Edward realmente havia me levado para o “topo” da cidade. Nós estávamos em uma pequena montanha, bem visitada na época do verão, onde dava para enxergar praticamente toda Forks de lá de cima. O céu parecia estar apenas alguns centímetros acima de nossas cabeças. O dia já estava para terminar, o pôr do Sol, ou melhor; o crepúsculo vespertino, como Edward havia chamado, estava para acontecer. Ele me disse que o crepúsculo era sua parte favorita do dia. A confirmação de que até os melhores dias acabam. Era poético e patético ao mesmo tempo. Eu não queria que aquele dia acabasse.
Edward sentou-se no chão e eu o acompanhei.
— O que você fez com o volvo? — perguntei, já que o volvo não estava no estacionamento quando saímos.
— Pedi para Alice levar pra casa. — ele respondeu e me encarou. — No que está pensando?
— Em como eu mudei desde que cheguei na cidade.
— Mudou para o bem ou para o mal?
— Um pouco dos dois.
— É bom ter um equilíbrio entre eles. — ele disse, suspirei.
— Edward, eu vou te perguntar algo, mas você tem que me prometer que será sincero, ok?
— A verdade ou nada. — ele jura.
— Eu estive pensando, se... Tem alguma maneira de nós darmos certo. Porque você sabe, sua família não gosta de mim, meu pai não gosta de você, e eu vou envelhecer um dia. Você não vai me querer quando eu estiver parecida com minha avó. — eu digo, ele ri.
— Bella, eu sempre vou te querer. — ele reponde. — Você não acha isso o suficiente para dar certo?
— Não. — ele franze o cenho. — Não quero daqui trinta anos sair na rua e as pessoas perguntarem se você é meu neto.
— Não seja absurda.
— Não estou sendo absurda, estou sendo realista.
— Vamos focar no agora, está bem? — ele pede.
— E o que vai ser do agora? Porque pra mim ele parece ser bem incerto.
— Bem, primeiro quero te pedir desculpas por ter sido um idiota. Foi muito difícil ficar longe de você e não quero passar por essa experiência de novo. Quero estar mais presente na sua vida e quem sabe ser amigo dos seus amigos!
— Eu adoraria se o fizesse.
— E, em segundo, precisamos saber o que vamos fazer com nossos parceiros ao baile.
— Ah, não! — resmunguei ao me lembrar.
— Precisamos arrumar alguma desculpa para Tyler e Skylar.
Skylar... Argh!
— Nada disso, Edward! — resmungo. — Eu vou ao baile com Tyler e você com sua nova melhor amiga!
— Você está brincando comigo, não está?
— Não. — virei à cara. — Somos um casal moderno, podemos sair com outras pessoas, pois confiamos um no outro, não é? Você confia em mim, não confia?
— Claro que confio! — ele responde. — Mas não é por isso que vou deixar você ir ao baile com um cara que está afim de você!
— Ele não está afim de mim. E você não é meu pai para dizer com quem posso sair ou não. E, se meu pai o fizesse, com certeza ele mandaria eu ficar longe de você, não do Tyler.
— Droga, Bella! Você não pode deixar de ser teimosa uma vez na vida?
— Não.
— Vamos fazer assim: eu não vou com ela e você não vai com ele.
— E destruir todos os planos de Tyler? Não vou fazer isso. E outra: se ele não for comigo ele vai com quem?
— Com a Skylar!
— Olha, Edward, eu não vou desmarcar algo que já havia marcado antes de estar com você por sua casa. O Tyler é meu amigo, não posso magoá-lo assim!
— Tenho certeza que ele adoraria sair com a Skylar.
— Mas eu não tenho certeza que ela adoraria sair com ele. — respondo. — Ela está interessada em você.
— Podemos ir os quatro juntos, nós damos um jeito deles gostarem um do outro.
— Faça o trabalho sozinho, então.
— Falo com o Tyler amanhã.
— Vamos mudar de assunto? — pergunto irritada.
— Ok: o que vai fazer se entrar pras líderes?
— Não vou entrar.
— Com um pouco de esforço, você consegue.
— Não é isso... É que eu não quero mesmo. Não vou fazer os próximos testes. Isso não é pra mim.
— Devo concordar. — ele zomba. Dou um soco nele.
— Ai! — reclamo. — Esqueço que te agredir fisicamente machuca mais a mim do que a você.
— Tudo que vai, volta.
— Engraçadinho. — dou a língua pra ele.
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Edward me levou pra casa já no começo da noite.
— Você vai ficar? — pergunto a ele.
— Ficar aonde?
— Eu quero dizer... Passar a noite aqui. — suspirei. — Pode parecer que não, mas eu senti sua falta.
— Eu a visitava todas as noites. — ele confessou. — Mas quando você aceitou o convite de Tyler e começou com a idéia de entrar para as Cheerleaders eu parei de vir.
— Por que?
— Pensei que você tinha seguido em frente, desistido de mim. — ele riu sem graça. — O que seria bem conveniente já que não posso te dar uma vida de verdade.
— Você é um idiota. Eu não quero que você me dê uma vida. Eu quero você. — respondo irritada. — A vida meus pais já tiveram o privilégio de me darem.
— Você sabe o que quero dizer, Bella.
— Você não vai começar a dizer bobagens, não vai?
— Não estou falando bobagens. Estou falando a verdade, Bella. Me desculpe se pra você a verdade é mal vista, mas ela é sincera e crua.
— Ai, Edward, quer saber? — digo saindo da picape. — Tenha uma boa noite. Parece que você tem o prazer de magoar! Se for pra vir me chatear, não precisa vir.
Eu entrei em casa irritada. Edward provavelmente chegaria a casa dele a pé mais rápido que eu ao meu quarto. Já que Charlie estava na sala com Billy e Jacob.
— Bella, você demorou! Estava preocupado! — Charlie se levanta.
— Eu deixei uma mensagem na caixa postal. — reviro os olhos. Charlie corre ao telefone e a escuta.
— Bem, parece que você deixou mesmo. Desculpe. — ele volta a se sentar. — Onde você estava?
— Eu estava com Jessica. — minto. Não iria contar que estava com Edward. Não agora.
— Foram as compras? — ele pergunta.
— Não. Nós estávamos ensaiando.
— O teste não era hoje?
— Sim. Mas esse foi só primeiro, ainda temos uma série de outros pra fazer. — digo indo até a escada. — Vou subir pro meu quarto, estou bem cansada. Boa noite.
Todos da sala me desejam boa noite e eu subo correndo pra se jogar na minha amada e querida cama.
— Eu sei que você não estava ensaiando. — diz Jacob entrando no quarto.
— Garoto, eu podia estar nua! — jogo um travesseiro nele.
— Isso seria ótimo! — ele brinca e jogo mais um travesseiro nele. — Mas e aí? Onde você estava? Aquela sua desculpinha pode ter servido pro coroa, mas pra mim não.
— Isso não é da sua conta, Jacob.
— Qual foi, Bella? Nós não somos amigos?
— Argh. — bufo. Jacob se senta na minha cadeira. — Eu só vou te contar porque posso confiar em você, não é?
— É claro que pode. — ele revira os olhos.
— Eu estava com o Edward.
— O Cullen?
— Sim. — confirmo. — Nós meio que voltamos.
— Se vocês voltaram porque você está com essa cara de quem comeu e não gostou?
— É complicado, Jake.
— Vocês dois que se complicam.
— Você acha? — pergunto.
— Tenho certeza. — ele dá de ombros. — O pouco que sei de vocês ficou bem na cara que vocês se gostam, mas ficam arrumando mil e um empecilhos pra não ficarem juntos. Caramba, Bella! Para de pensar um pouco! Deixe os dados rolarem.
— Ok, então, guru do amor.
— Jacob, vamos embora! — escutamos Billy chamar de lá de baixo.
— Bom, acho que eu tenho que ir. — Jacob dá um beijo em minha testa e vai até a porta. — Se cuida, maluca!
Jacob sai e eu pego minhas coisas para tomar um bom banho quente. Fico pensando no que Edward me disse e o que Jacob disse.
Deixe os dados rolarem, deixe os dados rolarem...
Só havia um jeito de estar 100% com Edward, mas, claramente ele não queria isso. Eu precisaria de ajuda.
Deixe os dados rolarem.
Depois de sair do banho pego meu celular e penso em ligar para Edward, queria que ele estivesse ali. Largo o celular.
Deixo a janela do quarto aberta na esperança de Edward aparecer. Quando estava pegando no sono, escuto a janela sendo fechada e os braços dele me envolvendo. A melhor sensação do mundo.
— Me desculpe. — ele sussurra.
Não respondo, mas me encolho em seus braços.
Eu já estava decidida do que fazer.
Deixe os dados rolarem.
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