História Quem são os Winchesters? - HIATO - You Said Daddy Issues?

Amylee POV

A dorzinha de cabeça vinda lá do fundo me fez abrir os olhos, adaptando-me à claridade vinda dos finos raios de sol que atravessavam a cortina na janela. Fechei meus olhos novamente e puxei mais a coberta que estava sobre mim, notando que eu estava nua. Abri bem meus olhos, chocada, e me virei, caindo sofá no chão gélido, levando a coberta comigo, deixando Dean exposto sobre o sofá, com apenas uma almofada cobrindo suas partes íntimas.

- Meu Deus - puxei as cobertas e me cobri, em pânico - não acredito que eu fiz isso.

- Fez sim - Dean respondeu com um sorriso malicioso, olhando-me - e fez muito bem. Eu tentei te impedir, mas você estava determinada a transar comigo.

Levei as mãos até meu rosto que começava a esquentar à medida que perdidas cenas da noite anterior começavam a surgir. Está feito, não tem mais volta.

- Caramba - murmurei, envergonhada, sentindo Dean sentando-se ao meu lado, debaixo da coberta - não sei o que dizer - falei, finalmente olhando-o. 

Dean sorriu e se aproximou de mim, deixando-me hipnotizada pelos seus surreais olhos cor de esmeralda. 

- Eu sei - ele respondeu - quero de novo. Gosto dos benefícios dessa amizade colorida.

- Amizade colorida? - indaguei e ele me beijou brevemente.

- Sim. Sem laços fixos. Sem me apaixonar, como você pediu. Estou levando a sério.

Eu sorri, desmoronando por dentro. À essa altura, eu já tinha certeza que estava apaixonada por ele.

- Muito bem - respondi - estou orgulhosa.

Dean me beijou novamente e nós ouvimos batidas apressadas na porta.

- Amylee? - ouvi a voz de Kathryn - precisamos ir. Eu fiz uma merdinha, não me mate.

- O que você fez? - indaguei, olhando para a porta.

- Ontem a noite eu tirei uma foto sua com Dean - ela começou e eu suspirei, passando minha mão pelo rosto ao mesmo tempo que Dean sorria, constrangido - hoje de manhã eu decidi te enviar. Eu estava meio sonolenta.

Ela parou e eu indaguei:

- E…?

- E eu... Enviei pro papai - ela confessou e eu arregalei meus olhos, assim como Dean.

- Você o quê?! - gritei.

- Desculpa. Foi sem querer. Ele já me ligou sete vezes e me entupiu de mensagens. Acho que ligou para você também. Papai sempre surta nessas situações. 

- Ele vai me matar - Dean sussurrou e eu o olhei, ainda em choque.

- Amylee? - Kathryn chamou.

- Vá se ferrar - respondi - some daqui.

- Amylee, descul…

- Eu mandei sair! - gritei novamente e ela se foi.

- E agora? - Dean perguntou e eu suspirei, cansada.

- Não sei - respondi - droga.

- Pelo menos valeu a pena - Dean disse e eu o olhei, deixando escapar um breve sorriso.

⛤

- Eu sou sua irmã e você não pode ficar sem falar comigo para sempre - Kathryn disse enquanto andávamos na direção da casa de Bobby. Dean e Sam seguiam mais atrás. A viagem teve contratempos e chegamos ao anoitecer - foi sem querer. Eu tentei apagar mas ele viu.

- Cale a boca - falei e, quando fui abrir a porta, papai a abriu - oi - sussurrei, sentindo o nervosismo correndo por minhas veias.

- Que bom que chegaram - papai respondeu com uma expressão indecifrável - quero conversar com você. Vocês duas.

- Olhe, Sr. Colt - Dean disse - eu quero que…

- Eu quero conversar com minhas meninas, sozinho - ele interrompeu Dean.

Eu olhei uma última vez para Dean antes de entrar na casa com Kathryn, seguindo papai.

- Já vou dizendo que toda essa cena é desnecessária - Kathryn disse assim que Elliot parou, olhando-as.

- Então, é isso que vocês estão fazendo agora? - ele indagou.

- Pai, eu não estou entendendo o “quê” dessa pergunta? - falei - está chateado por que eu dormi com Dean? Sinto muito, mas nesse parâmetro da minha vida você não tem autoridade.

- Ele não é homem para você - Elliot respondeu.

- E você o conhece? - perguntei - nunca nos falou deles. 

- Eu criei vocês para serem pessoas responsáveis, de respeito.

- Eu entenderia esse seu discurso se estivéssemos em 1950. Eu transei com ele e isso faz de mim uma pessoa promíscua? Eu tenho total consciência dos meus atos. E, como Kath disse, você fazer esse drama só por conta disso é ridículo.

Papai me olhou com um ar de superioridade, fazendo com que eu me sentisse minúscula. Ele sustentava um olhar frio, decepcionado.

- Nós vamos embora - ele disse - não quero vocês com esses dois.

- Não - respondi - John ajudou você, não ajudou? Por que essa repulsa pelos meninos? Eles são boas pessoas. Está com raiva porque eu estou com Dean? Supere. Não vou deixar você protagonizar esse drama adolescente só porque as coisas não são como você quer.

- Eu não quero você se envolvendo com Dean Winchester, fui claro? - ele chegou mais perto, tentando me reprimir.

- Eu não ligo - enfrentei-o.

- Está sendo infantil - ele disse - ele está te usando. Conheço homens como ele.

- Não está - falei, mesmo sabendo que era mentira.

- Por que está se sujeitando à isso, Amy? - ele perguntou com pesar.

- Eu o amo - respondi e vi Kath arregalar os olhos, boquiaberta.

- Amylee…

- Não quero mais conversar - terminei, sentindo meus olhos marejados.

- Eu não quero que você sofra - papai disse, tentando amenizar a situação.

- Você não pode me controlar desse jeito. Eu faço as escolhas que eu quiser e você deve deixar. Eu vou morrer mesmo.

Papai suspirou e eu entendi que aquela maldita discussão sem sentido havia terminado. Eu me virei e saí rumo ao lado de fora, sentindo minha visão embaçada por conta das lágrimas. Abri a porta e desci da varanda, decidida a andar para o mais longe possível.

- Amylee - ouvi a voz de Dean e foi aí que eu finalmente notei seus passos apressados atrás de mim. Ele pegou meu braço e eu parei, olhando-o, sentindo o nó em minha garganta apertando cada vez mais - o que ele disse?

- Nada de interessante - respondi, olhando-o.

- Quer que eu fale com ele? - Dean perguntou.

- Não - prontamente respondi - isso é ridículo. Não me canso de dizer como isso é ridículo. Ele não pode mandar em mim desse jeito.

- Provavelmente ele me vê como uma ameaça e só quer te proteger - Dean disse e eu bufei - tente entender.

- Quer ir lá conversar com ele sobre isso? Sobre como eu e você somos errados? Pode ir - falei e ele levantou as mãos em frente ao corpo.

- Calma aí - ele disse - não foi isso que eu quis dizer.

- Eu fiz tudo o que ele queria durante todo esse tempo. Agora ele não tem o direito de controlar o que eu faço durante meus últimos meses.

- Últimos meses? - Dean indagou - o que quer dizer com isso?