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História Querido Diário - Capítulo Dezoito


Escrita por: Padfoot__t

Notas do Autor


*As partes Sublinhadas são palavras que o Draquinho riscou, já que diário algum não possui esses erros basicos ;3

Capítulo 19 - Capítulo Dezoito


7 de Janeiro de 1996

 

Querido Diário.

Você não tem noção da ressaca que estou. Santo Merlin. Acho que nenhuma é tão forte quanto a de hoje. Foda que eu não sei qual é a pior,  a moral ou a de álcool. Tudo porque eu decidi escutar o idiota do B. e ir para a festa de boas-vindas da minha casa. Geez... Lembre-me de nunca mais o ouvir, ok?

Bom, vamos começar com essa história logo, sim? Quero dormir pela eternidade, quem sabe assim esse enjoo e a dor de cabeça melhore um pouco.

Cheguei em Hogwarts, tivemos o jantar, o Chapéu Seletor fez seu trabalho, vi o maldito grifinório e blablabla. Fomos para a nossa Sala Comunal e os alunos do último ano chamaram todos para bebermos após a meia-noite.

Eu só queria dormir, sabe? Mas B. me encheu tanto o saco que resolvi aparecer. Havia algumas bebidas espalhadas e quis começar com algo leve. Eu realmente não planejava ficar bêbado. Mas sabe como é, né. Os veteranos fizeram shots para todo mundo, e quem não bebesse deveria fazer algum desafio maligno. Então, na santa inocência, eu os obedeci.

Não me recordo exatamente quanto eu ingeri, mas sei que recebi bebidas de muitas pessoas. P. estava se amassando com B. em um sofá qualquer, talvez foi por causa disso que aceitei jogar Verdade ou Desafio. Pior coisa que eu já fiz na minha vida, diga-se de passagem. Jamais jogue essa merda de jogo.

Sentei-me na rodinha e uma menina negra girou a garrafa. Logicamente eu tive que responder, já que o destino é tão cruel comigo. Pedi verdade e ela me perguntou se eu gostava de garotos. Meu rosto afogueou-se e afirmei, rindo junto com todos. Mais umas rodadas e eu não me lembro muito bem o que ocorria, até o objeto apontar para mim de novo e eu escolher desafio. Nunca escolha desafio.

Obrigaram-me a tomar vinte segundos¹ de firewhisky². Apreciei aquele amargo gosto queimar minha garganta e quis sair da brincadeira, porém, a garrafa parou no C.³. Adivinha pelo que ele optou. Isso mesmo, desafio. E sabe qual foi? Beijar-me de língua por dez segundos no mínimo. Mãos me empurraram para levantar e eu quase cai ao andar. Minha visão girava quando ele colocou a mão em minha cintura e me puxou para mais perto dele. Repousei as minhas em seus ombros e senti seus frios lábios se encostarem nos meus. Sua língua invadiu minha boca e eu cedi. Estava ébrio demais para fazer qualquer outra coisa. Um, dois, três, seus dedos me apertaram contra ele. Quatro, cinco, seis, me agarrei em seus cabelos. Sete, oito, nove, sua mão tomou minha nádega. Dez, ele continuou e gritaram para arrumarmos um quarto. Ele cessou o beijo e sorriu maliciosamente, me arrastando para longe dali.

Veja diário, não é como se eu realmente tivesse escolha, eu estava fora de mim. Mal conseguia distinguir o que estava acontecendo. Mas mesmo assim ele me pressionou contra a parede, em um canto escuro qualquer, e continuou a me oscular sensualmente. Ele parou, pegando um cantil que estava em seu bolso e me ofereceu. Neguei, mas ele colocou o conteúdo em minha boca, forçando-me a beber.

De resto, recordo-me apenas de flashs. Uma mão boba por dentro de minha calça. Camas ao nosso redor. Uma fria mão em meu membro. Eu tentando empurrar quem quer que estava fazendo aquilo. Lágrimas acariciando minhas bochechas. Gemidos. Dedos em minha entrada. Um grito. A luz se acendendo. Um soco. Uma ajuda.

Eu realmente não sei bem o que houve, diário. Só sei que o pouco que eu me recordo, tenho nojo. Provavelmente foi C. que tentou me estuprar, mas não me lembro do rosto. Quiçá fora uma confusão de memórias e sentidos. Eu só sei que meu lábio está cortado e eu me sinto sujo.

B. está extremamente preocupado e se culpando, que ele deveria ter cuidado de mim, percebido que eu não queria ficar com o cara. Mas não é responsabilidade dele, é minha. Não poderia ter bebido tanto. Eu precisava afogar minhas mágoas, mas tudo o que eu consegui foi mais uma chaga a carregar.

De qualquer maneira, diário, vou dormir para ver se isso não se transforma em mais um pesadelo que me assola constantemente.

 

-º-

 

Harry terminara de ler com um gosto amargo na boca e a cabeça confusa. Não por não ter entendido, mas pelo misto de emoções que sentia.

Ira. Potter queria se encontrar com esse idiota e lhe socar mil vezes por ter feito o escritor sofrer. Por tê-lo feito achar que era sua culpa. Coisa que não era. Sentia raiva de si mesmo por não estar lá para proteger o escritor.

Inveja. Harry desejava estar com o escritor. Beijar-lhe os lábios e segurar sua mão. Nunca o forçaria a nada, mas ele queria ter a oportunidade de ver seu sorriso e tocar sua pele.

Insanidade. Potter acreditava estar louco por ter todos esses anseios, principalmente por uma pessoa que nem sabia quem era. Toda essa necessidade de estar presente na vida do escritor estava mexendo com sua cabeça, de forma nada agradável.

Compaixão. Porque Harry apenas queria abraçar o escritor e o consolar. Dizer que estava tudo bem. Limpar suas lágrimas e acariciar seus cabelos. Ansiava confortá-lo de qualquer maneira possível, da forma que o escritor quisesse.

Frustração. Potter se sentia  inútil. Por não poder fazer nada. Harry estava no escuro. Detectava apenas algumas sombras do que estava acontecendo. E isso o deprimia demasiadamente. Porque tudo o que o grifinório desejava, era ver o escritor sorrindo.

Mas Harry notou que o escritor se abria a cada página escrita, e estava feliz por isso.


Notas Finais


¹. Pra quem não sabe, esse negócio de x segundos é quando você bebe a bebida diretamente da garrafa por x segundos determinados, sem parar.
². Whisky de Fogo
³. Cassius Warrington

Esse capítulo foi especialmente escrito para as pessoas que são estupradas e consideradas culpadas, só porque estavam bêbadas. Saiba que a culpa não é sua. A culpa é do estuprador. Só porque você está bêbado, não é desculpa para alguém abusar do teu corpo. Ninguém tem o direito de te usar só porque está incapacitado.


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