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História Quizila - Queria guardar você em um potinho


Escrita por: kamilakerber

Capítulo 2 - Queria guardar você em um potinho


Conheceu ela num dia frio de julho, bebendo café em uma loja de conveniências no dia do seu aniversário. Ele não tinha amigos, ninguém para lhe dar nenhum presente. Mas quem precisava disso naquele dia?

Naquele dia ele recebeu o melhor presente que ninguém jamais poderia lhe dar: o sorriso da moça a sua frente. Ele sorriu de volta e ela começou a conversar:

– Posso oferecer uma torrada para acompanhar o café do senhor? Ou um pão de queijo?

Ele aceitou os dois. Tudo para agradar aquela que ele tinha certeza que seria especial para a sua vida.

Ficou sentando na loja o máximo que pode, talvez várias horas. Só saiu a noite, quando várias pessoas estavam ocupando a loja para assistir o jogo que iria começar. Se dirigiu ao balcão para poder pagar e foi agraciado com um “Obrigada! Tenha uma ótima noite!” e mais um sorriso da jovem mulher.

– Você pode me dar o seu número? – pediu ele, com um sorriso cheio de dentes.

Ela ficou vermelha. Disse que não.

Pobrezinha, toda tímida.

Talvez ela não pudesse falar por que seu chefe estava por perto? Bom, seu turno não iria demorar a terminar.

Foi fumar um cigarro lá fora e começou a conversar com os frentistas sobre ela.

Já passavam das 22h. Quanto tempo mais ela ficaria lá?

22h30 ela saiu e começou a caminhar na direção oposta do posto de gasolina.

Agora que estava sozinha, quem sabe ela ficassem menos tímida. Foi atrás dela.

– Oi! – ele disse.

A moça simpática se assustou. Respondeu “oi”, mas continuou a caminhar.

– Você é muito simpática, sabia?

Ela agradeceu… E acelerou o passo até chegar na parada de ônibus. Ele parou ao lado dela.

Parece que a timidez não era por causa do chefe. Afinal, lá estava ela com as mãos tremidas e batendo o pé no chão, olhando ansiosamente para a estrada.

– Agora você pode me passar seu número? – perguntou ele.

– Tenho namorado.

Pronto.

Seu mundo desabou.

Ele escondeu o rosto nas mãos, como quem não quisesse acreditar em algo. Como ela pôde fazer isso com ele?

Como ela pôde traí-lo?

Talvez ele não tivesse sido um bom companheiro. Talvez ele a deixasse muito tempo sozinha e ela acabou se sentindo carente. Mas ele iria voltar atrás, recuperar tudo e pedir desculpas a ela.

Quase duas horas se passaram. Ele já estava em casa, olhando com muito amor a mulher mais linda do mundo despertando na cadeira em seu porão.

– Onde estou?

Pobrezinha, tão abalada. Mas ele estava ali, para protege-la.

– Moço, por que você está fazendo isso comigo? Eu nem te conheço!

Ela estava claramente confusa. Não se lembrava mais dele. Ele tentou lembra-la, disse que o sorriso que ela deu a ele na loja era um indicio de que eles eram destinados a ficarem juntos, que eles foram e sempre deveriam ser namorados.

– VOCÊ É LOUCO!

Lentamente, ele se aproximou de seu ouvido e disse:

– Eu sempre fui sozinho, sabe? Mas agora você apareceu e eu finalmente posso fazer o que todas as pessoas que namoram fazem.

– O quê?

Ele apontou a cabeça para trás da cadeira. Ela se virou e por pouco não desmaiou.

Atrás dela, em uma prateleira baixa, vários potes com corações humanos estavam organizados em uma linha horizontal. Todos os potes, menos um. O último estava vazio.

Agora foi a vez dele de dar um enorme sorriso simpático.

– Te amo tanto, que quero guardar você em um potinho!



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