História Queridos Uchihas (MadaHina e ItaHina) - Capítulo 04

Mais um dia cansativo e chato, ter que trabalhar em pleno final de semana é um porre. Quem foi o louco que fez com que tivessemos de trabalhar no sábado também? Um completo maluco!

-Ninguém merece essa vida.- O moreno disse sonolento e de mau humor, coisa que não duraria por muito tempo.

Levantou-se da cama andando pelo chão frio e foi para o banheiro tomar um banho quente. Enquanto as gotas do choveiro vinham de encontro ao seu corpo desnudo, começou a pensar na vida..

Um rapaz de vinte e sete anos que ainda não sabe ao certo o que fazer da vida. Um rapaz que quando jovem pensava que mesmo com as coisas ruins que aconteceram com seus pais, as novas responsabilidades não iriam interfirir tanto na vida profissional -dentre outras coisas- do mesmo. Não culpa os pais, muito pelo contrário... Ele culpa a sim mesmo por não ter se equilibrado o suficiente sendo que, na idade que tinha, já era para ter cursado a faculdade ou ter terminado e estar em um ótimo emprego, coisa que não foi possível por ser o único sustentando a casa e Sasuke sendo pequeno ainda e os pais falecendo deixando algumas dívidas... E agora? Bem, agora ele tem que receber um salário michuruca.

Termina de tomar seu banho logo vestindo o uniforme de trabalho. Já pronto, vai para a cozinha e faz o café da manhã e assim que termina avista Sasuke descendo para comer.

-Bom dia irmãozinho tolo.

-Oi.- Fala carrancudo.

-Que bicho te mordeu? Sua namoradinha escandalosa não "liberou"? - Sorriu zombeteiro

- Não enche, cara. Engole  essa comida que você ganha mais, ok?

- Pra quê tanto ódio logo cedo, qual o seu problema?

-tsc, são coisas minhas que não são da sua conta.

-Você é muito revoltadinho atoa...

-Hum...

-Bom, tenho que ir trabalhar. Vê se  você se acalma e resolve suas "paradas", se cuida. - Pronunciou se levantando e saindo de casa sem esperar uma resposta do mais novo.

Não sabia o que dava naquele garoto que não faz nada da vida além de farrear e chegar bêbado em casa. Teria que começar a exigir que procurasse um emprego pois já é grande demais e precisa amadurecer.

Chegou rapidamente à cafeteria em que trabalha e logo começou a atender os clientes, não estava tão movimentado como nos outros dias o que o fez ficar mais tranquilo. Olhou para o relógio de parede onde marcavam 8:45 da manhã, quase na hora de Hinata chegar.

Se sentia tão idiota por isso, por chegar ao ponto de gravar as horas e ficar olhando a todo o momento para o relógio esperando dar a hora de quem julgava nem estar se lembrando de sua existência.

Ficou olhando o movimento até avistar uma certa moça de cabelos pretos azulados adrentrar no local, logo se lembrou de pedir seu número, coisa que nunca lembrava de fazer. Se aproximou da moça para lhe atender e a mesma lhe mostrou um sorriso meigo. Céus! Como era linda.

-Bom dia senhori... Hinata.

-Bom dia Itachi, tudo bem?

-Estou ótimo, e você?

-Ah... Digamos que sim.

-Mas então, já sabe o que vai querer?

-Querer o quê?

-O pedido... Você anda um pouco distraida.

-Ah é mesmo, nossa desculpa. Bom, eu vou querer uma torta salgada e um suco de laranja.

-Certo. Mais alguma coisa?

-Não Itachi, obrigada!

O moreno se retira para atender aos outros clientes para depois entregar as anotações para Chio.

- Dona Chio aqui estão os pedidos. Já tem alguma coisa para eu entregar?

-Não menino, ainda não. Descanse um pouco, ultimamente você parece exausto.

-Pein vai pegar no meu pé...

-Anda logo menino, vai descansar um pouco pelo menos enquanto não chega nenhum cliente e eu não termino. Depois me acerto com meu sobrinho, até por que você é o que mais trabalha, ele não tem direito de reclamar!

-Ok, obrigado Dona Chio.

Apesar de a senhora não ser a dona do estabelecimento, ela mandava mais que o dono, sendo muito gentil com alguns e odeia quando o sobrinho Pein fica de abuso com o Uchiha.

O rapaz ficou sentado em uma cadeira em que dava para ver os clientes, mas no momento só se preocupou em tirar um leve cochilo. Não demorou muito e começou a sentir alguém o cutucando. Era Chio com os pedidos e com papéis indicando de qual mesa eram, só por precaução.

-Tome filho, entregue estes aqui. Os outros levam os que estão ali para os clientes que faltam.

- Certo.

Se levanta pegando todos os pedidos e os entregando a todos, quase se esquecendo (como sempre) de entregar o pedido da Hyuuga. Parecia estranho se esquecer de entregar logo para a cliente favorita.

-Desculpe pela demora.- Sorriu sem graça.

-Ah, não tem problema Itachi. Ultimamente você parece um pouco cansado, dá para entender.

-Que bom que compreende. Bom Hina... Bom apetite, qualquer coisa é só chamar.- Estava prestes a sair quando finalmente se lembrou de algo.- Hein, Hinata?!

-Oi?

-É... Você... - 'que vergonha' -. Eu tava pensando em... É... Me passa seu número? -Falou rapidamente como se não tivesse espaço entre as palavras.

-C-como? M-meu número..?

-S-sim...

-Ah claro... Com todo o prazer.- Pronunciou a ultima frase em um tom baixo quase inaldível, enquanto pegava um papel e caneta e anotava seu número. -Pronto, aqui está.

-O-Obrigado Hinata.- Sorriu abertamente se retirando.

Nunca pensou que fosse ter tanta vergonha de fazer uma coisa dessas, até por que, nunca tinha se envergonhado de fazer esse tipo de coisa e que também era para ser simples, só chegar e perguntar na maior tranquilidade e não, não foi bem assim, mas pelo menos foi rápido.

☆.☆.☆.☆

Em um quarto de hotel com colorações claras, jazia um homem em plenos trinta e nove anos porém com uma aparêcia bastante jovial. Seus cabelos negros e rebeldes estavam soltos e alguns fios caiam-lhe sob os olhos. Tamborilava incansavelmente a mesinha com os os dedos enquanto lia documentos importantes de sua empresa atentamente para que não ocorressem erros. Fazia apenas um dia que acabara de chegar em Konoha e mal tinha descansado e, pelo visto, ainda iria demorar mais um pouco para poder descançar.

Enjoado de ficar sozinho em um quarto de hotel, pega seu celular para fazer uma ligação.

~Ligação on~

-Alô, quem fala?

-Sou eu Madara.

-Tio Madara?

-Sim garoto, vai me dizer que não reconhece a voz do seu tio?

-Pra ser sincero eu nem me lembrava de como era, você ficou anos sem dar sinal de vida.

-Pela voz não é o pirralho que está falando.

-Meio óbvio não? Minha voz é bem mais sexy. - pôde ouvir uma risada divertida. -Sasuke tinha dito que viria para nossa casa.

-Sim, mas além de não me lembrar onde moram, não tenho o endereço anotado, tem como me mandar?

-Já sabia disso, mas fica tranquilo, não é um lugar muito difícil de se achar. Te mando o endereço por mensagem, ok?

- Okay, tudo bem então. Chegarei aí daqui a... - Estendeu o braço olhando o relógio de pulso.- Duas horas mais ou menos.

-Ok. Mas hein como conseguiu meu número?

-Fiz umas pesquisas, né garoto? Só que como da outra vez o pirralho atendeu, eu pensei que fosse dele.

-Ah tá... Preciso desligar, estou no trabalho. Vou mandar o endereço. Sasuke está em casa agora, não se preocupe que ele vai te atender.

-Certo.

~Ligação off~

Se levanta arrumando rapidamente os papéis  em uma maleta preta, parando apenas ao ouvir o som da mensagem que Itachi acabara de enviar. Terminando de arrumar as coisas pega suas malas quase intocadas saindo do quarto de hotel devolvendo as chaves do mesmo.

Ainda não dera nem três horas da tarde e já estava saindo do hotel, olhou no celular o endereço onde seus irmãos e o restante da família residiam. Não negava, estava com saudades de todos e estava ansioso para revê-los. Precisaria sair um pouco mais cedo para procurar a casa deles além de ter que "conhecer novamente" a cidade. Tinha se esquecido daquele lugar que tivera que se afastar pelo trabalho.

Caminhava apressadamente apesar de despreocupado, já estava no estacionamento indo em direção ao seu carro, quando escuta o celular tocar, pega o mesmo sem se preocupar em olhar quem era, parando de andar ao escutar uma voz um tanto... Oferecida?

~Ligação on~

-Olá, Madara... Esqueceu de mim meu amor?

-Tenho coisas melhores e mais importantes para fazer do que me lembrar de sua existêcia Mei.

-É mesmo, amor? Estranho que quando você sente vontade de "brincar", eu sou a primeira que vem a sua mente, não é mesmo?

-Não se sinta especial, nunca disse que era importante para mim e só te procuro por que você é a mais fácil e se entrega para qualquer um que aparece pela sua frente, uma verdadeira ninfomaníaca.

-Nossa meu benzinho. Eu sou fácil? Tem certeza? Eu não diria isso se fosse você, sei que você me adora.

-Sempre tenho certeza do que falo.

-Hum... Hein meu lindo, fiquei sabendo que foi embora daqui dos EUA e nem veio me ver para ter... Uma noite de despedida.- Fez um tom de voz malicioso ao extremo.

-Pois é... É que eu simplesmente não tive vontade. -' Por kami! Depois fala que não é oferecida'. -Preciso desligar, e espero que não me ligue novamente, tchau.

-Mas Mad...

Sem que a esperasse responder, desligou. Estava cansado de dizer que não queria algo mais sério com ela, mas a mesma insistia em ter relações com o moreno, a falar de uma forma muito íntima como se fossem um casal,  Achava que ele iria desenvolver algum sentimento, mas nada disso possuia efeito com ele. Sua insistência o irritava, pois a mesma era bonita o suficiente para ter quem quisesse.

~Quebra de tempo~

Acabara de chegar a casa de seu irmão, não foi tão difícil de chegar lá, até por que, enquanto passeava pela cidade acabou lembrando o endereço sem nem precisar olhar mais de uma vez a mensagem que o sobrinho tinha lhe mandado.

Parou em frente ao portão da casa apertando a campanhinha, logo foi atendido por Sasuke que saiu só com uma calça moletom.

-E aí tio, como vai? - O sorriso do rapaz estava largo, e o deu um abraço, logo em seguida se afastando.

- Estou bem, e você?

- É... Assim né, dá paro o gasto, estou respirando então estou bem.

- Mas o que é isso garoto? Está na fase emo é?

- Que nada! Mas e então, vai entrar ou vai ficar aí fora?

- Eu estava pensando em fazer isso, mas você está ocupando todo o espaço, acho que não dá pra eu pular o muro. -Tentou fazer graça.

- Nossa bem engraçadinho você, hein. Está concorrendo pra ser o palhaço do ano? Entra aí. -Se afastou rindo.

-Olha muleque, me respeita, por acaso perdeu a noção?- Falava enquanto pegava as malas de dentro do carro.

- Caralho, mas que carrão é esse?

-Essa belezura aqui? Minha Aston.- Alisou o carro com os olhos brilhando.

- Caramba tio, você é o cara! Mas me diz, você vendeu seu rim né? Esse carro é absurdo de caro.

-Que nada.- começaram a entrar para dentro do quintal. - Onde estão Fugaku e Mikoto?

-Hein? Então... Tio Madara, assim... - começou mudando as feições para uma abatida. - Você não soube né...?

-Do quê? Conta logo garoto.

-O pai e a mãe... Eles morreram em um acidente de carro já faz oito anos...

-C-como assim?! Como eu só fui saber disso agora?! Céus, como eu pude ser tão ausente? Sasuke... Quem ficou cuidando de você e de seu irmão?

-Ninguém, Itachi que cuidava de tudo.

-Mas ele era menor de idade! Era para eu também ter ficado sabendo do que acontecia aqui, eu viria o mais rápido possível. Muito estranho as autoridades não terem avisado.

-Tio... Não faz mal, já nos conformamos com o acontecimento.

Na verdade, todo o restante da família sabia, a questão era que ninguém queria ajudar, então todos sumiram, e nem sequer o avisaram.

- Faz mal sim. Nem imagino como deve ter sido difícil para o seu irmão ter que trabalhar, estudar e cuidar de você com apenas dezessete anos. Teria sido bem melhor se eu soubesse o que aconteceu e poderia ter levado vocês para os EU...

-Seria uma má ideia.- Interrompe a fala do mais velho.

-Por qual motivo?

-Nem eu nem o Itachi iriamos querer ir. Gostamos daqui, da nossa casa... Das nossas lembranças, elas são ótimas, mesmo que às vezes isso venha a nos entristecer... Entende?

-Acho que sim, mas de qualquer forma, teria sido melhor se eu pelo menos soubesse do que aconteceu.

-Hum... O que ainda faz parado na frente da porta? Por acaso isso é algum tipo de fetiche? Fetiche por portas é um pouco bizarro, não acha não?

Só agora que o Uchiha mais velho notou que ainda possuía as malas em mãos, parado em frente a porta da casa.

-Engraçadinho... -Pronunciou abrindo a porta e logo continuou.- Para onde levo?- Questionou apontando para as malas.

- Andar de cima, segunda porta a direita.

- Okay.

Começou a subir as escadas se dirigindo ao quarto indicado. O quarto  era grande, assim como a casa. Não possuia muitos movéis, apenas o necessário. Uma cama de casal de madeira clara, dois criados mudos um de cada lado da cama- um guarda roupas, etc.

Se pôs a gurdar as roupas e foi tomar um banho, logo depois foi descançar. O dia estava sendo mais longo do que imaginava... Saber de suas perdas após tanto tempo, lhe dava uma sensação triste porém estranha demais, algo não se encaixava.

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