Oitavo capítulo — Destruída.
Abriu os olhos lentamente. Seu pescoço ainda doía, mas não como antes. Sentou na cama e viu o corpo do Youkai ao seu lado, abraçando sua cintura, sorriu, acariciando seu cabelo.
— Gosta disso? — Perguntou ele, sentindo a mão dela sobre seus cabelos.
— Acordei você? — Kagome perguntou com a voz serena, enquanto acariciava os cabelos do grande youkai que permanecia de olhos fechados.
— Não — Abriu os olhos dourados e mirou nos dela — Eu não durmo.
— Aham, claro que não... — Debochou do youkai e levantou-se, indo em direção a janela.
— Aqui — Chamou Sesshoumaru, fazendo ela se virar e olhar para ele. O youkai pegou algo na cômoda e jogou em sua direção, a garota levantou uma das mãos e segurar algo no ar, olhando para a coisa nas mãos em seguida — Enquanto usar estará protegida, ninguém vai saber da marca.
— Onde arrumou isso? — Perguntou colocando o objeto no dedo. Era um anel dourado com uma pequena pedra em cima.
— Isso não importa — Levantou da cama e foi em direção a garota — Importante e você ficar feliz.
— Ele funciona como a kekkai ?
— Ele é uma Kekkai... então não o retire, agora você pode sair sem ser morta... — kagome observava o objeto fascinada, Sesshoumaru abriu os lábios e falou em breves palavras — Não precisa agradecer — Deu as costas e foi em direção à cozinha.
Kagome sorriu e foi atrás dele. Chegaram a cozinha e Kagome sentou-se na banqueta próxima ao balcão. Cruzando as pernas e escorando seu cotovelo no balcão e seu queixo em sua mão.
— O que temos para o café? — Tentou irritar o youkai, mas não deu muito certo.
— Antes — Sesshoumaru segurou o rosto de Kagome e o levantou um pouco — Tire o anel, deixe-me ver se ainda está inflamado...
— O que? A marca pode inflamar? — Arregalou os olhos.
— A sua sim... ontem estava muito inchada, acredito que vai precisar de mais uns dias para se recuperar por completo... se bem que com essa voz você não vai mesmo trabalhar.
— Infelizmente.
— Se eu ver você com Bankotsu novamente, eu acabo com ele... e te castigo — Deu um breve selinho na garota que sorriu — Que foi?
— Ciúmes... — Deixou seu sorriso ficar mais largo e viu ele dar as costas e voltar a fazer o café da manhã.
Tomavam café juntos e Kagome contava sobre algumas coisas que haviam acontecido durante o tempo que ele ficou fora.
— E foi assim que Sango e Miroku ficaram pela primeira vez — Sorriu e viu o Youkai arquear a sobrancelha.
— Sempre achei que eles já namoravam...
— Não, Miroku é muito mulherengo... bem, ele era — Sorriu novamente. Porém, sentiu uma fisgada no pescoço e isso fez seus braços ficarem bambos e ela acabar deixando a xícara escapar, fazendo ela ir de encontro ao chão — Aí...
— Que foi? — Sesshoumaru segurou o rosto dela e fez com que encarasse seus olhos.
— Dói...
— Deixa eu ver — Sesshoumaru virou o pescoço de Kagome e pode ver que o inchaço continuava, levaria mais tempo do que ele havia previsto — Você vai ter que ficar deitada, vem — Pegou a garota no colo e a levou em direção ao quarto.
Deitou Kagome e sentou-se ao seu lado. Ela fechou os olhos com força e xingou algumas vezes, até sentir a dor passar completamente.
— Que droga foi essa? — Perguntou quando a dor passou por completo.
— Sua marca está inflamada, creio que é porque está doente, descanse, eu vou cuidar de tudo.
— Ótimo... Sua esposa deve estar preocupada — Revirou os olhos.
— Minha esposa está comigo — Rebateu.
— Você é muito engraçado — Fez uma careta e Sesshoumaru completou
— Não estou sendo engraçado... Nas leis youkais, minha esposa é você Kagome.
— Mas e Sara? — Arqueou a sobrancelha.
— Casei com Sara nas leis humanas, para youkais não serve de nada... foi somente para fins empresariais. Não sou obrigado a fazê-la minha.
— Por isso casou com ela, sem retrucar? — Kagome se sentou, mas Sesshoumaru a fez deitar novamente.
— Exato — Beijou o topo de sua cabeça — Agora descanse, não quero que se esforce muito...
— Pode me levar pra casa? Preciso ver Buyo... — Sesshoumaru a encarou e falou por fim.
— Promete não sair?
— Prometo... não vou sair sem seu anel — Mostrou o lugar onde o anel deveria estar, mas lembrou-se que havia ficado na cozinha.
— Okay — Respondeu por fim, vendo um sorriso se formar nos lábios da garota.
*
— Onde ele está? — Caminhava de um lado ao outro na sala de reuniões da empresa, o pequeno youkai verde estava nervoso.
— Se-Senhora Sara... Ele deve chegar em... — Sara foi para cima de Jaken.
— Jaken, onde ele está? — Sara pegava o pequeno youkai pelo pescoço. O suspendendo no ar.
— N-Não sei... — O ar faltava a Jaken, Sara começava a apertar com mais força, até que a porta foi aberta e o youkai de madeixas prateadas apareceu.
— O que está fazendo?
— Sesshoumaru — Sussurrou Sara, jogando Jaken no chão.
— Se... Se... — Tossia, tentando voltar o ar aos pulmões.
Sesshoumaru sentou-se à mesa e observou Sara sentar-se à sua frente. Ela sorria largamente, com um vestido vermelho colado ao corpo e um decote enorme. Porém, seu sorriso sumiu quando sentiu o cheiro que vinha de Sesshoumaru.
— Estava com ela? — A voz de Sara era fria.
— Jaken, os papéis... — Pediu Sesshoumaru. Ignorando a pergunta de Sara.
Ela apertou as unhas contra a palma da mão. Não deixaria isso barato, ela iria dar um jeito na humana intrometida que ainda tentava arruinar sua vida.
*
— Sim, lembra do que lhe disse na casa de shows de Inuyasha? — Perguntava a Youkai, abrindo a garrafa de vinho com sua garra e levando a boca da mesma até a taça.
— Sim, querida — Respondeu a voz do outro lado da linha — Pode deixar, cuidarei de tudo.
Sara desligou e deu um gole na taça de vinho. Se ela não podia sentir o corpo de seu Marido, Kagome também não poderia e nem iria sentir o corpo de mais ninguém.
*
— Kurosawa, venha cá — Kagome corria atrás do pequenino, diferente das crianças humanas, as hanyous ou youkais, andavam mais cedo.
Ambos riam da brincadeira. Kikyou e Inuyasha precisaram sair e resolver alguns problemas, Kagome então ficou com o bebê em casa, Inuyasha não confiava em deixar o pequeno com os empregados.
A porta do quarto se abriu, assustando Kagome e o pequenino.
— Que foi? — Perguntou a voz masculina, fazendo a garota pegar uma almofada e jogar nele. Fazendo Kurosawa sorrir por fim.
— Poderia ter o assustado — Kagome se levantou e foi até a porta, passando os braços por seu pescoço e selando seus lábios no do youkai.
— Não... — Sesshoumaru a afastou — É perigoso.
Lembrou ele, entrando no quarto e fechando a porta atrás dele. Foi em direção ao sobrinho e pegou o mesmo no colo, sentando com ele na cama.
Kagome observou a cena e cruzando os braços em frente ao corpo sorriu. Sesshoumaru daria um ótimo pai.
Caminhou lentamente até os dois e por fim lembrou-se de alguém.
— Sesshoumaru... — Chamou ela, fazendo o youkai a encarar, enquanto Kurosawa ficava com a cara séria e puxava uma mecha dos cabelos de seu tio — Onde está Rin? A vi no casamento, mas depois não...
— Rin está em um internato — Respondeu — Ela fica comigo nas férias, prefiro a deixar longe de Sara, pelo menos por enquanto.
Sesshoumaru pegou sua mexa dos dedos pequenos de Kurosawa, mas o bebê irritado bateu as mãozinhas nas próprias pernas e puxou com mais força.
— EI! — O repreendeu — Isso dói!
— Ela não está triste por estar lá? — Perguntou sentando-se ao lado do youkai.
— Acredito que sim, mas ela sabe que é para o próprio bem.
— Ela sabe sobre os pais? — Kagome sabia o que havia ocorrido com Rin porque Inuyasha havia contado, já que a mesma ficou anos sem ver Sesshoumaru.
— Não — Respondeu sem dar mais nenhum detalhe.
— Entendo — Suspirou — Desculpe, não deveria ter tocado nesse assunto...
— Acredito que suspeita — começou — Ela parou de perguntar se eles iriam voltar.
Kuro começou a chorar, Kagome rapidamente pegou o bebê no colo e verificou se ele havia sujado as fraudas, como constatou que não era isso, deduziu que era fome.
— Está com fome, vou pegar a mamadeira...
— Kagome — Sesshoumaru se aproximou e acariciou os cabelos da garota — Cuidado com os empregados... não tire o anel em hipótese alguma.
— Eu sei — Selou rapidamente os lábios nos de Sesshoumaru — Eu já volto.
Saiu do quarto, deixando o youkai sozinho. Sentiu algo errado naquele lugar. Sabia que alguma coisa iria acontecer com Kagome, por isso saiu mais cedo do trabalho e veio até ela.
Ele sabia exatamente onde ela estava por um GPS instalado em seu anel. Com Kagome ele não poderia bobear, ela era uma garota teimosa, o mais leve descuido e ela faria o que bem entendesse.
Ficou pensativo por um tempo. Aquela sensação de que algo poderia acontecer a ela por conta da marca não o abandonavam, precisava dar um jeito nas coisas o mais rápido possível ou Kagome correria mais perigo do que agora.
A porta se abriu e Kagome voltou com o bebê. Kurosawa estava mamando em sua mamadeira de maneira concentrada, nem dava importância as coisas a sua volta.
— O que foi, aconteceu algo? — Perguntou Kagome, vendo a expressão fria de Sesshoumaru.
— Não — Respondeu.
— vou fazê-lo dormir, logo Kikyou estará de volta... vai querer me acompanhar? — Sesshoumaru ficou mais próximo e acariciou o pescoço dela no local da marca, a fazendo gemer baixinho.
— Dói?
— Um pouco... as ervas que me deu ajudaram um pouco.
— Entendo — Constatou que a marca poderia estar pior que antes — Algumas vezes, a marca acaba sendo rejeitada pelo corpo do hospedeiro... mas não acho que seja isso caso.
— Rejeitada?
— Se eu tivesse a marcado e o sentimento que sente por mim não fosse amor, a marca poderia inflamar e a levar a morte...
— Não é o meu caso — Mostrou a língua — Mas ainda dói muito... tem horas que sinto tontura, eu estou realmente preocupada.
— Não deveria ter vindo cuidar do Kuro — Pegou o bebê das mãos da garota — Você não pode pegar peso.
— Eu vou ficar bem.
— Espero que sim. — Sesshoumaru deixou o bebê nos braços, retirou a mamadeira de suas pequenas mãos e entregou a Kagome. Ficou balançando a criança até a mesma pegar no sono, Kagome ficou observando, ainda não compreendia como ele e Sara haviam feito a criança dormir tão rápido.
— Escuta... como faz ele dormir tão rápido? — Sesshoumaru a olhou e soltou um sorrisinho de satisfação.
— Nunca vai saber... — Piscou.
— Ah... besta — Bufou, cruzando os braços.
Sesshoumaru colocou Kurosawa no Berço e foi em direção a Kagome, sussurrando em seu ouvido.
— Quando tivermos os nossos, eu conto a você — Mordeu o lóbulo da orelha da garota, a fazendo gemer baixinho.
— Para — Sussurrou, batendo de leve em seu peito.
— Venha, Inuyasha chegou.
*
— Qualquer problema...
— Eu já sei, agora vá para sua casa, Sara deve estar desesperada — Selou os lábios nos do youkai, que a segurava pela cintura, enquanto puxava seu corpo para cima do dele.
— Eu vou depois — Acariciou os cabelos da garota, passando a mão devagar onde a marcou e vendo a expressão de dor se formar em seus olhos — Tire o anel.
— Mas e a...
— Eu o protegi o apartamento antes de entrar — Kagome puxou o anel do dedo e então, ele pode ver que um pouco do inchaço havia passado, porém, ainda estava bem feio.
— Está muito feio, né?
— Sim — Acariciou o rosto da garota — Desculpe.
— Tudo bem... — Sorriu, selando os lábios nos dele levemente — Espero que minha voz melhore, eu não aguento mais falar fanha dessa maneira — Suspirou.
— Parece um pato — Apertou o nariz da garota devagar, a fazendo sorrir e então acariciou seu rosto devagar — Estou preocupado.
— Com o que? — Curiosa, ela perguntou.
— Não sei — Respondeu sincero — Tome cuidado enquanto eu não estiver.
— Pode deixar — Sorriu novamente e entre o riso ela ouviu batidas na porta — Quem será?
— Tem mesmo que ir? — Colocou o anel no dedo da garota, enquanto ela se levantou e foi até o guarda roupas.
— Sim... pode ser algo urgente — Kagome vestiu a calcinha e o sutiã de maneira rápida, pegando um vestido qualquer no guarda roupas e o colocando — Meu cabelo está bom?
— Pra mim está parecendo que você acabou de se deitar com um youkai lindo e maravilhoso e agora está indo correndo abrir a porta.
— Você não acha que está se achando demais?
Sorriu para Sesshoumaru e saiu, indo em direção à porta da sala. Abriu a mesma e o seu sorriso se desfez.
— Olá — O rapaz de madeixas negras estava do outro lado, observando seu rosto — O que foi?
— N-Nada — Respondeu "Droga! Sesshoumaru vai te matar, Bankotsu" pensou ela — Que faz aqui? — Tentou mudar de assunto.
— O que aconteceu com sua voz?
— Acho que foi por causa da praia... — Kagome tentava não dar brechas para que ele entrasse — Eu estou de repouso... ultimamente tem me dado febre.
— Nossa! Quer que eu te ajude com algo? — Ele começou a caminhar para entrar mas Kagome o deteve.
— Não há necessidade — Sorriu — Vou melhorar.
— Bem, eu vim te convidar para jantar, o que acha?
— Eu não poderei ir, estou de repouso — Lembrou a ele — Quem sabe outra hora — Sorriu.
O nervosismo começava a tomar conta, se Sesshoumaru começasse a desconfiar de sua demora iria aparecer do jeito que estava... se bem, que ele já deveria saber que era Bankotsu quem estava do outro lado da porta.
— Kagome... eu queria saber se, você não estaria interessada em...
A voz de Bankotsu parou e os olhos se estreitaram. Kagome arregalou os olhos e se virou devagar, como ela havia imaginado, Sesshoumaru apareceu, porém, não estava nu como ela havia imaginado que estaria.
— Ela já disse que não pode — Estreitou os olhos e viu Bankotsu dar mais alguns passos.
— Que diabos faz aqui? — O rapaz estreitou mais os olhos e rangeu os dentes.
— Não lhe devo satisfações — Respondeu Sesshoumaru, deixando Kagome com a cabeça latejando.
— Por favor, eu não estou bem, não comecem uma briga atoa... Sesshoumaru está me ajudando com certos documentos, como ele é formado em direito consegue ler com mais precisão que eu — Kagome mentiu, vendo o semblante de Bankotsu amenizar e as veias de Sesshoumaru saltarem mais que o esperado — Ban, por favor, volte depois.
— Se ele te incomodar, me avise — Bankotsu média Sesshoumaru, e este, apertava os punhos com força.
Assim que o rapaz saiu. Kagome fechou a porta e encostou a cabeça na mesma, sentindo que ela iria explodir.
— Humano idiota — Sussurrou Sesshoumaru.
— Sesshoumaru... — Chamou ela, sentindo tudo girar — Não me sinto bem.
— O que você tem? — Segurou o ombro da garota e a virou devagar, vendo seu rosto ficar vermelho e os olhos lacrimejarem — Droga... você passou no medico?
— Ele disse que estou gripada — Respondeu — E que poderia inflamar a garganta...
— Por isso a marca não está curando... vem cá.
Sesshoumaru a pegou no colo e levou para o quarto. Deitou Kagome sobre a cama e fez a garota descansar.
E mais uma noite eles passariam juntos, o que deixava Kagome cada vez mais preocupada.
*
— Minha cabeça ainda dói — Sorriu de maneira fraca — Mas não se preocupe, estou bem melhor.
— Eu vou estar com o celular... tenho uma reunião importante, tente não se meter em problemas — Beijou a testa de Kagome — E não saia de casa, mesmo que Kikyou te ligue.
— Tentarei — Sesshoumaru saiu, deixando a garota sozinha.
O gato de Kagome passou por ela correndo, o que a fez estranhar. Kagome caminhou até a cozinha atrás dele. Então, pecebeu que sua janela estava aberta. Estreitou os olhos e foi até a janela, a fechando em seguida. Tomaria um banho e tentaria descansar.
Passou um bom tempo embaixo do chuveiro, pelo tempo passado ali, acreditava que Sesshoumaru poderia ter ido e vindo da empresa várias vezes, sorriu com esse pensamento.
Ter o youkai da maneira que estava tendo para si era bom, porém, lembrava que Sesshoumaru ainda tinha que falar com o conselho e isso a deixava preocupada. Desligou o chuveiro e saiu, enrolando uma toalha em seu corpo. Precisaria comprar umas coisas, mesmo que Sesshoumaru tivesse lhe avisado para não sair, ela precisava comprar comida.
Caminhou devagar até seu quarto e quando estava prestes a abrir a porta, ouviu um barulho vindo da cozinha. Estreitou os olhos.
— Será que o Buyo tentou entrar no armário de novo? — Perguntou para si mesma, enqunato caminhava devagar até a cozinha.
Kagome estava segurando a toalha que envolvia seu corpo com força e então, arregalou os olhos ao ver a criatura sentada sobre o balcão de sua cozinha. Aqueles olhos, aquele cabelo... não era possível.
— Vejo que ainda se lembra de mim — Falou a voz rouca, chamando a sua atenção. Kagome deu um passo para trás e logo começou a correr, iria sair daquele local, não poderia ficar ali.
Foi inútil o esforço, acabou por tropeçar no tapete — Por estar com os pés molhados, acabou escorregando — e indo de encontro ao chão. Levantou o olhar por sobre o ombro e pode ver o homem começar a se mover atrás dela.
— Droga... — Sussurrou para si. Enquanto tentava se levantar e sair do próprio apartamento. Precisava de ajuda.
— NÃO CORRA! — A voz entrou em sua mente, fazendo ela já sentir as lágrimas a invadirem, estava ferrada, totalmente ferrada.
Com muito custo, conseguiu levantar, sentia o ar começar a faltar, a gripe deveria estar piorando. Apertou os olhos e começou a voltar a correr em direção a porta. Até que sentiu algo a puxar pelos cabelos e a fazer bater as costas no chão.
— Não tão rápido — Rosnou o youkai abaixando-se e ficando a segurar a garota no chão — Eu ainda me lembro que levei uma surra de seus amigos... fiquei com uma cicatriz sabia? — O sorriso sombrio do youkai tomava forma em seu rosto, enquanto ele levantava a franja para que Kagome pudesse ver a marca.
— Naraku, me deixa em paz — Kagome com a mão livre, acertou o nariz do youkai, o vendo cair para o lado, dando brecha para que ela pudesse levantar.
Não deixaria que Naraku abusasse dela, a primeira vez já foi assustador o bastante, mesmo sem ele ter conseguido, se conseguisse agora, seria bem pior... Já estava em pé e do lado da porta, tentando a abrir.
— MAS QUE PORRA... — Gritou Kagome quando a porta não abriu.
— Eu quebrei — Naraku cuspiu o sangue que passava de seu nariz para a boca — Não vai abrir por dentro.
Arregalou os olhos. Precisava chamar Sesshoumaru, ele daria um jeito no infeliz e a salvaria. O problema era COMO CHAMAR SESSHOUMARU. Seu celular estava no quarto, ela teria de passar por Naraku para chegar até lá e então conseguir falar com o outro.
— Venha, se você cooperar não vai doer... não muito — O sorriso macabro de Naraku continuava formado em seus lábios. Kagome engoliu seco, teria de passar por ele mas não sabia como.
Não demorou para o youkai pular para cima dela, foi a brecha que a garota precisava. Quando Naraku pulou em sua direção, pegou um dos vasos da sala e jogou em sua cabeça, quando ele foi ao chão, ela pulou por ele e correu para o quarto, tomando cuidado para não cair novamente.
— A salvo — Sussurrou, trancando a porta do quarto, enquanto corria desesperadamente até sua cômoda e procurava seu celular.
O achou embaixo de alguns papéis, de maneira nervosa procurou o número do youkai em sua agenda e deixou que tocasse. Sua respiração já começava a falhar, ela iria passar mal em breve e precisava se livrar de Naraku.
— Querida... — Chamava Naraku do outro lado da porta — Eu posso sentir o cheiro do seu medo.
Ele batia com força na porta. Kagome procurou por algo afiado em seu quarto, mas só achou um lápis que usava para escrever suas composições. Abaixou-se atrás do guarda-roupas, enquanto esperava que Sesshoumaru atendesse a ligação.
*
— Ótima escolha, filho — Falava Inu No Taishou, sobre o projeto proposto por Sesshoumaru.
Os demais socios também pareciam concordar, infelizmente, o celular do youkai se encontrava no silencioso, logo, ele não tocaria e muito menos vibraria. A sensação de que algo ruim poderia estar acontecendo com Kagome não o abandonavam.
O youkai despediu-se da reunião e então saiu da sala. Deixando os mais velhos discutindo coisas banais. Sua mão foi em direção ao celular e quando viu a chamada perdida de Kagome, seus olhos arregalaram. Discou de volta e a garota atendeu, já aos prantos.
— Me ajuda... — Sussurrou ela, foi o que bastou para ele escutar um barulho estrondoso e os gritos da garota do outro lado da linha.
Sesshoumaru saiu o mais rápido que conseguiu daquele prédio, precisava salvar a sua humana.
*
Naraku segurava os braços de Kagome sobre sua cabeça com uma das mãos, a garota estava estirada no chão e se debatia forte. Kagome havia tentado o atacar com o lápis, mas Naraku quebrou sua mão e impossibilitou que ela continuasse com seu plano.
Agora ela tentava usar a força física — restante — para escapar. Mas o youkai arrancou a toalha que cobria seu corpo e deixou o mesmo a mostra. Kagome não tinha mais forças para se debater. O resfriado forte e a dor na marca a impossibilitavam de continuar lutando.
Sem rodeios o youkai ficou entre suas pernas e com força a penetrou. Kagome gritou alto, sentindo o ardor e as lágrimas se formarem. Naraku forçava cada vez mais e quando viu que ela continuaria a gritar, socou seu rosto. Fazendo a garota sentir o gosto do sangue nos lábios.
Cada vez mais forte ele estocava. Kagome sentia que rasgaria a qualquer momento. Naraku mordeu seu ombro, rasgando sua carne, Kagome gritou novamente, tentando empurrar o youkai para longe, mas era impossível sair dali, ele era bem mais forte e era um demônio, já ela, era somente uma humana.
O youkai levantou seu rosto e sorriu, seus lábios escorriam o sangue da mordida que havia dado nos ombros de Kagome. A garota com uma das mãos agarrou o rosto dele e apertou suas unhas com força, o fazendo rosnar de dor.
Mesmo que fosse pouca a força que lhe restava, iria a usar para tentar fugir. O youkai então bateu em seu rosto novamente, fazendo o gosto do sangue ficar mais presente que antes. Kagome se mantinha estirada no chão.
— Agora querida, deixe-me dar um prazer diferente — Riu enquanto deixava Kagome de costas para ele.
Já não conseguia mais se mexer, sentia que a alma estava prestes a sair de seu corpo. Então sentiu uma dor insuportável lhe penetrar em seu ânus, não conseguiu gritar por falta de forças.
Fechou os olhos e deixou as lágrimas caírem, estava perdendo a consciência, logo não veria mais nada, somente a morte a lhe levar. Então, escutou um estrondo enorme, não tinha forças para abrir os olhos e ver do que se tratava.
Deixou apenas que a escuridão a tomasse, deixando-a longe de todo aquele sofrimento.
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