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História Querida tela... - Máquina do tempo


Escrita por: gnoma1

Capítulo 2 - Máquina do tempo


No final da tarde, me dei conta de que horas já eram, então, corri para o do banheiro, cuidei do ferimento e coloquei uma blusa de frio. Finalmente minha mãe chegou com meus irmãos. Como de costume, meus irmãos começaram a fazer o escândalo de sempre: corre pra lá, briga pra cá, derruba algo ali e assim por diante, eu como sempre, estava no meu quarto e minha mãe grita de lá de baixo:

- Clarice! Desce aqui agora! Menina preguiçosa, não faz nada da vida, venha me ajudar com seus irmãos!

- (Murmuro: Que droga!) Já estou indo!

Eles definitivamente hoje pareciam estar possuídos, puta merda! Estavam correndo pela casa, gritando e fazendo um escândalo de verdade. Eu devo confessar que não sou a pessoa mais paciente do mundo e barulhos me irritam ao extremo, conseqüência: eu dei um belo tapa nos dois pirralhos. Eles começaram a chorar e a gritar minha mãe.  Bom, minha mãe não parecia muito feliz, ela estava com uma expressão triste e ao mesmo tempo super frustrada, ela nem sequer me perguntou o que havia acontecido, ela simplesmente chegou muito fora de si e me deu um tapa no rosto. Naquele momento, foi como se tivéssemos voltado 11 anos no tempo, e eu estivesse sentindo aquela mesma dor de quando meu pai bateu no meu rosto, as lagrimas pareciam mais uma vez terem vontade própria, eu não pude dizer uma sequer palavra, apenas me levantei e comecei a subir as escadas com a mão no rosto e sem olhar para trás. Minha mãe pareceu arrependida, mas eu não tive estomago para esperar um pedido de desculpas.

Entrei no meu quarto, tranquei a porta e desci pela mesma a chorar, aquela sensação foi uma das piores que já senti em toda a minha vida, não é como se sua mãe te desse umas palmadas por fazer algo errado, é como se a pessoa mais importante da sua vida te jogasse no chão e cuspisse em você. Eu chorei muito naquela noite até finalmente dormir no chão, as 06:00 da manhã eu acordei com o som do despertador, eu não estava preparada para olhar nos olhos da minha mãe, por isso me arrumei depressa e fui para o colégio andando, também não estava pronta para enfrentar as pessoas do ônibus escolar. Cheguei à escola antes do horário e entrei para sala esperando não ser notada. Não foi nada diferente, eles continuaram a me insultar, provocar, ofender... Voltei para casa e entrei no jogo que havia começado a jogar ontem, o garoto que havia me mandado o link do jogo estava online, pensei em chamá-lo, porém, estava constrangida pela cena de ontem. Quando menos esperava ele me chamou em uma sala e agiu de forma tão natural que nem parecia que havia acontecido algo

“-Olá ><”

“-Oi...”

“-Como se sente?”

“Qual é o seu problema? Uma garota se mutila na sua frente e você age naturalmente?”

Ele demorou por volta de 3 minutos para responder depois desta minha frase

“-Eu apenas imagino como se sinta”

Recebi uma mensagem dele,  era uma foto, de seus braços, ele tinha cicatrizes iguais as minhas. Depois disso, eu demorei alguns segundos a responder

“-Quais são os seus motivos para... você sabe”

“-A vida real é horrível”

“-Você tem razão”

“-O que acha de vir aqui me ver todos os dias depois da escola?”

“-Eu adoraria”

Eu fiquei sentada em frente ao computador a tarde intera, ele me mostrou exatamente como o jogo funcionava, mostrou a mim as salas, as lojas, me apresentou seus amigos... Posso dizer que foi uma das melhores sensações da minha vida, me sentir locada, me sentir aceita, não ser chamada de monstro, de aberação, finalmente, finalmente eu estava no meu lugar.

Os dias fora do meu quarto eram terríveis, eu não conversava com a minha família, as coisas na escola eram cada vez piores, a minha rotina era ir a escola, chegar, chorar e ir para minha querida tela, onde eu tinha amigos, onde eu tinha uma vida, onde eu realmente era feliz. 1 ano se passou, eu e o Esteven estávamos muito próximos, quando digo próximos quero dizer que eu o amava, porém, as coisas estavam ainda piores em casa e na escola. No domingos estávamos todos em casa e de repente ouvimos alguém a porta, devo dizer que eu e meu pai não tínhamos contato há 12 anos, desde aquele dia nunca mais o vi. Quando minha mãe abriu a porta, ele estava de pé bem a nossa frente, eu tive tantos flashbacks, tantas cenas, tantas sensações, eu estava me sentindo cercada por lobos que estavam prestes a me devorar. Minha mãe não teve reação, ela estava paralisada de medo, eu não pude fazer nada.

“Meu deus, porque isso está acontecendo?” pensei,  ele entrou, trancou a porta em disse:

“-Querida, não vai me dar às boas vindas? Não sentiu falta do papai?”

A única coisa que vinha a minha cabeça eram os gritos da minha mãe naquela noite e eu só pude responder o seguinte:

“-VOCÊ NÃO É MEU PAI, E NÃO EU NÃO SENTI SUA FALTA”

Naquele momento eu só pude vê-lo chegando perto de mim e senti suas mãos apertando os meus braços com força:

“-Fale direito comigo sua vadia, eu sou seu pai”

Minha mãe gritou:

“-Largue a minha filha”

E foi para cima dele, ele lhe empurrou para longe e ela caiu no chão desmaiada

“-Que cabelo é esse? E que coisas são essas na sua cara? Filha minha não se comporta assim, vamos resolver isso agora”

Ele me jogou no cão e saiu me puxando pelos cabelos até o banheiro, pegou uma tesoura e começou a cortar meu cabelo, naquele momento eu só podia chorar e pensar na minha mãe que estava desmaiada na sala. Ele continuou dizendo:

“-Vamos, agora tire essas coisas da cara antes que eu as arranque”

Ele estava se referindo aos piercings, eu tirei o mais rápido que pude.

“-Muito bem, agora vou te ensinar a como respeitar seu pai”

Ele tirou o cinto da cintura e começou a me bater com toda força, eu gritava e pedia socorro, mas ninguém podia me ouvir. Depois de 10 minutos ali ele me soltou e disse:

“-Acho que aprendeu a lição”

                                                                Continua...

 


Notas Finais


A história continua.


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