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História Querido Diário - Capítulo Seis


Escrita por: Padfoot__t

Notas do Autor


*As partes Sublinhadas são palavras que o Draquinho riscou, já que diário algum não possui esses erros basicos ;3

TW: Violência doméstica, pensamentos depressivos, pedofilia.

Capítulo 7 - Capítulo Seis


29 de Novembro de 1995

 

Querido Diário,

 

Eu... Eu... Me sinto sufocado nesse exato momento. Como se os trovões estivesse preenchendo o vazio das minhas entranhas com o mais horrendo dos sentimentos. Quero desaparecer. Quero alguém para me abraçar. Merlim, só quero que essa chuva pare agora! Minha garganta dói e meus olhos pesam. Que tontura é que essa me assola?

É tão doloroso respirar, diário... Não quero nem ao menos piscar! Dói, dói, dói e dói...

Fechar minhas pálpebras e relembrar das noites tempestuosas que eu buscava um reles refúgio na cama de meus pais para só receber tapas e socos tão fortes que ficava de cama por um longo tempo dói... Dói tanto que você nem imagina, diário!

Por que não consigo me esquecer daquelas pesadas mãos contra meu corpo? Daquele som de trovões e pele sendo marcadas? Deveria ser fácil, não? Se eu fosse um pouco mais forte, talvez!

Droga, por que raios eu tenho que ser tão malditamente fraco? Agora eu sei por que meu pai me batia tanto... Ele sentia o mesmo nojo que eu sinto de mim! Essa imunda pusilanimidade que tenho! Covarde, frágil, isso que eu sou! Não me admira eu ter sido violentado quando criança, ter apanhado e sido rejeitado! Eu mereço tudo isso e muito mais! Eu mereço o mais desprezível tratamento de todos!

Diário, realmente mereço tudo isso só porque quero alguém para me abraçar e dizer que me ama, ao menos uma vez? Que me deseja pelo que eu sou, não por status ou o caralho a quatro?

Tsc, foi durante as chuvas que aprendi a ser silencioso. A respirar fundo enquanto criava minha primeira máscara de indiferença. Foi em uma dessas noites que a pus, e hoje a sinto fundida em meu rosto, incapaz de diferenciar o que é pele e o que é gelo. Emendadas como um complemento necessário que não consigo mais entender o porquê de ela ter surgido. Minha gélida armadura está fincada em meu corpo, e meu coração com a mais pesada proteção! Foi nessas noites que eu me moldei e soube como tudo se tornava mais fácil se eu simplesmente fingisse! Mas nunca pude evitar chorar em silêncio...

E, mesmo vestindo essa camada protetora por cima de minha alma, não sei o que fazer para me acalmar quando escuto os pingos caírem na janela. Esquecer as pesarosas noites que meu pai me escutava chorar. Homens não choram, filho. Então o que você é nesse momento? Acho que meu pai tem razão, no final das contas... Eu não sou um homem, eu sou algo muito mais inferior a isso! Tão malditamente inferior que nem minha mais bela máscara consegue esconder a podridão do meu verdadeiro ser. Eu, eu..

Eu só quero desaparecer, diário!

 

-º-

 

Harry terminou de ler as últimas linhas enquanto ouviu pingos grossos acariciando a janela. Suspirou e viu novamente marcas secas de lágrimas nessa página e olhou para a tempestade, vendo raios serem formados e trovões preencherem o quarto. Um aperto no peito não deixou de ser formado. Agarrou sua própria blusa, sentindo-se enjoado.

Respirou pesadamente e não evitou de querer abraçar o escritor com toda a sua força! A cada página que Potter lia, um sentimento de proteção o possuía. Queria sempre saber mais e mais; tê-lo mais e mais! Pegar sua mão, beijá-la e dizer que está tudo bem; que agora ele estava lá para curá-lo de todas as chagas formadas... Retirar cuidadosamente sua máscara e acariciar sua verdadeira face! Sim, essa é a primeira vez que Harry James Potter sente essa insana necessidade de proteger um ser humano!



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