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História Implexis - Cap. II


Escrita por: HeyCamy

Notas do Autor


Boa leitura :3

Capítulo 2 - Cap. II


CAPÍTULO II

“As palavras não foram ditas,
 mas decididamente estava lá,
 em algum ponto.”
 (A menina que roubava livros)

 


 Era uma bagunça de sons. Gemidos, respirações ofegantes, palavras incompletas, nomes que sussurrados com precisão... o barulho da madeira rangendo sob movimentos persistentes. Uma sinfonia. A única capaz de me atordoar, manter o caos constantemente vivo dentro de mim, adormecido. Finalmente, minha mente não passava de um borrão.

 Meu corpo movia-se automaticamente, chocando-se contra o quadril feminino. Minha atenção focada inteiramente no sexo, no prazer deslizando por cada veia, cada célula. Na aceleração de meu coração, no sangue correndo rápido e nas estocadas que reverberavam em meu cérebro. Deixando que a endorfina fizesse o trabalho.

 A girei sob os lençóis, contemplando os seios desnudos, abrindo suas pernas e voltando-me para dentro dela. Marcas vermelhas apareciam em sua cintura, lentamente, mas os olhos azuis encontravam-se inundados de prazer, suplicantes pelo ápice próximo, - depois de tê-lo encontrado mais de duas vezes naquele dia. Os olhos azuis não se desviavam dos meus... Azuis... Nunca verdes, pela preservação de minha sanidade.

 Apenar o pensar momentâneo nela, deixava-me desnorteado, perdendo o ritmo até então mantido.

 Puxei o ar, lançando-a para o fundo de minha mente.

 Amy estendeu suas mãos, procurando por mais de mim, querendo que lhe entregasse mais, entretanto, conhecíamos as regras. Desvencilhei de seu toque.

 O brilho em seus olhos não se ofuscou, Amy nunca se abatia. Ela sempre expressava seu anseio, aquele sentimento tão bem conhecido por mim e que eu não desejava, não vindo dela. Eu já havia tentado mais de uma vez pôr um fim naquilo, mas Amy continuava me procurando e na maioria das vezes, encontrava-me em momentos que eu mais precisava espairecer, por isso cedia a mais uma noite. Nunca era apenas uma.

 Mas minhas intenções sempre foram claras. Sexo, apenas sexo. E ela sempre aceitava. Tão masoquista quanto eu.  

 Empurrei-me com força, como ela gostava e ela aceitou, satisfeita em me ter, mesmo que pouco.

 Eu gemi quando alcancei o ápice, quando estrelas brilharam em minhas retinas e ar me faltou momentaneamente. Forcei-me a permanecer de pé, meu corpo exigindo cinco minutos para se recuperar.

 Sentei-me ao lado do corpo suado de Amy, removendo a camisinha, amarrando e jogando-a no lixo.

 Ela mantinha as pernas aberta, no que eu sabia ser um convite para mais, se assim eu desejasse. Tinha um sorriso sujo e satisfeito nos lábios borrados de vermelho.

 Peguei a calça jogada no meio do quarto e comecei a me vestir, pronto para ir embora.

 - Você poderia ficar mais... sabe. – Sussurrou, sentando-se, pouco incomodada com a nudez.

 No fim, sempre tínhamos aquela conversa que sempre me irritava, era essa a razão de ter colocado um ponto final na relação casual, mais de uma vez. Ela desejava algo que eu não podia lhe dar.

 - Sabe como funciona. – Estava cansado de repetir aquele mesmo sermão. Há muito acabara-se minha paciência ou delicadeza. – Eu venho, nós fodemos, ficamos felizes e satisfeitos e eu vou embora... sem carinho pós-foda. Só isso.

 Era tudo o que podia ofertar, não restava nada. Todas as suas partes tinham dona e reagiam unicamente aos olhos verdes. Seu coração, alma e tudo do que era formado, pertencia a ela.

 Não tinha mais nada.

 Ela assentiu, com olhos cabisbaixos e apesar de esse sempre ser seu fraco, já havia aprendido a não as consolar, sempre acabava pior.

 - Se não estiver bom para você, paramos por aqui. – Ofereci, como todas as vezes.

 - Não... – ela me encarou, desperta. – Está ótimo, Sasuke!

 Não, não estava. O brilho triste nos olhos azuis lhe revelava isso, nada estava bem. Mas Amy se contentava com as migalhas, como eu.

 Mal tive tempo de começar a dirigir para minha mente voltasse inteiramente para Sakura, as migalhas invisíveis que eu aceitava de bom grado.

 Devia colocar um fim nisso também. Eu sabia que a melhor chance que tinha era acabar com tudo, afastar-me por mais difícil que fosse imaginar um único dia de minha vida sem ela. Mas seria melhor, antes que ela tivesse consciência do poder que detinha sobre mim, antes que me transformasse em pó.

 Dramático, eu sei.

 Ela estava encantada por Sasori e não queria ficar e observar de canto, ela se apaixonar. Principalmente por alguém pior do que eu.

 Havia um medo irracional de que Sakura se tornasse como Amy, como eu e se contentasse em ser uma foda ocasional. Contentasse com pouco.

 Apertei o volante, respirando fundo, de novo... e de novo.

 O controle era uma corda quase palpável e ultimamente, parecia escapar para longe de minhas mãos.   

 Ela era melhor do que isso, melhor do que eu.

 Precisava de um banho longo, de álcool e de minha cama.

 Estacionei em minha vaga na garagem e subi direto para meu quarto, acenando para os funcionários que me cumprimentavam.

 Entrei, fechando a porta apenas para poder apoiar meu corpo contra a madeira sólida ao encontrá-la em minha cama.

 Sakura parecia ouvir um canto silencioso que a levava a mim quando eu menos esperava.

 Eu havia fugido da escola apressado, com Amy no banco que pertencia a ela, ansioso para me afogar em algo que não tivesse relação com ela e assim, acalmar minha mente conflituosa. Todavia, ela sempre me encontrava.

 Lendo um dos meus livros favoritos, - o morro dos ventos uivantes, - tão antigo que as folhas encontravam-se amareladas e as paginas levemente amassadas pelo tempo de uso e eu sabia, as marcações feitas por ela - coisa que normalmente eu odiava, com todas as minhas forças, mas não quando se tratava dela, - e suas opiniões escritas de lápis nas bordas. Sakura tinha o costume irreverente de escrever em meus livros quando os lia, dizendo o que achava, se aquilo a emocionava ou se achava bobo, como pequenas confissões que não me permitia coragem de sequer me irritar.

 Ela estava jogada bem no meio de minha cama, apoiada nos travesseiros, usando nada além de uma camisa minha, ignorante ao que as pernas desnudas me causava.

 Meu corpo reagiu, aquecendo-se de desejo por ela.

 - Parece ter sido atropelado por um caminhão. – A voz melodiosa desencadeou arrepios por minha espinha. Eu tinha tantas ideias sujas com aquela voz...

 Eu não sabia dizer o exato momento em que Sakura tornou-se uma mulher diante de meus olhos, quando o desejo incontrolável nasceu em mim. Quando deixei de vê-la como a menina irritante que fugia de casa apenas para dormir em minha cama, com medo de que os pesadelos a encontrassem. 

 Precisava de um banho frio.

 Sakura se sentou, repuxando ainda mais o escasso tecido, expondo-se mais diante de meus olhos. Aquele olhar intenso me destruindo lentamente.

 Caminhei até a mesa de cabeceira, tentando afastar a sensação de formigamento sobre minha pele, coloquei o celular e a carteira ali. Ainda sentia seus olhos seguindo-me.

 - Está fedendo a sexo também. – Virei-me para ela, segurando o sorriso na ponta da língua.

 - E como poderia reconhecer o cheiro? – um desafio, uma velha piada interna que servia apenas para acalmar-me um pouco. Esperava o corar de suas bochechas, a vergonha que sempre a atacava e que aquecia meu peito, mas esta não veio. Em vez disso, Sakura se ajoelhou sobre a cama, encarando-me de perto, tão perto que podia sentir seu hálito e saber que comera algo doce. Seus olhos firmes e um sorriso travesso.

 - Adivinhe. – Soprou.

 Meu sorriso morreu, porque era fácil imaginar. Havia apenas um único jeito de Sakura descobrir que fizesse sentido e este me tirava o ar.

 Eu me inclinei levemente, apenas o suficiente para inspirar seu cheiro tão reconfortante para mim, mas pronto para berrar com ela.

 - Diga que você não... – pedi, pronto para implorar se necessário.

 - Não, é claro que não. – Sentou-se e disfarçadamente, puxei o ar para meus pulmões. – Que tipo de garota acha que sou?

 Decididamente o tipo que não faria isso, mas eu não podia sonhar tão profundamente. Uma hora Sakura seguiria seus instintos e desejos, eu mais do que ninguém, sabia disso.

 Virei-lhe as costas, ignorando a risada que cortou o silêncio, marchei para o banheiro, irritado, ela sabia.

 Mataria o Akasuna se a tocasse. Intimamente, mataria qualquer um que a tocasse.

 Mesmo debaixo do chuveiro, a ouvia cantarolando alguma musica aleatória, focada no livro.

 “Ele é mais eu do que eu mesma...”

 Era aquela frase que tornava o romance antigo, o meu favorito. Reconhecimento. Perguntava-me se Sakura também pensava em mim e no laço que nos prendia um ao outro, quando a lia.

 Acariciei a cicatriz, quase uma prece, a qualquer deus disposto a atender meus desejos secretos.

 

 


Notas Finais


Até o próximo


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