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História Quem disse que precisa ser docete? - Capítulo cartoze - Strong


Escrita por: RikuAbsolem

Notas do Autor


Desculpe a demora para postar veio um bloqueio juntamente com a depressão e eu não quis fazer mais nada, nem estudar estudei direito (Meu 640 ou 6,4 garante isso, eu tô chorando por isto.)

Espero que gostem. Unravel. Me avisem caso esteja irritante, ou as personalidades tiverem muito diferente.

Eu sei que o Nath não é tão assim, mas tem um motivo.

Capítulo 15 - Capítulo cartoze - Strong


Fanfic / Fanfiction Quem disse que precisa ser docete? - Capítulo cartoze - Strong

"Minhas mãos

Suas mãos

Amarradas

Como dois navios"

Crianças malcriadas são castigadas. Parte final.

– Vamos, Nath. Tu disseste que sairia comigo! – Exclamei aturdida.

Sorri com animação para o meu gêmeo vendo-o revirar os olhos, as mãos dele apoiadas na larga cintura enquanto encarava-me parecendo culpado. É, ele esqueceu o nosso acordo, provavelmente nem lembrava de minha existência, como sempre. Tem mais que se sentir culpado mesmo, ninguém pediu para que abandonasse-me.

Desde que saiu da casa dos nosso pais não apareceu nenhuma vez lá para ver-me ou vê a mamãe, e ela pergunta direito sobre como ele está, só foi algumas vezes para deixar-me ou buscar, mas nunca ousa entrar. É quase como se o lugar trouxesse más lembranças a ele - o que provavelmente traz - como se eu também fosse uma parte ruim de sua antiga vida. A parte que eles quer esquecer pois assim seria melhor, sem incômodos a mais no novo modo de agir.

Estávamos no pátio do colégio, prestes a ir embora. A aula havia acabado a quase meia hora, tendo estranhos momentos em que a Lynn agua como uma retardada indo de um lado para o outro em tentativas fúteis de ajudar alguém, ou simplesmente meter-se em suas vidas. Recordo plenamente que sorrisos apareceram na face de Castiel e no Lysandre ao vê-la, fazendo que Nathaniel emburrasse a cara, ficando tão ciumento que passasse a ficar ainda mais frio comigo.

Andamos juntos em direção ao ponto de ônibus, enquanto eu tentava lembra-lo de nosso combinado e ficava aborrecida por não ter carona hoje.

"Podemos sair juntos para comer na próxima sexta-feira; mas não hoje, tenho um compromisso com o Alexy e a Rosalya. Eles querem ajudar a comprar mais roupas." Foi o que me disse há alguns dias, apressado para livrar-se de mim. Ele apenas ignorava-me desde então, sua raiva transparecendo sobre o sorriso falso que mantinha preso a face.

Fingir gostar de mim ou odiar chegava a ser comum para aqueles ao meu redor, principalmente para aqueles que um dia me importei. O Castiel é o único sincero, um ótimo exemplo – isto é tão estranho de se pensar – ao menos ele nunca finge gostar das pessoas. (Mas vamos parar de pensar nele, ele me traz pesadelos.)

Suspirei ao perceber o que era a realidade.

Nath e eu poderíamos estar lado a lado, quase ombro contra ombro mas eu conseguia sentir a distância entre nós aumentando. Eu sentia-me totalmente sozinha. Isso deixava-me verdadeiramente infeliz, as coisas haviam mudado muito desde a infância. Eu estava desapontada.

– Ambre, dá para parar de encher o meu saco? Não estás vendo que eu tô irritado já? – Nathaniel falou desgostoso, parando de andar um pouco a minha frente e encarando-me. Parei quase aos tropeços, evitando trombar com ele. Os olhos dourados dele encontravam-se fixos em minha face, contudo não parecia olhar diretamente para mim.

– Mas, Nath. Tu prometeste-me! – Exclamei impaciente e chorosa ao vê-lo bufar.

Curvei o lábio em um bico, sentindo uma pequena dor alastrar-se em meu peito. Por que ele não entende? Eu apenas quero passar um tempo com ele, não tenho um namorado para gastar todo o meu tempo como ele faz com a Lynn, fico sobrando já que nem todos gostam da minha beleza e me tratam mal por isto. E também sinto que se eu não fizer nada para aproximarmo-nos a distância entre nós se tornara grande demais e, eu já não tenho ninguém, apenas ele. O Nath é minha única família (sem contar meus pais que apenas me mimam para que eu aja como preferirem.)

"Flutuando

Leves

Ondas tentando quebrá-los

Eu faria qualquer coisa para salvá-los"

– Representante, tu por aqui. Que surpresa. – Castiel murmurara cheio de sarcasmo, a voz preenchendo meus ouvidos e mandando sinais de alerta para todo meu sistema nervoso. – Não sejas rude com teu familiar, loiro.

Pisquei algumas vezes ao ver certa cabeleira ruiva aparecer atrás de meu irmão, as mechas escuras amarradas por um elástico preto chamava minha atenção, porém, o que mais se destacou foi a mão de Castiel estar no ombro de Nathaniel, fazendo com que esse o encarnasse sem dizer uma única palavra, ou se mover. O loiro ficou com a face um pouco rubra, o que fez Castiel abrir um abundante sorriso malicioso.

– Eu falo como eu quiser. – Retrucou batendo com a mão na do outro para que se afastasse e ficasse ao seu lado.

Pude notar que sua expressão de Nathaniel suavizou ao ver o se aproximar, o que chegou a surpreender-me exorbitantemente. Perguntei-me diversas vezes o porquê dele ter entrado naquele estranho estado, desde a emancipação eles ficaram mais próximos, porém, pensei que ainda se detestassem, como poderiam estar conversando tão pacificamente um com o outro? Esse estava sendo um dia peculiar, começara com os garotos (Alexy e Lysandre) falando normalmente comigo, agora esses dois reagindo e se tocando de forma tão amigável.

Castiel riu.

– Como sempre nervosinho. – disse e me olhou, direcionando-me a mesma expressão de costume para mim e alguns outros colegas. Aborrecimento. – Tu deverias parar de encher o saco de teu irmão, paciência tem limite, principalmente quando é você. O representante não gosta de que ajas assim, embora tu passar teu tempo com ela seja uma vantagem infalível.

Infalível? Como assim?

– Ah, quem tu pensas que é? Tu não sabes nada sobre meu irmão, não mais que eu. – Falei com a voz arrastada, bem mais áspera do que a normal.

Ele soltou uma risada, afastando-se minimamente de Nath. O olhar sereno encontrando-se com o meu, arregalei um pouco os olhos, sendo meu coração descompassar. O que estava acontecendo com as pessoas hoje?

– Pensas mesmo que sabes mais sobre o Nathaniel do que eu? Estou começando a pensar que estás afastando-se da realidade com o tempo, o representante e eu praticamente crescemos juntos, passamos mais tempo descobrindo coisas um do outro para nos destruímos do que contigo. – Falou irônico, sorrindo presunçoso quando Nathaniel reagiu parando ao meu lado.

Prendi a respiração.

– Isso não faz a menor diferença. – murmurei pensando com cuidado no que havia dito, poderia ser verdade, mas as mesmo tempo não era certo.

– Não tenho tanta certeza disto. Sua expressão diz o contrário. – Castiel murmurou. Ele encarava-me com suas grandes orbes acinzentadas em dúvida, os olhos semicerrados enquanto franzia os seus obscenos lábios cor de carmim.

– Pois estás encarando-me demais. – retruquei. Precisava olhar com atenção para notar o rosado que surgira nas bochechas dele ao virar a cara para o lado.

Crispei aos lábios, nervosa por estarmos conversando.

– Para de besteiras. – Ouvi-o murmurar.

Minha face esquentou quando abri a boca para retrucar-lhe, porém, não haviam palavras. Parecia que ele me manipulava ou se deixava levar, fazendo o mesmo com a situação, e isso fez com que eu lembrasse-me do sonho. Mas não era a mesma pessoa, eu sentia que não era. A aparência física era a mesma, as personalidades não se comparavam, nem igualavam, o Castiel que estava diante de mim era a pessoa a quem passei anos nutrindo sentimentos profundos e destrutivos, o que me trata mal sem razão e as vezes é gentil comigo sem perceber o quanto isso me mantém bem, age como se tivesse vergonha de sorrir e é discreto quando o faz.

– Dá para os dois calarem a boca? Vão ficar discutindo agora? Que irritante. – Nathaniel exclamou tempestuoso erguendo as mãos aos céus enquanto via-me olha-lo confusa. Esse garoto está puto, tudo por culpa dela, que saco. Até sem aparecer essa garota atrapalha.

Castiel passou a língua pelos lábios, os umedecendo como se eles quisessem atenção – e com certeza mereciam. Aquele ser continuava com uma beleza intocada, tão prazerosa, no fim a volta da Debrah e o surgimento da Lynn não foi de todo mal (dizer isso é horrível.) A aparência de todos e roupas mudaram para melhor, o humor ficara mais aceitável, se bem que até minha roupa mudou, porém, foi por causa da Priya, aquela viajante maluca, fez com que de linda eu me tornasse maravilhosa.

"Meu coração
Seu coração
Reúnem-se apertados como suportes de livros"

– Não é que a loira tá brava hoje? Sua família anda muito estressada ultimamente, aposto que esqueceram de tomar remédios. – Castiel disse maldoso. Vi que Nathaniel trincou os dentes, porém, não tenho certeza se foi de raiva ou para conter a risada, parece muito que ele quer fazer ambas as coisas.

– Que memorável vê-los conversando assim, da até para acreditar que são amigos. – A voz irritante de Lynn se fez presente e infelizmente pareceu aliviar a pressão que havia. É triste saber que ela tem esse poder sobre os garotos, deixa-me tão frustrada e confusa.

Eu queria poder entender o que sinto ultimamente, o porquê de sentir-me tão bem quando os gêmeos estão próximos a mim ou falam comigo, principalmente quando é o Armin, mesmo ele sendo distraído tornou-se tão bom estar na presença dele, falar com ele nem que sejam apenas duas palavras, talvez eu tenha me acostumado já que a Charlotte foi embora e a Li anda meio infeliz com isso, sendo que eu era a melhor amiga da Charlotte e não ela – se bem que elas andavam próximas demais. Acho que estou me perdendo em mim mesma, antes eu não pensaria assim. Bufei ao ver a garota de cabelos marrons aproximar-se juntamente ao garoto de madeixas azuis, provavelmente iriam sair para algum lugar juntos, pois estavam com seus pertences em mãos. Alexy abriu um pequeno sorriso em minha direção, deveria ser para o Nathaniel, não, com certeza era para o Nathaniel.

– Engraçado, muito engraçado. – Castiel falou olhando-o sem demonstrar nenhuma emoção, nem mesmo o sorriso de antes havia de adornar sua face.

Ele estava apreensivo quanto a presença do gêmeo, pude notar o quão seu corpo endurecera na presença dele, imagino se algo aconteceu entre eles, não devem ter brigado, se bem que nunca o vi agindo amigáveis um com o outro antes, talvez eles só tenham o Lysandre como um ponto em comum.

– Ainda por aqui? – Lynn perguntou diretamente ao namorado, fazendo pouco da minha presença. Que pergunta idiota. Ela parou diante do meu irmão, olhando-lhe com um sorriso gentil nos lábios, os olhos paquerando-o em busca de seduzi-lo mais ainda.

Dei alguns passos para o lado, evitando ficar próxima a ela. Espero apenas que o Nath não desista de sair comigo para ficar com ela, isso seria muito triste.

– Ah, sim. Fiquei preso no conselho. – Respondeu calmo. E a boba aqui ficou esperando para passarmos algum tempo juntos.

– Oh, que pena. Mas já que está livre podemos marcar de nos encontrarmos mais tarde, não? Podemos ir ao cinema, ou ficar na sua casa, ver um filme e comer pipoca. – Lynn falou animada.

Fechei a cara vendo que, ao longe, Castiel fazia o mesmo que eu. Duvido que seja pelo mesmo motivo, eu sei que estou de saco cheio dessa garota e morrendo de medo dele preferir sair com ela do que me encontrar, já ele deve estar se corroendo de ciúmes apenas isso. As sobrancelhas do ruivo franziram-se, eu podia ver faíscas saltando por seus olhos e indo de encontro ao meu irmão, estava mais bravo que antes. Sinto que começaria um duelo ali caso o Nath percebesse, contudo, se eu estivesse certa, com a falta de percepção do loiro ele não notaria nada, nem a agressividade, nem o mal humor repentino.

Ouvi um baixo resmungo por parte de Alexy, mas não olhei-o para saber o porquê dele ter feito aquilo, muito menos entendi sobre o que ele estava reclamando, deveria de ser sobre estar esperando a garota.

"Ou ele está desapontado por não estar falando contigo." Minha mente formulara a frase da forma que meu coração mandara, criando expectativa. Senti vontade de rir ao ouvir isso, mas mordi o lábio com força para me conter.

O casal ainda se encarava, ambos em silêncio, apenas respirando na cara um do outro como se o mundo ao redor não tivesse mais importância alguma. Mantinham sorrisos nos lábios, os dele ressecados e os dela com uma quase imperceptível fileira de gloss avermelhado – cereja ou morango, posso afirmar isso por experiência das cores. As mãos dela encontravam-se na cintura magra, enquanto as dele fixavam-se paradas ao lado corpo, parecendo que a qualquer momentos escondê-las-ia no bolso de sua calça branca que, por mais que ele passe dias a usando, não aparece nenhuma mancha ou amassado, enquanto no mesmo dia as minhas ficam ao menos amarrotadas ou levemente empoeiradas. Fico imaginando se eles teriam coragem de se beijarem ali mesmo, na nossa frente, porém, não duvido muito, a forma que se olham é bem capaz disso acontecer, angustia-me a ideia de começarem a se pegar aqui mesmo.

"Páginas
Entre nós
Escritas sem fim
Tantas palavras que não estamos dizendo
Não quero esperar até ir embora"

– Podemos ir lá em casa. Agora mesmo se tiver tempo. – Nathaniel disse sorridente.

Fazendo planos novos e esquecendo dos antigos. Admito, meu coração doeu com isso, nem o ser dos meus sonhos conseguia ferir-me tanto assim e olha que ele me dava medo.

– Não pode não, Nath. – Murmurei incrédula. Todos encararam-me confusos, menos Nathaniel que pareceu estar finalmente lembrando da minha existência. – Não acredito que prefere sair com ela, nós marcando primeiro.

 Lynn suspirou.

– Olha, Ambre, vocês não podem sair outro dia? Faz tempo que não saio com o Nathaniel. – Disse tranquila.

Castiel já havia ido embora, mas eu estava tão distraída que não consegui perceber naquele momento, afinal ele não fez som algum ao afastar-se, por mais que, agora, eu saiba que ele sentiu dó de mim na época, uma fagulha de amizade se acendeu dentro dele naquele momento, ou fora apenas a insípida e dolorosa pena. Enquanto ele afastava-se Alexy apenas nos encarava, nenhuma palavra saindo por seus lábios, o olhar vago demais para ser contestado por alguém.

– Não! Já adiamos antes e faz bem mais tempo que não saímos juntos do que vocês. Eu noto muito que vocês passam quase o tempo inteiro grudados um no outro. Até nos corredores vocês ficam assim, já eu e ele quase não nos aproximamos! – Falei aborrecida, respirando fundo algumas vezes para evitar cair no choro.

– Podíamos adiar mais uma vez, não Ambre? Dessa vez para amanhã. Assim eu lembrarei e não marcarei compromissos, nem com a Lynn. – A voz de Nathaniel foi o golpe final.

Suas palavras tão sem emoção. Se estava arrependido, não demonstrava, se estava arrependido, era indescritível. Sua face ficara indefinível, mas estava sorrindo, só que para ela, ainda olhava além de mim, sem ver minha dor, meu sofrimento por suas causas, não entendendo meus sentimentos. Talvez eu esteja apenas sendo egoísta com ele, desconsiderando o óbvio – qualquer namorado preferiria namorar do que sair com sua irmã – mas ainda assim doía, me machucava. Ele deveria ao menos importar-se com nossos compromissos, se ele tivesse lembrado eu estaria mais calma.

– Você só pode estar de brincadeira. – Sussurrei baixo para que não ouvissem, a garota maneou a cabeça para o lado como se tentasse saber o que eu disse, mas não era possível. Um fiapo de voz só podia ser capitado pelos mais ávidos, não por qualquer um.

Sorri melancólica. Alexy era o único que me olhava de maneira gentil, nada de pena, nada de ficar sem jeito.

Imagens se partiam em minha mente, um filme passando várias vezes consecutivas por entre minhas lembranças, desfilando sem graça em meio aos pensamentos ruins e frases nunca ditas em voz altas, aquelas que ficaram presas a garganta por tanto tempo que nunca consegui transmiti-las, as libertar.

– Se você prefere assim. É como da vez do pet shop, não? Prefere ela a mim. – Murmuro, minha boca se inclina minimamente para o lado ao tentar controlar-me.

As lembranças daquele dia são claras, seu olhar demostrando raiva quando lhe foi dito sobre o trabalho furtado e rasgado, não tendo acreditado em mim por nenhum segundo naquela tarde e ter ficado aborrecido pela maneira como eu a tratei. Por isto já não posso culpa-lo, afinal, não arrependo-me nenhum pouco de agir com Lynn da forma que ela merece, ousou roubar meu irmão, seduzir meu amor, colocar-me como vilã de sua vida, então fiz o mesmo. Todavia, sei que não sou a mocinha de um conto de fadas ou romance clichê com ela seria, se minha vida fosse uma ficção, tenho certeza, seria um grande e infeliz drama com um fim trágico e cruel como mereço.

Nathaniel olhou para mim com atenção, analisava-me de cima a baixo, questionando-se.

– Não é assim, Ambre. Mas ela é minha namorada agora. – Começou calmo.

"Me desculpe se eu digo, "Eu preciso de você"
Mas eu não ligo, eu não tenho medo do amor
Porque quando não estou com você, sou mais fraco"

– Não, tudo certo, podem sair. – Falei interrompendo-o. No dia seguinte, nove dias após o combinado para sairmos, estava tudo certo de qualquer forma, encontráramo-nos e faríamos algo juntos, nem que fosse tomar um sorvete. Claro que eu não queria apenas isso, contudo, era o suficiente, um ótimo começo.

– Ah, Ambre. Fico feliz que aja assim agora, que não fique batendo boca como fazia antes. – Nath falou serenamente. Remoía-me internamente, explicando para mim mesma que caso eu ousasse reclamar ele ficaria bravo, que o certo a se fazer no momento era aguentar em silêncio e descontar na Lynn depois. – Então vamos, Lynn?

– Nathaniel, por que não leva a Ambre para casa primeiro? Está ficando tarde e, a Lynn ainda precisa passar em casa para se arrumar. – Alexy falou do nada. Eu havia esquecido dele, os outros também, mas fiquei aliviada pela sua sugestão. Ouvir sua voz tranquilizou-me demasiadamente.

Virei meu rosto para ele, surpreendendo-me ao notar que estava preocupado. Meu bem estar importava para alguém, nem parecia o mesmo garoto que me enviou uma carta de amor juntamente a Rosalya fingindo ser o Kentin apenas para me envergonhar. (Charlotte que descobriu isso.) Eu me pergunto se sair para o paint ball com eles foi uma boa ideia, aquilo não mudou nada entre mim e meu irmão, sendo que esse era o plano inicial, serviu apenas para manchar roupas de tinta e ficar próxima do... É, serviu para alguma coisa.

– É mesmo, Nath. Ainda preciso ir em casa, aviso onde nos encontraremos por mensagem. – Lynn concordou como se houvesse esquecido. Alexy a direcionou um se singelo sorriso.

– Então vamos indo. Só não esqueça que a festa será na sua casa no sábado, quando se encontrarem mais tarde terminem os detalhes. – Falou o azulado com o humor nas alturas.

Que festa? Me peguei perguntando mentalmente ao compreender suas palavras. A ideia de não ser chamado para algo que o irmão fazer uma festa e não chamar-me, logo a mim. E foi na frase de Alexy que permaneci pensando quando eles estavam a se distanciar. Conversavam animados um com o outro, as mãos do azulado se mantendo a cada passo na cintura.

"Isso é tão errado?
É tão errado? Que você me faz forte"

– Irá inaugurar o apartamento? – Perguntei para Nathaniel, dúvida passando por suas orbes brilhantes antes de responder-me, os lábios crispados.

– Oh, sim. Pretendo. – Falou sincero.

Analisei-o por alguns segundos, franzindo o lábio de desgostosa com a situação. O ônibus vinha ao longe, deslizando vagarosamente pela pista, a aproximação sendo enorme ainda, mas diminuindo a cada puxada de oxigênio, o frio parecendo vim junto ao transporte, arrepiando-me põe inteira, algo que não combinava com aquele dia quente.

– O pai e a mãe sabem? – Indaguei. A face loira banhou-se pela incredulidade.

– Ambre, eu sou emancipado. Não preciso falar nada aos nossos pais. – Nathaniel falou como se fosse o óbvio. Bufei enquanto ele acenava para o motorista do ônibus parasse para que fôssemos logo.

O cheiro de mofo se fez presente ao adentrarmos no local, havia apenas mais duas pessoas além de nós, dois jovens, sentados em locais diferentes e distantes. O garoto de fones e ela lendo um livro de capa negra. Nada de ar condicionado, era apenas nós e a temperatura ambiente, que esfriava e esquentava ao menos tempo, parecendo duvidar sobre qual poderia ser o ideal para aquela manhã.

– Contudo, são eles que pagam o lugar, então achei que tu ao menos informá-los-ia. – Falei em baixo tom, sentando-me ao lado dele no veículo. O movimento recomeçando, um barulho, fumaça negra.

O loiro parecia analisar-me, quase que querendo dizer algo, liderar sobre alguma coisa. O brilho alaranjado do sol refletia nos cabelos claros de meu irmão, dando-lhe uma aparência mais juvenil e radiante. Acho que nunca notei como o Nath era bonito, não uma beleza feminina como a minha, porém, havia uma. Seus ombros não eram tão largos quantos os de Castiel, a cintura um pouco fina e definida, não tinham tantas curvas quanto eu, só que a pele, como a minha, possuía um tom pálido quase esbranquiçado e os lábios quase imperceptíveis, mas rosados.

– Não vejo necessidade de fazer isso. Afinal eles não se importavam comigo nem quando moravam juntos, imagine agora. – Nathaniel falou dando de ombros.

– Ah, desculpas. Lembra-lo disto foi um erro. – Falei cordialmente, vendo-o inclinar sua face em minha direção com um pequeno sorriso nervoso, mas havia algo a mais ali, estava prestes a cair em um profundo riso, nasal como costumava ser.

Sorri minimamente, lembrando de momentos em que passávamos juntos, rindo por besteiras ou reclamando de alguém na escola. Não entendo como nos tornamos assim, nem o porquê de aquilo acontecer.

– Tudo certo. – Murmurou, pondo fim ao diálogo.

"Então, querido, segure meu coração
Preciso de você me impeça de cair aos pedaços
Eu sempre vou segurar
Porque você me faz forte"

A luz solar refletiu no vidro quando o ônibus virou um esquina, reluziu e atingiu aos meus olhos, ofuscando-me Apertei a minha bolsa com força arregalando aos olhos, surpresa e intrigada. Em um canto do muro próximo a parada, longe o bastaste para que sumisse ao dar um passo, era possível ver um vulto parado, o mesmo capuz verde de antes cobrindo boa parte do corpo, mas deixando seu rosto praticamente a mostra, porém, distante demais para saber quem era. Eu o reconhecia como quem me seguiu certo anoitecer, ele encarava-me com as orbes em um vermelho intenso impressionante, o familiar doentio sorriso largo adornando sua face, transmitindo-me calafrios inconscientes por todo o meu corpo.

E mais uma vez ele estava ali, esperando uma brecha para entrar no meu coração, planejando destruir a minha vida ou, quem sabe, ajuda-la. Então era ele quem havia me perseguido? Ou será que assumia outra forma diferente para me confundir? Eu não sabia dizer. Algo me preocupava naquele ser, talvez fosse porquê ele não parava de olhar-me por nenhum segundo, ou por eu estar vendo-o aqui. Na realidade. Poderia ser uma ilusão da minha mente confusa e perturbada pelo desânimo com aquela manhã, ou eu estivesse sendo dominada por problemas psicológicos irreversíveis. No entanto, meu coração negava a ambas as hipóteses, afirmava com veemência que eu não estava pirando, nem sendo uma criança louca que inventava aminimigos imaginários.

Vencida pela curiosidade tomei a pior decisão possível.

Acompanhar-me até em casa foi apenas uma obrigação mesmo e não por vontade própria, então eu poderia evitar força-lo a isso, satisfazer-me e satisfaze-lo de mesma a igual. Levantei-me, Nathaniel fez o mesmo, mas sentou-se novamente quando pedi. Sua expressão era confusa, parecia não entender minhas ações, na verdade, nem eu as entendia.

– Eu vou descer aqui. Estou próxima a casa de Li e disse que poderia passar lá. – Justifiquei. Não foi uma plena mentira, a asiática morava por aquela região. Contudo, eu não ia atrás dela. – Até amanhã, Nath. Não se esqueça.

Andei até a frente e esperei que chegasse a parada, a descida do ônibus não sendo brusca, não tendo um barulho ou palavra sequer.

"Me desculpe se eu digo, "eu preciso de você""



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