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História Quimeras de Primavera - Bem-vindos à Sandsalt


Escrita por: belovedgrey

Notas do Autor


Oi, terráqueos, estou de volta ❤

1 - 'Quimeras de Primavera' será uma série dividida em quatro temporadas.
2 - Por agora, devem saber que os personagens são originais.
Britney como Olivia Arryn / JT como Benjamin Tyrell / JB como Christopher Nolan / Selena como Alexandra Sanders / Sophie Turner como Margot Menderley.
3 - Estarei entrando em novos caminhos, então tratarei de temas como bissexualidade, abuso sexual e etc.
4 - Cada temporada focará em dois ou três personagens por vez. Nesta, teremos Olivia e Margot como protagonistas.
5 - Teremos cerca de 20-25 capítulos por temporada.
6 - A música tema desta temporada é From The Bottom of My Broken Heart, da Britney. Contudo, sempre que achar necessário, deixarei algumas outras para que escutem, caso se interessem.
7 - É meu xodó, demorei cerca de 1 ano e meio para planejá-la, então, espero do fundo do meu coração que gostem e comentem, quem me conhece sabe que adoro fazer amizade e bater papo, ou seja, se aprocheguem ❤

Boa leitura!!!

Capítulo 1 - Bem-vindos à Sandsalt


Fanfic / Fanfiction Quimeras de Primavera - Bem-vindos à Sandsalt

"Nunca olhe para trás", nós dissemos,

Como eu ia saber que sentiria tanto sua falta?

Solidão adiante

Vazio atrás

Para onde eu vou? (...) – Britney Spears, From The Bottom Of My Broken Heart ♥

 

Sandsalt City costuma ser um cenário de encher os olhos neste período do ano, quando todas as cerejeiras ganham vida com suas diversas policromias de flores, enfeitando as ruas e praças da cidadezinha localizada no nordeste dos Estados Unidos, colonizada inicialmente por povos oriundos da Ásia. Por comportar poucos habitantes, pouco mais de 400.000, boa parcela dos moradores conhece uns aos outros e compartilha anualmente a chegada da primavera, estação mais aguardada do ano.

A Flor de cerejeira possui origem asiática e é conhecida como “Sakura”, a flor nacional do Japão, onde estão documentadas mais de 300 variedades de cerejeiras. A floração das mesmas é aguardada com ansiedade pelos japoneses, que organizam em todo o país diversas festividades em torno do “Hanami” – ato de contemplação das cerejeiras em flor que deixam a paisagem deslumbrante.

Como herança dos antepassados, o dia 21 de março é marcado pela comemoração do Divinity Day, que simboliza o início de uma nova era repleta de amor e esperança. Segundo a pequena colônia de japoneses que ainda habita a cidade, existe uma lenda que conta que a palavra “Sakura” surgiu com a princesa Konohana Sakuya Hime, que caiu do céu perto do Monte Fuji, tendo se transformado nessa bonita flor. Por ficar pouco tempo florida, a cerejeira também representa a fragilidade da vida, cuja maior lição é aproveitar intensamente cada momento, pois o tempo passa rápido e a vida é curta.

Fora esse blá, blá, blá que Jim Mori escutou desde a infância. Seus pais adoravam contar estórias míticas asiáticas, a fim de aproximá-lo da cultura da qual é descendente, mas ele pouco se importava. Contos de fadas, lendas e afins são para sonhadores de plantão, como sua melhor amiga que pela milésima vez ouvia atentamente a narração em tom zombativo do rapaz.

– Por favor, Jim, conte-me a estória completa. Por quem a princesa Konohana foi apaixonada? – Olivia insistia bravamente, seguindo o amigo pelos quatro cantos do apartamento.

– Argh, que chatice! Não vou contar essa lenda imbecil, já disse. Procura no Google. – retrucou. – Você não está atrasada?

– Oh meu, Deus! Que horas são? – ela arregalou os olhos caramelados.

– 07h15min, bobona. A dona Amanda vai te demitir um dia desses... É o que eu faria se tivesse uma funcionária tão irresponsável quanto você. – provocou-a.

– Shiuuu. – ela correu até o quarto para buscar a mochila. – Hoje é sexta-feira, não se esqueça. É o dia...

– O Dia da Pizza! – revirou os olhos. – Pode deixar, estarei te esperando com uma marguerita dos deuses.

– Se você me trocar mais uma vez por seu namorado, eu te mato. – ameaçou, colocando uma maçã dentro da bolsa. – Até mais, J!

– Impossível, sua breguice vai te matar primeiro. Olha essa jardineira... Parece roupa da sua avó. – ele fez uma careta.

 Olivia Arryn, dezoito anos. Embora atrasada, não perdeu a oportunidade de levantar o dedo do meio para o amigo antes de descer os quatro lances de escada com sua bicicleta de cestinha cor de rosa. Uma das poucas vezes em que explora seu lado rude, se é que ele existe. Após chegar ao térreo, suspirou aliviada e como de costume, não resistiu a sua indecisão e fez o famoso penteado: trancinhas. Uma de cada lado, expondo ainda mais o rosto angelical. Odiava maquiagem, era verdade. O que dava a vez as espinhas típicas da adolescência e aumentava a oleosidade da pele. As garotas da sua idade olhavam torto para ela, ora invejando sua beleza, ora questionando sua ousadia. Os lábios avermelhados se destacavam, afinal, faltavam somente dois dias para a primavera, contudo, a baixa temperatura e floquinhos de neve dominavam boa parte do dia em Sandsalt.  

Pedalando o mais rápido que conseguia, o vento frio daquela manhã de sexta-feira lhe arrepiava por inteira, fazendo-a praguejar o cardigã fininho que inutilmente a protegia. Enquanto que por descuido, ouvia alguns carros buzinando atrás de si. Sim, ela era uma péssima motorista, digo, ciclista. Admirava-se por todos os dias chegar ilesa, tanto no trabalho, quanto no lar doce lar.

Ah, é indispensável apresentar a todos que estejam nos lendo à famosa e única floricultura da região.

Sunshine Flowers!

A senhora Amanda Nolan, proprietária do estabelecimento, contratara Oli a cerca de oito anos atrás, após sua chegada à cidade. Nascida e criada no sul – Louisiana –, a menina foi obrigada a se mudar quando perdeu seus pais e irmão em um grave acidente de carro e a única família que lhe restara foi sua amada e querida tia, Lisbeth. Por praxe a vida pode ser muito cruel e injusta, e cinco anos depois, Beth, como a sobrinha costumava chama-la, morreu ao receber o diagnóstico de carcinoma mamário em estado terminal. Desde então, para manter seu sustento, Olivia procurou emprego e usou todo o tempo que lhe sobrara para terminar o colegial.

Embora as perdas insistissem em coloca-la para baixo, Arryn fora corajosa e forte o suficiente para sobreviver aos dias posteriores, fazendo de cada um deles uma agradável rotina, que se resumia em ser florista da Sunshine Flowers e dividir o apartamento que sua tia deixara em seu nome com o melhor amigo, Jim. Era uma vidinha medíocre, cá entre nós, mas ela era feliz e amava cada pedacinho dela, sem tirar nem pôr... A não ser por um namorado, sim, romântica nata, ela acreditava em contos de fadas e desejava encontrar seu príncipe encantado. No entanto, essa é uma das minúcias que merece ser revelada a frente, junto com as surpresas que nossa existência sacana nos traz.

Depois de percorrer cinco quarteirões, ela avistou o grande letreiro azul e branco da floricultura e abaixo dele, encontrava-se uma sorridente Amanda, despedindo-se de um senhor com toda a simpatia e cordialidade que possuía. Tanto quanto a rainha Elizabeth II, a mulher de meia idade usufruía de uma elegância incontestável, tanto em sua vestimenta, quanto em seu modo de agir.  Desde que começara a trabalhar para ela, nunca a ouviu alterar a voz, a não ser para seu filho único que constantemente a tirava do sério, e/ou tratar mal alguém. Definitivamente a tinha como um espelho, cujo reflexo era somente composto por coisas boas. Todos os dias, ao amanhecer, a gratidão que sentia por ela tomava fôlego, comprovando a teoria de que ali era seu lugar e jamais havia de trocá-lo por outro qualquer, não importa o quão sedutor ele fosse.

– Atrasada, senhorita Arryn. Mais uma vez, pra variar.

– Bom, e-eu, eu posso explicar... – gaguejou.

– Faça-me o favor. – cruzou os braços, fingindo impaciência.

– Acabei por perder a hora enquanto conversava com o Jim, perdão. – disse baixinho.

Após observá-la, com uma gargalhada repentina, a Sra. Amanda abraçou-a ternamente, depositando-lhe um beijinho na fronte.

– Ufa! Pensei que fosse me colocar na rua... Quer dizer, eu já estou em uma. – sorriu, sem graça, balançando os ombros seguidamente, deixando escapar nervosismo. – Hum, perder o emprego, é isso que quero dizer. O Jim provavelmente me abandonaria, afinal, eu não teria como ajuda-lo com as contas e logo depois eu morreria de fome em menos de uma semana, pois como demais. Então mil desculpas, mas, por favor, não...

– Pessoas normais sobrevivem um mês geralmente sem comer... – Christopher Nolan desdenhou com um sorriso maroto ao passar pela loira. – Mas como você fala demais, acaba gastando mais energia. Fica a dica. – deu uma piscadela, deixando outros dois caixotes em cima de uma pilha na calçada.

Com o mau humor costumeiro, Lan-house, apelido que recebera no ensino médio por sabe se lá Deus qual motivo, nutria uma espécie de prazer em zombar a magricela de cabelos dourados que trabalhava para sua mãe. Infelizmente, ambos passavam muito tempo juntos, pois era obrigado a ajudar no negócio da família, a não ser quando fugia sem deixar recado em diversas aventuras que alimentavam a sua fama de bad boy irresistível da vizinhança. Furtos, brigas e algumas passagens pela polícia faziam parte de sua extensa bagagem, da qual se orgulhava pra cacete, como ele mesmo costumava dizer.

Teve que se controlar para não debochar ainda mais da garota, ao vê-la encolher-se com os olhos marejados. Ele tinha certeza que ela o odiava e qualquer dia desses formularia uma vingança maligna contra sua pessoa. 

A ORAÇÃO ANTERIOR CONTÉM IRONIA.

Para ser sincera, Christopher Nolan queria mesmo fodê-la, pois o irritava saber que Olivia era a única garota do seu círculo social que não o queria por perto. Todavia, isso iria mudar logo, logo. Afinal, a obstinação é o sustento da vitória, caros amigos.

Eu quero você, Oli.

– Chris, cale a boca! – Amanda o repreendeu. – Não vou demiti-la jamais, Olivia. Sua inocência e verdade me encantam, além de ser uma excelente funcionária. Eu só tirei uma brincadeira, não foi minha intenção assustá-la.

– Tudo bem. – suspirou aliviada. – Vou guardar a bicicleta nos fundos e começar o expediente.

– Cute-cute! – ele apertou as bochechas dela e gargalhou, parando-a para analisa-la dos pés a cabeça. – Você é irritantemente meiga, Olivia Arryn. E vale lembrar que brega também.

A matriarca deu um beliscão no rapaz, ordenando-o que continuasse a buscar os caixotes de adubo e desculpou-se pela grosseria do filho, ao vê-la baixar a cabeça, tristonha.

– O Christopher é um idiota, não ligue para todas as bobagens que ele fala. – afagou-a. – Ah, antes que eu me esqueça, temos uma entrega muito especial para fazer hoje. Hospital Sant Louise, buquê de hortênsias lilases. Um grande amigo meu quer surpreender a esposa que trabalha como recepcionista lá. Então assim que o Christopher voltar da entrega de adubos, avise ao Benjamin e peça para que ele tome todo o cuidado. Quero tudo perfeito, inclusive, não se esqueça de pôr o cartão em meio às flores. O deixei na primeira gaveta do balcão.

– Pode deixar, farei o mais lindo buquê. – sorriu entredentes. – A senhora vai sair?

– Sim. Preciso renovar o nosso estoque. Vou ao centro, quer que eu compre algo para você, meu bem?

– Não, dona Amanda, muito obrigada. – abraçou-a fortemente e entrou.

O.K., Amanda transbordava orgulho pela garota. Ela era sua filha. Não por uma coisa tão ocasional como o sangue... Mas por algo muito mais forte: por escolha. Recordou-se de quantas oportunidades a vida havia se encarregado de presenteá-la, mas com uma capa invisível a pequena Olivia se disfarçava, eliminando qualquer indício de medo ou insegurança, a não ser pelo o sexto sentindo de mãe que insistia em captar o que a mesma deixava subentendido. Por isso a protegia, de tudo e de todos que ousassem perturba-la, inclusive seu filho. Perdeu as contas de quantas vezes entraram em uma discussão com pauta nela... E todas, sem exceção, faziam com que se distanciassem ainda mais, como se falassem um idioma diferente, onde ambos não entendiam borrifas.

“Doce Olivia, você é um raio de sol em minha vida... Amo-te tanto! Talvez mais que o Christopher. Sinto-me culpada, é verdade. Mas é um erro que insisto em cometer, desde que eu a veja sorrir. Então sorria e o mundo inteiro estará aos teus pés.”, disse ela, outrora.

– Mãe, espera! – Chris gritou ao vê-la saindo. – Não consegue nem ao menos disfarçar sua preferência mais...

– Não vamos retomar essa conversa, Christopher. Seus ciúmes não tem cabimento. Sempre que tem oportunidade, ofende a Olivia sem mais nem menos, ora essa. Você queria que eu assistisse de braços cruzados toda a sua amostra grátis de falta de educação? Me poupe.

– Que se dane. Não foi para falar sobre essa garota estúpida que te chamei... – resmungou.

– E?

– Vai rolar aquela grana que te pedir?

– Infelizmente não, querido. É fim do mês, todo o nosso lucro vai ser usado para abastecer o estoque. Semana que vem eu posso te dar sem problemas.

– Caralho, que merda. – passou as mãos pela cabeça, preocupado.

– Olha essa boca, Christopher, pelo amor de Deus! E pra quê você queria esse dinheiro? Não pode esperar?

– Tchau, mãe. – deixou-a falando sozinha e adentrou a vã, arrancando em destino a primeira entrega do dia.

 

***

CONTINUA...


Notas Finais


Qualquer dúvida e/ou curiosidade, fiquem a vontade para perguntar.
Críticas construtivas são sempre bem vindas.
No mais, me deixem saber o que acharam deste primeiro capítulo e se tem algum palpite sobre o que se trata!
Ele ficaria bem maior, mas não quero deixar tudo muito cansativo. Então postarei o segundo capítulo no final de semana. Peço paciência com possíveis demoras, pois faço faculdade. Farei o possível para entregar 2 ou 3 por semana :D

Para quem ler O Reencontro, estarei postando o penúltimo capítulo em breve com as demais explicações do hiato.

Beijinhos de uma Dani que está mortinha de insegurança ❤
ME TRANQUILIZEM, PLEASE KKKKKKKK :p


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