamente rendida, e ao lembrar de Peeta chorando, foi quando eu notei, que eu começava a me importar apenas com ele, e não comigo.


Notas Finais


Um beijo 💟


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