“Não faça parte dessa geração que compete quem é mais desapegado. Não finja que não se importa. Não fique aí lutando contra você mesmo, você vai ser a única a perder. Não se sinta idiota por sentir muito, idiota é quem sente pouco. Transborde-se.”
24 de Março de 2018 – Sábado
– Não pode mais fazer o que? – senti meu coração palpitar desesperado.
– Não posso mais te esconder... – tocou meu rosto, seus dedos quentes e eletrizantes.
– Eu não estou te entendendo. – olhei em seus olhos, o mar calmo da noite anterior havia se agitado em uma tempestade.
Nathan me soltou e foi atrás de algo, procurava na jaqueta inquieto. Depois foi até uma calça e olhou os bolsos. Procurou dentro do guarda-roupa e por fim na bolsa.
– Nathan?! – tentava entender sua agitação.
– Vem aqui. – ele se sentou na cama e deu alguns tapinhas ao seu lado.
– O que foi? – fiz o que pediu.
– Quero que seja minha namorada de verdade, para mim e para o mundo. – ele abriu a mão com um pequeno anel em sua palma.
– Eu já sou sua namorada, de verdade Nathan. – falei pegando o anel. – Não é um anel que vai mudar isso.
– Eu sei, o que vai mudar é eu admitir para minha mãe. – ele suspirou.
– Você consegue. – sorri e fechei os punhos em torcida. – Eu confio em você. – dei um beijo em sua boca.
– Você é maravilhosa sabia? – sorriu de volta.
– Claro que eu sabia... – levantei da cama. – E é por isso que eu vou ficar com esse anel.
Coloquei no dedo e ele encaixou perfeitamente.
– Como eu fiquei? – fiz uma pose de lado.
– Linda, como sempre. – me olhou.
– Eu estou exausta. – declarei. – Odeio pegar aquele ônibus.
– Que tal tomarmos um banho? – arqueou as sobrancelhas.
– Eu iria amar... – sorri.
Nathan tirou o casaco, a blusa e a calça jeans. Segui ele até o banheiro.
Lembrei como fiquei emocionada e em relacionamento serio com a banheira do Hotel da viagem, e olhei a banheira do banheiro do Nathan, a banheira que eu não pude usar de manhã por causa da pressa. Ele andou até a banheira sem pudor apenas de cueca, não parecia se importar de estar seminu na minha frente.
Enquanto a agua escorria da torneira e enchia rapidamente a banheira, Nathan pegou alguns sais de banho sobre a pia jogou na água. Logo notei a camada de espuma se formando sobre a água, e também o cheiro maravilhoso.
– Vem. – pegou minha mão e deu um beijo nela.
Primeiro ele tirou meu moletom e o jogou dentro do cesto de roupa, depois que tirei meus sapatos, ele tirou minhas meias e minha calça.
Andei para ficar mais perto dele e senti quando suas mãos despiram-me da calcinha e meu sutiã, fiz o mesmo com a cueca dele. Nathan entrou na banheira e depois me puxou. Se sentou e me levou junto antes que eu dissesse algo.
– Tenho certeza que está vermelha de vergonha... – falou e me abraçou na banheira me cobrindo na espuma.
– O senhor que é muito desinibido. – reclamei.
Senti ele pegar meu cabelo e prender em um coque.
– Ontem não estava com tanta vergonha. – senti ele beijar meu pescoço.
– Nem me lembre. – disse sentindo meu rosto queimar.
– Adoro quando você se solta. – senti ele beijar minha nuca.
Senti meu corpo se arrepiar totalmente com a boca dele no meu pescoço, ainda mais depois dele dizer isso.
Senti a mão dele tocar meu braço e passar para minha barriga. Descer até o meio das minhas pernas. Passear minhas coxas. Senti os dedos dele ficarem perto da minha virilha e então me tocar levemente me fazendo estremecer com o tesão.
- O que está fazendo? – senti meu rosto arder de vergonha com as mãos dele me tocando.
- Parece que está gostando. – ele mordeu levemente minha orelha.
Arqueei minhas costas sobre o corpo dele quando ele colocou seus dedos e me tocou.
- Nathan... – fui exclamar surpresa, mas minha voz soou como um gemido.
- Vem aqui. – chamou.
Nathan me levantou e me ajudou a virar na banheira, quando o vi me olhando, meu rosto queimou em brasa. Sem que ele falasse algo sobre minha cor, o beijei rapidamente e ele passou espuma no meu corpo. Sentei sobre o colo dele sobre o volume que se formou logo após nossa pequena brincadeira.
Gemi baixo contra os lábios dele e ele suspirou de tesão. Senti as mãos dele enrijecerem e apertarem meu quadril.
~ ◇ ~
Após o banho maravilhosamente demorado, eu e Nathan nos secamos e ele ficou de cueca pela casa, enquanto eu fiquei de calcinha e com uma blusa que eu roubei do guarda roupa dele.
- Aonde você deixou seu notebook? – perguntei enquanto fuçava na mesa de trabalhos dele.
- Na gaveta... – ele preparava um lanche na cozinha. – Segunda gaveta, querida.
Abri a gaveta com um largo sorriso no rosto, não por causa da gaveta, mas porque ele me chamou de querida e eu amava quando ele fazia isso. Peguei o aparelho e o abri, liguei e o coloquei do lado do meu sobre a cama.
- Prontinho, nosso escritório está montado... – sorri e dei uma tapinha do lado que o computador dele estava na cama.
Nathan se aproximou com uma bandeja com vários pães e dois copos de suco.
- Para reabastecer a nossa energia. – disse colocando a bandeja sobre a cama e me dando um beijo antes de se sentar do meu lado.
Ficamos comendo, conversando e escrevendo nossos trabalhos, as vezes ele me parava para perguntar sobre acentuações e eu o parava para perguntar sobre palavras diferenciadas.
- Você tem um ótimo vocabulário. – elogiei enquanto escrevia o que ele tinha me dito.
- E você tem uma boca deliciosa. – disse me dando um beijo.
- Obrigada. – sorri e voltei a olhar meu trabalho, agora estava praticamente pronto, faltavam alguns ajustes.
Senti a mão do meu namorado na minha perna e ele dar um leve aperto que fez meu sangue ferver de excitação. Dei um tapa na mão dele.
- Se concentra. – mandei e apontei para o notebook dele.
- Não sei mais o que escrever... – ele recolheu a mão e sorriu.
- Acho melhor pensar, não vai mais tirar nenhum pecadinho de mim até terminar isso aí. – disse satisfeita com o meu poder de namorada.
- Isso não é justo... – disse indignado. – É maldade!
- Você está perdendo tempo. – falei concentrada.
Ele voltou a se concentrar no trabalho dele e eu ajudei ele com alguns conteúdos que ele não tinha colocado. Terminei o meu antes dele então enviei para meu professor, guardei meu notebook e voltei para a cama, ajudei Nathan a dar os últimos toques e ele terminou.
Nathan levantou da cama só de cueca e eu assobiei “fiufiu” para ele que riu e deu uma reboladinha sexy enquanto guardava o computador na gaveta.
- Idiota. – falei gargalhando enquanto ele voltava para a cama desfilando.
- Eu sei que você ama... – sorriu e deitou me rolando na cama com ele...
Fiquei sobre o peito dele, os olhos dele eram os meus azuis serenos do mar. O sorriso dele era lindo, exuberante. Toquei seu rosto levemente acariciando sua bochecha e ele deixou de sorrir para me encarar sério, mas com ternura.
- Eu amo... – falei com um meio sorriso nos lábios.
- Eu também te amo. – disse retribuindo o toque na bochecha e me dando um beijo leve e simples nos lábios. – Quero tanto te fazer feliz. – mexeu na mecha do meu cabelo que sempre caia de trás da orelha.
- Você faz. – sussurrei quase como se fosse um segredo.
- Porque sussurra? – tocou a ponta do meu nariz.
- Não quero que ela se assuste e vá embora... – sorri e o beijei.
- Você é muito fofa. – disse apertando levemente minhas bochechas.
- Você é muito sexy. – ri. – Pode rebolar para mim de novo?
- Claro.
Nathan ficou em pé na cama e começou a fazer um strip com roupas invisíveis. Quando chegou na cueca ele ameaçou tirar e eu gritei desesperada em meio a vergonha e o puxei fazendo ele se deitar novamente.
- Melhor irmos dormir... – falei com certo cansaço.
- Também acho. – me abraçou e me acolheu nos braços.
Me ajeitei no peito dele com frio e ele nos cobriu
- Boa noite, amor. – ouvi hesitação em sua voz.
- Boa noite... amor. – respondi com um sorriso nos lábios.
25 de Março de 2018 – Domingo
Acordei com uma batida na porta e rolei na cama.
- Nathaaaaan. – murmurei com sono. – Atende a porta... – pedi dando um beijo em algum lugar do rosto dele, provavelmente o queixo.
- Folgada. – falou me deu um beijo na testa.
Senti ele se levantando e me deixando na cama e novamente a batida na porta.
- Já vai... – respondeu e entrou no pequeno hall.
- Até que enfim... Achei que não iria me atender. – reconheci a voz da mãe dele.
- Mãe! – ouvi a voz dele sobressaltar.
Me sentei na cama desesperada e pronta para saltar dela e correr para o banheiro.
- Porque está atendendo a porta só de cueca? – ela invadiu o quarto e parou ao me ver na cama enrolada na coberta.
Congelei sem nenhuma reação e Nathan atrás também pareceu congelar com a situação.
- Então é com essa vagabunda que você anda saindo? – quase cuspiu as palavras com ódio.
- Mãe, não começa. – falou e andou até mim.
- Não começa o que? Porra Nathan! – parecia realmente furiosa. – Coloca essa vadia para fora desse apartamento, agora! – eu engolia em seco a cada vez que ela aumentava o tom de voz.
- Você não vai falar assim dela... – falou agora ele irritado. – Fora do meu apartamento. – apontou para a porta.
- Eu paguei esse apartamento para você! – jogou na cara.
- Na verdade o meu pai pagou, e disse que não era para deixar você jogar isso na minha cara quando fosse conveniente. – retrucou. – Então sai do apartamento.
- Então quer dizer que seu pai sabia dessa puta? – me ofendi com as palavras dela.
- Chega, sai! – Nathan pareceu estourar. – Não quero mais saber de você hoje, sai daqui! – gritou.
A mãe dele assustou com a reação do Nathan.
- Quem você acha que é para falar assim comigo? – abaixou a voz pela primeira vez.
- Quem você acha que é para chamar minha namorada dessas coisas? – retrucou.
- Namorada? Isso é algum tipo de piada? – perguntava incrédula.
- Não é piada, e se quiser participar da minha vida de hoje em diante me escuta bem. Acho melhor você aceitar que eu não vou casar com a Raven, eu não quero a Raven e nunca quis. A mulher que eu amo é a Samantha, e se quiser que ainda seja seu filho, vai ter que aceitar que ela é a mulher da minha vida! – falou tudo com convicção, com a voz calma e ao mesmo tempo rouca pelo esforço.
A mãe dele estava com a cara surpresa. Negou com a cabeça.
- Essa conversa ainda não acabou. – falou e saiu pela porta batendo ela depois que passou.
Me levantei às pressas e fui até o Nathan, preocupada e ele me olhou.
- Tudo bem? – perguntei.
- Sim, nunca me senti tão bem, mas não queria que tivesse chegado a esse ponto. – falou com os olhos agitados.
- Desculpa ter te colocado nessa situação. – me sentia culpada.
- Não tem que se desculpar, está tudo bem... – sorriu.
- Parece preocupado. – notei.
- Bom, posso perder minha mãe... – falou agora meio melancólico.
- Claro que não. – o abracei. – Sua mãe te ama, Nathan.
O apertei forte e ele me abraçou de volta cheirando meu cabelo.
- É incrível esse seu poder de me trazer paz. – sussurrou.
- Tenho que agradecer de algum jeito toda a sua sensualidade de ontem. – brinquei tentando aliviar o clima.
- É muito besta... – se afastou e bagunçou meu cabelo.
- Olha quem fala... – sorri para ele.
Nathan me puxou dançando comigo e eu notei que uma música leve tocava de fundo, uma música romântica, no estilo bela e a fera.
- Estamos em um baile? – perguntei encostada em seu peito seguindo o gingado.
- Sim... Minha dama. – brincou e me rodou no ar.
- Será que vamos ser felizes? – perguntei.
- Claro... – respondeu. – Vamos ter dificuldades iguais essas e até piores, mas se eu tiver você eu juro que posso superar tudo.
- Quem diria, Nathan sexy, galanteador, brincalhão e fofo? – olhei para ele. – Ganhei na loteria?
- Se você ganhou na loteria, eu ganhei uma viagem para um planeta longe e distante de belezas extraordinárias... O planeta chama minha namorada Samanta é muito mais que uma deusa. – ele me empurrou na cama e rolou comigo nela.
Rimos. Beijamos entre o riso. E rimos mais um pouco.
Eu jurava que podia ficar o resto da minha vida daquele jeito. Com um pouco de neve começando a cair fora da janela, o vento frio no quarto e nos dois embolados na coberta.
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