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História Questão de Escolha - Acontecimentos Bizarros


Escrita por: LucyFrancesTimm

Notas do Autor


Voltei rápido né?
Estou adiantando os capitulos dessa por conta da minha outra fic em andamento. Ela precisa de atualizações urgentes kkk
Espero que curtam esse capitulo!

Capítulo 8 - Acontecimentos Bizarros


Acordemos cedo naquela manhã de sábado. 

Claire ainda mostrava que estava preocupada comigo, eu tentei lhe explicar os efeitos da maioria dos remédios que eu tinha que tomar por conta da ansiedade, e isso fez com que precisasse contar minha história por completo também. 

-Que terrível. -Melanie olhou para trás no carro. Estávamos seguindo para minha casa e de lá as duas iriam ao shopping. -E não consegue mais dançar? 

-Não. -Respondi abaixando a cabeça. -Eu tentei algumas vezes em casa, mas depois de poucos segundos na ponta do pé eles simplesmente travam. Dói muito as vezes, quando eu ando demais por exemplo. 

-Nossa, sinto muito. -Ela disse. 

-Não tem problema, eu me acostumei.  

-Mas você não toma só calmantes. -Claire me olhou curiosa. -Eu vi você por vezes tomando outros remédios. 

-Sim, tenho que tomar alguns a mais. -Olhei pra ela. -Desde pequena tenho a imunidade muito fraca, tipo fraca mesmo. Qualquer brisa mais fria, qualquer chuva e qualquer contato com sujeira pode me deixar de cama por no mínimo uma semana. 

-Porra. -Melanie se surpreendeu. -Isso deve ser bem difícil. A sua vida toda parece ser difícil. 

-Não é tão ruim assim. -Sorri. -Tenho minha tia, e ela é maravilhosa. 

-Parece ser mesmo. -Claire sorriu. -Nunca conheceu seus pais? 

Senti um aperto. Minha boca se abriu levemente. 

-Não. -Respondi. -Minha tia disse que minha mãe morreu no parto. Meu pai sumiu no mundo antes de me conhecer, talvez nem saiba de mim. 

As duas se manterão em silêncio. 

-E eu achando ruim ter um pai ocupado. -Melanie se virou pra frente. 

Sorri maneando a cabeça.  

-O clima ficou pesado. -Claire se chacoalhou. -Que horror. 

-Você que começou a perguntar a garota! -Culpou a loira. Ela apontou uma curva, a última antes da minha casa para o motorista. -Por ali Jordan. 

Chegamos pouco depois. 

-Vejo vocês segunda? -Perguntei antes de sair do carro. 

-Eu preciso te ligar hoje a noite. -Claire me ajudou a pegar a bolsa. -Pra falar do desenho. 

-Eu ligo também. -Melanie sorriu. Mandou um beijo no ar. -Até mais. 

-Até mais.  

-Até garotas. -Saí do carro. 

Melanie obrigou o motorista a buzinar. 

Acabei rindo enquanto me virava pra entrar. 

Entrei em casa, deixei a bolsa no cabideiro. Estava frio, minha tia provavelmente esqueceu de ligar o aquecedor. 

-Tia? -Fui até a sala e liguei o aquecedor de lá. Sem respostas fui até a cozinha, mas ela também não estava lá. -Tia! 

Subi as escadas.  

Abri a porta do quarto dela. Ela estava dormindo. 

Respirei aliviada. 

-Tia, acorde. -Me aproximei sorrindo. Me agachei perto dela. -Tia? 

Ela abriu os olhos devagar. 

Olhou-me por algum momento. 

-Lucy?  

-Eu mesma. -Puxei uma mecha de cabelo que cobria seu rosto. -Nunca te vi dormir tão pesado. 

Um momento de silencio. 

-Eu tive uma noite agitada. -Balbuciou. -A cafeteria...estava cheia. 

-Tudo bem. -Sorri. Me levantei. -Vou preparar o café, desça quando estiver melhor. 

-Já desço. -Sorriu finalmente. -Como foi a noite na Melanie? 

-Bem. -Lembrei do incidente com a pena e os empurrões. Tentei disfarçar. -Vimos um filme e conversamos.  

-Que bom meu amor. -Se virou para conseguir levantar. -Elas parecem boas meninas. 

-São sim. -Sorri de lado. -Vou indo, ou o café da manhã não sai hoje. 

Ela soltou um leve riso, ainda completamente atordoada. 

Fechei a porta ao sair. 

Minha tia estava estranha, nunca havia dormido tão profundamente a ponto de ficar confusa pela manhã.  

Mas se ela disse que era só um cansaço extremo, não duvidaria. Sabia que o trabalho na cafeteria não era dos mais fáceis. Só havia ela de garçonete, e se na noite passada estava tudo lotado imagino o que ela passou. 

Chegando na cozinha tirei a blusa de frio, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto.  

Infelizmente me lembrei de um ultimo detalhe: A única coisa que eu sabia fazer era o café de cafeteira. 

Coloquei a mão na testa, me arrependo de não pegar o café da manhã na cafeteria quando as garotas me deram a sugestão. 

Bom, era o café ou nada. 

Pouco depois da cafeteria terminar minha tia desceu as escadas, ainda meio sonolenta. 

Se sentou na mesa e olhou em volta. 

-Esqueceu que não sabe cozinhar? 

-Esqueci. 

Ela riu. 

-Está na hora de eu te ensinar. -Brincou. -Vamos fazer panquecas, o que acha? 

-Ótimo. -Sorri. -Me fale o que fazer. 

-Tudo bem.  

Segui o que ela dizia para fazer, demoramos um pouco mais do que o normal. Eu sempre acabava derramando alguma coisa. 

Até que finalmente estavam prontas, boas talvez. 

Tara provou primeiro. 

-Estão boas para uma iniciante. -Piscou. -Mas erramos na hora do açúcar. 

-Terrivelmente erramos. -Fiz uma careta ao provar. -Mas serve pra hoje? 

-Claro que sim. -Segurou minha mão. -Apesar da bagunça estou orgulhosa. 

-Obrigada. -Nos olhamos por alguns momentos. -O que foi? 

-Nada, só estou te olhando. 

-Então tá bom. -Pisquei. -Fiquei a tarde toda ontem parada sendo observada, posso fazer novamente. 

-Como assim? 

-Claire, ela quis me desenhar. -Sorri. -É para a nota dela aumentar em artes. 

-Entendi. -Sorriu. -E como ficou o desenho? 

-Maravilhoso. Ela é muito talentosa. 

Terminei de contar sobre minha noite com ela em silencio, apenas me ouvindo. Uma coisa rara, ela sempre me interrompia com alguma pergunta. Me senti até meio sem jeito em falar tanto sem ela comentar. 

Depois do café da manhã Tara quis se deitar novamente. Ainda estava cansada. 

Eu fui para o meu quarto, passei o dia ensaiando algumas músicas. Minhas aulas de música estavam finalmente fazendo efeito, e meu violão parecia mais afinado depois de alguns dias. Até mesmo minha voz soava melhor. 

Perto das sete a campainha tocou. 

Sabia que minha tia queria descansar e me adiantei em ir atender. 

Ao abrir a porta uma surpresa, Melanie e Claire estavam de pijamas e com uma cesta cheia de doces. 

-O que fazem aqui? -Falei rindo enquanto olhava tudo. -Assaltaram uma loja de doces? 

-Quase isso. -Claire piscou. -Pensamos em te ligar, mas eu convenci a Melanie a vir te ver, nos sentimos mal por fazer você contar seus problemas no carro. Queríamos recompensar com outra festa do pijama. 

-A ideia da festa do pijama foi minha. -Melanie revirou os olhos. -Podemos entrar? 

-Claro que sim. -Dei passagem. -Deixem os casacos aqui. -Apontei o cabideiro. -Eu seguro a cesta. 

As duas olharam tudo em volta enquanto se livravam das roupas pesadas por cima de pijamas longos. 

-Sua casa é aconchegante. -Claire sorriu. Olhou para a sala. -Vocês tem uma lareira? 

-É pequena. -Acrescentei. 

-Ainda é uma lareira. -Retrucou animada. -Podemos acender? 

-Vou pedir pra minha tia, nem mesmo sei como acende isso. -Deixei a cesta na mesa de centro e liguei a televisão. Entreguei o controle para Melanie. -Fiquem aqui, eu já volto, vou avisar que estão aqui. 

-Tudo bem. -Falaram juntas. 

Subi as escadas rapidamente. 

Abri a porta do quarto devagar. Minha tia estava lendo um livro. 

-Oi. -Ela disse ao me ver. -Ouvi a campainha? 

-As meninas estão aqui. -Me aproximei. -Elas querem que tenhamos uma festa do pijama. 

Tara pareceu surpresa. 

-Não temos quarto de hospedes. -Encrespou o cenho. -Vão dormir aqui? 

-Acho que sim. -Sorri. -Se você deixar, é claro. Minha cama é o suficiente para nós três. 

-Tem um colchão sobrando no porão. -Soltou o livro. -Se conseguirem trazer pra cima. -Me olhou. Viu que eu estava animada e acabou sorrindo. -Tudo bem, elas podem dormir aqui. Conseguem se ajeitar? 

-Sim, conseguimos. -Beijei o rosto dela. -Vou indo. 

-Diga que eu mandei um oi. -Fez uma careta de dor. -Sinto muito em não descer. 

-Elas vão entender. -Acalmei ela. -Tchau. 

-Tchau, comportem-se. 

Fechei a porta. 

Quando voltei para a sala as duas começavam a pegar alguns doces. 

-E a sua tia? -Claire perguntou me oferecendo um bombom. 

-Ela mandou um oi. -Dei um sorriso amarelo enquanto pegava o bombom. -Ela está cansada. Trabalhou muito ontem. 

-A gente entende. -Piscou. -E a lareira? 

-Esqueci de perguntar. -Joguei a cabeça para trás. 

-Eu sei como acender. -Melanie disse. 

-A sua casa nem tem lareira. -Claire debochou. 

-Existe uma coisa chamada internet. -Revirou os olhos. -Onde está a lenha? 

-Tem um pouco no porão. -Falei. -E temos que pegar um colchão lá também. 

-Então vamos logo. -Se levantou. -Eu trago a lenha, vocês o colchão. 

-Perdões madame, a senhorita provavelmente vai dormir no chão. -Claire disse enquanto nos aproximávamos da porta.  

-Eu? -Riu ironicamente. -Me respeita garota, você dorme no chão. 

-Que tal eu colocar o colchão da minha cama no chão? -Falei. Cansada das duas brigando. -Assim todas dormimos no chão. 

As duas se calaram. Aceitando a ideia. 

Descemos as escadas devagar, a luz estava acesa mas o lugar ainda era terrivel. 

Olhamos em volta ao chegar no fim da escada. Vi o colchão perto da pequena janela. 

-Vamos levar o colchão primeiro. -Claire sugeriu. -Todas nós. 

Melanie fez uma careta de nojo. 

As duas passaram na minha frente. Se aproximando do colchão. 

-Vocês aguentam ele?  

-Ajuda a gente! -A loira reclamou.  

-Vocês que sabem. -Brinquei. -Depois alguém vai ter que descer sozinha pra buscar a lenha. 

-Segura esse lado Melanie! -Claire berrou. Se preparando para erguer o colchão. -Vai ainda logo! 

-Calma, cacete!  

Soltei um riso vendo as duas indo tão rápido pelo medo. 

Enquanto elas arranjavam um modo de subir eu comecei a procurar pela lenha. 

Olhei por todo o lugar. Encontrei a lenha dentro de um armário fixado na parede.  

Me aproximei para pegar algumas, mas parei subitamente. 

Uma pena preta estava em cima de uma pilha da madeira. E parecia a mesma pena da noite passada. 

Minha respiração ficou pesada. 

Tentei me acalmar quando senti algo tocando meus pés. 

Olhei para baixo, estavam por todo o chão em minha volta. De repente começaram a se movimentar violentamente.  

Assustada cobri meu rosto. Tentei lembrar que era tudo uma ilusão pelo remédio. 

As penas pararam. Tirei as mãos do meu rosto. Abri os olhos. 

Dei um salto para trás e acabei perdendo o equilíbrio caindo sentada. 

Não podiam ser os remédios. 

Havia uma cópia exata de mim na minha frente. 

Mas usava a roupa do cisne negro. Completamente manchada de sangue, e algumas gotas caíam no chão. 

A imagem sorriu perversamente. Me olhando com desdém. 

Moveu a mão esquerda, segurava uma faca. 

Começou a se aproximar de mim. 

Lutei para me afastar ainda sem conseguir me levantar. 

Involuntariamente comecei a gritar de medo. 

O que fez com que ela começasse a me atacar. Deixando cortes na minha coxa e braços. 

-Socorro! -Berrei alto. -Algúem me ajuda! 

-Lucy? -Ouvi Melanie gritando. -Lucy aonde você está? 

-Melanie me ajuda! 

Quando as duas apareceram na minha frente a imagem do meu outro eu se desfez, como fumaça no ar. 

Olhei para elas por alguns segundos. 

Comecei a chorar. 

Se aproximarão e se ajoelharam perto de mim. 

Melanie me abraçou enquanto Claire puxava meu cabelo para trás. 

-O que aconteceu aqui? -Claire perguntou olhando em volta. -Por que estava gritando? 

Não respondi. 

-Acho que ela não quer falar. -Melanie me apertou mais forte, em seguida começou a olhar todo o meu corpo. -Você está bem? 

-Acho que sim. -Respondi rouca. Sentindo a garganta apertar. -Eu vi.. 

-Não precisa falar. -Claire segurou meu rosto. -Precisamos subir. Consegue ficar de pé? 

Tentei me levantar mas senti uma dor terrivel no tornozelo esquerdo. Teria caído se Melanie não me segurasse. 

-Torci meu pé. -Falei. 

-A gente te ajuda. -Ela disse colocando meu braço em volta do pescoço. -Claire? 

-Tudo bem. -Respondeu. 

Subimos a escada degrau por degrau. 

Quando chegamos na cozinha minha tia estava descendo. 

-O que houve? -Perguntou. Ao me ver chorar se apressou. -Lucy, você está bem? 

-Ela teve uma alucinação eu acho. -Melanie me ajudou a sentar na cadeira. -Nós estávamos subindo o colchão, até que a Lucy começou a gritar. 

-Pode ser os remédios. -Minha tia me olhava preocupada. 

-Não foram os remédios. -Respondi olhando para ela. 

-Tudo bem. -Se levantou. E procurou algo nas gavetas. -Já que podem ser eles que tal um chá? 

Fiz que sim com a cabeça aceitando. 

-Seria ótimo, Srta. Timm. -Claire agradeceu e sentou ao meu lado. 

-Pode me chamar de Tara. -Sorriu. -Me sinto velha com todas essa formalidade. 

-Está mesmo bem? -Melanie segurou minha mão. 

-Vou ficar. -Dei um sorriso rápido.  

-Vou buscar o desenho na bolsa. -Claire se levantou de repente. -Eu comecei a colocar as fotos, quer ver? 

-Quero sim. -Sorri. 

-Ótimo. -Respondeu friamente. 

-O que ela tem? -Perguntei quando ela saiu. 

-Acho que ela ficou com medo de você. -Melanie piscou. 

-E você não? 

-Já encarei coisas piores do que um surto. -Brincou. Puxou uma mecha do meu cabelo que caía sobre meus olhos. -Você vai ter que se esforçar mais. 

-Vou falar com meu psiquiatra. -Brinquei. 

-Ouvi isso. -Tara repreendeu brincando. 

Eu e Melanie rimos juntas. 

Era meu segundo surto em dois dias, algo estava realmente errado. 

Nunca tive dois tão próximos assim. 

E também não com esse padrão de alucinações. 

Na verdade eu não sabia o que era alucinação na prática até a noite passada. 

Talvez eu estivesse realmente começando a ficar louca.


Notas Finais


Deixem suas opiniões no comentários, quero ler o que estão achando! As teorias, responder perguntas. Não sejam timidos rsrsrs
~Beijinhos Venenosos


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