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História Radio 1944 - Stony - - Epilogue - The Happy End -


Escrita por: xabellquinn

Notas do Autor


Oie! Um Epílogozinho só para vcs não dizerem que sou má!
(Depois de um milhão de anos)

Músicas mencionadas:
Time In a Bottle - Jim Croce
A Thousand Years - Cristina Perri
Demons - Imagine Dragons
The Scientist - Coldplay
A Little Bird Told me - Evelyn Knight
All of the Stars - Ed Sheeran (Pq é a música da fanfic)


Enjoy!

Capítulo 2 - Epilogue - The Happy End -


Fanfic / Fanfiction Radio 1944 - Stony - - Epilogue - The Happy End -

1946

Natasha pulou de dentro do helicóptero correndo em direção a bifurcação na neve, um dos homens amarrou-lhe uma corda na cintura e ela desceu dentro do buraco, encontrando  ao que parecia ser uma sala de comando, ou algo do tipo, estava tudo coberto de gelo. Ela andou pelo local, mas algo lhe chamou atenção.

Um borrão  passou por seus olhos e ela não conseguiu acreditar. 

- Ajude-me aqui Dotty...

 

                                                                                                       -X- 

If I could save time in a bottle

(Se eu pudesse poupar tempo em uma garrafa)

The first thing that I'd like to do

(A primeira coisa que eu gostaria de fazer)

It's to save everyday till eternity passes away

(Seria guardar todos os dias até o fim da eternidade)

Just to spend them with you

(Apenas para gastá-los com você)

30/10/1947 - New York

Tony olhava para o jardim da enorme mansão da janela de seu quarto, sua pequena filha corria pela grama verde descalça, usando apenas um de seus muitos vestidos floridos, seus longos cabelos loiros e lisos esvoaçavam ao que a menina corria atrás do coelhinho cor de creme que fôra pelidado, por Tony, de Petey, ele lembrava de como o namorado -que morreu dois anos depois de Peter em um campo de concentração- do Parker o chamava, Wade... Era um bom rapaz, não tinha família a não ser o pequeno moreno com quem mantinha um saudável relacionamento, depois que havia ido para guerra havia perdido o contato com seu amor, e sendo assim, nunca soube da morte do mesmo. Tony sentia tanto por seus amigos... 

Ele avistou seu padrasto, Jarvis, se aproximar da pequena Sarah com biscoitos e um copo de leite, sorriu com a cena, Sarah batendo palminhas enquanto, finalmente, segurava o coelhinho em seus braços. Seu olhar foi desviado para a porta de seu quarto que abria-se lentamente, rangendo um pouco, ele sentiu o perfume adocicado de Peggy impregnar no ambiente e admirou os belos traços que o rosto dela formavam... Nesses anos que haviam se passado, Peggy havia encontrado uma pessoa para dividir sua vida, Angie Martinelli, era uma garota simples, porém muito bonita, simpática e educada... O Stark estava feliz por sua amiga.

- Pensando na vida, pequeno? Acho melhor parar, já estou sentindo cheiro de fumaça... - A morena provocou recebendo um olhar divertido do amigo, Tony puxou seus suspensórios pretos dando um estalo no elástico. Ele virou-se para o porta retrato ao lado de sua cama, pousado no criado-mudo, ao lado de um pequeno rádio, a foto um pouco desbotada de Steve sorrindo estava lá. - Você sabe que ele pode estar vivo, não sabe? - Peggy lhe tocou o ombro sentindo o rapaz tremer.

- Não quero alimentar minhas ilusões, já está mais que na hora de eu seguir minha vida, mas está sendo tão difícil... - Ele suspirou fechando os olhos com força, as lembranças daquele dia acinzentado em um minusculo apartamento do Brooklyn... - Estávamos enlaçados um ao outro naquela noite... . - Sua cabeça voltou seus pensamentos aquela noite, os braços de Steve o rodeado, o sabor do loiro, o perfume inebriante, cítrico e deliciosamente masculino. Peggy suspirou e lhe puxou uma das mãos. 

- Vamos... Precisamos de você no laboratório, as pesquisas estão se arrastando naquele lugar, fora que precisamos fazer os testes dos resultados do soro... - A morena sorriu para ele e arrumou seus suspensórios e a gravata preta que pendia em seu pescoço. 

- Não acho certo fazerem pesquisas com a minha filha... Ela não é um ratinho de laboratório... - Tony sussurrou com raiva no olhar, havia adquirido um certo humor acido e uma ironia acentuada de uns tempos para cá. - Me dói... E ainda tem esse maldito soro... Eu não preciso disso... 

- Eu sei que é terrível, mas Anthony! É para a segurança de vocês! - Ela disse lhe tocando o queixo sentindo a rala barba dali, e sorriu amarelo para aquele homem, que lhe mais parecia um menino indefeso.

- A minha época me limita... A tecnologia é tão primitiva. - Ele suspirou abraçando sua melhor amiga, como quando abraçava sua mãe quando sentia medo de algo, era uma pena que tivesse passado tão pouco tempo junto dela. 

- Venha, vamos trabalhar senhor-limitado-pela-tecnologia-primitiva...

- Não acha que aquele laboratório pode muito bem sobreviver sem mim, Carter? - Indagou se dirigindo a saída de seu quarto, precisava respirar ar puro, brincar um pouco com Sarah, quem sabe, sua pequena de lisos cabelos bagunçados precisava de sua atenção. 

- Acho que aqueles mutantes não conseguem segurar a barra sozinhos, por mais que Charles seja bom. - Ao chegar a sala, Tony ouviu a melodia tão conhecida soar no rádio. Moonlight Serenade... 

- Essas pessoas não têm outra música para tocar? Céus! - Estava prestes a desligar quando ouviu...

''Voltamos com mais um: Aventuras do Capitão América, com Petty Carver, Harold Star e seu amado Toby Star...''

Peggy deixou uma gargalhada ecoar ao ouvir tudo aquilo, a expressão que Tony fazia era mais engraçada possível, para a morena claro. 

''Oh, Steve, sei que não tem como mudar a rota, mas você precisa saber antes de tudo, que te amo, mais que tudo!'' A voz melodramática do ator fez Tony bufar puxando o fio do aparelho com brutalidade. 

- Mas. Que. Merda... é essa? - Seus olhos transbordavam raiva, o lábio preso entre os dentes em um claro sinal de que estava se controlando ao máximo para não disparar três tiros contra o rádio a sua frente. Como ousaram? 

- Seu pai já está cuidando disto, não se preocupe... - Jarvis apareceu com Sarah em seus braços, a menina estava com a boca suja de chocolate, e ainda tomava leite em sua mamadeira, a feição irritada de Tony dispersou-se quando a sua pequena sorriu estendendo os bracinhos em sua direção. - Falando em seu pai, pediu para que passasse na SSR com a senhorita Carter, Duli parece ter um caso. - Jarvis disse entregando a neta ao enteado. 

- Algo relacionado à Romanoff e seu desaparecimento? - Peggy indagou enquanto arrumava os cabelos de frente ao espelho da sala, fazia mais de um ano do desaparecimento de Natasha em uma missão na Rússia. 

- Leviathan diz algo para você? - Edwin olhou aflito para a morena que paralisou o movimento de suas mãos e focou nos olhos castanhos do antigo mordomo da mansão Stark. 

- Sala Vermelha? Onde Natasha fôra treinada? - Tony interviu trocando a atenção que dava a sua menina para o dialogo entre os outros dois presentes. Sala Vermelha, Leviathan, tanto fazia o nome que esses malditos usavam, mas Tony sabia quem nem todas as mulheres treinadas lá eram como Romanoff. Malditos comunistas soviéticos. - Creio que teremos que mudar nosso cronograma, Peggy, querida. - Sim, teria que deixar sua filha outra vez sob os cuidados de Jarvis enquanto exercia o trabalho de procurar por Natasha. 

                                                                                       -x-x- 

- Uma mulher fôra avistada  na suécia por agentes, não têm certeza de que seja Romanoff, mesmo assim enviaram as fotos recolhidas. - Sousa jogou um envelope com papeis sobre a mesa de Peggy. Tony prontamente pegou uma foto a colocando contra a luz a fim de garantir sua autenticidade. Uma mulher alta caminhava ente civis na porta de um restaurante, uma mais baixa a acompanhava, os cabelos ruivos a altura dos ombros, sem penteado algum, roupas informais, o rosto não era captado, assim como o do homem barbudo a sua direita. 

- É a Nat, a reconheceria de olhos vendados e debaixo d'água. Agora... Quem são essas outras duas pessoas? - Tony puxou mais duas imagens, tão reveladoras quanto a primeira. 

- Esse é o enigma. Nós não fazemos a menor ideia de quem possam ser essas outras duas pessoas. Além do mais, não temos certeza de data, recebemos recentemente, mas quem garante que não são antigas? - Daniel Sousa, um dos rapazes salvo por Steve na época da guerra era do mesmo esquadrão de Bucky, havia danificado gravemente sua perna com estilhaços de uma bomba, desde então, usava uma moleta para guiar-se. - Teremos sorte se os encontrarmos. Se isso acontecer. 

- Natasha sabe o caminho de volta para casa. - Tony afirmou largando papéis sobre a mesa. Seus olhos ardiam precisava de uma boa dose de Whisky e seus números e invenções. 

- Talvez ela não queira voltar para casa. - Jack Tomphson debochou recolhendo os relatórios e fotografias espalhadas pela mesa de Peggy.

- Ou apenas esteja sendo impedida de voltar para casa. - Carter finalizou. Tony preferia concordar com ela, não aguentaria perder outra pessoa dessa forma. Eles iriam encontrar Natasha, não importa o tempo que isso durasse. 

                                                                                       -x-x- 

29/01/1948

The day we met

(O dia em que nos conhecemos)

Frozen, I held my breath

(Congelado, segurei minha respiração)

Right from the start

(Desde o inicio)

I knew that I found a home for my heart

(Eu sabia que tinha encontrado um lar para o meu coração)

Um copo de Whisky fôra arremessado na parede com brutalidade. Eram 03:45 da madrugada, e lá estava Tony dentro de seu laboratório na SSR. Tinha chegado em casa a tempo do jantar, e de colocar Sarah na cama, mas não conseguiu ficar um minuto parado em sua cama, sabendo que amostras do sangue de Sarah e Steve estavam sendo analisadas a todo minuto naquela droga de lugar. Respirou fundo mais uma vez, seu jaleco já estava molhado de soluções que nem mesmo ele sabia o que eram, o cheiro de álcool era forte, o de bebida e cigarro também. Tony voltava a rabiscar freneticamente no quadro negro a sua frente, números e mais números, equações, probabilidades. Peças de um quebra-cabeça incompleto.

- Ninguém nunca o alertou o quanto é perigoso manipular um cigarro quando se está próximo a substancias inflamáveis, Stark?  - O Dr. Wilkes invadiu sem permissão o lugar. Ele trabalhava para a Isodyne, mas aos tempos livres ajudava Tony em suas pesquisas e tentativas falhas de localizar Natasha de algum modo, assim como Bruce Banner, um bioquímico recém chegado na SSR. 

- Não percebi. - O moreno apagou o cigarro em um copo de água destilada ao seu lado. - O que me diz? - Puxou o braço do Físico o pondo de frente ao quadro negro rabiscado. 

- Sim, está perfeito. Só pare de ingerir ópio, Sherlock. - Jason olhou com desdém o rotulo da garrafa destampada ao lado do Whisky, e Anthony sorriu irônico para o colega.

Time stands still

(O tempo para)

Beauty in all she is

(A beleza em tudo o que ela é)

I will be brave

(Serei corajoso)

I will not let anything take away

(Não deixarei nada levar pra longe)

What's standing in front of me

(O que está na minha frente)

Every breath

(Cada suspiro)

Every hour has come to this

(Cada momento trouxe a isso)

- Longitude e latitude calculadas? Onde acha que o avião foi largado? - Wilkes indagou seguindo os cálculos de Tony na lousa.

- Berlim, Alemanha. Segundo o localizador, meu pai trabalhava com tanta coisa furtiva, mas graças algo divino este avião não era um deles. - Anthony traçou as linhas em um mapa posto sobre a grande mesa de metal gelado. 

- Ele sobrevoou a Finlândia e a Suécia, estamos indo no caminho certo. - Jason afirmou se distanciando de Anthony e voltando aos próprios cálculos.

- Eu espero.... - Mais um gole de ópio, e mãos a obra. 

 I have died every day waiting for you

(Eu tenho morrido todos os dias esperando por você)

Darling, don't be afraid

(Querido, não tenha medo)

I have loved you for a thousand years

(Eu tenho te amado por mil anos) 

I'll love you for a thousand more

(Te amarei por mais mil)

And all along I believed I would find you

(O tempo todo acreditei que te encontraria)

Time has brought your heart to me

(O tempo trouxe seu coração para mim)

I have loved you for a thousand years

(Eu tenho te amado por mil anos)

I'll love you for a thousand more

(Te amarei por mais mil)

I'll love you for a thousand more

(Te amarei por mais mil)

One step closer

(Um passo mais perto)

Com sorte Steve também seria encontrado... 

                                                                                          -x-x-

When the days are cold

(Quando os dias estão frios)

And the cards all fold

(E as cartas foram lançadas)

And the saints we see

(E os santos que vemos)

Are all made of gold

(São todos feitos de ouro)

 

- Esse era o seu pai, Steve Rogers. - As mãozinhas gordinhas agarraram o álbum e fotos de Tony, que sorriu para a cena, Sarah mantinha uma feição concentrada, semelhante a sua quando pesquisava algo, mas o bico que fazia com os lábios, era o mesmo que Steve fazia quando analisava um mapa com demarcações importantes. - Os cabelos. - Segurou uma melena das madeixas da menina e lhe mostrou. - Iguais os seus, loiros, lisos. - sorriu vendo Sarah lhe olhar com aqueles olhos brilhantes. - Os olhos azuis, lindos. - Seus dedos passaram por sobre a imagem colada ao papel, Steve sorria ao lado de Bucky e Peggy, Tony estava ao lado de seu noivo segurando o escudo do mesmo despreocupadamente, seu pai que havia tirado a foto. - Mas os seus são mais bonitos, tem um pouco de mim aí. - Sorriu puxando a menina para um beijo na testa.

- Papa Steve! - Sarah sorriu para a outra imagem, Steve olhava sério para a câmera.

- Sim, o Capitão Papa! - Jogando a loirinha na cama começou a lhe fazer cocegas, que eram revidadas com gargalhadas altas e fofas, o corpinho de Sarah se contorcia desviando dos carinhos de seu pai, e Tony sentiu seu peito aquecer. Ele queria acima de tudo proteger aquela criaturinha em seus braços, precisava guardar seus demônios para si, e cuidar do bem mais precioso de sua vida, Sarah Maria Rogers.  

I want to hide the truth

(Eu quero esconder a verdade)

I want to shelter you

(Eu quero abrigar você)

But with the beast inside

(Mas com a fera dentro)

There's nowhere we can hide

(Não há onde nos escondermos)

Eram momentos assim que Tony não queria perder. Eram momentos assim que Tony gostaria de ter seu noivo junto de si. 

                                                          30/06/1948         -x-x-

Nobody said it was easy

(Ninguém disse que seria fácil)

It's such a shame for us to part

(É uma pena nos separarmos)

Nobody said it was easy

(Ninguém disse que seria fácil)

No one ever said it would be this hard

(Mas também não disseram que seria tão difícil)

Oh, take me back to the start

(Oh! Me leve de vota ao começo)

                            Mais uma noite em claro, mais uma vez por sua culpa, sabe como isso está matando-me? Ingerir substancias alucinógenas, bebidas, cigarro, drogas, nada disso me faz ter uma sensação mais concreta de ti. Por quê? Poderíamos ter mudado aquela rota, poderíamos ter feito tantas coisas se você tivesse me escutado, porra! Sua filha tem 3 anos, lindos cabelos loiros como os seus, olhos azuis esverdeados, extremamente inteligente, oras, Sarah também é uma parte minha. 
                          Se um dia você retornar, por favor, saiba o quanto eu te amo.

Eternamente seu, Anthony E. Stark. 

Acabou mais uma nota, jogou dentro de sua gaveta, tantos outros bilhetes ocupavam o parte de sua escrivaninha. Voltou ao seus cálculos. O mapa da Europa demarcado em vermelho e azul, possíveis rotas, possíveis caminhos. 

- Tony! Tony! O localizador deu novos sinais! Jason conseguiu anotar antes que tudo explodisse, - Bruce soltou um riso anasalado, arrumando os óculos em seu rosto. O pulo do Stark da cadeira fôra rápido, puxando das mãos de seu amigo as coordenadas da última localização do avião usado por Natasha.

I was just guessing at numbers and figures

(Eu só estava analisando números e figuras)

Pulling the puzzles apart

(Montando o quebra-cabeças)

Questions of science, science and progress

(Questões da ciência, ciência e progresso)

Do not speak as loud as my heart

(Não falam mais alto que meu coração) 

  Latitude: 38°53′42″ N 
Longitude: 77°02′10″ O 

Altitude do nível do mar: 6 m  

- Washington, DC! - Exclamou sorrindo enquanto apertava o papel em suas mãos. - Vamos para Washington, doutor Banner. - Seu sorriso quase rasgava seu rosto, estava perto de encontrar sua amiga. Pelo menos Natasha ele encontraria. Olhando os porta-retratos postos em sua banada, via Nat sorrindo junto a Steve e Bucky, com a pequena Sarah em seus braços, uma das raras vezes que usou seus cabelos loiros, e uma oficial, Peggy, Tony, e a bela ruiva.

                                                                              -x-x-

- Acha que isso dará certo, senhorita Romanov? - Dotty indagou tamborilando os dedos no painel do carro que a ruiva havia roubado. Underwood olhava inquieta para o homem adormecido no banco de trás. - Cruzar a fronteira da capital dos Estados Unidos, sendo duas mulheres Russas, com um homem aparentemente morto dentro de um carro roubado. - O plano parecia um fiasco para quem não conhecia Natasha e sua influência.

- Eu sou conheço uma certa Oficial do governo. - Sorriu acelerando o carro. - Lembra-se de Peggy Carter? - Indagou alto o suficiente para vê-lo sorrir através do retrovisor. 

I gave you and your black widow

(Eu te dei sua viúva negra)

                                                                                       -x-x- 

- Preciso falar com Peggy, onde ela está Angie? 

- Recebeu um telefonema pela manhã, saiu como uma louca de dentro de casa, disse que era importante. 

- Certo. Peça para que me ligue assim que retornar, tenho novidade. 

                                                                             -x-x- 

Estava tudo pronto para sua viagem, Jarvis repassava o programa, teria que sair junto com Howard e Sarah para disfarçar o súbito sumiço de Tony por alguns dias de casa, mas a pequena era inteligente, sabia que seu papai estava trabalhando em encontrar sua tia Nat. Eram por volta da 08:00 da noite, seus pais tinham acabado de sair para um restaurante no Brooklyn, claro, após Tony insistir muito. Jason viria com Bruce, portanto não precisaria incomodar seu motorista, Happy, que havia sido dispensado por esta noite. Checou as janelas do seu escritório, subindo lentamente os degraus, enquanto cantarolava uma melodia um tanto incerta. 

The little bird told me we'd be happy

(O passarinho disse-me que seríamos felizes)

And I believe that it's true

(E eu acredito que é verdade)

This little bird told me we'd be married

(Este pequeno pássaro disse-me que seríamos casados)

Yea, Yea, And I believe that it's true.

(Yea, Yea, e eu acredito que é verdade) 

- Este pequeno pássaro só podia estar bêbado quando disse tudo isso. - Riu-se entrando no abrindo a porta do quarto de Sarah. Seu corpo retesou, a janela meia aberta fazia a fina cortina branca esvoaçar pelo quarto. Nada além da luz do luar como iluminação. Ele lembrava de ter fechado a janela, respirou fundo procurando o coldre em sua cintura. 

Merda! Como podia ter esquecido sua arma? 

Passos cautelosos foram dados, suas mãos tatearam no escuro a porta de seu quarto, a encontrando e escancarando no mesmo segundo. Seus olhos castanhos seguiram até o criado mudo, onde a pistola calibre 38 repousava dentro do seu coldre ao lado da foto de Steve. Seus passos em direção à Colt Gold 1911 foram interrompidos pela forte mão sobre seu ombro. Por reflexo seu braço esquerdo voou em direção o antebraço da pessoa que lhe segurava, a falta de iluminação dificultava, e o capuz junto do sobretudo fazia com que Tony não visse parte alguma do corpo do homem. Num golpe rápido puxou a mão do encapuzado, ficando de frente para ele, revidando co um chute, prontamente desviado. 

- Droga! - Revidou com um soco no maxilar de quem quer que fosse ali, se afastava em direção a sua arma, mas o encapuzado estava decidido a não o deixar seguir. Entre socos e ponta pés seguiram o quarto, Tony lhe puxou pelo braço esquerdo conseguindo lhe desestabilizar no chão. A porta do banheiro fôra aberto num baque... Tony caiu por cima homem, pôde ver sua barba, acendeu a luz com um pouco de dificuldade, pois estava sobre o peito do encapuzado. - Vamos ver quem se esconde aqui. - Ele estava irado, puxou com força o capuz que cobria o rosto do homem. Mas ele foi mais rápido, segurando os braços de Tony com força, que reconheceu o anel com a pedra âmbar na mão esquerda. 

Ele esperava um soco, um tiro, uma facada... Mas em vez disso... Um beijo. 

Aquele beijo. 

Os lábios gelados, finos e rosáceos. 

Os lábios dele...  

Desgrudou-se de Steve, sentindo lágrimas em seus olhos ainda fechados, sentiu a barba áspera do seu amado.

- Eu senti tanta falta... - Aquela voz rouca inconfundível, o cítrico do perfume de Steve, a pele macia de suas mãos. - Eu te amo tanto... Olha para mim, preciso ver seus olhos... - O rosto agora molhado de Tony fôra acariciado por Steve de forma doce. 

- Você é uma ilusão? - Mais lágrimas, as mãos curiosas tateavam o rosto, peito, cabelo do Rogers. 

- Não, não meu amor, eu não sou uma ilusão. Eu sou real, estou aqui de verdade... - Steve sorriu puxando seu noivo pela cintura, o abraçando com força. 

- Steve, você... como? - Seu peito doía, seu desejo era explodir em lágrimas, sobre o peito do seu amado. 

- Bom, para e te contar precisamos sair do chão do seu banheiro. - Steve sorriu levantando com Tony em seus braços, direcionando-se ao quarto mal iluminado. - Natasha me encontrou, congelado. É uma longa história... - Ele também chorava, estava com tanta saudades do amor de sua vida. - Ela é uma menina, certo? - Mais lágrimas incessantes.

- Sarah... Sarah Maria Rogers. - O Stark mirou os olhos azuis molhados de Steve. - Em homenagem a nossas mães... - Sorriu triste, sem parar de olhar no fundo dos olhos de seu amado. 

Em meio a lágrimas sorrisos eles deitaram-se juntos na enorme cama do mais novo, afagos, caricias beijos, e sussurros de amor. E naquela noite quando Howard e Edwin chegaram em casa com a pequena Sarah adormecida em seus braços, Steve Rogers, o Capitão América, conheceu o que era um amor verdadeiro, um amor acima de todos outros amores que já sentiu em sua vida, o amor de um pai para com uma filha. 

                                                        24/12/1949   -x-x-

Anthony acordou na manhã de natal, sentindo-se enjoado, a algum tempo já sentia-se assim, Steve estava deitado ao seu lado lendo um livro sobre música, ou algo do tipo Tony não havia prestado atenção, ultimamente sua concentração estava afetada. 

- Bom dia, bela adormecida... - O loiro saudou sorrindo genuinamente para o moreno, que espreguiçava-se como um gatinho em sua cama. Tony sentiu os afagos em seu cabelo e quase ronronou.

- Não... não faça isso. - Sorriu puxando o corpo do seu noivo mais para junto, a falta de roupas ajudava no contato, a pele macia e cheirosa do seu capitão, o cheiro de Steve era o único que ele estava suportando de um tempo para cá. - Preciso falar com Peggy, tenho algumas suspeitas de um caso. - Rogers franziu as sobrancelhas acariciando a barba de Anthony. Seu noivo era definitivamente o homem mais lindo de todo o universo.

- No natal? - Indagou sorrindo, apesar de tentar parecer aborrecido. 

- Sim, um caso muito longo, mas só quando eu tiver certeza de tudo, okay? Agora vem cá, levanta, toma um banho quente comigo, faz amor comigo, e depois nós descemos para tomar café com a família. - Steve levantou-se puxando o rapaz desnudo por sobre seu corpo caminhando até o banheiro, aos beijos. 

- Eu te amo...

                                                                                   -x-x-

- E aí... Você acha que-

- Eu tenho certeza absoluta! Anthony, são os mesmos sintomas de quatro anos atrás. - Peggy exclamou segurando os ombros de Tony, um sorriso enfeitava seu belo rosto - Você está esperando um bebê! - Tony abraçou a melhor amiga segurando o seu baixo ventre, onde, pela segunda vez, crescia uma vida. 

                                                                              -x-x-

- Vamos logo Sarah, não escolheu seu vestido ainda? - Steve entrou no quarto vendo a cena mais fofa do mundo. Sua filha com u biquinho emburrado enquanto Tony parecia enrolado na fitas de cabelo rosa da menina, uma trança frouxa pendia pelos longos cabelos loiros da garotinha.

- Papai Tony não sabe fazer uma trança lateral! - Ela bateu o pé no chão fazendo o carpete soltar poerinha. Tony sorriu de lado conseguindo soltar suas mãos da fita rosa, Steve ajoelhou-se de fronte a sua filha e acariciou o cabelos desfazendo os nós feitos por Anthony.

- Anthony Edward Stark não sabe fazer uma simples trança! Céus... Que absurdo. - Rogers sorriu transpassando mechas por mechas dando forma no cabelo da garotinha. Lembrou-se de quando ainda era um garoto e via sua mãe fazer isso em seus próprios cabelos, ou passar o batom vermelho em seus lábios, sentia tanta saudades dela, Mas agora poderia ''reviver'' aquilo, ver sua pequena Sarah crescer.

- Vamos, vamos, Howard está convocado a todos, temos boas notícias a serem dadas nessa ceia. - Peggy apareceu na porta usando seu vestido roxo e rosa com renda, seus cabelos negros bem penteados, e sua maquiagem simples mas bonita. Saíram do quarto de Sarah, com a menina no colo da sua  madrinha Peggy, enquanto Steve abraçava a cintura de Tony observando as caras e bocas da loirinha. Ao caminho pararam ao flagrar Howard abraçado a Edwin, lhe beijando. 

- Céus! A quanto tempo não vejo essa cena! - Tony brincou chamando a atenção de seus pais, que também seguiram para a sala, onde já se encontrava uma discussão sobre batons e esmaltes, entre Violet, noiva de Daniel Sousa, Angie, Natasha e Dotty. 

- Não tínhamos muito tempo para isso, mas enfim, - Edwin defendeu-se um tanto ruborizado - falemos de outros assuntos. Ligue o rádio, Howard, querido.

- Todos têm um par, não é justo quando eu e Romanov estamos a ver navios! - Dotty protestou ao que a música instrumental soou no local. Violet dançava com Sarah nos braços, Daniel não era muito chegado a passos de dança, devido sua perna. 

- Não mais, creio eu... - Bruce Banner e Jack Thompson cruzaram a soleira da porta, e claro, Tony tinha que soltar uma dessas, já sabia do interesse mutuo entre Romanoff e Banner. 

Entre risadas, rubores, e bebidas a noite se seguiu tranquila, o rádio tocava em som ambiente, agradável a todos presentes ali. Sarah a muito dormia nos braços de Tony, que sempre negava os copos de whisky, taças de vinho ou champanhe, algo notado por todos ali. 

- Meia noite finalmente não aguento mais esperar para comer... - Dorothy exclamou levantando-se para ajudar Peggy, Angie e Jarvis na mesa. Steve levara Sarah para o quarto ficando um tempo por lá, gostava de admirar sua filha dormindo, era como uma confirmação de que nada daquilo era um sonho ou um tipo de alucinação.

- Anthony, vinho? - Howard se aproximou do filho com uma taça, esperando uma resposta para sua pergunta muda, algo como ''O que tem de errado com você, pirralho?'' 

- A não ser que queira embriagar seu segundo neto ainda no ventre. - O Stark mais velho retesou no lugar olhando para o filho de forma quase indecifrável, Tony odiava quando isso acontecia, ele apenas focava seu olha sobre si e não esboçava nenhuma expressão. 

- O quê? Segundo neto? - Edwin apareceu usando uma especie de avental florido, e Tony sorriu concordando. - Teremos mais um bebê por aqui! - As mulheres presentes sorriram felizes, té mesmo Underwood. 

- Outro bebê... - Steve sussurrou próximo ao ouvido do noivo enquanto lhe abraçava por trás.

- Sim... teremos outro bebê meu amor... - O Stark lhe beijou apaixonado esquecendo de todos ao seu redor. 

- Sou muito jovem para ter dois netos! - Howard exclamou abruptamente atraindo a atenção de todos, arrancando gargalhadas. - Meu bebê vai ter outro bebê! Digam-me onde está meu pequeno Anthony... - Edwin abraçou seu marido, que parecia incrédulo e feliz demais para dizer algo que fizesse sentido.

                                                               Meses depois -x-x- 

- Papai, como o bebê vai sair dessa melancia? - Sarah indagou pela terceira vez à Tony, que só conseguia rir e gargalhar cada vez que a pergunta era refeita, isso já estava irritando a pequena. 
Tony agora arrumava as pequenas roupinhas junto a Sarah, que surtava com cada sapatinho que guardava na comoda do bebê. - Como o bebê se chamará se for uma menina? - Tony parou de dobrar camisetinhas e mirou os olhos azuis de sua filha. Boa pergunta, Sarah...

- Não sei, o que sugere? - Perguntou relaxando na poltrona branca enquanto a loira subia em seu colo com um pouco de dificuldade por conta da barriga do pai. Ela fazia sua feição pensativa, Tony sorriu, Steve aparecia pela porta observando os dois... não, três, amores de sua vida naquela cena. O bebê, o pai, e a irmã mais velha. 

- Branca de Neve, talvez... - Tony gargalhou junto Steve. - Não! Elisabeth, como tia Peggy. Ou pode ser Natalia, como tia Nat, que tem dois nomes... Escolher nome de bebê é complicado... - Sim, Tony concordou internamente abraçando sua filha e chamando o noivo/marido para o abraço também. 

- Será Peter James. - Steve sussurrou ganhando a atenção do amado. 

- Como sabe que é um menino? 

- Intuição... - Riu beijando rapidamente os lábios do marido.

                                                                                                  -x-x-

- Onde ele está! - Steve corria por entre os corredores da Stark industries, Peggy lhe acompanhava, corria o mais rápido que podia com seus saltos vermelhos fazendo barulho no chão com cheiro de álcool. 

- Steve se acalma! Ele está bem, é só um parto, se acalme. - Rogers vestiu a touca verde água com pressa, enquanto entrava na sala de parto. Tony estava parcialmente coberto pelo lençol do hospital, seus olhos estavam fechados, mas ele mordia os lábios incessantemente. Steve seguiu andando calmamente, segurou a mão do seu amado, beijando a aliança com a safira no topo.  Foi rápido demais, um choro rasgou a sala, fazendo ambos os pais derramarem lágrimas d felicidade. 

- É um menino... - Steve sorriu beijando a testa de Tony.

- Eu te amo...

And, oh, I know

(E, oh, Eu sei)

I can see the stars

(Posso ver as estrelas) 

From America

(Dá América...)


Notas Finais


E então? Gostaram? Odiaram? Amaram? Detestaram? Comentem <3
Eu achei muito fofinho <3 Fiquei feliz <3


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