História Raging - Newtmas Fic - Season 2 - The Plan

— Acordem! — Passo correndo e gritando por Thomas, indo em direção ao quarto. Escorrego e caio de lado antes de subir a escada, mas isso não me impede de subi-las mesmo assim. — Pessoal! Temos notícias! Acordem!

 Abro a porta bruscamente, Scarlet e Dylan acordam assustados.

— Newt? — Ethan limpa os olhos. — O que houve?

— Eu tenho notícias, ruins, de casa.

 Eles acordam James, Cole e Evan. Nós descemos as escadas.

 Thomas me entrega uma toalha, eu ainda estava molhado por causa da chuva.

 Sento-me em uma das cadeiras, os outros formam um círculo em volta de mim. Pego meu celular na mochila e acesso o YouTube e procuro o vídeo.

 Então o narrador começa a falar:

 Aumenta o número de mortes em Westfield. Como sabemos, há mais ou menos um mês, um terremoto de grande escala atingiu a cidade que fica no interior de Connecticut.

 Até então, o número de vítimas era muito pequeno não chegava a 10. Atualizações recentes dos dados, nos informaram que, agora, o número de mortos já passam dos 120. 50% dessas mortes foram causadas por intoxicação e envenenamento.

 Então a câmera mostra Westfield. Totalmente destruída, há muito musgo e heras por todos os destroços. Não há sinal de vida.

 Carros amassados, pedaços de vidro no chão.

 É incrível como, apenas, as plantas e árvores sobreviveram a tudo isso.

 Nós sabemos que isso não foi causado por um terremoto, não naturalmente.

 Qualquer nova atualização, nós informaremos.

— Está pior do que eu pensava. — Falo ainda em choque. — Chloe não poupou ninguém.

— Temos que agir o mais rápido possível. — Sugere Cole. — Ethan, está tudo…

— Sim — Ethan está falando sobre os remédios —, essa é a hora.

 O celular de alguém toca.

— É o Mellet — diz Thomas, lendo a mensagem — Vai haver uma festa hoje à noite. Vocês conhecem Liam Anderson?

— Ele é da minha turma de biologia. — Scarlet se manifesta. — E é um tremendo gato.

— Ótimo, venham comigo. — Percebi ciúme no tom de voz de Ethan.

 Os outros começam a segui-lo, ficamos apenas Thomas e eu na cozinha.

— Podemos conversar agora? — Ele sorri, em seguida se senta ao meu lado.

— Claro!

— Por que está me tratando assim?

— Ora, Thomas! Você sabe.

— Não, Newt, eu não sei.

— Envolve o idiota do Mellet.

— Já lhe expliquei, Newt. — Thomas pega uma maçã na fruteira. — Eu não quero absolutamente nada com ele.

— Como eu posso confiar que você não troca mensagens com ele?

 Thomas tira seu celular do bolso e o coloca na mesa.

— Quer ver? — Ele faz o celular deslizar na minha direção.

— Não, é sua privacidade. — Thomas se levanta. Eu faço o mesmo.

— Então para de fazer doce. — Ele me puxa mais pra perto. — Estou com uma doença horrível e só você tem a cura.

— Qual?

— Abstinência. — Então Thomas me beija.

 É como nosso primeiro beijo, ou como o último. É muito… não sei explicar. É como fogo e água. Óleo na água. Duas combinações impossíveis, mas…

 Eu não sei, é incrível o que Thomas faz eu sentir. É perfeito.

— Idiota! — Sorrio de uma maneira boba. — Vamos. Eles estão nos esperando lá fora.

***

— ...e essas são pílulas que se dissolvem… — Ethan para de falar quando nos vê entrando em seu “laboratório”. Na verdade é uma casinha de madeira que fica no quintal da casa, pelas ferramentas e outros objetos, isso aqui funcionava como uma oficina. — os pombinhos voltaram, e perderam a explicação.

— Nos desculpe, senhor Smith. — Thomas abraça minha cintura, em seguida nos juntamos aos outros.

— Como eu estava falando — continua Ethan —, essas pílulas se dissolvem com a ajuda de qualquer líquido, seja saliva, vodka ou seja lá qual for o lugar vocês queiram colocá-las.

 Ele segura uma pequena pílula verde que, de início, parece totalmente inofensiva, mas dentro delas contém a fórmula que Ethan criou para transformar seres humanos normais em pessoas com superpoderes.

— Resumindo, qual o plano? — Dylan parece entediado com tudo aquilo. E eu só queria entender o que está acontecendo.

 Ethan me entregou um pano e um pequeno frasco de vidro com um líquido azul. Ele me falou para molhar o pano com o líquido e tampar o nariz, e se possível a boca, da minha vítima. Com certeza será o Mellet.

 Deu uma pílula a Dylan, outra ao Evan e a última para Thomas.

 Um frasco de perfume com líquido rosa foi entregue a Ariana, Ethan explicou que é preciso borrifar — obviamente — na vítima.

 Entregou a James um saquinho com um pó verde escuro dentro.

— Isso serve como… tempero. Você precisa colocar na comida, fazendo com que dissolva. — Explica Ethan.

 Ethan deu a Cole um batom.

— É sério?! — Ele pergunta indignado. — Não quer trocar comigo, Ariana?

— Claro!

— Desculpem… — pede Ethan — cometi um erro, o batom era da Ariana. Voltando…

 Quando finalmente chegou na vez de Scarlet, Ethan já havia esvaziado seu estoque de remédios. 

— Desculpe, Scar. Não leve para o lado pessoal, mas minha criatividade havia acabado. — A garota, obviamente, ficou furiosa, mas não discutiu e nem protestou. — Agora vão se arrumar, temos uma festa importante para irmos.

 Todos voltamos para casa.

 Decido tomar um banho, já que continuava molhado por conta da chuva, que agora se tornou apenas uma garoa.

 ***

 Algumas horas depois, todos já haviam se arrumado.

— Pessoal, criei um grupo para que possamos nos comunicar. — Avisa Ethan. — Agora vamos, não quero ser o último a chegar.

 Ellie não trabalha mais hoje, então Ethan decidiu pedir o carro dela emprestado.

 Thomas mandou uma mensagem ao Mellet, perguntando o endereço da festa.

***

 Consigo ouvir a música alta, mesmo faltando uma rua para chegarmos.

— Estão prontos? — Ethan estaciona o carro na frente de uma grande casa amarela.

 Saímos do carro.

 Há uma grande número de pessoas do lado de fora. Algumas estão bebendo, outras fumando. Não vejo Tyler por aqui.

— Podemos entrar? — Sugere Cole.

 Então todos seguimos adiante.

 A música alta, pessoas se beijando, fazendo jogos com bebidas, a pouca iluminação. Tudo me faz voltar ao dia 31 de outubro.

 Há um lado positivo e um negativo. Sinto que tudo o que fiz até aqui valeu a pena. Mas você não fez absolutamente nada, Newton. Penso sozinho. Conheci Thomas, isso basta.

— Se misturem — ordena Ethan —, e tentem não chamar muita atenção.

— Essa frase não existe no meu vocabulário. — Diz Scarlet, em seguida sai.

 Todos fazemos o mesmo.

 Decido ir pegar algo para beber. Toco no meu bolso, o frasco ainda estava lá.

— Newt! — Ouvir sua voz é como ouvir garras arranhando uma lousa.

— Olá, Tyler!