História Questão de Escolha - Uma Estranha No Ninho

Depois do ocorrido acabei por me isolar de Melanie, Claire já não me dirigia mais a palavra. Acabei ficando sozinha novamente, perambulando pelos corredores do colégio na hora do recreio.

As duas ainda me olhavam durante o dia, mas não se aproximavam.

Durante uma das noites eu sonhei com meus pais, imaginando como eles seriam. Provavelmente morenos, de olhos azuis, minha mãe deveria ter traços finos, mas não consegui pensar em meu pai, sua aparência era difícil de criar depois de saber que ele era um monstro. Ao acordar me sentia triste, sabia que eles estavam por aí, mas não poder ver eles me fazia mal. Eu tinha tantas perguntas.

Na manhã de sexta feira minha tia já havia voltado ao normal, andava rapidamente de um lado para o outro na cozinha como sempre, e aquilo estranhamente me acalmava, dizia que tudo estava conforme deveria estar.

-Bom dia. -Sorri me sentando na mesa.

-Bom dia, querida. -Sorriu colocando uma xícara de café na minha frente. -Dormiu bem?

-Hoje sim. -Pensei por um momento. -Mas noite passada sonhei com meus pais.

Ela parou por um momento.

Se virou me olhando como se esperasse que eu continuasse.

-Criei imagens de como eles seriam. -Abri um pequeno sorriso, abaixei minha cabeça tentando relembrar tudo com mais clareza. -Mas não consegui imaginar meu pai.

-Isso não é ruim. -Ergueu as sobrancelhas. -Disse que não queria saber deles.

-E não queria, mas, seria bom saber alguma coisa. -A olhei séria. -Pode me falar pelo menos dela?

-Agora não. -Respondeu. Ao me ver irritada se adiantou. -Quando eu chegar em casa, podemos conversar alguma coisa. Agora nós temos que ir.

-Eu quero ir sozinha hoje. -Me levantei e peguei minha bolsa. -Te vejo a noite.

-Não vai comer nada?

-Fiquei sem fome. 

Logo ao sentir o tempo frio meu corpo se contraiu, fechei mais ainda meu moletom. Coloquei os fones de ouvido para evitar ouvir o barulho irritante daquele bairro.

Cheguei na escola um tempo depois.

Melanie e Claire já estavam na sala, sentadas de frente uma para a outra.

Ao me ver elas pararam de falar.

Nos olhamos por um momento e eu me sentei perto da porta.

-Não somos mais amigas? -Melanie reclamou se posicionando na minha frente com os braços cruzados.

-Eu preciso de um tempo. 

-Pra quê? -Claire parecia um pouco mais piedosa, diferente de antes. 

-Algumas coisas que surgiram.

-Isso não é desculpa pra se afastar. -A loira se sentou na minha frente. -Achei que a gente podia contar uma com a outra, não é?

-Sim podemos. -Sorri rapidamente. -Mas eu preciso me afastar um pouco ás vezes.

-Você precisa é falar conosco. - Claire se sentou ao meu lado. -Lucy, a gente sabe que você tem uma vida um pouco ferrada demais, mas, quando nos tornamos amigas foi pra valer.

-Isso. -Melanie concordou com um sorriso. -E não se esqueça que temos a festa hoje, convidei a Claire ontem assim você teria reforço para algum surto.

-A festa? -Mordi meu lábio nervosa. -Não sei se quero ir mais.

-Eu te paguei um vestido. -Se inclinou para trás. -Você é minha agora.

-Delicada como sempre. -Claire revirou os olhos. Me olhou calmamente. -Quem sabe ir a festa te ajude a respirar? Se divertir um pouco, sair daquele quarto minusculo.

-Ei eu gosto dele. -Sorri. Olhei elas por alguns instantes. Não iriam desistir. -Tudo bem eu vou.

-Ótimo! -Melanie se animou. -Depois da aula vamos no cabeleireiro, vou mandar meu motorista buscar vocês mais tarde.

-Achei que iríamos ficar juntas até a festa. -Claire reclamou.

-Eu tenho uma coisa pra resolver. -Melanie olhou para ela como se pedisse que ela se lembrasse.

-Ah sim. -Abaixou a cabeça fazendo uma careta.

-O que foi? -Perguntei.

-Nada. -Claire sorriu rapidamente. -Então ficamos combinadas assim?

-Claro. -Melanie e eu falamos juntas.

O professor entrou na sala já nos encarando com uma cara raivosa. As duas voltaram ao seus lugares.

Durante a aula, apesar de distantes, eu conseguia ouvir os cochichos delas mas não consegui identificar o que tanto falavam.

Seguimos com o plano de antes, iríamos nos preparar cada uma na sua casa.

Com o novo compromisso eu tive de passar na cafeteria para falar com a minha tia que iria realmente a festa, uma vez que eu havia dado a entender que não queria ir mais ao não tocar no assunto.

-Oi. -Falei tocando seu ombro enquanto ela recolhia os pratos de uma mesa.

-Oi. -Sorriu largamente. -O que faz aqui? -Levantou o olhar. -Por que seu cabelo está tão arrumado, e perfumado?

-Eu queria falar que decidi ir a festa. -Esperei alguns segundos. -Eu não iria mais, porém as meninas me convenceram hoje.

Ela soltou os pratos e se apoiou na mesa. 

-Voltaram a se falar? 

-Sim.

-Que horas a festa começa?

-Ás sete e meia. -Sorri mas acabei fazendo uma careta. -E acaba perto da meia noite.

-Meio tarde, não é mesmo?

-O pai da Melanie vai ir com a gente, lembra? -Ela suspirou. -Por favor, eu quero ir.

-Deixe seu celular ligado. -Respirei aliviada e ela aumentou a voz. -Volte direto pra casa depois da festa, e sem bebidas alcoólicas.

-Tudo bem. -A abracei rapidamente. -Obrigada.

-Eu sou muito mole com você.

-Eu sei, está me mimando. -Sorri.

-Estou mesmo. -Respirou fundo. -Eu não vou chegar antes de você sair, então cuidado, e seja obediente ao pai da Melanie, entendeu?

-Sim claro. -Comecei a sair. -Tchau.

-Tchau. -Aumentou a voz. -Tome cuidado!

Não respondi, sai praticamente correndo pelas ruas.

Ansiosa para começar a me arrumar.

Perto das oito horas Melanie me mandou uma mensagem avisando que estavam chegando. 

Me olhei uma última vez no espelho, ainda incomodada com os saltos altos.

Alguns minutos depois de eu descer e ficar na sala uma buzina me avisou que haviam chegado.

Ao sair para fora vi Claire abrindo a porta para mim, usava um vestido preto que tinha seu comprimento até perto dos joelhos, as mangas eram longas, porém transparentes em boa parte, na cintura a peça comportava um grande cinto em dourado.

-Estamos atrasadas. -Disse enquanto eu entrava. -Melanie está praticamente surtando o pai dela disse que iria com ela mas no último minuto mudou de ideia e vai pra lá com o chefe dele.

-Posso imaginar como ela está. -Sorri.

-Então multiplique por muitos números, é bem pior. -Suspirou. -Ela não queria chegar sozinha.

-Ela já está lá?

-Sim, por isso está surtando. O pai dela ainda não chegou. -Me olhou melhor. -Ela convenceu você que nem fez comigo ou foi escolha própria?

Se referia ao vestido.

-Um pouco dos dois, mas teve mais da parte dela.

-Ela não cansa de mandar. -Revirou os olhos. -Isso vai por ela em problemas logo mais.

-Como assim? 

-Alguém pode se irritar com isso, certo?

-É, pode ser. -Sorri. Olhei em volta. -Achei que iríamos ir para Metrópolis. 

-Não, a festa vai ser aqui mesmo. -Olhou o celular rapidamente. -As empresas Wayne ofereceram o lugar para a festa aqui na cidade, uma forma de tentar mostrar que não existe rivalidade entre as empresas.

-E existe?

Ela riu irônica.

-É uma luta mais épica que muitas por aí. Mas sabe como é, precisam acalmar a imprensa. -Olhou em volta. -Estamos chegando.

Senti meu coração acelerar.

-Tão rápido?

-Não fique nervosa agora! -Me olhou. -A Melanie já está surtando, se você surtar o que vai ser de mim? Pensa em mim!

-Tudo bem. -Fechei os olhos e respirei fundo. Quando os abri novamente vi um tumulto na frente da entrada de um edifício. -Chegamos?

-Sim. -Respirou fundo. -Pronta?

Levei um tempo até falar.

-Sim.

O motorista abriu a porta e saímos rapidamente.

As câmeras se viraram para nós assim que chegamos perto da porta. Melanie estava nos esperando ali perto, batendo o pé olhando para todos os lados.

-Melanie! -Claire gritou para conseguir que a loira nos notasse. 

Ela se virou e pareceu instantaneamente aliviada. 

-Elas estão comigo. -Avisou o segurança que deu passagem.

-Por que demoraram tanto?

-Não levamos nem dez minutos. -Claire reclamou. -E o seu pai?

-Ainda não chegou. -Olhou o celular. -Mas me mandou uma mensagem avisando que estavam saindo. É uma merda que o chefe dele more tão longe daqui.

-A namorada dele vai vir?

-Obviamente. -Revirou os olhos. -Os dois estão em um grude só de uns tempos pra cá.

-Espero que ela não faça nada.

-Ela nunca fica sem fazer nada, só nos resta estar prontas. -Os olhos de Melanie se voltaram pra mim. -Sem indícios de surto, não é?

-Por enquanto não. -Suspirei. -Mas pode acontecer, sabem disso.

-Vamos estar prontas. -Falou calmamente. -Pedi para que um dos meus motoristas ficasse aqui perto, qualquer coisa te levamos pra casa.

-Obrigada. -Sorri.

Começamos a andar lentamente pelo o salão. Decorado luxuosamente, com destaque para o grande lustre no teto, que parecia servir de prova que agora eu estava longe de casa, bem longe.

-É o Bruce Wayne ali? -Claire inclinou-se um pouco. 

-Sim é ele. -Melanie sorriu e ajeitou os cabelos.

Olhei para onde elas fixaram os olhares.

Avistei ele finalmente ele. Estava usando smoking preto, e conversava com uma mulher de cabelos vermelhos. 

Ao se afastar dela parecia se aproximar mais de nós.

-Ele está vindo pra cá. -Avisei. As duas olhavam para o resto da festa. -Ei, ele está vindo!

As duas se viraram e ao ver do que eu me referia começaram a se ajeitar rapidamente.

-Melanie Frost. -Cumprimentou ela com um aperto de mão. -Não vi seu pai pelo salão.

-Ele ainda não chegou. -Sorriu sem graça. Depois de alguns instantes tocou nossos ombros. -Essas são minhas amigas, Claire Moore e Lucy Timm.

-É um prazer. -Apertou nossas mãos. Me olhou por um tempo. -Nos conhecemos antes?

-Creio que não. -Tentei parecer o mais calma possível. -Eu cheguei em Gotham a pouco tempo.

-Entendo. -Sua expressão era amena. -Espero que gostem da festa, e Melanie diga para seu pai falar comigo quando ele chegar.

-Claro, senhor Wayne.

-Pode me chamar de Bruce. -Sorriu rapidamente.

-Tudo bem. -Melanie sorriu.

Quando ele se afastou ela maneou o corpo para trás.

-Eu preciso beber. -Forçava um sorriso, mas estava claro o quão nervosa estava. Pegou uma taça e virou quase tudo em único gole. -Claire, como estou?

-Em um pleno surto. -Bufou. -Respira fundo, seu pai já deve estar chegando.

Olhei em volta sorrindo levemente, involuntariamente dei alguns passos para trás e acabei trombando com outro corpo.

-Desculpa. -Me virei. Era um homem de cabeça raspada, usava um smoking branco. -Sinto muito, acabei me distraindo.

-Sem problemas. -Sorriu. Estendeu a mão. -Lex Luthor.

Meu coração parou por alguns momentos, senti minhas bochechas queimarem.

-Lucy Timm. -Estendi a mão, mas o jeito que ela tremia me entregava totalmente. -Sinto muito, eu fico nervosa facilmente.

-Eu posso entender. Tudo aqui é muito expansivo, o senhor Wayne é especialista em fazer isso.

Sorri brevemente.

-Lucy, tudo bem? -Melanie se aproximou. -Luthor, como vai?

-Bem, muito bem senhorita Frost. -Olhou em volta brevemente. -Não tenho certeza se avistei seu pai ou o chefe dele.

-Eles já irão chegar. -Sorriu. -Não se preocupe.

-Diga pra ele me procurar assim que chegar, temos muitos assuntos para tratar. -Se afastou um pouco. -Aproveitem a festa.

-Obrigada. -Falamos praticamente juntas.

Olhei para ela com os olhos quase saltando.

-Parece que todo mundo é famoso aqui. -Falei.

-E são. -Pegou uma taça de uma bandeja e me entregou. -Vai te ajudar.

-Eu não posso beber.

-É uma única taça. -Revirou os olhos. -Ande logo.

Dei um único gole para ela ver, quando se virou deixei a taça em uma pequena mesa ali perto.

Depois de alguns minutos o senhor Frost finalmente havia chegado, mas não vi seu chefe ou a namorada.

-Onde eles estão? -Melanie perguntou.

-Foram falar com o Luthor. -Estava mais nervoso do que da última vez que nos conhecemos. Pareceu surpreso em me ver. -Achei que não iria te ver aqui Lucy, Melanie me contou que teve alguns problemas nos últimos dias.

-Sim, mas estou melhor agora. -Menti, abrindo um sorriso para disfarçar melhor. 

-Que bom. -Sorriu brevemente. -Melanie eu preciso ir com meu chefe, mas volto logo.

-Tudo bem. -Pareceu frustada. 

-Se comportem meninas. 

-Claro. -Falamos uma seguindo a outra.

-Que merda. -Claire reclamou. 

-O que foi? -Perguntei.

-Nada, eu preciso ir no banheiro, Melanie vem comigo?

As duas se olharam por uns instantes.

-Claro. -Se virou pra mim. -Lucy pode ficar aqui só por um minuto?

-Por que eu não posso ir?

-É uma coisa nossa. -Melanie sorriu. -Não se preocupe, vamos voltar logo.

Acabei me irritando um pouco.

-Tudo bem. -Respondi.

As duas se afastaram.

Olhei em volta. Me sentindo completamente perdida.

Ali perto havia uma mesa vazia. Sem ter certeza se haviam lugares corretos para os convidados me atrevi a sentar ali.

Comecei a observar a festa.

Me sentindo envergonhada algumas vezes pelos olhares indiscretos.

-Posso me sentar aqui? 

Levantei a cabeça, era o senhor Wayne novamente.

Me endireitei na cadeira.

-Claro que sim.

Ele sorriu brevemente e se sentou.

-Onde estão sua amigas?

-Elas foram no banheiro. -Comecei a mexer as mãos nervosamente.

-É a primeira vez que vem a uma festa de gala?

-Sim. -Confessei sem graça.

-Posso notar. -Olhou minhas mãos. Parei o movimento rapidamente. -Posso te entender, eu também ficava assim quando mais novo, com o tempo se acostuma.

-Espero que sim. -Sorri.

-Você disse que chegou a Gotham a pouco tempo?

-Sim, eu e minha tia nos mudamos muito. -Coloquei meu cabelo para trás das orelhas.

-Algum motivo?

-Creio que ela goste de viajar. Eu nasci aqui em Gotham, mas fui criada em Nova York. 

Ele me olhava sério.

-E seus pais?

-Minha mãe morreu no parto. Meu pai sumiu no mundo. -De tanto eu repetir aquilo já até parecia verdade. -Foi sempre minha tia que cuidou de mim.

-Entendo, sinto muito. 

-Sem problemas. 

-Você tem uma postura quase perfeita. -Comentou. -Foi bailarina?

-Sim, na verdade fui. -Sorri. -Parei há alguns anos.

-Por quê? Me desculpe ser tão curioso.

-Que isso. -Soltei um breve riso. -Eu acabei me machucando, não posso mais dançar.

-É uma pena. -Olhou em volta. -Balé é uma dança muito bonita.

-Concordo. 

Ele voltou a olhar em volta, mas dessa vez pareceu ficar tenso.

-Eu espero que possamos conversar mais algum dia. -Se levantou. -Tenho certeza que Melanie lhe trará para mais festas minhas.

-Provavelmente sim. 

Ele sorriu brevemente e se afastou.

Não fiquei muito tempo sozinha, logo as meninas voltaram.

-Tudo bem por aqui? -Claire me olhou.

-Sim está. -Sorri. 

A festa continuou por mais uma hora até que Lex Luthor subiu no palco.

-Olá a todos, muito boa noite. -Começou. -Como sabem, a Lex Corp sempre voltou-se para a nossa  adorada Metrópolis, mas hoje, estamos aqui para presenciar uma nova fase, uma fase que trará melhoria e prosperidade para Gotham. Hoje, as nossas empresas se unem para como uma só. -Estendeu a mão. -Senhor Wayne. -Quando Bruce subiu ao palco e os dois deram um aperto de mão.

Eu não me surpreendi, mas todos aplaudiram com a mesma cara de surpresos.

-Não creio. -Claire se pronunciou finalmente. -Isso está acontecendo?

-Sim está. -Melanie ainda olhava para o palco agora vazio. 

-O que há de tão estranho nisso? -Perguntei.

-Tirando o fato que os dois se odeiam? Nada. -Claire suspirou. -Preciso de um drink.

-Eu também. -Melanie me puxou pelo braço. -Vamos Lucy.

Enquanto andávamos eu esbarrava vez ou outra em alguém.

Até que realmente acabei trombando em alguém quase perdendo o equilíbrio.

-Lucy você está bem? -Melanie me segurou. -Desculpa.

A pessoa se virou.

Nós duas congelamos por um tempo.

-C-Coringa. -Melanie sussurrou. -Perdão.

-Olha só, você novamente! -Arlequina se virou sorrindo pra mim. -Eu conheço ela pudinzinho, a moça que está sempre nervosa.

-Ah sim. -Ele sorriu, aquilo me deu arrepios. -É desastrada também.

-Perdão. -Falei, com medo de que alguma coisa podia acontecer. -Não irá acontecer novamente.

-Espero que não. -Ficou sério.

-Ah vamos pudinzinho, ela está com as amigas, o lugar está cheio, acontece. -Arlequina sorriu. -Sinto muito, ele está um pouco estressado hoje.

-Entendemos. -Melanie disfarçou. -Vamos Lucy.

-Vamos. -Parei bruscamente. -Queria agradecer pela caixinha.

-Por nada, lindinha. -Piscou. -Nos vemos por aí.

-Sim, nos vemos por aí. -Falei torcendo para que não acontecesse.

Quando nos afastamos Claire parecia preocupada.

-O que aconteceu? O que ele disse? 

-Ele meio que ameaçou a Lucy. -Me olhou torto. -A desastrada esbarrou nele.

-Você estava me puxando! -Me defendi.

Revirou os olhos.

-O que eles estão fazendo aqui? -Perguntei.

-Não temos ideia. -Melanie olhou em volta. -Torça pra que não seja nada.