História Querida, faça um pedido - Hospital

Capítulo 02 – Hospital

Eu não consigo pensar e nem entender as palavras que a jornalista está dizendo. Me levanto com certa brutalidade e ouço a tigela quebrar nos meus pés. O vidro esparramado me machuca e Prince late agitado e pula para o chão, me olhando com curiosidade e abanando o rabinho.

— Ah Prince baby! – Me abaixei falando com ele e catando os cacos de vidro, ignorando a dor fina em meus pés. – Você ouviu também? O que eu faço, Prince baby?

— Au!

— Ah! Eu não sei. – Continuei como se pudesse entendê-lo. Ele olhou para a almofada em coração que Nickhun comprou para ele assim que eu o ganhei do meu CEO. – Você acha que eu deveria ir lá?

— Au!

Me levantei do chão com os cacos e os joguei na lixeira, indo para o banheiro social. Lavei os ferimentos pesando se essa seria uma boa escolha. Eu poderia ir lá apenas como uma companheira de trabalho? Eu poderia agir adequadamente? E se houvesse outra pessoa lá? Alguém que ele estimasse mais que tudo? E se eu o atrapalhasse?

Fechei os olhos sentindo a água escorrer por minhas pernas e os abri mais decidida. Nickhun foi ferido. É o que dizia a reportagem. Ele e Taecyeon estavam na sala de cirurgia e estavam em algum hospital de Seoul. Eu não havia entendido qual, mas isso poderia ser resolvido rapidamente.

Fechei o chuveiro e sequei meus pés na toalha guardada no armário. Manchas rosadas saídas dos pequenos cortes, marcaram o tecido claro e eu joguei a toalha no cesto para que pudesse ser limpa por Eunjo, minha secretária do lar.

Praticamente corri para o andar de cima e abri com pressa, a porta do meu closet. Peguei um blusão longo florido de cores claras, uma calça de malha bege quase branca e uma bota de salto baixo também branca. Corri para o trocador e tentei ser o mais rápida possível, voltando para buscar meias e as calçando no caminho de volta para o trocador.

Tropecei na minha camisola caindo no chão e batendo as costas na parede.

— Apa! – Gritei sozinha e suspirei, balançando a cabeça em negativo, enquanto me calçava o mais veloz que pude. Levantei e corri o caminho de volta.  

Me joguei na penteadeira e primeiro prendi o cabelo, fiz uma maquiagem simples, usando apenas o BB Cream, um lápis delineador e base. Passei um gloss, soltei o cabelo e o penteei.

Ele estava ainda um pouco enrolado por causa da escova que havia feito ontem, na sessão de fotos, mas eu não tinha tempo para arrumá-lo, então me levantei correndo e fui para o quarto, procurando minhas chaves.

Meu coração estava agitado.  O medo era grande. Eu não quero que ele… Oh Deus, que os dois estejam a salvo!

Finalmente achei as chaves em cima da mesinha da sala, junto com as bolas coloridas que enfeitavam a vasilha em cima da mesa de centro. Respirei fundo, tentando ficar mais tranquila e ouvi a porta da cozinha bater.

— Eunjo está aqui! Bom dia! – Eunjo disse animadamente, e parou, provavelmente vendo-me tentar me acalmar.

Sentei no chão fazendo uma careta emburrada. Eu a vi me olhando e resolvi começar a esclarecer as coisas:

— Nick se acidentou e eu não sei se devo ir lá vê-lo.

— Ah! Isso! Pensei que você iria. Está em todos os jornais, dizem que o acidente foi feio! Bom… estava imaginando que você iria lá e vendo que está toda arrumada…

— Eunjo pare de rodeios e só diga!

— Acho que talvez queira o endereço e o número do quarto.

— Número… como… sua danadinha! – Eu gritei me pondo de pé em segundos. – Como…?

— Você não quer realmente saber, senhora.

— É Tiffany! Eu já te disse, Ti-ffa-ny! – A corrigi falando alto, peguei o papel que ela me oferecia e corri para a porta da sala.

— Tiffany, cuidado. Estava chovendo quando saí de casa. As ruas ainda estão molhadas.

— Obrigada, Eunjo. – Eu lhe respondi com uma sombra de sorriso e abri a porta, saindo e a fechando atrás de mim.

— Feliz aniversário! – Ela gritou lá de dentro e eu ouvi Prince latindo mais uma vez, antes que eu me dirigisse para o estacionamento.

Não foi difícil encontrar meu carro rosa, um Chevrolet Spark Pink. Eu apertei o botão do alarme, entrei nele e o liguei. Me lembrando de respirar fundo, o tirei da garagem e fui para a entrada do edifício.

Estive morando aqui ao longo de quatro anos. Desde que meu ultimo apartamento foi invadido por saesangs, todos os idols começaram a se mudar. Eu entre eles. Este é seguro o suficiente para alguém como eu.

As ruas ainda estavam molhadas da chuva de mais cedo e eu tentei ligar para os meninos do 2PM, mas nenhum deles me atendeu. Provavelmente fugindo dos repórteres ou talvez uma ordem do staff deles.

Tomei mais uma respiração e freei com cuidado no sinal. Meu carro podia derrapar e então seríamos nós dois no hospital e não apenas Nickhun. Chequei meu celular novamente, mas não havia qualquer ligação sendo feita ou mensagem chegando.

Fechei os olhos momentaneamente e ouvi uma buzina. Abri os olhos com rapidez e olhei para a minha janela, sufocando um grito desesperado.

Socorro!

Continua…