Não gosto de espelhos, nunca os suportei. Desde menina fujo de meu reflexo. Não devido minha aparência, até gosto dela. Mas sim, por espelhos serem capazes de me fazer lembrar, a pergunta mais difícil que já me propus responder.
Quem é essa que me olha de volta?
Não me reconheço em meu próprio eu. Estou há tanto tempo em um personagem, que perdi minha própria identidade, talvez minha própria alma. Sinto que minha essência se esvaiu com o tempo, e hoje, me pergunto quem realmente sou. Serei eu, esta mulher que me olha de volta, ou serei eu um reflexo desta mesma mulher? Sinto que me perco diante de um espelho, não sei mais o que é real e o que é um mero reflexo. Espelhos. Tenho ganas de esmurrá-los quando os vejo.
Com que direito me questionas assim? Com que direito me induz a tais pensamentos?"
Mas, logo percebo a loucura que estou pensando, ou seria melhor dizer, a loucura que estou vivendo? Não tenho resposta, nem para uma questão simples, que dirá de algo tão complexo. Enquanto não obtiver tal resposta, não suportarei olhar-me. Sei que, enquanto não souber quem quero ser, não poderei ser de fato alguém.
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