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História Querido Diário - Capítulo Dezenove


Escrita por: Padfoot__t

Notas do Autor


*As partes Sublinhadas são palavras que o Draquinho riscou, já que diário algum não possui esses erros basicos ;3

Capítulo 20 - Capítulo Dezenove


8 de Janeiro de 1996

 

Querido Diário.

Você não sabe quem eu vi hoje depois de tanto tempo. Sim, meu ex. Como seu sorriso ainda é lindo. Ah, diário, ainda me lembro como se fosse ontem do nosso namoro. Não que eu ainda sinta algo por ele... É apenas, carinho. Uma doce lembrança caída junto com as folhas do outono.

Ok, eu tinha 14 anos, e ele 16². Sim, a diferença de idade era até grande, mas não nos importávamos. Ok, para ser sincero, ele era meio histérico quanto a isso, mas sempre contornávamos isso com uns amassos, er. Enfim, mas eu não me importava com isso, ao contrário de C¹.

De qualquer forma, lembro-me da noite em que nos conhecemos. Eu havia tido o pior pesado até então. Acordei eufórico e com a mente pesada. Sai do dormitório e fui onde minhas pernas ordenavam. Quando me dei conta, estava sob o céu estrelado. Não que eu me importe com astronomia ou essas coisas, mas o céu meio que consegue acalmar-me um pouco. Sei lá, observar a imensidão do universo e notar que ele é tão imenso, me faz perceber o quão pequenos somos. A beleza das luzes me anestesia momentaneamente os pensamentos.

E após estar completamente extasiado, pus-me a voltar ao meu dormitório. Porém, uma Monitora Ravenclaw apareceu bem no meio de minha caminhada. Joguei toda minha lábia e ameaças prontas para cima dela, mas nada funcionou... Estava prestes a levar uma bela de uma suspensão quando C. apareceu. Ele possuía apenas um sorriso no rosto e uma impecável reputação. Repousou sua mão em meu ombro enquanto explicava algo que não conseguia entender. Não me culpe, era que seus dedos eram quentes demais para eu suportar.

No final, ele conseguiu enrolar a Monitora e ela se foi. C. jogou a melhor piscadela que tinha e senti meu rosto abrasar intensamente. Cuspi palavras soltas e corri para minha cama. Até hoje me lembro de seus olhos de caçador.

Lembro-me que nunca havia o visto. Afinal, quem são os Hufflepuffs? Quer dizer, Hufflepuffs são tão insignificantes! Nunca havia reparado em nenhum membro dessa casa... Até aquela noite. No dia seguinte, pela primeira vez desde que pus meus pés em Hogwarts, fixei meus olhos na mesa amarela e procurei por aqueles cabelos castanhos claros... Era tão fácil de se achar. Ele meio que se destacava no meio daquela multidão sem graça. Sua risada era tão mais vivida do que as dos outros reles mortais. Seus olhos cruzaram os meus e sorriu para mim. Desviei o olhar no mesmo instante. Afinal, o que diabos estava fazendo? Hufflepuffs eram insignificantes. Exceto C..

De qualquer forma, essa vez foi a primeira de muitas. Depois disso, todas as vezes que ele me via o olhando, não que eu fizesse isso muito frequentemente, obvio! Por favor, eu tenho auto controle. Er, onde eu estava? Sim. Sempre que nossos olhares se encontravam, ele teimava em me dar seu melhor sorriso. Era extremamente desconcertante. Quer dizer, você já viu esse homem? Até porque parecia que eu estava interessado por ele, o que não tinha nada a ver. Apenas admirava sua beleza. Ele era bonito. Fato. Apenas isso.

Ele era apenas bonito, até um dia ele esbarrar em mim depois do jantar.

Diziam que meus olhos cinzas causavam calafrio nas pessoas, pois os dele me queimavam a tal ponto que sentia meu corpo inteiro entrar em estado de dormência. C. aproximou-se de mim e sussurrou contra minha orelha se gostaria de ir a Madam Puddifoot’s Tea Shop³. “Que afronta!”, eu pensei na hora. Quer dizer, quem ele pensava que era?

Primeiro, olha quem sou eu, né!

Segundo, eu não era gay... Assumido. Como ele poderia deduzir assim?

Terceiro, foda-se os motivos. Como ele ousava especular que eu poderia ir a um encontro com ele?

C. riu docemente enquanto meu rosto não podia estar mais quente e minhas palavras morriam na garganta. Não conseguia falar nada. Estava total e completamente sem ação. Logo em seguida, ele tocou meu ombro e disse que não era dessa forma, a não ser se eu quisesse. E acredite, ele era sexy e tudo mais, porém, ele passou dos limites. Bati-lhe na face sem pensar duas vezes e o chamei de estúpido antes de sair andando o mais rápido que pude, sem parecer desesperado, claro. E ele foi muito estúpido.

Mas... Algo me fez ir àquele lugar no final de semana. Achei que ele não estaria lá. E para minha surpresa, C. estava sentado, brincando com os próprios dedos, parecendo nervoso. Sorri ao notar que eu causei isso nele. Não é todo dia que um novato causa isso num cara mais velho, certo?

Aproximei-me lentamente e ele levantou-se desajeitadamente, tomando-me a mão para me cumprimentar. Sentei-me e os primeiros minutos foram muito constrangedores. Mas após as butterbeers² chegarem, a conversa se tornou mais fácil e ele ria de cada cinismo meu. Minha armadura não o intimidava, meu veneno não o assustava. Pelo contrário, na verdade. Para ser sincero, isso me deixava muito esperançoso.

Ele beijou minha bochecha antes de ir embora e eu o chamei de idiota. Estava feliz. Ele não era o maldito grifinório, mas ao menos ele tinha um potencial. Ele tinha algo especial. C. ofuscava a escuridão da minha alma. Talvez por ser amarelo demais.

Depois desse nosso encontro, houve muitos outros, cada vez mais ele dava um passo a mais no nosso “relacionamento”. Era bastante constrangedor, para ser sincero, porque eu não tinha experiências românticas. E ele me tratava com uma gentiliza verdadeira que eu não conseguia lidar. Era desconcertante.

Era tudo muito inocente no começo, para ser sincero. Até que um dia eu perguntei por que ele nunca havia me beijado. Foi a primeira vez que eu o vi corar e ficar sem palavras. Mas logo em seguida, C. levantou-se, tomou minhas mãos e fomos para um lugar distante do bar em que estávamos. C. parou e olhou-me nos olhos com um doce sorriso. Suas mãos tocaram as minhas bochechas e ainda posso sentir seus dedos acariciando meus cabelos. Suas caricias eram sutis, totalmente diferentes das de Daniel.

C. beijou minha bochecha longamente, e depois a outra. Sorriu e beijou minha testa, entrelaçando seus dedos em meus cabelos. Beijou meu queixo e fechei meus olhos num impulso. Beijou minhas pálpebras com doçura. Logo em seguida, beijou a ponta do meu nariz e sentia a ponta do meu estomago abrasar-se. Então, tomou meus lábios calorosamente enquanto me apertava contra si. Levei minhas mãos a suas costas e me agarrei a elas com ardor. Porque esse foi o primeiro beijo que eu realmente gostei.

No dia seguinte, achei que estaria mais apaixonado. Talvez minha armadura me fez ser um pouco mais frio que as outras pessoas. Mas eu estava até que um pouco feliz que estava num relacionamento com um cara legal. Afinal, C. era gostoso, isso ninguém poderia negar! E depois do nosso primeiro beijo, não nos desgrudamos dos cantos do castelo.

Aparecia uma oportunidade, C. me puxava para um canto e me beijava de um jeito que... É... É... Esse foi o problema... Mais ou menos. Tipo... O jeito que ele me beijava me excitava... E muito. E toda vez que eu me sinto excitado, eu acabo me lembrando de Daniel e de tudo que ele me fez. Então eu acabo travando. Então toda vez que a mão de C. descia ou quando os amassos ficavam mais quentes eu simplesmente congelava e ele me abraçava pedindo desculpas e perguntando o que aconteceu... Acredito que ele achava que era por causa da idade, já que eu dizia que não era nada. Eu realmente queria falar que não era por causa disso, mas... O que eu poderia falar? “Então amor, eu não posso trepar com você porque meu professor particular me estuprou e eu ainda não superei?”. Patético!

Continuando... Tentamos ficar juntos por cinco meses. Realmente tentamos. C. realmente tentou ficar ao meu lado e me entender, mas teve um dia que ele não aguentou minhas omissões e disse que apesar de me amar, era melhor terminarmos, porque eu não confiava nele o suficiente, porque eu não gostava dele o suficiente. Disse que era mentira; que eu o amava. Hoje vejo que ele tinha razão. Mas na época, meu coração ficou partido, assim como o dele.

Veja bem, C. foi um cara importante na minha vida, ele me deu amor quando eu mais precisei, mas eu não soube retribuir... Ou melhor, eu não consegui retribuir... Eu realmente queria ter

Enfim, relembrar desses amores passados me deu fome, vou jantar... Boa noite, querido diário. 

 

-º-

 

Harry terminara de ler o capítulo enleado, ciumento e com uma pitada de raiva. “C. foi um cara importante na minha vida?” repetia em voz baixa, indignado e fechando o diário. Respirou fundo, tentando se acalmar. Estava cansado, estava... completamente exausto de sentir todas essas emoções após ler o diário.

Deitou-se na cama e fechou os olhos. Podia ver a bonita letra por debaixo das pálpebras. A tristeza escondida por trás das palavras e o arrependimento de não ter tentado com esse... hufflepuff... Potter sempre gostou dessa casa, até hoje!

Suspirou, sentindo seu coração apertar e a boca de seu estomago afundar. Todas essas sensações eram angustiantes. Essa necessidade crescente por essa pessoa secreta. Harry estava sendo levado à loucura e nem sabia quem era o garoto! E a lista não estava ajudando em nada.

Mordeu o lábio inferior e sentou-se, abraçando as próprias pernas. “Eu quero todas as suas faces! Não as mostre para mais ninguém. Merlin, esqueça deles e olhe para mim, garoto...”, refletiu antes de enterrar sua cabeça nos joelhos, sôfrego. 


Notas Finais


¹. C. = Cedric Diggory
². Diminui a idade do Cedric porque sim. Porque eu queria que queria ele na minha história. Porque eu amo esse homem. Então me deixa ♥
³. Casa de Chá Madame Puddifoot: loja de chá, muito frequentada por casais
Butterbeers = cerveja amanteigada


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